ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................2 2 FORMAS FARMACÊUTICAS USUAIS...............................................3 2.1 FORMAS DE USO INTERNO .............................................................4 2.2 FORMULAÇÕES DE USO EXTERNO ................................................... 3 CUIDADOS NO USO DAS PLANTAS ................................................8 4 CULTIVO DAS PLANTAS MEDICINAIS...........................................11 4.1 PROPAGAÇÃO .............................................................................11 4.1.1 Propagação por sementes .......................................................11 4.1.2 Locais de semeadura.............................................................12 4.1.3 Propagação vegetativa ..........................................................13 4.2 ADUBAÇÃO .................................................................................14 4.3 PRAGAS E DOENÇAS ..................................................................15 4.4 COLHEITA E PROCESSAMENTO ...................................................16 5 PLANTAS MEDICINAIS ALIMENTARES ........................................18 5.1 ABÓBORA ....................................................................................19 5.2 AGRIÃO .......................................................................................20 5.3 ALCACHOFRA...............................................................................21 5.4 ALFACE .......................................................................................22 5.5 ALHO ..........................................................................................23 5.6 BERINJELA...................................................................................24 5.7 CEBOLA.......................................................................................25 5.8 CENOURA ....................................................................................26 5.9 COUVE ........................................................................................27 5.10 FEIJÃO ......................................................................................28 5.11 FIGO, FIGUEIRA ..........................................................................29 5.12 GOIABA, GOIABEIRA ...................................................................30 5.13 MANDIOCA .................................................................................31 5.14 RABANETE .................................................................................32 5.15 ROMÃ, ROMÃZEIRA.....................................................................33 5.16 SALSA .......................................................................................34 5.17 SERRALHA-DE-ESPINHO, CARDO-MARIANO..................................35 6 ALGUMAS PLANTAS MEDICINAIS NATIVAS E CULTIVADAS NO MUNICÍPIO DE LAVRAS................................................................36 6.1 ALECRIM, ALECRIM-DOS-JARDINS................................................37 6.2 ARNICA ......................................................................................38 6.3 AROEIRA-MANSA ........................................................................39 6.4 ARRUDA .....................................................................................40 6.5 ASSA-PEIXE ...............................................................................41 6.6 BÁLSAMO ...................................................................................42 6.7 BOLDO ......................................................................................42 6.8 BOLSA-DE-PASTOR ....................................................................43 6.9 CAMOMILA..................................................................................44 6.10 CAPUCHINHA, CHAGAS ..............................................................45 6.11 CARQUEJA.................................................................................46 6.12 CICUTA-MAIOR, FUNCHO SELVAGEM ..........................................47 6.13 CONFREI ...................................................................................48 6.14 ERVA-CIDREIRA, MELISSA ..........................................................49 6.15 FUNCHO, ERVA DOCE ................................................................50 6.16 GIRASSOL .................................................................................51 6.17 GUACO .....................................................................................52 6.18 GUINÉ .......................................................................................53 6.19 HORTELÃ ..................................................................................54 6.20 JURUBEBA .................................................................................54 6.21 LOSNA ......................................................................................55 6.22 MARACUJÁ ................................................................................57 6.23 MARCELA, MARCELINHA.............................................................58 6.24 MELÃO-DE-SÃO-CAETANO .........................................................58 6.25 MENTRASTO ..............................................................................59 6.26 PICÃO .......................................................................................60 6.27 PITA, PITEIRA ............................................................................61 6.28 POEJO ......................................................................................62 6.29 QUEBRA-PEDRA ........................................................................63 6.30 TANCHAGEM..............................................................................64 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................66 8 GLOSSÁRIO....................................................................................68 PLANTAS MEDICINAIS Prof. José Eduardo Brasil Pereira Pinto1 Profª Maria das Graças Cardoso1 Prof. Manoel Losada Gavilanes1 Rozane Aparecida da Silva2 Suzan Kelly Vilela Bertolucci2 2 Gustavo Azevedo Campos Andrea Yu Kwan Villar Shan2 Prof. Custódio Donizete dos Santos1 1 INTRODUÇÃO A contribuição do reino vegetal à saúde do homem acompanha e acompanhará sua existência. A mais elementar necessidade humana, a alimentação é, na sua maior parte, dependente dos vegetais. Também no que diz respeito aos medicamentos, as plantas desempenham essencial papel, fornecendo moléculas e substâncias ativas para o tratamento das doenças, às vezes como recurso insubstituível, oriundo da chamada flora medicinal. Quando, na primeira metade do século XX, os notáveis progressos na produção de medicamentos de síntese química tomaram o lugar dos remédios vegetais, aparentemente que a fitoterapia chegava ao seu fim. Contudo, está sendo redescoberto o valor dos remédios naturais e a medicina tem feito uso cada 1 Professores da Universidade Federal de Lavras Acadêmicos da Universidade Federal de Lavras 2 vez maior das plantas curativas. Foi possível comprovar que, embora o seu efeito possa parecer mais lento, os resultados são melhores a longo prazo, especialmente em doenças crônicas. Calcula-se que, 25% dos medicamentos prescritos atualmente contenham pelo menos uma ou alguma substância derivada dos vegetais. Os medicamentos de síntese química normalmente apresentam certos inconvenientes. Obviamente, as plantas não são desprovidas de efeitos tóxicos. Plantas colhidas ou receitadas por amadores, bem como a preparação imprópria, podem ser extremamente perigosas. Informações acerca da utilização das plantas “in natura” ou de suas preparações galênicas simples e seus riscos a saúde, são elementares como forma de prevenção de possíveis intoxicações acidentais. É evidente que um tratamento monitorado por um profissional conhecedor de suas propriedades seja indispensável e racional. Sendo assim, nosso propósito é educativo e não tem a menor pretensão de substituir cuidados médicos apropriados, diagnósticos ou prescrições. 2 FORMAS FARMACÊUTICAS USUAIS O valor medicinal de uma planta deve-se à presença, em alguns de seus tecidos, de uma substância química – "o princípio ativo" - que produz um efeito farmacológico. Por isso, a forma de preparo é importante para que seja corretamente retirado do interior das células da planta, bem como para não modificar suas propriedades químicas. Estas operações, que constituem a arte farmacêutica, são aqui expostas de maneira simplificada, a fim de capacitar o leitor à manipulação de seus próprios medicamentos. 2.1 Formas de uso interno Crua: Esta não se trata de uma forma farmacêutica, é uma forma de uso alimentar, na qual se utilizam partes do vegetal “in natura” para a preparação de pratos culinários. Decocção: Colocar a planta em uma vasilha e jogar água fria por cima. Tampar e colocar para ferver durante 10 a 15 minutos ou conforme tempo especificado. Retirar a vasilha do fogo e conservar tampada durante alguns minutos. Após, coar e tomar. O decocto deve ser utilizado no mesmo dia do seu preparo. É o processo utilizado na elaboração do popular "chá". Infusão: As infusões são obtidas fervendo-se a água necessária e despejando-a sobre a erva picada numa vasilha, de preferência de vidro, deixando em repouso tampada por um tempo variável de 10 a 20 minutos, ou conforme especificado. Após, coar e tomar. O infuso deve ser utilizado no mesmo dia da preparação. Maceração: Esta forma de preparação consiste em colocar a parte da planta picada imersa em um líquido extrator (água, álcool, óleo ou outro líquido), por um período de tempo em torno de 15 horas para partes mais tenras (folhas, flores, inflorescência, etc.) e 24 horas para partes mais duras (cascas, raízes, caule, etc.). Pó: droga vegetal submetida ao processo de moagem. Pode ser usada, segundo sua especificação, interna ou externamente. Suco: O suco é obtido através de plantas frescas e de várias maneiras: 1) manualmente, espremendo ou esmagando a planta com a mão; 2) colocando o material dentro de um tecido apropriado e fazendo torção; 3) com ajuda de um moedor ou pilão; 4) de forma mais prática com aparelhos elétricos, como liqüidificador ou outros instrumentos mais sofisticados, seguido de filtração. Tintura: As tinturas são soluções preparadas a partir da extração das ervas, com solução alcóolica à temperatura ambiente e ao abrigo da luz. Esta preparação guarda uma relação droga/tintura que geralmente é de 1/5, ou mesmo 1/10 para drogas potencialmente tóxicas. Para isto deve-se colocar 100 ou 200 gramas do órgão vegetal (dependendo da planta), que deve ter sido previamente seco e pulverizado, em um recipiente fechado, contendo 850 ml de solução alcóolica ou hidroalcóolica à temperatura ambiente. Agita-se duas vezes ao dia durante oito dias. Em seguida, filtrar. Após a passagem de todo o líquido, lavar, com o solvente já utilizado, a planta restante no filtro, em pequenas quantidades, até o volume recolhido somado ao líquido anterior atingir 1 litro. Tisanas: Nome genérico dado às soluções, macerações, infusões e decocções preparadas com ervas. Vinhos medicinais ou enóleos: Obtém-se pela dissolução do princípio ativo ou mesmo pela maceração de partes do vegetal em vinhos. Xaropes: Solução com grande quantidade de açúcar, capaz de conferir uma alta viscosidade ao produto. Essa preparação contém em torno de 85% de açúcar ou poderão ser os extratos adicionados diretamente ao mel. 2.2 Formulações de uso externo Alcoolatura: É uma maceração que utiliza o álcool como líquido extrator. Banho: Os banhos podem ser parciais (banhos de assento) ou de corpo inteiro. É preparada uma infusão ou decocção mais concentrada que deve ser coada e misturada na água do banho. Também podem-se colocar as ervas em saco de pano fino e deixar na água da banheira. Cataplasma: Este preparo pode ser obtido por diversas formas. Uma delas consiste em amassar as ervas frescas e limpas e aplicá-las, envolvida em um pano fino ou gaze ou diretamente sobre a parte afetada. Uma outra forma, seria utilizar farinha de mandioca ou fubá de milho adicionado ao chá ainda quente, fazendo uma papa. Neste caso, envolve-se essa mistura da planta em um pano limpo e aplica-se na região afetada. Compressa: Consiste em embeber panos, chumaço de algodão ou gazes com o infuso, decocto, suco ou tintura e aplicar sobre o local afeccionado. A compressa pode ser quente ou fria. Gargarejo: Usado geralmente para combater afecções de garganta, amigdalites e mau hálito. Faz-se um infuso ou decocto mais concentrado e gargareja-se quantas vezes for necessário. Inalação: Nesta preparação, utiliza-se a combinação do vapor de água quente com as substâncias voláteis das plantas aromáticas. Este vapor é aspirado durante 10 a 15 minutos, normalmente recomendado para problemas do aparelho respiratório. O recipiente deve ser mantido no fogo para haver contínua produção de vapor. A cabeça pode ser coberta com uma toalha para facilitar a inalação do vapor. Com crianças, todo cuidado é pouco, pois há riscos de queimaduras. Recomenda-se, neste caso, o uso de aparelhos próprios para este fim. 3 CUIDADOS NO USO DAS PLANTAS O uso racional das plantas medicinais como alternativa terapêutica é fundamental para a eficácia do tratamento, bem como para evitar efeitos indesejáveis. Sugerem-se alguns cuidados para a utilização adequada das plantas medicinais, como não colher plantas simplesmente, pela “semelhança”, mas tendo certeza de sua identificação ou procurando certificar-se com um profissional da área. Freqüentes confusões entre plantas são causa de intoxicações acidentais como ocorre entre a salsa e a cicuta-maior. Outro problema de engano ocorre com os nomes populares, pois muitas apresentam a mesma sinonímia popular, mas pertencem a espécies diferentes. Não se deve colher plantas em local poluído, junto à esterqueiras, na beira de estradas ou atingidas por tratamentos de defensivos agrícolas. Convém saber distinguir a parte do vegetal a ser empregada, pois os princípios ativos distribuem-se pelas diferentes partes da planta de forma desigual. Há partes que contêm as substâncias ativas, no entanto, podem haver também partes que contenham substâncias letais. As plantas frescas com mau aspecto não devem ser utilizadas e, quando secas, não devem apresentar sinais de deterioração, como mofo. Estes sintomas certamente refletem os maus cuidados na conservação e a possível presença de toxinas de fungos, que podem causar perturbações diversas no organismo. Na preparação, deve-se ter o cuidado de observar a dosagem das partes vegetais e a sua forma de uso. Outro importante fator de intoxicação por plantas é a administração de uma dose excessiva de uma planta potencialmente tóxica. O funcho ou erva-doce, como é conhecido popularmente, é um aliado à mãe e ao bebê com suas propriedades carminativas e galactagogas, porém, não se deve ultrapassar as doses indicadas, pois a essência que contém pode provocar convulsões. As formas de preparo são de suma importância, pois o calor excessivo podem fazer com que algumas substâncias ativas se volatilizem ou se modifiquem, perdendo, assim, sua ação medicinal. Assim, para aquelas plantas que contêm óleos essenciais, como a hortelã, não se deve utilizar uma decocção e sim uma infusão. O remédio caseiro deve ser preparado de preferência em vasilhas de barro, louça, vidro ou esmaltados, para evitar a interferência do alumínio nas propriedades terapêuticas. Os chás nunca devem ser guardados de um dia para o outro. Recomenda-se não adoçar os remédios vegetais, com exceção dos xaropes e alguns casos especiais. Qualquer adoçante, especialmente o açúcar branco, interfere negativamente na ação medicinal da planta. O uso contínuo de uma mesma planta deve ser evitado, recomendando-se períodos de uso máximo entre 21 e 30 dias, intercalados por um período de descanso de 7 dias, salvo algumas exceções. As misturas de plantas devem se restringir a um número reduzido de espécies, uma vez que podem trazer efeitos inesperados, em virtude das interações de seus constituintes químicos. Algumas plantas de uso habitual que não apresentam efeitos tóxicos podem ter efeitos indesejáveis nas mulheres grávidas e crianças, portanto, deve-se ter prudência ser prudentes no uso de qualquer planta ou medicamento. Com estas recomendações, não temos a intenção de tornar o uso das plantas meticuloso e complicado, e sim torná-lo mais seguro e eficaz. 4 CULTIVO DAS PLANTAS MEDICINAIS 4.1 Propagação Duas são as maneiras mais usuais de multiplicar as plantas: a propagação por sementes (sexuada) e a propagação vegetativa (assexuada). 4.1.1 Propagação por sementes A propagação através de sementes pode ser útil para produzir plantas mais ricas em óleo essencial, como no caso do tomilho, no entanto, de maneira geral as plantas levam muito tempo para produzir. As sementes devem ser colhidas quando estiverem completamente formadas e secas. 4.1.2 Locais de semeadura Sementeira Normalmente, a sementeira é constituída de um simples canteiro com 1 m de largura por, no máximo, 5m de comprimento. Deve ter um substrato leve e fértil, de preferência com areia e esterco. A semeadura deve ser feita em sulcos e a profundidade, em geral, deve ser cerca de três vezes o comprimento da semente. As irrigações, de preferência com regador de crivo fino, devem ser feitas em seguidamente e com freqüência para manter a umidade. Após a germinação, é necessário fazer a eliminação de plantas invasoras (plantas daninhas) para evitar concorrência. Bandejas de isopor O uso de bandejas diminui a mão-de-obra e materiais, sendo as mudas transplantadas para o campo com alta porcentagem de pegamento, porque vão para o terreno com as raízes dentro do torrão. Semeio direto O semeio direto é feito no local definitivo ou em recipientes, sendo aconselhável no caso de sementes grandes ou espécies que não se adequam ao transplante. 4.1.3 Propagação vegetativa Nesse tipo de multiplicação, as plantas originais são geneticamente iguais à planta-mãe (da qual se retiram as partes para multiplicar). A estaquia é a propagação vegetativa artificial mais comum, em que são retiradas partes da planta-mãe que são submetidas ao enraizamento para depois serem plantadas em recipientes ou local definitivo. Geralmente utilizam-se estacas de caule, que possuem maior facilidade de enraizamento, para o que devem-se seguir alguns critérios: - a planta matriz (planta mãe) deve ter bom aspecto, sem sintomas de doenças ou subnutrição; - coletar nas horas mais frescas do dia, para evitar grandes perdas de água; - coletar estacas do ápice da planta, com tamanho de 7 a 15 cm, fazendo o corte logo abaixo de um nó. O substrato para enraizamento deve conservar umidade e ao mesmo tempo, permitir a aeração. A areia tem sido a mais utilizada, seguida da palha de arroz carbonizada. Na propagação vegetativa natural, a multiplicação se dá através de bulbos, rizomas e filhotes ou rebentos. No caso dos bulbos, estes são separados e plantados diretamente no local definitivo. Os rizomas também seguem o mesmo processo como é o caso do gengibre, e os filhotes ou rebentões, como é o caso da babosa que emite filhotes a partir da base do caule, são separados e plantados normalmente. 4.2 ADUBAÇÃO Dentre os fatores de “stress” que podem interferir na composição química de uma planta, a nutrição merece destaque. A deficiência e/ou excesso de nutrientes podem promover maior ou menor produção de fármacos na planta. Na maioria das vezes, as adubações com nitrogênio mineral (sulfato de amônio, uréia, etc) podem trazer problemas na produção de substâncias ativas, por isso esse elemento deve ser fornecido somente pela adubação orgânica, mesmo assim sem excessos. O fósforo deve ser adicionado ao solos, preferencialmente em formas menos solúveis (fosfatos naturais, farinha de ossos, etc.) ou mesmo só o composto orgânico. A importância do potássio está principalmente ligada às plantas produtoras de alcalóides, havendo efeitos nos teores desses princípios ativos, em função da concentração de potássio no solo. Outros nutrientes também devem exercer efeitos diretos e indiretos sobre os teores de princípios ativos em plantas, mas ainda não se tem muito conhecimento a respeito. O que se deve lembrar é que uma adubação equilibrada é a chave para a obtenção de plantas mais resistentes a pragas e doenças e também com maiores teores de fármacos. 4.3 Pragas e doenças As espécies medicinais normalmente apresentam alta resistência ao ataque de doenças e pragas, mas por algum desequilíbrio ela pode ocorrer em níveis prejudiciais. O uso de produtos químicos (defensivos agrícolas) é condenado para o cultivo de espécies medicinais. Dentre as práticas culturais contra pragas, recomenda-se o uso de plantas repelentes como a catinga-de-mulata (Tanacetum vulgare L. - Asteraceae ou Compositae) que repele formigas e outros insetos; a capuchinha (Tropaelum majus L. - Trapaeslaceae) e o cravo-de-defunto (Tajetes sp. - Asteraceae ou Compositae), que têm ação contra nematóides e a hortelã (Mentha sp. - Lamiaceae ou Labiatae), que repele alguns lepidópteros da couve, bem como formigas e ratos. Recomendam-se ainda seleção da área de plantio, rotação de culturas, podendo-se usar ainda preparados e caldas feitas à base de losna, arruda, fumo, etc. Problemas com doenças podem ocorrer. Nesse caso, o controle é mais difícil, sendo recomendados cuidados para evitar a entrada de patógenos na área, como verificação das condições sanitárias das mudas, sementes e outros propágulos introduzidos no local. 4.4 Colheita e processamento As espécies medicinais, que se referem à produção de substâncias com atividades terapêuticas, apresentam alta variabilidade. O ponto de colheita varia de acordo com o órgão da planta, estágio de desenvolvimento, a época do ano e hora do dia. A concentração de princípios ativos durante o dia pode variar muito: os alcalóides e óleos essenciais concentram-se mais pela manhã e os glicosídeos à tarde. As cascas são colhidas quando a planta atinge a plenitude de seu crescimento, no fim do ciclo anual ou antes da floração. No caso de frutos e sementes, recomenda-se esperar até o seu completo amadurecimento; as raízes, quando a planta estiver adulta, e caules e folhas, antes do florescimento. A colheita deve ser realizada com o tempo seco, de preferência pela manhã, mas sem que as plantas estejam molhadas de orvalho. Após a colheita o material pode seguir três caminhos: o uso direto do material fresco, extração de substâncias ativas ou a secagem para comercialização. Secagem A secagem, quando bem conduzida, é muito eficaz como método de conservação. Para isso devem-se observar alguns cuidados para o processo: - não lavar (molhar) as plantas antes da secagem. - as plantas colhidas e transportadas ao local de secagem não devem receber raios solares. - antes da secagem deve-se fazer uma seleção de modo a eliminar elementos estranhos (terra, pedra, outras plantas, etc.) e partes que estejam em condições indesejáveis (sujas, descoloridas, danificadas, ...). - as plantas colhidas inteiras devem ter cada parte (folhas, flores, sementes, frutos e raízes) seca, separadamente. A secagem natural é um processo lento e deve ser feita a sombra, em local ventilado, protegido de poeira e do ataque de insetos e outros animais. A secagem artificial pode ser feita utilizando secadores, mas tendo o cuidado com a temperatura e ventilação que são fornecidos, de modo a não ultrapassar 35 a 45ºC. Temperaturas elevadas podem degradar os princípios ativos e danificar os tecidos vegetais, pois propiciam cocção das plantas e não uma secagem. 5 PLANTAS MEDICINAIS ALIMENTARES Todos nós que temos a sorte de ter uma variedade de alimentos à disposição podemos ter como objetivos degustar os alimentos e escolher aqueles que ajudam a prevenir e tratar doenças aumentando o bem-estar. A melhor dieta não é a que inclui “um pouco de tudo”, mas a que evita o que é nocivo e usa com moderação o que é conveniente. A combinação e quantidades que você escolhe é que são importantes para ajudá-lo a manter a saúde. Além de nutrientes, alguns alimentos nos proporcionam substâncias de ação curativa e preventiva. Alimentos bem escolhidos e utilizados podem curar, aliviar e prevenir muitos transtornos e doenças. Informações sobre o equilíbrio necessário dos alimentos são assunto de inúmeras obras literárias. Sugerimos aqui, apenas alguns alimentos particularmente valiosos. 5.1 Abóbora (Cucurbita pepo L. - CUCURBITACEAE) Indicações: usada como antiinflamatório das vias urinárias, vermífugo, para queimaduras, prostatite de causa infecciosa e hipertrofia prostática. Propriedades: o suco retirado das flores é estomáquico; as sementes são vermífugas, porém de efeito lento e, quando trituradas, fornecem um suco refrigerante, próprio para os períodos de febre e nas inflamações das vias urinárias. As sementes frescas da abóbora contêm um princípio ativo que desinflama e reduz o crescimento excessivo da próstata. Parte utilizada: sementes, polpa e flores Forma farmacêutica: suco. Preparação e posologia: pode-se comer de 50 a 100g de sementes frescas secas ou cozidas, 2 ou 3 vezes por dia. Quando utilizada contra os parasitas intestinais recomenda-se o plano indicado a seguir: descascar e triturar em um pilão 200 a 400g de sementes sem casca e acrescentar açúcar mascavo. Tomar 3 vezes ao dia em jejum de 12 horas, ou seja, não comer outra coisa durante todo o dia, exceto cenoura que também é anti-helmíntica. Uma hora após a terceira dose administra-se um purgante (por exemplo, uma colher de óleo de rícino). Caso perceba-se que os vermes não foram expulsos, repetir o processo após 3 dias. Para queimaduras, utilizar o suco da polpa fresca em forma de cataplasmas frios. Para os males da próstata, ingere-se um punhado de sementes frescas, secas ou cozidas, 2 ou 3 vezes ao dia. Toxicologia: contra-indicada na anemia e na dispepsia fermentativa. 5.2 Agrião (Nasturtium officinale R. Br. – BRASSICACEAE OU CRUCIFERAE) Indicações: tonificante, expectorante, cicatrizante, depurativo do sangue e para deficiência de cálcio. Propriedades: o agrião possui um suave efeito estimulante sobre todas as funções do organismo, abre o apetite, ativa o metabolismo, favorece a expectoração e descongestiona o aparelho respiratório. Os cataplasmas de agrião aplicados sob feridas ou chagas de difícil cicatrização facilitam a formação de pele nova e também regeneram a pele no caso de eczemas, acne e dermatoses. Aplicada sobre o couro cabeludo, impede a queda do cabelo. Muito indicado em casos de gota, artritismo, obesidade de alimentação rica em carnes e gorduras. É uma boa fonte de cálcio. Parte utilizada: folhas e caules jovens Forma farmacêutica: suco, cataplasmas. Preparação e posologia: Toma-se ½ copo de suco adoçado com mel, à cada refeição. Na preparação dos cataplasmas utilizam-se 100 g de plantas frescas, trituradas e aplica-se sobre as zonas afetadas. Toxicologia: se conservados crus podem tornar-se tóxicos. Para uso culinário, quanto mais tenros e frescos estiverem melhor. As grávidas devem abster-se de comer agrião. Seu uso deve ser evitado quando está florido. 5.3 Alcachofra (Cynara scolymus L. – ASTERACEAE OU COMPOSITAE) Indicações: colerética, hepatoprotetora, hipolipemiante. Parte utilizada: folhas, caules, flores e raiz Forma farmacêutica: infusão ou suco fresco Preparação e posologia: com 50 a 100 g de folhas, caule e/ou raízes por litro de água, obtém-se o infuso. Tomar 3 xícaras diárias antes das refeições. O suco fresco se faz das folhas e ingere-se uma xícara a cada refeição. Toxicologia: não há restrições ao seu uso. 5.4 Alface (Lactuca sativa L. – ASTERACEAE OU COMPOSITAE) Indicações: estimulante, depurativo, balsâmico, preventivo de anemia, doenças do coração, derrame, catarata e espermatorréia. Propriedades: existem vários tipos de alface. Embora freqüentemente subestimados por conterem muita água, os vegetais folhosos contêm valiosas quantidades de vitaminas, minerais e antioxidantes, e trazem uma vantagem importante, quando comparados a outros alimentos, a de serem quase sempre ingeridos crus. É útil contra insônia, excitação nervosa, palpitações, reumatismo, hipocondria, nevralgias intestinais, conjuntivites. Parte utilizada: folhas, caule e raiz Forma farmacêutica: suco e decocto Preparação e posologia: as folhas são usadas cruas em saladas e são levemente laxantes e antiácidas. O suco cru ou o decocto, feitos com 20 g das folhas, caule e raiz em 1 litro de água, são soníferos, calmantes do estômago, do sistema nervoso, béquicos e antiespermatorréicos. Toxicologia: não há restrições ao seu uso. 5.5 Alho (Allium sativum L. - LILIACEAE) Indicações: estimulante, hipotensor, hipolipemiante, hipoglicemiante, estimulante das defesas, antibiótico e antiséptico geral, vermífugo potente, preventivo dos tumores malignos, calicida, depurativo e balsâmico. Propriedades: o alho cura e previne com eficácia uma multidão de males. É um grande amigo do sistema circulatório, tem um efeito vasodilatador, pelo que é útil aos hipertensos, aos arterioescleróticos e aos que sofrem do coração. É um excelente desintoxicante, especialmente recomendado nos tratamentos para deixar de fumar. Parte utilizada: bulbo. Forma farmacêutica: decocção, cru e cataplasma. Preparação e posologia: para hipertensão, mastigar de 1 a 3 dentes de alho pela manhã. Usa-se uma cabeça de alho em 1 litro de água, fervidos durante 5 minutos para preparação do decocto. Tomar 3 xícaras por dia. Desta forma, perde-se uma parte de suas propriedades, mas evita o mau hálito. Como calicida aplicar um pedaço de alho esmagado sobre o calo prendendo com um pequeno esparadrapo. Em 2 ou 3 dias o calo amolece e desinflama, podendo ser extirpado com maior facilidade. Toxicologia: devido a sua ação fluidificante do sangue, as doses elevadas de alho podem prolongar as hemorragias e dificultar os processos de coagulação. Não se recomenda o emprego continuado de grandes doses de alho durante a gravidez. 5.6 BERINJELA (Solanum melongena L. SOLANACEAE ) Indicações: colerética, diurética, emoliente, hipocolesterolemiante, laxativa. Propriedades: embora as partes verdes da planta, que contêm alcalóides, sejam tóxicas como na maioria das solanáceas, a polpa do fruto contém substâncias do grupo dos saponosídeos, pigmentos, ácido clorogênico, aminoácidos, vitaminas. A berinjela cozida com casca e sem excesso de gorduras pode ser aconselhada para tratar a atonia hepatobiliar. Parte utilizada: fruto Forma farmacêutica: suco, decocto, infusão, vinho Preparação e posologia: bater ¼ de um fruto médio com o suco de 2 laranjas, coar e tomar em jejum. Ferver 1 fatia pequena de casca (fresca ou seca) em 1 xícara de água; tomar 2 xícaras ao dia, sendo uma em jejum. Macerar 6 fatias de casca em 1 litro de vinho branco por 5 dias. Coar e tomar 1 cálice antes das principais refeições. Toxicologia: não há restrições ao seu uso. 5.7 Cebola (Allium cepa L. - LILIACEAE) Indicações: vermífugo, diurético, expectorante, estomáquico, antibiótico, cosmético, para descalcificação e frieira. Propriedades: a cebola é ideal para bronquíticos, artríticos e reumáticos. Aplicadas diretamente sobre a pele, as placas carnosas da cebola cozida suavizam e embelezam e são recomendáveis em caso de acnes. O xarope de cebola é muito útil contra as afecções respiratórias. Comer uma cebola por dia é garantia de saúde. Parte utilizada: bulbo (cabeça) Forma farmacêutica: crua, suco fresco, xarope e cataplasmas. Preparação e posologia: aplica-se sobre a pele o suco fresco, que atua como um autêntico antibiótico para curar feridas, furúnculos, abcessos, rachaduras da pele e acne. O xarope, prepara-se com várias cebolas cortadas em rodelas com um pouco de água e bastante mel ou açúcar mascavo. Formar uma pasta homogênea e tomar as colheradas contra as afecções respiratórias. O gargarejo com caldo em que se cozeram as cebolas desinflamam a faringe e são muito úteis em caso de amigdalite. Ao friccionar o bulbo lavado nas frieiras, a dor cessa subitamente e, em poucos dias, as frieiras estão curadas. Toxicologia: não há restrições ao seu uso. 5.8 Cenoura ( Daucus carota L. – APIACEAE OU UMBELLIFERAE) Indicações: transtornos da visão, anemia, colecistite crônica, contusão Propriedades: a vitamina A encontrada na cenoura desempenha funções essenciais na retina, nos mecanismos da visão e bom estado da pele e das mucosas. A vitamina A também tem valor como preventivo de catarros nasais, faríngeos e bronquiais, pois, além de fortalecer as mucosas, aumenta as defesas. Devido aos diversos sais minerais que contêm, principalmente potássio e fósforo, tem ação remineralizante recomendada, especialmente, em casos de desidratação. Parte utilizada: raiz. Forma farmacêutica: crua, decocção e suco Preparação e posologia: crua, em saladas. Toma-se ½ a 1 copo de suco por dia, recém preparado, puro ou misturado com suco de limão ou de maçã. Para contusões preparar um decocto com 40 g de cenoura em 1 litro de água. Ferver por 10 minutos. Tomar 3 xícaras ao dia. Toxicologia: não há restrições ao seu uso. 5.9 Couve (Brassica oleracea L. – BRASSICACEAE OU CRUCIFERAE) Indicações: debilidade dos ossos, dores intercostais, fissura mamilar. Propriedades: todas as variedades de couve são antiescorbúticas e eficazes contra ataques de gota, prisão de ventre, tremores nos membros e fraqueza visual. As sementes acalmam cólicas. Parte utilizada: folhas frescas. Forma farmacêutica: suco, cataplasma. Preparação e posologia: 200-250 g de suco fresco das folhas para debilidade dos ossos. Para dores intercostais utilizar as folhas frescas, escaldar bem com ferro de passar roupa uma folha (após haver extraído a nervura mediana) e colocar sobre o local, por 2 horas. Para fissura mamilar lavar bem as folhas, reduzi-las a papa e aplicar localmente. Toxicologia: não há restrições ao seu uso. 5.10 Figo, Figueira (Ficus carica L. - MORACEAE) Indicações: feridas infectadas, abcessos dentários, prisão de ventre, faringite, gastrite, tosse seca ou irritativa, para eliminar calos e verrugas. Propriedades: os figos, tanto frescos como secos, ajudam a equilibrar a nossa dieta e a curar diversas doenças. Aplicados externamente os figos são resolutivos (favorecem a maturação de abcessos e inflamações) e cicatrizantes. O látex (leite) é utilizado para amolecer calos e eliminar verrugas. Para consegui-lo, são necessárias persistência e aplicação diária durante várias semanas. Também pode-se aplicar sobre as verrugas uma folha de figueira esmagada e quente. Parte utilizada: frutos, folhas, látex (leite). Forma farmacêutica: decocção, cataplasmas. Preparação e posologia: para uso interno, ferver 10 a 12 figos secos em um litro de água ou leite. Deixa-se ferver até que o líquido se reduza à metade. Para combater as afecções digestivas ou respiratórias ingerem-se 3 ou 4 xícaras diárias deste líquido, quente. Também se podem comer os figos cozidos. Para uso externo, tritura-se um punhado de figos frescos ou secos, coloca-se de molho e com a pasta resultante prepara-se uma cataplasma, que se aplica envolvida em um pano fino de algodão sobre a zona afetada. Deixa-se ficar durante o dia e retira-se à noite, lavando bem a pele. Também se pode aplicar diretamente um figo aberto ao meio. Toxicologia: são bastante ricos em açúcares, devendo ser evitado por diabéticos. 5.11 Feijão (Phaseolus vulgaris L. – LEGUMINOSAE PAPILIONOIDEAE) Indicações: diurético, antidiabético. Propriedades: as vagens secas são diuréticas e ativadoras do metabolismo de açúcar (glicose). São utilizadas principalmente para combater o excesso de ácido úrico (reumatismo, gota, eczemas e cálculos renais). Também é útil no tratamento da diabetes. Parte utilizada: vagens. Forma farmacêutica: decocção. Preparação e posologia: usam-se 100 g de vagens secas de feijoeiro em 1 litro de água. Ferver a decocção até reduzi-la à metade. Toma-se o líquido resultante ao longo do dia para reduzir os níveis de glicose. Toxicologia: não há restrições ao seu uso. 5.12 Goiaba, Goiabeira (Psidium guajava L. - MYRTACEAE) Indicações: diarréia, disenteria, estomatite, esgotamento físico, desnutrição, debilidade. Propriedades: a goiaba é uma das frutas mais ricas em vitamina C, tendo, algumas variedades, até 5 vezes mais desta vitamina que a laranja. Seus frutos também têm propriedades antiescorbúticas, remineralizante e tonificante. Parte utilizada: brotos, folhas, casca da raiz e frutos. Forma farmacêutica: decocção, bochechos e gargarejo. Preparação e posologia: a decocção se faz com 50 g de brotos, folhas e cascas da raiz por litro de água. Ingere-se uma xícara a cada 4 horas, até que a diarréia tenha cessado. Para esgotamento físico, desnutrição e debilidade comem-se os frutos frescos. Para estomatite, fazer bochechos ou gargarejo com a mesma decocção descrita para uso interno. Toxicologia: não há restrições ao seu uso. 5.13 Mandioca (Manihot esculenta Crantz Pohl EUPHORBIACEAE) Indicação: digestiva, emoliente e adstringente, Propriedades: a raiz da mandioca contém 40% de hidratos de carbono, principalmente amido; mas é bem pobre em proteínas e gorduras. Por isso, seu valor nutritivo é limitado e ela não deve, sozinha, constituir a base da alimentação. A tapioca, preparada à base de mandioca em forma de farinha, é de fácil digestão. Por isso, é recomendada em casos de gastrite, úlcera gastroduodenal, dispepsia e hipercloridria (excesso de acidez), sendo também conveniente em gastroenterites, diarréias e colites. Parte utilizada: o "tubérculo" (raiz) tostado ou cozido. Forma farmacêutica: trituração do "tubérculo" na presença de calor e cataplasmas. Preparação e posologia: para uso externo a tapioca pode ser aplicada em forma de cataplasma, com suco de limão, para amadurecer furúnculos, bolhas infectadas e abcessos. Também serve para curar lesões da erisipela. Toxicologia: a raiz da mandioca, se ingerida crua, produz uma intoxicação grave que pode levar à morte, pois contém glicosídeos cianogênicos que libertam o ácido cianídrico tóxico. Mas, felizmente, essa substância tóxica desaparece facilmente com o calor. 5.14 Rabanete (Raphanus sativus L. – BRASSICACEAE OU CRUCIFERAE) Indicações: sinusite, afecções hepatobiliares Propriedades: o seu consumo cru ou em suco é muito indicado em caso de hepatite, cirrose, degeneração do fígado originado por consumo de álcool e intoxicação hepática ou por produtos químicos. Tem propriedades mucolíticas (amolece a mucosa), expectorante e antibiótico. Parte utilizada: raiz fresca. Forma farmacêutica: suco fresco. Preparação e posologia: o suco fresco de raiz tuberosa, de 50 a 125 mL, 3 vezes por dia, antes das refeições e adoçado com mel ou açúcar mascavo, no tratamento respiratórias, de modo especial, nas sinusites. Toxicologia: não há restrições ao seu uso. das afecções 5.15 Romã, Romãzeira (Punica granatum L. PUNICACEAE) Indicações: inflamações da gengiva, leucorréia, gastroenterite, colite, faringite, amigdalite, vermífugo. Propriedades: a casca da romãzeira, especialmente da raiz, tem uma notável ação vermífuga. A casca do fruto e as membranas que o dividem internamente também proporcionam uma certa ação vermífuga. Parte utilizada: cascas do caule e especialmente da raiz, flores e frutos. Forma farmacêutica: maceração, infusão, bochechos, gargarejo, banhos de assento. Preparação e posologia: para expulsar os vermes macerar 60 a 90 g de cascas da raiz, secas, em meio litro de água, durante 24 horas. No dia seguinte, ferver em fogo brando até que o líquido fique reduzido à metade. Toma-se de manhã, em jejum, durante dois ou três dias. Para as crianças, basta utilizar 20-30 g de cascas de raiz. Convém tomar um chá laxante duas horas depois. Para gastroenterites, colites e diarréias, faz-se uma infusão com 20-30 g de flores por litro de água, podendo-se acrescentar a casca de uma romã por litro. Ingere-se uma colherada de hora em hora, enquanto durar a diarréia. Para afecções da garganta gargareja-se com a mesma infusão de flores e casca de romã. Para corrimentos vaginais fazer banho de assento com esta infusão bem filtrada. Toxicologia: não se deve administrar a casca da raiz da romãzeira a pessoas débeis ou nervosas, crianças lactentes ou mulheres grávidas. Não exceder as doses indicadas. 5.16 Salsa (Petroselinum sativum Hoffm. - APICEAE OU UMBELLIFERAE) Indicações: insuficiência cardíaca e renal, dismenorréias, convalescença, esgotamento físico, picadas de insetos, dores estomacais. Propriedades: a salsa é um remédio natural, além de importante complemento nutricional, pois é rico em vitaminas A e C. Pode ser confundida com a venenosa cicuta. Parte utilizada: folhas, frutos e raiz. Forma farmacêutica: infusão e cataplasmas. Preparação e posologia: para insuficiência cardíaca e renal, dismenorréias e convalescença, dores estomacais, prepara-se a infusão com 30 g de folhas por litro; 15 g de raízes picadas por litro; 2 a 5 g de frutos por litro. Tomar 1 xícara antes de cada uma das 3 refeições diárias. Para picadas de insetos, aplicam-se cataplasmas de folhas frescas esmagadas até formar uma pasta sobre a zona afetada. Toxicologia: as mulheres grávidas devem evitar ingerir salsa de forma abundante. 5.17 Serralha-De-Espinho, Cardo-Mariano (Silybum marianum Gaertn.- ASTERACEAE OU COMPOSITAE) Indicações: cirrose hepática, hepatite, insuficiência e congestões hepáticas e biliar, enxaquecas, nevralgias e reações alérgicas Propriedades: depurativa e desobstruente, a serralha-deespinho age contra as hepatites crônicas. Segundo alguns autores, a planta constitui também um ótimo fortificante do estômago, olhos e sistema nervoso. Parte utilizada: frutos, folhas e raiz. Forma farmacêutica: infusão, decocção. Preparação e posologia: utilizam-se 30 a 50 g de frutos esmagados ou triturados, a que se podem acrescentar folhas ou raízes. Tomam-se de 3 a 5 xícaras por dia para enxaquecas, nevralgias, esgotamento e reações alérgicas (rinite, urticária e asma). Para as afecções hepáticas e biliares utiliza-se a serralha sem os espinhos, em saladas ou refogadas, ou 50 g de raiz fervida 8 minutos em 1 litro de água. Tomar 3 xícaras ao dia. Toxicologia: não há restrições ao seu uso. 6 ALGUMAS PLANTAS MEDICINAIS NATIVAS OU CULTIVADAS NO MUNICÍPIO DE LAVRAS A utilização de plantas na prevenção e atenção primária à saúde pode constituir-se uma forma muito útil de alternativa terapêutica. Longe de negar a eficácia dos remédios e das técnicas cirúrgicas da medicina clássica, a fitoterapia faz parte dos recursos da medicina natural e está presente também na tradição da medicina popular e nos rituais de cura indígenas. Seus métodos são, de maneira geral, acessíveis e de aplicação; no entanto, ao contrário do que se pensa, a fitoterapia não constitui uma terapêutica simples. Não se deseja afirmar, com isso, que doenças simples não possam ser combatidas em casa, através desses métodos. Esta publicação não qualifica o leitor para a prática da fitoterapia, sendo apenas uma fonte de informações técnicas. 6.1 Alecrim, Alecrim-Dos-Jardins (Rosmarinus officinalis L. – LAMIACEAE OU LABIATAE) Indicações: mau-hálito, colecistite, cólica gástrica, contra cansaço físico e mental, reumatismo, tonificante Propriedades: é uma das plantas aromáticas mais difundidas e eficazes. É também estimulante da eliminação dos gazes do aparelho digestivo, aliviando a sensação de empanzinamento. Parte utilizada: folhas e flores. Forma farmacêutica: infusão, banhos, gargarejo. Preparação e posologia: a infusão para uso interno prepara-se com 20-40 g de folhas de alecrim por litro de água, devendo ser tomada duas a três vezes por dia para colecistite, cólica gástrica, cansaço físico e mental, reumatismo. Para um banho tonificante, acrescentar à água da banheira uma infusão com 80 a 100 g de folhas por litro de água. Gargarejo com uma infusão concentrada é indicado para mau-hálito. Toxicologia: em altas doses poderá ocasionar gastroenterites e nefrites, sendo contra-indicado para gestantes e indivíduos com distúrbios prostáticos e dermatológicos. 6.2 Arnica (Lychnophora pinaster Mart. – ASTERACEAE OU COMPOSITAE) Indicações: contusões, pancadas, torções, hematomas, desinfecção de machucados e picadas de insetos. Propriedades: é um excelente antiinflamatório de uso externo. Remédio tradicional para pancadas, contusões, entorses, hematomas e picadas de insetos. Parte utilizada: ramos com folhas e/ou inflorescência. Forma farmacêutica: cataplasmas, compressas, alcoolatura. Preparação e posologia: as cataplasmas preparam-se com 1 xícara de café da planta picada para 2 xícaras de café de água fervente. Deixar esfriar e aplicar diretamente nos locais afetados. As compressas preparam-se com 2 xícaras de café da planta picada para ½ litro de água fervente. Deixar esfriar e aplicar três vezes ao dia, por 15 minutos. Para se fazer a alcoolatura colocar 2 xícaras de chá de pedaços de ramos em 1 garrafa de vidro (mais ou menos 1 litro) e completar com álcool (de preferência álcool de cereais). Fazer uso após 24 horas do preparo. Passar 3 a 4 vezes ao dia nos locais afetados. Toxicologia: outra espécie de arnica (Arnica montana L. Asteraceae ou Compositae) quando ingerida internamente, tornase tóxica. Por isso, desaconselha-se seu uso interno. 6.3 Aroeira-Mansa (Schinus terebinthifolius Raddi ANACARDIACEAE) Indicações: sangramento nasal, diarréia, infecções cutâneas (edemas, eritemas, urticária e erisipela) Propriedades: devido aos seus efeitos adstringentes, as cascas são utilizadas contra diarréia e sangramento nasal. Parte utilizada: cascas e folhas. Forma farmacêutica: decocto. Preparação e posologia: para sangramentos nasais e diarréias, 1 colher de sopa da casca picada para 1 litro de água. Tomar de 3 a 4 colheres de chá por dia. Em afecções cutâneas, 1 colher de sopa de folhas picadas para 1 litro de água. Para vários locais afetados fazer o decocto de 2 a 3 vezes ao dia. Toxicologia: a aroeira de que estamos falando não deve ser confundida com as aroeiras bravas ou aroeiras brancas, que são extremamente cáusticas. O simples cheiro ou as partículas que delas se desprendem ao serem cortadas, ou sua seiva, ou a madeira seca, ou mesmo a terra em que crescem suas raízes, podem causar uma afecção cutânea semelhante à urticária, edema ou eritema. Para estes casos, as lavagens com o decocto das folhas da aroeira mansa são um remédio eficaz. 6.4 Arruda (Ruta graveolens L. - RUTACEAE) Indicações: fragilidade dos capilares sangüíneos, piolho, oxiúros (prurido anal e vaginal). Propriedades: planta indicada para tirar o sarro da nicotina. A planta toda possui um sabor fortemente amargo e é bem aromática, mesmo quando tocada de leve. Parte utilizada: planta inteira e florida. Forma farmacêutica: infusão, maceração, banho de assento. Preparação e posologia: para fragilidade dos capilares sangüíneos colocar, em 1 xícara de chá, 1 colher de sobremesa de folhas e flores picadas e adicionar água fervente. Abafar por 10 minutos e coar. Tomar 1 xícara de chá, 2 vezes ao dia. Para piolhos e lêndeas colocar em um pilão 2 colheres de sopa de folhas e flores picadas. Amassar bem, adicionar 1 xícara de chá de vinagre branco e misture. Deixar em maceração por 3 dias e coar. Aplicar no couro cabeludo, massageando suavemente. Deixar agir por 2 horas. Em seguida, lavar a cabeça com água morna e passar o pente fino. O paciente não deve se expor ao sol, pois pode provocar queimadura. Para oxiúros, colocar uma colher de sopa de folhas e flores picadas e 1 colher (sopa) de rizoma de confrei, em ½ litro de água em fervura. Desligar o fogo, esperar amornar e coar. Fazer banho de assento anal e vaginal. Repetir o tratamento diariamente, durante 1 semana. Toxicologia: o seu uso interno durante a gravidez e seu uso externo por pessoas com pele sensível é contra-indicado. 6.5 Assa-Peixe (Gochnatia barrosii Cabr. - ASTERACEAE OU COMPOSITAE) Indicações: tosses, debilidade geral. Propriedades: possui propriedades balsâmicas, expectorante e hemostáticas, constituindo um medicamento muito eficaz nas gripes. Parte utilizada: ramos com folhas. Forma farmacêutica: banho. Preparação e posologia: preparam-se 3 xícaras de chá de ramos com folhas picadas para 1 litro de água fervente. Deixar esfriar para diluir na água do banho. Banhos de, no mínimo, 20 minutos uma ou duas vezes ao dia. Toxicologia: sem referências bibliográficas. 6.6 Bálsamo (Cotyledon orbiculata L. - CRASSULACEAE) Indicações: emoliente, usado em inflamações gastrointestinais e da pele, cicatrizante. Propriedades: é uma planta ornamental utilizada também como medicinal devido suas propriedades emolientes e cicatrizantes. Seu constituinte químico principal são as mucilagens. Parte utilizada: folhas. Forma farmacêutica: suco, cataplasma. Preparação e posologia: como cicatrizante aplicar sobre a forma de cataplasma no local afetado. Nas inflamações gastrointestinais preparar um suco com 10 folhas de bálsamo batidas no liquidificador com 1 copo de leite. Tomar ½ copo, 3 vezes ao dia, diariamente. Toxicologia: sem referências bibliográficas. 6.7 Boldo (Peumus boldus- Molina - MONIMIACEAE) Indicações: afecções das vias biliares, dispepsia, náuseas, constipação intestinal e ansiedade. Propriedades: esta planta tem propriedades tônicas e excitantes, o que, em decocções constitui medicamento especialmente indicado nas afecções das vias biliares e do estômago. Parte utilizada: caule e folhas. Forma farmacêutica: decocção. Preparação e posologia: para as indicações acima ferver 15 g de folhas de boldo em um litro de água, por 2 minutos. Coar, adoçar e beber duas xícaras por dia. Toxicologia: é totalmente contra-indicado nos casos de insuficiência hepática. Em doses elevadas poderá ocasionar vômitos, náusea e quadros diarréicos. 6.8 Bolsa-De-Pastor (Zeyheria montana Mart. BIGINONIACEAE) Indicações: afecções da pele. Propriedades: apresenta atividade antibacteriana e significativa ação antinflamatória. Parece ter atividade anti-tumoral. Parte utilizada: parte interna da casca da raiz ou do caule. Forma farmacêutica: infusão ou decocção. Preparação e posologia: 1 xícara da casca da raiz ou do caule picados para um litro de água. Tomar 3 a 4 xícaras de chá ao dia. Toxicologia: sem referências bibliográficas. 6.9 Camomila (Matricaria chamomilla L. – ASTERACEAE OU COMPOSITAE) Indicações: antiálgico, antiespasmódico, antinflamatório, antiséptico, emenagogo, eupéptico, sedativo, tônico. Propriedades: o traço mais característico dessa planta é o intenso aroma que exala de todas as suas partes. Esta planta contém azuleno, um óleo essencial. Ao adquirir a camomila é importante verificar o teor de azuleno, pois sua ausência descaracteriza a planta. Possui cheiro aromático e penetrante. Parte utilizada: inflorescência (flores) Forma farmacêutica: infusão, compressa. Preparação e posologia: uso interno: em uma xícara de chá, colocar uma colher de chá de flores e adicionar água fervente. Abafar por 10 minutos e coar. Tomar 1 xícara 3 vezes ao dia. Uso externo: colocar 1 colher de sopa de flores em uma xícara de café de óleo de cozinha. Levar ao fogo, em banho-maria, durante 3 horas coar e espremer o resíduo. Usar morno para fazer massagens delicadas no local afetado, 2 vezes ao dia. No caso de dor de ouvido, pingar 2 gotas no ouvido dolorido, fazendo um tampão com um chumaço de algodão. Toxicologia: ingerir apenas entre as refeições. Nas doses recomendadas não há restrições ao seu uso. 6.10 Capuchinha, Chagas (Tropaeolum majus L. TROPAEOLACEAE) Indicações: infecções cicatrizante, revigorante das do vias respiratórias cabelo, regulador e urinárias, menstrual, salmonelose, afrodisíaco. Propriedades: a imensa maioria dos antibióticos usados na terapêutica é produzido por fungos ou bactérias. A capuchinha é uma das poucas plantas superiores conhecidas, capazes de produzir uma substância natural de ação antibiótica, que apresenta a vantagem de não destruir a flora bacteriana normal e não provocar reações alérgicas, tão freqüentes com uso de outros antibióticos. No aparelho respiratório, além da atividade antibiótica, apresenta atividade mucolítica e descongestionante. Parte utilizada: folhas, flores e frutos. Forma farmacêutica: infusão, decocção, banho de assento, alcoolatura. Preparação e posologia: contra as infecções respiratórias e urinárias e efeito afrodisíaco faz-se uma infusão ou decocção com 30 g de flores, folhas e frutos por litro de água. Bebe-se uma xícara de 4 em 4 horas. Para regular a menstruação fazer um banho de assento com um punhado de flores ou de frutos por litro de água. O banho tem de ser quente. Como revitalizante do cabelo e cicatrizante, prepara-se uma alcoolatura triturando 100 g de folhas, flores e sementes frescas, deixando-as macerar, em meio litro de álcool comercial durante duas semanas. Pode-se acrescentar à maceração uma colherada de alecrim. Filtra-se e esfrega-se energicamente o líquido obtido no couro cabeludo. Toxicologia: não há restrições ao seu uso. 6.11 Carqueja (Baccharis trimera L. – ASTERACEAE OU COMPOSITAE) Indicações: anti-febril, anti-reumática, cálculos biliares, colagoga, diabete, estomáquica, obesidade e obstruções do fígado, antihelmíntica e doenças do couro cabeludo. Propriedades: devido a sua propriedade desobstruente, depurativa e diurética, a carqueja presta bons serviços também em casos de gota, icterícia e má circulação do sangue. Parte utilizada: planta toda, fresca ou seca. Forma farmacêutica: decocto, infuso. Preparação e posologia: para atividade anti-febril, anti- reumática, cálculos biliares, colagoga, diabete, estomáquica, obesidade e obstruções do fígado, prepara-se 1 xícara de chá da planta picada para 1 litro de água. Tomar de 4-5 xícaras de chá ao dia, preferencialmente antes das refeições e ao deitar-se. Para atividade anti-helmíntica amassar (planta fresca) ou triturar (planta seca) 1 xícara de café da planta com 1 dente de alho e acrescentar 2 xícaras de chá de água fervente. Tampar e deixar esfriar. Coar e tomar em jejum 1 colher de sopa durante 7 dias. Para doenças do couro cabeludo preparar o decocto com 1 xícara de chá da planta picada para 1 litro de água. Passar 1 vez ao dia no couro cabeludo por, no mínimo, 15 minutos, durante 5 ou 7 dias. Toxicologia: sem referências bibliográficas. 6.12 Cicuta-Maior, Funcho Selvagem (Conium maculatum L. - APIACEAE OU UMBELLIFERAE LAMIACEAE OU LABIATAE) Indicações: dores insuportáveis e persistentes. Propriedades: é uma planta considerada tóxica, por isso seu uso deve ser muito restrito. Seus efeitos farmacológicos são muito acentuados e com pequenas doses já se produzem efeitos tóxicos. Uma forma de identificá-la é pelo desagradável odor de urina que exala. Parte utilizada: frutos. Forma farmacêutica: pó. Preparação e posologia: trituram-se os frutos secos da cicuta em forma de pó, que se dissolve em água. A dose máxima diária tolerável para os adultos é de 1 g de frutos, devendo ser distribuida 4 vezes ao dia em doses de 0,25 g. Toxicologia: no período entre meia a duas horas depois de ingerida uma dose tóxica produz ardor na boca, dificuldade de engolir, náuseas, dilatação da pupila e fraqueza nas pernas. Se a dose for maior, produz paralisia muscular e morte por parada respiratória e asfixia. Apesar de tudo, não se perde a consciência e mantém-se a lucidez até o último momento. Sempre que houver suspeita de ingestão de cicuta, deve-se provocar o vômito, se possível, fazer uma lavagem estomacal, administrar purgantes e carvão vegetal. Praticar respiração artificial boca a boca se o intoxicado tiver dificuldade para respirar. É necessário proceder à imediata transferência do doente para um centro hospitalar. 6.13 Confrei (Symphytum offinale – L. - BORAGINACEAE) Indicações: úlceras varicosas, feridas, cortes, queimaduras, fraturas ósseas, contusões, hematomas. Propriedades: seu uso é conhecido desde a Grécia antiga e seu nome botânico, Symphytum, deriva de symphiô que significa “eu reino”, em alusão à propriedade de consolidar e soldar os ossos fraturados e cicatrizar feridas, isto por estimular a divisão celular. Parte utilizada: folha e rizoma (caule subterrâneo). Forma farmacêutica: suco. Preparação e posologia: para qualquer uma das indicações citadas, colocar em pilão 1 colher de sopa de folhas frescas fatiadas ou do rizoma e ½ copo de água. Amassar bem e coar em um pano. Aplicar em compressas no local afetado durante 1 semana. É essencial que o local das úlceras varicosas, feridas, cortes, queimaduras seja lavado previamente e limpo com mel antes da aplicação da compressa. Toxicologia: esta planta possui algumas indicações para uso interno, porém está provado cientificamente que ela provoca tumores (câncer) em ratos. Por este motivo não recomenda-se seu uso interno. 6.14 Erva-Cidreira, Melissa (Melissa officinalis L. – LAMIACEAE OU LABIATAE) Indicações: tensão, excitação, ansiedade, cefaléia provocada por stress, depressão, insônia, cólicas menstruais e abdominais, enjôos, vômitos. Propriedades: há séculos é recomendada para aliviar dores menstruais. É muito indicada em casos de stress e depressão nervosa, graças ao seu efeito sedativo suave e equilibrador do sistema nervoso. Parte utilizada: folhas e flores. Forma farmacêutica: infusão. Preparação e posologia: para todas as indicações acima fazer uma infusão com 20 a 30 g das partes da planta por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 xícaras por dia. Toxicologia: tem essência ligeiramente tóxica. Mesmo em pequenas doses poderá causar entorpecimento e diminuição da freqüência cardíaca. Em casos graves pode causar parada cardíaca e respiratória. 6.15 Funcho, Erva Doce Foeniculum vulgare (Mill). Gaerntn. APIACEAE OU UMBELLIFERAE Indicações: antiespasmódico, conjuntivite, galactagogo, digestivo, impotência sexual. Propriedades: é um excelente carminativo, pois estimula os movimentos peristálticos do intestino. Facilita a digestão e o esvaziamento do estômago. Parte utilizada: sementes e raízes. Forma farmacêutica: infusão, banhos oculares. Preparação e posologia: para se preparar a infusão usa-se 1 colher de sobremesa de sementes por xícara de água. Tomam-se 3 a 4 xícaras por dia, depois das refeições (para as cólicas como galactagogo e facilitador da digestão). Externamente, utiliza-se em lavagens ou banhos oculares uma infusão, igual a usada internamente, contra conjuntivites crônicas. Para tratamento de impotência sexual faz-se um decocto com 40 g de raízes. Ferver por 8 minutos. Tomar 3 xícaras ao dia. Toxicologia: não ultrapassar as doses indicadas, pois pode causar convulsões. Deve ser evitado por gestantes. 6.16 Girassol (Helianthus annuus - L. ASTERACEAE OU COMPOSITAE) Indicações: intermitentes, anti-gripal, contusões, expectorante, escoriações, diurético, febres úlceras, feridas, inapetência. Propriedades: o óleo de semente de girassol produzido industrialmente é indicado para regularizar o colesterol, nos casos de endurecimento das artérias e na esclerose múltipla. A "semente" torrada e moída sob a forma de farinha é um excelente tônico e muito nutritiva, principalmente para as crianças. Considera-se como um filé vegetal. Parte utilizada: folha, flor e fruto (semente). Forma farmacêutica: alcoolatura, compressa. Preparação e posologia: para uso interno em gripes, peito cheio, febres intermitentes, afecções estomacais e diurético colocar 2 colheres de sopa de folhas fatiadas em uma xícara de chá de álcool de cereais a 60%. Deixar em maceração por 8 dias, em local quente. Coar e armazenar em um vidro escuro. Tomar 1 colher de café, diluído em um pouco de água, 2 vezes ao dia. Para uso externo em contusões, escoriações, úlceras e feridas, aplicar o macerado acima na parte afetada, com um chumaço de algodão, até a completa cicatrização. Para abrir o apetite das crianças misturar uma colher das de sobremesa de frutos (sementes) com uma colher de sobremesa de mel e amassar. Comer antes das principais refeições. Toxicologia: dentro das doses recomendadas não há restrições ao uso. 6.17 Guaco (Mikania smilacina DC.– ASTERACEAE OU COMPOSITAE) Indicações: tosses rebeldes, bronquites e coqueluches, febre, paludismo, gota, reumatismo e sífilis. Propriedades: tem efeito broncodilatador útil no tratamento das crises de asma, da tosse, bronquite e do chiado no peito com cansaço, sem causa aparente. Parte utilizada: planta toda. Forma farmacêutica: decocto ou infuso, xarope. Preparação e posologia: o decocto ou infuso prepara-se com 1 xícara de café da planta toda picada para 1 litro de água. Tomar aos goles durante o dia o equivalente a 1 xícara de chá (febre, paludismo, gota, reumatismo e sífilis). Para tosses rebeldes, bronquites e coqueluches, preparar o xarope, macerando 2 xícaras de chá de caules e folhas. Diluir em 1 xícara de água filtrada e fervida. Peneirar e misturar em 1 xícara de chá de mel. Tomar de 4 a 6 colheres de sobremesa do xarope ao dia. Toxicologia: pode causar vômitos e diarréias quando usado em excesso. 6.18 Guiné (Petiveria alliacea L. PHYTOLACCACEAE) Indicações: dores de cabeça e reumáticas. Propriedades: externamente, funciona como analgésico nas dores de cabeça e reumáticas, além de acalmar as dores de dente. Parte utilizada: folhas. Forma farmacêutica: cataplasma. Preparação e posologia: aplicar as folhas machucadas de ervaguiné, em forma de cataplasma sobre a região afetada. Toxicologia: desaconselha-se totalmente o uso interno dessa planta, sobretudo a raiz, por ser bastante tóxica. 6.19 Hortelã (Mentha spicata L. – LAMIACEAE OU LABIATAE ) Indicações: estomacal, digestiva, azia, gastrite, gazes estomacais. Propriedades: usa-se como analgésico estomacal e intestinal, como refrescante digestivo (para expulsão de gazes intestinais, cólicas estomacais e intestinais, azia e gastrite) e estimulante das funções cardíacas. Parte utilizada: folhas e flores. Forma farmacêutica: infusão e maceração. Preparação e posologia: preparar uma infusão com 1 colher de sopa de folhas picadas. Tomar 1 xícara entre as principais refeições. Macerado: 2 colheres de sopa de folhas e flores em 1 copo de álcool de cereais; deixar macerar por 8 dias, adoçar e tomar 1 cálice antes das principais refeições. Toxicologia: dentro das doses recomendadas, não há restrições ao seu uso. 6.20 Jurubeba (Solanum paniculatum L. - SOLANACEAE) Indicações: problemas de fígado e estômago, inflamações do baço e bexiga, tônico e contra tumores internos, principalmente de abdômen e útero. Propriedades: todas as espécies de jurubeba detêm as mesmas propriedades terapêuticas. O suco da jurubeba possui propriedades diuréticas, desobstruentes, tônicas, febrífugas e colagogas. Parte utilizada: raiz, folhas e frutos. Forma farmacêutica: suco e infuso. Preparação e posologia: o suco é utilizado para problemas do fígado, estômago, inflamações do baço e bexiga, prepara-se com uma 1 xícara de chá de frutos maduros para 1 litro de água. Pode-se adoçar com mel. Tomar de 3 a 4 copos de suco ao dia. O infuso para tumores é preparado com 1 xícara de chá das partes vegetais picadas (raiz, folhas e frutos) para 1 litro de água. Tomar 3 xícaras de chá ao dia. Toxicologia: não recomenda-se seu uso prolongado, em virtude da quantidade de alcalóides e esteróides que contém. 6.21 Losna (Artemisia absinthium L. - ASTERACEAE OU COMPOSITAE) Indicações: anorexia, convalescença digestiva, vermífugo. Propriedades: possui um óleo essencial muito ativo e tóxico. Possui também propriedades anti-sépticas e tônica. Parte utilizada: sumidades floridas e folhas. Forma farmacêutica: vinho. Preparação e posologia: para anorexia, macerar durante 1 semana 40 g de folhas e de flores secas em 60 g de aguardente a 28º, adicionar 1 litro de bom vinho branco. Deixar repousar durante 1 semana, coar e engarrafar. Tomar 1 copo pequeno antes das refeições. Em caso de convalescência, macerar durante 4 dias 5 g de raiz de genciana e 20 g de sumidades floridas de losna em 1 litro de vinho tinto e coar. Tomar antes das refeições principais 1 copo pequeno. Para facilitar a digestão macerar durante 2 semanas, mexendo de vez em quando 40 g de folhas de losna secas, filtrar e adicionar 500 g de xarope comum. Tomar 1 copo pequeno após as refeições principais. Contra os áscaris (tipo de verme intestinal), preparar uma infusão com 5 g de sumidades floridas para 1 litro de água fervente. Infudir por 10 minutos. A dose para adulto é uma xícara em jejum, 3 dias por mês, durante 3 meses. Toxicologia: nunca se deve prolongar o seu uso. As doses elevadas provocam graves intoxicações, manifestam-se convulsões tetânicas e perturbações psíquicas com alucinações. Não tomar durante a gravidez, pois causa malformações fetais. 6.22 Maracujá (Passiflora alata Dryand PASSIFLORACEAE) Indicações: calmante. Propriedades: em 1867 estudos demonstraram o grande interesse do maracujá para a medicina como sedativo e antiespasmódico. Esta planta não tóxica pode ser de grande utilidade para determinadas intoxicações, como alcoolismo ou amorfinomania. Pode ser utilizada em estados de ansiedade, nervosismo e insônia, perturbações nervosas da menopausa, normalizador de pressão arterial. Externamente é indicada para hemorróidas, reumatismo, inflamações cutâneas e erisipela. Parte utilizada: folhas, frutos. Forma farmacêutica: infusão, suco. Preparação e posologia: o suco é preparado com o arilo que recobre a semente. O chá é preparado com 1 colher de sopa de folhas picadas para 1 xícara. Tomar 2 xícaras ao dia, sendo uma à noite, antes de deitar. Para uso externo utilizam-se 2 colheres de folhas picadas para 1 xícara de água, aplicando-se nas partes afetadas com algodão ou gaze. Toxicologia: seu uso é contra-indicado para os portadores de pressão baixa (hipotensão). 6.23 Marcela, Marcelinha (Achyrocline satureioides DC. – ASTERACEAE OU COMPOSITAE) Indicações: anti-emética, estomáquica e calmante. Propriedades: usa-se para congestões, cólicas, diarréia e perturbações gástricas. O chá também é sudorífico, diminui a taxa de colesterol, libera a menstruação e é antiinflamatório. O banho elimina toxinas e manchas da pele. Parte utilizada: folhas e flores frescas ou secas. Forma farmacêutica: decocto ou infuso. Preparação e posologia: 1 xícara de chá de folhas e/ou flores para 1 litro de água. Tomar de 3-4 xícaras de chá ao dia. Toxicologia: sem referências bibliográficas. 6.24 Melão-De-São-Caetano CUCURBITACEAE) Indicações: anti-leucorréica, (Memordica charantia L. - emenagogo, vermífugo, anti- diabético, nas dermatoses, sarnas e hemorróidas. Propriedades: além de regularizar o fluxo menstrual e combater a leucorréia, as folhas do melão-de-são-caetano aliviam as cólicas intestinais e, transformadas em suco, agem contra a sarna. A polpa das sementes misturadas com vaselina converte- se numa pomada, excelente para fazer supurar tumores, furúnculos e abcessos. Parte utilizada: folhas secas ou frescas, frutos. Forma farmacêutica: infuso, compressas, cataplasma e banho de assento. Preparação e posologia: o infuso é preparado com 1 colher de sopa de folhas picadas para 1 litro de água. Tomar 2 xícaras de chá ao dia, preferencialmente, 1 xícara em jejum pela manhã (leucorréia, menstruação difícil, vermes e nas diabetes). Nas dermatoses e sarnas fazer compressas ou cataplasmas macerando 1 xícara de café de folhas frescas e diluindo em 1 litro de água previamente fervida. Aplicar nos locais afetados 2 a 3 vezes ao dia. Nas hemorróidas preparar 1 xícara de café de frutos maduros para 1 litro de água fervente. Deixar em repouso por 2 horas. Diluir mais 1 litro de água e tomar de 1 a 2 banhos de assento por dia. Toxicologia: sem referências bibliográficas. 6.25 Mentrasto (Ageratum conyzoides L. - ASTERACEAE OU COMPOSITAE ) Indicações: cólicas menstruais, reumatismo, artrose, tônico. Propriedades: popularmente esta planta era usada em banhos pelas parturientes, para facilitar o trabalho de parto. Possui propriedades antiinflamatórias, emenagogas, febrífugas e carminativas. Parte utilizada: a planta toda. Forma farmacêutica: infusão e decocção. Preparação e posologia: para cólicas menstruais preparar 1 infusão com 1 xícara de café da planta seca picada em ½ litro de água. Tomar 1 xícara de chá de 4 em 4 horas. Para reumatismo e artrose, cozinhar a planta inteira e colocar o chá morno em uma vasilha, mergulhar os pés ou as mãos durante 20 minutos 2 vezes ao dia. Usá-lo sobre a forma de compressa, 2 vezes ao dia. Toxicologia: o uso interno, dentro das doses indicadas, não tem contra-indicações. 6.26 Picão (Bidens pilosa L. - ASTERACEAE OU COMPOSITAE) Indicações: icterícia, hepatite, diurético, anti-séptico. Propriedades: tem propriedades diurética e carminativa. Usada ainda contra diabetes, disenteria e, externamente, contra micoses. Parte utilizada: planta toda. Forma farmacêutica: infusão, banho. Preparação e posologia: para uso interno nas afecções hepáticas ou como diurético preparar uma infusão com 1 xícara de café da planta picada em ½ litro de água. Toma-se 1 xícara de chá a cada 4 horas. O banho com o infuso é recomendado. Toxicologia: sem referências bibliográficas. 6.27 Pita, Piteira ( Agave americana L. - AGAVACEAE) Indicação: depurativa, estomacal, vulnerária, diurética. Propriedades: a esta planta se deve o efeito depurativo que a raiz e as folhas exercem sob o sangue, razão pela qual se usam com bons resultados em casos de edemas e retenção de líquidos. É usada também em doenças infecciosas e transtornos digestivos. Parte utilizada: folhas, raiz. Forma farmacêutica: infusão, compressas. Preparação e posologia: a infusão prepara-se com 30 g de raiz ou de folhas secas trituradas em 1 litro de água, da qual se bebe 1 xícara de chá por dia tomando-se aos goles de tempo em tempo. Externamente, o sumo ou seiva que emana do caule é vulnerário e cicatrizante. Aplica-se em compressas sob contusões e feridas da pele. Toxicologia: não há restrições ao seu uso. 6.28 Poejo (Mentha pulegium Luce- LAMIACEAE OU LABIATAE) Indicações: afecções bucais (feridas, sapinho, aftas) e tosses (expectorante e protetor de mucosa). Propriedades: esta planta é uma espécie de menta que se diferencia das outras por possuir odor mais forte. O sumo de suas folhas frescas serve para afugentar pulgas. Parte utilizada: ramo florido e folha. Forma farmacêutica: infusão e decocção. Preparação e posologia: para afecções bucais coloca-se 1 colher de sopa de folhas e flores picadas em 1 xícara de chá de água em fervura. Deixar ferver por 5 minutos, desligar o fogo e abafar por 15 minutos. Coar e adicionar 1 colher de chá de bicarbonato de sódio. Fazer bochechos de 2 a 3 vezes ao dia. Para tosses colocar em 1 xícara de chá, 1 colher de sopa de folhas e flores picadas, 1 colher de sopa de quiabo bem fatiado e adicionar água fervente. Abafar por 10 minutos, coar e adoçar com um pouco de mel. Tomar 1 xícara de chá de 1 a 3 vezes ao dia. Para crianças, dá-se somente a metade da dose. Toxicologia: seu uso interno, dentro das doses indicadas não tem contra-indicação. 6.29 Quebra-Pedra (Phyllanthus Cordovadensis Muell . EUPHORBIACEAE) Indicações: diurética, fortificante do estômago, aperiente, cistite, antiinfeccioso das vias urinárias. Propriedades: ação analgésica e relaxante muscular de seus alcalóides ajudam na expulsão dos cálculos renais, por atuar no relaxamento dos ureteres. Parte utilizada: planta toda. Forma farmacêutica: infusão e decocção. Preparação e posologia: para qualquer das indicações acima, preparar uma infusão com 1 xícara de café da planta fresca picada em ½ litro de água. Tomar 1 xícara de chá 6 vezes ao dia. Como relaxante dos ureteres cozinham-se 2 plantas inteiras em ½ litro de água por 10 minutos. Tomar aos poucos o preparado durante o dia. Suspender por 2 semanas o uso do decocto, após 10 dias de uso contínuo. Toxicologia: quando usada em dosagens recomendadas, age como purgativa e/ou abortiva. acima das 6.30 Tanchagem (Plantago major Benth. ex Barn. – PLANTAGINACEAE ) Indicações: afecções respiratórias, da boca, garganta, digestivas, oculares, hemorróidas, úlceras varicosas e feridas que não cicatrizam, queimaduras, picadas de insetos. Propriedades: fluidificam as secreções, facilitam a sua eliminação, desinflamam a mucosa bronquial e acalmam a tosse. Tem um amplo efeito antiinflamatório e anti-séptico, indicado para catarros brônquicos, estomatite, faringite, amigdalite, colite, conjuntivite, dentre outras inflamações. Parte utilizada: planta inteira. Forma farmacêutica: decocção, compressas, cataplasmas. Preparação e posologia: nas afecções respiratórias e digestivas faz-se um decocto com 20 a 30 g de folhas e/ou raiz por litro de água, que se deixa ferver por 3 a 5 minutos. Bebem-se de 3 a 5 xícaras diárias. Para as afecções da boca, garganta, oculares e hemorróidas utiliza-se uma decocção preparada com 50 a 100 g por litro de água, utilizando-se em gargarejos, lavagens dos olhos, compressas sobre a pele ou feridas, banhos de assento. As compressas de folhas são feitas lavando-se previamente as folhas e escaldando-as com água fervente durante um minuto, para desinfetá-las. As que serão aplicadas sobre as úlceras, feridas, queimaduras e picadas de insetos não devem ser manipuladas com os dedos, mas sim com pinças esterilizadas. Fixam-se por meio de uma atadura, sendo necessário substituílas duas ou três vezes por dia. As cataplasmas são feitas cozendo-se as folhas esmagadas e utilizadas para picadas de insetos. Toxicologia: sem referências bibliográficas. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, F.J.A. Farmácias Vivas. Edições UFC. Universidade Federal do Ceará. Fortaleza-CE. 179p. 1994. ALBURQUERQUE, S.M. Plantas Medicinais de Uso Popular. Ministério da Educação. Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior. Brasília-D.F. p. 96. 1989. AS PLANTAS CURAM. A Verdade Presente. Editora Missionária. São Paulo-S.P. BRANDÃO, M. Plantas medicamentosas de uso popular dos cerrados mineiros. Daphne, Belo Horizonte, v.3, n.4, p. 11-20, 1993. CORREA, A.D. et al. Plantas Medicinais do cultivo à terapêutica. Ed. Vozes. Petrópolis. 246p. Rio de Janeiro. 1998. DISASI, L.C. Plantas medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo interdisciplinar. Editora UNESP. São Paulo. 1996. 230p. ENCICLOPÉDIA DAS PLANTAS MEDICINAIS. Plantas Mágicas. Editora Planeta. São Paulo- S.P., p. 806. 1998. ENCICLOPÉDIA DAS PLANTAS QUE CURAM. A natureza a serviço de sua saúde. Grupo de Comunicação Três S/A. São Paulo, v.1 e 2, p. 500. 1996. FRANCO, I.J. Ervas e Plantas. A medicina dos simples. Livraria Vida Ltda. Erexim. Rio Grande do Sul. 177p. GAVILANES, M.L.; PINTO, J.E.B.P.; RADAIK, P.H.; CASTRO, E.M. Levantamento etnobotânico e florístico de plantas medicinais do município Informações preliminares. de Lavras, Minas Gerais. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.2, n.1, 1999 (no prelo). GAVILANES, M.L.; BRANDÃO, M. Plantas medicinais na área do Poço Bonito, Município de Lavras, Minas Gerais. In: SEMINÁRIO MINEIRO DE PLANTAS MEDICINAIS, 2, Lavras, 1996. Resumos... Lavras, UFLA, 1996. p. 23. GAVILANES, M.L.; BRANDÃO, M.; CARDOSO, C. Plantas daninhas cujas raízes, bulbos e rizomas são empregadas na medicina popular. Daphne, Belo Horizonte, v.3, n.1., p. 14-19, 1993. GRUPO ENTRE FOLHAS. Plantas Medicinais. Curso de Plantas Medicinais. Viçosa. 1 ed. 42p., 1995. OLIVEIRA, F. et al. Farmacognosia. Atheneu. São Paulo. 412p. 1991. PANIZZA, S. Plantas que curam. São Paulo, IBRAZA, 1997. 279 p. POLUNIN, M. Alimentos que curam. Um guia prático de alimentos essenciais para a boa saúde. Editora Marco Zero. São Paulo-S.P. p. 30-36, 43, 60-61, 69, 72. 1997. 8 - GLOSSÁRIO Abscessos: acumulação de pus numa cavidade do corpo. Amorfinomania: dependência da morfina e seus derivados. Anorexia: perda do apetite, inapetência. Aperientes: quando abrem o apetite. Arilo: tegumento de certas sementes. Arteriosclerose: endurecimento das artérias. Artrite: inflamação das articulações. Artrose: afecção crônica degenerativa das circulações. Atonia hepatobiliar: falta de vigor no fígado e na vesícula biliar. Balsâmico: que contém substâncias como resinas, essências e óleos de ação suavizante sobre o aparelho respiratório e sobre a pele. Béquico: que acalma a tosse devida a ardor ou irritação da garganta. Calicida: que, em ‘aplicação local’, permite ou facilita a eliminação dos calos e calosidades da pele. Carminativo: que favorece a expulsão dos gases produzidos pelas fermentações intestinais. As plantas carminativas são geralmente ricas em ‘essências aromáticas’. Colagogo: que facilita o esvaziamento, para o duodeno, das bílis contida na vesícula biliar. Colecistite: inflamação da vesícula biliar. Colerético: que aumenta a quantidade de bílis segregada pelo fígado, o que facilita a digestão das gorduras. Colites: inflamação do cólon. Desinteria: inflamação dos intestinos de que resultam evacuações dolorosas ou hemorrágicas, diarréia. Desobstruente: agente que combate as obstruções intestinais e hepáticas. Dismenorréia: menstruação difícil e dolorosa. Dispepsia: má digestão. Dispepsia fermentativa: perturbações do tubo digestivo, quer de origem gástrica, quer de origem intestinal, que se manifestam em dificuldade para digerir. Eczemas: doença da pele, quase sempre de decurso lento, produzindo pústulas e comichão mais ou menos intensa. Emenagogo: que provoca ou facilita o aparecimento das regras ou menstruação. Emético: que provoca o vômito com uma finalidade terapêutica (curativa). Emoliente: medicamento próprio para amolecer, abrandar uma inflamação. Eritema: estado de vermelhidão congestiva da pele, localizado ou generalizado, ligado a processo de vasodilatação, capaz de desaparecer pela compressão digital. Esclerose: doença degenerativa crônica, que geralmente pode levar à invalidez. Escorbuto: doença produzida pela falta de vitamina C. Escoriações: ligeira esfoladura que atinge a epiderme, ferimento. Erisipela: doença infecciosa, devido a um estreptococo e caracterizada por inflamação da pele que atinge sobretudo a derme. Eritema: congestão cutânea que dá lugar à vermelhidão da pele. Espasmódico: que impede os espasmos dos órgãos ocos, como o estômago, a vesícula biliar ou a bexiga. Espermatorréia: derramamento involuntário de esperma. Eupéptico: que facilita a digestão. Febrífugas: que produz abaixamento da temperatura corporal. Galactagogo: que favorece a secreção de leite nas mulheres que amamentam. Galênica: diz-se das preparações farmacêuticas que contêm um ou vários compostos orgânicos, geralmente de origem vegetal, em oposição às preparações de substâncias químicas puras. Gastrenterite: inflamação simultânea do estômago e intestinos. Gastroenterites: o mesmo que gastrenterite. Hepatobiliar: referente ao fígado e vesícula biliar. Hepatoprotetora: agente protetor do fígado. Hipertrofia prostática: aumento de tamanho da próstata. Hipocolesterolemiante: substâncias que reduzem a taxa de colesterol no sangue. Hipocondria: condição crônica caracterizada por um receio mórbido pela saúde, muitas vezes associado com uma doença imaginária e melancolia mais ou menos pronunciada. Hipoglicemiante: que diminui a concentração de glicose no sangue. Hipolipemiante: que faz descer o nível de lipídios (gorduras) no sangue. Hipotensor: que provoca uma queda da pressão arterial. Icterícia: síndrome resultante de uma alteração do sangue por absorção da bílis e que se caracteriza por amarelidão anormal da pele, das escleróticas e das urinas. Inapetência: falta de apetite. Leucorréia: corrimento esbranquiçado proveniente dos órgãos genitais da mulher. Nefrites: inflamação dos rins. Nevralgia: sintoma caracterizado por dor no trajeto de um nervo e suas ramificações, sem alteração aparente da parte dolorida. Paludismo: o mesmo que febres intermitentes. Prostatite: qualquer inflamação da próstata. Reumatismo: nome genérico de diversas afecções caracterizadas por inflamação dolorosa das estruturas do tecido conjuntivo. Salmonelose: infecções causadas pela bactéria Salmonela sp. Vulnerário: que favorece a cicatrização das feridas e a cura das contusões.