Rev Panam Infectol 2016;18(1):53-58 RELATO DE CASO / CASE REPORT Leishmaniose Tegumentar Americana refratária ao tratamento medicamentoso: relato de caso American Cutaneous Leishmaniasis is refractory to medical treatment: case report Luilson Geraldo Coelho Júnior1 Gabrielly Borges Machado² Adrielle Veloso Caixeta³ Kelly Grace Magalhães3 Luciana Guimarães Borges Rebello4 Maria Luiza Gonçalves dos Reis Monteiro5 Rev Panam Infectol. 2016;18(1):53-58 ISSN 1679-7140 ISSN 1807-3352 on line Recebido em 15/1/2016 Aprovado em 15/10/2018 Acadêmico do curso de Medicina, Faculdade Atenas, Paracatu-MG, Brasil. 2 Médica Infectologista, Chefe do Departamento de Infectologia da Faculdade Atenas, Paracatu-MG, Brasil. 3 Laboratório de Imunologia e Inflamação, Departamento de Biologia Celular, Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Brasília, Distrito Federal, Brasil. 4 Médica Patologista, Instituto de Anatomia Patológica do Noroeste de Minas-INAP, Paracatu, Minas Gerais, Brasil. 5 Médica Patologista Departamento de Patologia Geral, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, UberabaMG, Brasil. 1 RESUMO A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é a zoonose que acomete tanto o homem como várias espécies de animais silvestres e domésticos. É uma doença infecciosa, não contagiosa, de transmissão vetorial, que apresenta manifestação clínica polimórfica de pele e mucosas. O agente etiológico é um protozoário do gênero Leishmania, sendo em nosso meio, o principal agente etiológico a Leishmania Viannia braziliensis. O quadro clínico está relacionado às características do parasita e às interações que ocorrem entre este e o sistema imunológico do hospedeiro. O diagnóstico é feito a partir da suspeita clínico-epidemiológica associada à intradermorreação de Montenegro positiva; e/ ou identificação do parasito nos tecidos do hospedeiro por meio de raspado da borda da lesão, histopatologia ou isolamento em cultura. As drogas utilizadas no tratamento apresentam elevada toxicidade, além de não serem extremamente eficazes, podendo ocorrer recidiva, falha terapêutica, resistência à droga, o que torna o tratamento para leishmaniose tegumentar um desafio. A resposta de pacientes ao tratamento com Glucantime® pode variar de acordo com fatores como a cepa do parasito, o estado imunológico do paciente e a forma clínica apresentada. Descrevemos a seguir um caso de paciente que apresentou recidiva das lesões cutâneas, além de refratariedade ao Glucantime®. Palavras-chave: Leishmaniose cutânea; Lesões cutâneas; Leishmaniose; Anfotericina B lipossomal; Antimonial pentavalente; Resistência a medicamentos ABSTRACT American Tegumentary Leishmaniasis (ATL) is zoonosis that affects both man and several species of wild and domestic animals. It is 53 API 18_1.indd 53 19/10/16 14:55 Coelho Júnior LG et al. • Leishmaniose Tegumentar Americana refratária ao tratamento medicamentoso: relato de caso http: www.revistaapi.com an infectious, non-contagious disease, of vectorial transmission, which presents polymorphic clinical manifestation of skin and mucous membranes. The etiologic agent is a protozoon of the genus Leishmania, being in our environment, the main etiologic agent the Leishmania Viannia braziliensis. Clinical manifestations are related to the characteristics of the parasite and to its interactions with the host immune system. The diagnosis is made by clinicalepidemiological suspicion associated with positive Montenegro intradermal reaction; and/ or identification of the parasite in tissues by using scraped off the edge of the lesion, biopsy or isolation in culture. The treatment for cutaneous leishmaniasis a challenge as drugs have high toxicity, are not extremely effective, recurrence may occur, as well as therapeutic failure and resistance to drugs. The response to the treatment with Glucantime® can vary according to factors such as the strain of the parasite, the immunological status of the patient and the clinical form presented. We describe a case of a patient who presented recurrence of the cutaneous lesions, besides refractoriness to the use of Glucantime®. Keywords: Cutaneous Leishmaniasis; Skin lesions; Leishmaniasis; Liposomal amphotericin B; Pentavalent antimonials; Drug resistance. INTRODUÇÃO A leishmaniose é uma doença causada por um protozoário intracelular obrigatório do gênero Leishmania, ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae. A doença é transmitida através de insetos vetores do gênero Phlebotomus no velho mundo (Europa, Ásia e África) e Lutzomyia no novo mundo (Américas)(1-2). A Leishmaniose é uma doença tropical negligenciada e de significativa importância para a saúde pública. Possui ampla distribuição global, sendo encontrada na maior parte das Américas, África e Ásia. A cada ano, 1-2 milhões de pessoas são diagnosticadas com leishmaniose(3,4). A infecção pelo protozoário pode assumir muitas formas diferentes e diversificadas, com sinais e sintomas que variam em relação ao local de acometimento; se há alterações na pele, leishmaniose cutânea (LC), e se há alterações sistêmicas, leishmaniose visceral (LV)(5). A leishmaniose pode ser causada por cerca de 20 espécies de Leishmania que podem causar até três síndromes clínicas diferentes: leishmaniose cutânea (LC) manifesta-se como lesões cutâneas ulceradas; leishmaniose mucocutânea (MCL) afeta as membranas mucosas do nariz, boca e garganta e podem conduzir à destruição parcial ou total das membranas associadas; e leishmaniose visceral (LV), uma doença sistêmica, que afeta geralmente o baço, o fígado e outros tecidos linfóides e é potencialmente letal(2,6-7). A leishmaniose cutânea é dividida em formas localizada e difusa. Na forma cutânea localizada, há nódulos cutâneos, lesões no local da picada do mosquito flebótomo; que geralmente se resolvem espontaneamente e o paciente tem boa resposta ao tratamento medicamentoso. Já na forma cutânea difusa, os parasitas se difundem pela pele, há múltiplos nódulos não ulcerativos. Além dessas formas, há a forma mucosa, decorrente da propagação pelo sistema linfático, o que resulta na destruição do tecido da mucosa nasobronquial e bucal. As formas cutânea difusa e mucosa podem levar mais tempo para se resolver(4-5). A leishmaniose cutânea é causada por várias espécies de Leishmania. No Velho Mundo, que inclui o sul da Europa, Oriente Médio, partes do sudoeste da Ásia, Ásia Central e África, espécies como L.aethiopica, L. donovani, L. infantum, promastigotas de L. major e L. tropica. No Novo Mundo, a leishmaniose cutânea ocorre no México e na América Latina e é causada por várias espécies, encontramos espécies do subgênero Leishmania: L. amazonensis, L. infantum, L. mexicana, L. venezuelensis e o do subgênero Viannia: L. braziliensis, L. guyanensis, L. panamensis, L. peruviana. A leishmaniose mucocutânea, ou mucosa, é causada pela L. braziliensis e L. panamensis no Novo Mundo. A leishmaniose cutânea difusa é causada pela L.aethiopica no Velho Mundo e L. mexicana e L. amazonenses no Novo Mundo. A LV é causada pela L. donovani, espécie circulante na África, Índia; e pela Leishmania infantum (L. chagasi), espécie circulante no Brasil, América Central e Latina e Mediterrâneo(6,8,9). É de suma importância a confirmação diagnóstica por métodos parasitológicos, devido o grande número de doenças que fazem diagnóstico diferencial com a LTA. Os métodos parasitológicos confirmam a espécie causadora de LTA, e são o subsídio para orientação quanto as medidas adotadas para o controle da doença11. O diagnóstico de certeza é feito pelo encontro do parasita, ou de seus produtos, em tecidos ou fluidos biológicos do hospedeiro. Recomenda-se a confirmação diagnóstica por método parasitológico antes do início do tratamento, em especial, nos casos em que a evolução clinica é atípica e/ou má resposta ao tratamento anterior. Deve-se investigar, nesses casos, a coinfecção pelo vírus da imunodeficiência humana adquirida (HIV)(10-11). 54 API 18_1.indd 54 19/10/16 14:55 Rev Panam Infectol 2016;18(1):53-58 A eficácia e dosagem necessária dos agentes leishmanicidas podem variar em diferentes áreas; por isso em 2010, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou a recomendação de tratamento baseado nestas diferenças regionais(9). As drogas de primeira escolha para o tratamento das leishmanioses são os antimoniais pentavalentes (Sb+5). Há dois tipos de antimoniais pentavalentes que podem ser utilizados, o antimoniato de N-metilglucamina e o estibogluconato de sódio, sendo que este último não é comercializado no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a dose do antimonial pentavalente seja calculada em mg Sb+5/kg/dia. No tratamento da LC, os antimoniais tem sido o pilar do tratamento, é importante ressaltar que as formas mucosas exigem maior cuidado, pois podem apresentar respostas mais lentas e maior possibilidade de recidivas(9,11-12). Caso não haja resposta satisfatória com o tratamento pelo antimonial pentavalente, as drogas de segunda escolha são a anfotericina B e as pentamidinas (sulfato de pentamidina e mesilato de pentamidina). A anfotericina B é encontrada sob duas formulações: desoxicolato e lipossomal. É um antibiótico poliênico que apresenta atividade in vitro na destruição da Leishmania intra e extracelular; é uma droga leishmanicida que age nas formas amastigostas in vivo e nas formas promastigotas in vitro. É considerada droga de primeira escolha no tratamento de LTA em gestantes e de segunda escolha quando não se obtém resposta ao tratamento com o antimonial pentavalente ou na impossibilidade de seu uso. Apresenta toxicidade seletiva por sua interferência nos ésteres da membrana citoplasmática de Leishmania(10-11). É contra-indicada a administração da anfotericina B em cardiopatas, hepatopatas e, especialmente, nefropatas. Os efeitos adversos mais freqüentes são: febre, náuseas, vômitos, hipocalemia e flebite no local da infusão; a presença destes sintomas não contra-indicam a administração do medicamento. Além disso, o paciente pode apresentar anorexia, insuficiência renal, anemia, leucopenia e alterações cardíacas decorrentes do uso da medicação. Pacientes em uso desta droga devem ter monitoramento semanal eletrocardiográfico e laboratorial das enzimas hepáticas (transaminases e fosfatase alcalina), função renal (uréia e creatinina) e potássio sérico(10-11). Muitos fatores estão envolvidos na resposta terapêutica e podem ser relativos ao parasita, ao hospedeiro e à droga. Os fatores relativos ao parasita são sensibilidade à droga espécie-dependente, resistência adquirida pela Leishmania e critérios laboratoriais de cura parasitológica; o fator relativo ao hospedeiro é seu estado imune e os fatores vinculados à droga são propriedades farmacocinéticas e uso de novas drogas eficazes(13). A resistência medicamentosa pode estar vinculada a fatores relacionados ao hospedeiro como baixa adesão ao tratamento pela toxicidade do fármaco, via parenteral, pobreza, local de residência, imunodepressão (HIV); além disso, pode estar vinculada a fatores relacionados com o parasita, como carga parasitária e variação da sensibilidade espécieespecífica da Leishmania à droga. É importante ressaltar que cepas resistentes surgem quando os parasitas são expostos a baixas concentrações do medicamento por períodos longos(13). Relatamos um caso em que um paciente apresentou refratariedade ao tratamento de primeira escolha para leishmaniose tegumentar. RELATO DE CASO Paciente sexo masculino, branco, 59 anos, natural e procedente de Paracatu – MG, casado, motorista, ensino fundamental incompleto. Refere que há dois anos apresentou uma única lesão ulcerada em perna esquerda, procurou atendimento médico, tendo sido prescritos antimicrobianos orais, que não sabe relatar os nomes, fez uso por longo tempo, sem melhora. Não foi diagnosticado com leishmaniose. Relata cicatrização espontânea da lesão (Figura 1). Figura 1. Lesão cicatricial prévia, condizente com leishmaniose tegumentar americana (LTA), em perna esquerda há dois anos. Apresentou cura espontânea 55 API 18_1.indd 55 19/10/16 14:55 Coelho Júnior LG et al. • Leishmaniose Tegumentar Americana refratária ao tratamento medicamentoso: relato de caso http: www.revistaapi.com Procurou atendimento em centro de referência de doenças infectocontagiosas em Paracatu-MG, devido aparecimento há sete meses de lesões ulceradas não dolorosas em região plantar esquerda (Figura 2). Figura 2. Presença de lesões ulceradas em região plantar esquerda. Antes do início do tratamento Ao exame dermatológico, as quatro lesões tinham formato arredondado, base eritematosa, infiltradas e de consistência firme, bordas bem delimitadas e elevadas, fundo avermelhado e com granulações grosseiras e mediam aproximadamente três cm de diâmetro cada. Iniciou-se terapia medicamentosa com Glucantime® 3 ampolas/dia por 30 dias. Foi solicitado biópsia de pele das lesões (Figura 3), que mostrou formas amastigotas de Leishmania sp vacuolizadas em macrófagos. Figura 3. Biópsia de pele, evidenciando presença de formas amastigotas de Leishmania sp. Coloração Hematoxilina – EOSINA (Aumento de 100x) Exames laboratoriais: Hemáceas 5,27 milhões, Hb 14,8 mg/dL, Ht 46,1%, Leucócitos 10.600 mm³, Plaquetas 422.000 mm³; Glicose: 80mg/dL; Ur: 39mg/dL; Cr 1,15mg/dL; TGO: 26 U/L; TGP 18 U/L; Amilase 124,9U/L; CPK: 43,3 U/L; Anti-HIV negativo, Intradermorreação de Montenegro negativa. A Radiografia de tórax evidenciou consolidação em base pulmonar esquerda e o eletrocardiograma estava dentro da normalidade. Paciente refere mialgia, artralgia, náuseas, tosse produtiva, dispnéia, adinamia, hiporexia; nega febre ou sudorese noturna. Foi prescrito Levofloxacina 500mg, 1 vez ao dia por 10dias; além de prednisona 20mg 1 vez ao dia por 7dias. Paciente foi orientado a manter o uso do Glucantime® e retornar após o uso de antibiótico, para nova avaliação. Em consulta de retorno, o paciente apresentou melhora do quadro respiratório, persistência das lesões em região plantar esquerda, manteve uso de medicação anti-leishmânia e marcou-se nova consulta. Após uma semana, com 20 dias em uso de Glucantime® e persistência das lesões, sem melhora do quadro; foi orientado a continuar o tratamento com Glucantime® até completar 30 dias e agendada nova consulta (Figura 4). Figura 4. Lesões ulceradas em região plantar esquerda, após o uso de Glucantime® Após duas semanas, paciente completou o esquema terapêutico com Glucantime, com persistência das quatro lesões cutâneas ulceradas em pé esquerdo. Realizada intradermorreação de Montenegro e raspado da lesão, ambos positivos. Foi internado para tratamento com Anfotericina B lipossomal e, após sete dias, apresentou melhora das lesões, tendo recebido alta após término da medicação (Figura 5). Foi orientado a procurar o serviço de doenças infectocontagiosas para acompanhamento. Figura 5. Melhora das lesões plantares, em processo de cicatrização 56 API 18_1.indd 56 19/10/16 14:55 Rev Panam Infectol 2016;18(1):53-58 Em nova avaliação, um mês pós tratamento com Anfotericina B lipossomal, apresenta cicatrização das lesões plantares, nega dor, dificuldade para deambular (Figura 6). Foi orientado a procurar serviço médico, caso apresentasse qualquer alteração. em metanálise reunindo 23 estudos com 1133 pacientes a taxa de cura é de 76,5% em pacientes que receberam 20mgSb5+/kg/dia por 20 dias , já nos estudos de caso-controle com 119 pacientes a taxa de cura é de 75,7%(20-22). REFERÊNCIAS Figura 6. Cicatrização completa das lesões plantares, um mês após o tratamento com anfotericina b lipossomal DISCUSSÃO Os fatores correlacionados com o insucesso do tratamento com os antimoniais na leishmaniose cutânea são a idade e o status imunológico do paciente, a adesão ao tratamento, a ativação e a taxa de depuração do medicamento e a resistência do parasita ao antimonial(14-16). A leishmaniose representa um conjunto de doenças negligenciadas, apresenta poucas alternativas de tratamento disponíveis, sendo que os compostos preconizados para o tratamento apresentam elevada toxicidade, ocasionando uma série de efeitos colaterais que, em casos extremos, podem levar a risco de morte. A resistência aos medicamentos é um grave problema de saúde pública; não se sabe ao certo o mecanismo desenvolvido pelo patógeno para se tornar resistente aos medicamentos disponíveis para o tratamento da leishmaniose cutânea(17). O tratamento da leishmaniose constitui um desafio terapêutico, pois o arsenal de drogas é pequeno, a duração do tratamento é longa, e a maioria dos medicamentos são tóxicos. Os antimoniais pentavalentes possuem uma dupla ação, sendo que o estibogluconato de sódio ao ser administrado estimula os macrófagos infectados para impor estresse oxidativo sobre os parasitas intracelulares; já o antimonial trivalente, forma reduzida da droga, atua diretamente sobre o parasita alterando seu equilíbrio redox(17-19). A taxa de cura com o uso do antimônio na leishmaniose cutânea tem sido relatada em metaanálises e estudos de caso-controle. Baseando-se 1. Dostálová A, Volf P. Leishmania development in sand flies: parasite-vector interactions overview. Parasites & Vectors. 2012;(5):276. 2. Roberts T, Barratt J, Sandaradura I, et al. Molecular Epidemiology of Imported Cases of Leishmaniasis in Australia from 2008 to 2014. Rafati S, ed. PLoS ONE. 2015;10(3):e0119212. 3. Pigott DM, Golding N, Messina JP, et al. Global database of leishmaniasis occurrence locations, 1960–2012. Scientific Data. 2014;(1):140036. 4. Pigott DM, Bhatt S, Golding N, et al. 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