1 REEDUCAÇÃO ALIMENTAR EM PACIENTES QUE REALIZAM CIRURGIA BARIÁTRICA GT10 PRÁTICAS INVESTIGATIVAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR Jaqueline Lima (Unit/[email protected]), Nutrição. Maria Balbina de Carvalho Menezes (Unit/ [email protected]), Orientadora. RESUMO O artigo apresentado discute a relação entre Cirurgia Bariátrica e a Reeducação Alimentar. Trata-se de um produto acadêmico resultante da produção do conhecimento teórico sobre a questão, através da disciplina Práticas Investigativas UNIT e que objetiva apresentar discussões sobre a importância da intervenção de equipes multidisciplinar junto a pacientes que realizam cirurgias bariátricas na perspectiva do alcance dos resultados esperados. Assim, foi possível verificar nos limites do material consultado, que os pacientes ao seguir dietas restritas às quantidades de alimentos e que possuem acompanhamento multidisciplinar, obtém uma redução significativa do peso corporal. Esses auxílios das equipes envolvem a parte fisiológica do resultado da cirurgia. PALAVRAS-CHAVE Cirurgia bariátrica, intervenção nutricional e psicológica, reeducação alimentar. ABSTRACT The presented article discusses the relationship between Bariatric Surgery and Alimentary Education. It is an academic product from the production of theoretical knowledge about the issue, through discipline UNIT Investigative Practices and aims to present discussions on the importance of multidisciplinary intervention teams with the patients who undergo bariatric surgery in view of the achievement of expected results. Thus, it was possible to verify the limits of the material consulted patients to follow restricted diets quantities of food and have a multidisciplinary approach, obtains a significant reduction in body weight. Such aid teams involve the physiological outcome of surgery. KEY-WORDS Bariatric surgery, psychological and nutritional intervention, reeducating of eating habits. 1 INTRODUÇÃO A prevalência da obesidade aumentou de forma significativa nas últimas décadas. A utilização mais frequente de alimentos industrializados, com alta densidade calórica e o sedentarismo proporcionado pelos avanços tecnológicos, de certa forma vem contribuindo para esse aumento. A obesidade é uma condição determinada pelo 2 excesso de gordura corporal. No entanto, devido à dificuldade em se obter medidas precisas da gordura corporal na população, as medidas de altura e peso corporal têm sido amplamente utilizadas para identificar o sobrepeso e a obesidade que pode ser definida a partir do índice de massa corporal (IMC). A mórbida significa IMC maior do que 40 kg/m ou maior do que 35 com alguma morbidade associada, cuja morbidade é reconhecida como condição grave, que se inclui na esfera cirúrgica porque essa situação implica na piora da qualidade de vida, dada a alta frequência de morbidade associada, redução da expectativa de vida e alta probabilidade de fracasso dos tratamentos conservadores. Não obstante os riscos e inconvenientes, a Cirurgia Bariátrica representa grande esperança para os obesos mórbidos, porque é capaz de recuperá-los física, psicológica e socialmente. A cirurgia bariátrica é indicada para pessoas com obesidade grau III. Essa cirurgia consiste numa redução do volume do estômago, impossibilitando a ingestão exagerada de alimentos. Esse procedimento é indicado a pacientes que tenham riscos operatórios aceitáveis, e condições pré-mórbidas de alto risco. A cirurgia bariátrica é um procedimento que influencia diretamente a alimentação, pois gera restrição da quantidade de alimentos consumidos e causa deficiência nutricional o que pode ocasionar doenças relacionadas à alimentação. O indivíduo após a cirurgia pode recuperar o peso perdido se não adquirir mudanças efetivas no estilo de vida, nos hábitos diários e práticas dietéticas. No entanto é sabido que mudanças de hábitos alimentares dependem não só dos pacientes, mas das condições financeiras, orientação nutricional e psicológica. Nesse sentido surge um questionamento, a ausência desses três fatores poderia ter um impacto maior na retomada de peso? No sentido de nortear o desenvolvimento da pesquisa, foram elaboradas as seguintes hipóteses: a) O aspecto financeiro impacta, mas faz necessário o acompanhamento Nutricional aos pacientes que realizam a cirurgia bariátrica, pois o Nutricionista tem como finalidade elaborar cardápios dentro das necessidades e condições financeiras de cada paciente, promover a perda de peso inicial, identificar erros e transtornos alimentares e, dessa forma, preparar o paciente para alimentação no pós-operatório em conjunto com o psicólogo para a facilitação nas mudanças de hábitos alimentares. b) Os aspectos financeiro, psicológico e nutricional devem estar presentes na reeducação alimentar dos pacientes que optam pela cirurgia bariátrica, ou seja, a 3 ausência de um desses fatores reduzirá a recuperação do paciente, pois o aspecto financeiro é necessário para que se possa ter um acompanhamento nutricional e psicológico, o aspecto nutricional é importante para a mudança de hábitos alimentares e, o psicológico, auxilia nessas mudanças. Assim os objetivos são: a) Analisar os aspectos da educação e de hábitos alimentares; b) Estudar a importância de a reeducação alimentar; c) Verificar a importância de acompanhamento psicológico e nutricional; d) Verificar os resultados fisiológicos da Cirurgia bariátrica. Justifica-se a pesquisa à prática da investigação científica e à relação teoria-prática. Além de apresentar a importância da intervenção nutricional no pré e pós - cirurgia bariátrica, promovendo a perda de peso e reeducação dos hábitos alimentares na tentativa de facilitar a vida dos pacientes operatórios visando à melhoria de qualidade de vida. Os procedimentos metodológicos foram revisão bibliográfica utilizando, revistas e livros, publicados nos últimos 15 anos, reuniões de grupo e contatos com orientador. 2 EDUCAÇÃO E HÁBITOS ALIMENTARES Para definir educação Dutra (2008) afirma que ela tem por objetivo proporcionar a capacitação do indivíduo para agir, comportar-se conscientemente diante de diferentes situações de vida, com a preservação da experiência interior e social, tendo em vista a integração, a continuidade e o progresso pessoal e social, conforme as necessidades de cada um, para atender as necessidades individuais e coletivas. (VITOLO, 2008, p. 299) define que a “educação alimentar envolve aspectos culturais, emocionais, antropológicos e sociais e a educação nutricional envolve aspecto biológico, considerando-se os requerimentos nutricionais e o estado nutricional dos indivíduos.”. Pode-se observar mediante a visão dos autores que a educação alimentar e nutricional estão respaldadas na educação, pois, a educação para além da instrução define até certo ponto os aspectos pessoais, sociais e comportamentais do ser humano. Dutra, (2008) diz que o ser humano aprende a se desenvolver ao longo de sua existência no esforço por responder aos desafios cotidianos. Esses desafios podem estar na aprendizagem, não só na educação formal, mas, também na informal, valores de vivências. 4 (DUTRA, 2008, p. 566) afirma que a “educação nutricional define-se como a parte da nutrição aplicada que orienta seus recursos para o aprendizado, adequação e incorporação de hábitos nutricionalmente adequados”. É possível notar que o comportamento alimentar seja influenciado por vários aspectos, como já citado, desde antropológicos, social, entre outros, cabe lembrar que “os hábitos alimentares são formados por meio de uma complexa rede de influências genéticas”. “Existem predisposições genéticas para se gostar ou não de determinados alimentos e diferenças na sensibilidade para alguns alimentos e diferenças na sensibilidade para alguns gostos e sabores herdados dos pais.” (VITOLO, 2008, p. 201). Por esse motivo, considera-se a mudança de comportamento alimentar um desafio para os profissionais de saúde. A aceitação de alimentos é feita através dos hábitos que as famílias possuem, isto é, os alimentos que são consumidos são aqueles os quais os pais oferecem aos filhos desde os primórdios. O comportamento dos pais em relação à alimentação infantil pode ter repercussões duradouras no comportamento alimentar dos filhos até a vida adulta. Devido à certificação de que o tipo de alimentação é a mais adequada para o crescimento e desenvolvimento de crianças e jovens a é importante ressaltar que a formação de hábitos alimentares nos primeiros anos de vida é ideal para fornecer informações e construir hábitos alimentares adequados. É evidente que os hábitos alimentares interferem diretamente na vida do indivíduo podendo gerar complicações à saúde, como a obesidade, pois o “desenvolvimento dela em um determinado indivíduo depende de uma interação complexa de fatores genéticos, ambientais e comportamentais que agem no equilíbrio energético” (HILL,1995, p. 1881-1882). “Os primeiros hábitos alimentares podem determinar o padrão para a vida inteira, e esse padrão pode levar a problemas futuros na vida.” (STRAUB, 2005, p. 235). Sendo assim, percebe-se que a alimentação adequada é de extrema importância para o desenvolvimento do ser humano. É importante ressaltar que a modificação alimentar contribui para um melhor desempenho fisiológico do ser humano, visto que as mudanças de hábitos alimentares estão associadas a essa reeducação. 3 REEDUCAÇÃO ALIMENTAR 5 “A comida é o ponto de partida da cadeia alimentar, começando com a produção de alimentos biológicos e nutricionalmente sadios, passando pelo abastecimento, o armazenamento e a comercialização” (DUTRA, 2008, p. 569). Segundo (SHILS, 2003, p. 1092), “absorvemos energia dos alimentos que ingerimos. As principais fontes de macronutrientes contidos na dieta são as gorduras, os carboidratos, as proteínas e o álcool”. Para os pacientes obesos é necessária a mudança de hábitos alimentares, pois, o alimento é chave fundamental para a perda de peso. Como destaca o mesmo autor acima a intervenção dietética continua sendo a base dos esforços para a perda de peso. A maneira pela qual as modificações na dieta são introduzidas podem ser tão importantes quanto a própria modificação no programa alimentar. Como foi relatado acima o primeiro passo para a perda de peso é a reeducação alimentar dos indivíduos, visto que a alimentação associada à mudança no estilo de vida ajuda na redução de peso de forma satisfatória. Reduções na gordura da dieta representam o primeiro passo na modificação da ingestão dietética. “O excesso de gordura na dieta é reconhecido como importante patógeno comportamental” (WILLETT, 1994, p. 532-537). Estudos realizados mostram que a dieta saudável, rica em frutas e legumes, enquanto limita o consumo de gordura, proporciona os nutrientes que o corpo necessita para a proteção e reparos possíveis a danos, Straub (2005,). Segundo Straub (2005, p. 233), “o adulto médio do sexo masculino requer 2.300 a 3.100 calorias (medida de energia alimentar equivalente à quantidade necessária para elevar a temperatura de 1 grama de água em 1ºC, STRAUB (2005), por dia para manter o peso corporal; a mulher média necessita de aproximadamente 1.600 a 2.400 calorias”. O mesmo autor diz, além da energia calórica diária, os corpos necessitam de nutrientes para a manutenção de uma vida saudável. Destaca-se a importância da água, no quesito hidratação corporal e transporte de nutrientes pela corrente sanguínea, e a importância das proteínas, gorduras, carboidratos, minerais e vitaminas. As proteínas têm funções constitutivas dos músculos, ossos, cabelos, sangue, anticorpos e praticamente todos os tecidos. Os carboidratos são as principais fontes de energia na dieta. As gorduras são as fontes mais densas de energia alimentar. As vitaminas regulam várias funções vitais. Os minerais desempenham importante papel fisiológico. (STRAUB, 2005) 6 Nota-se que, para uma alimentação adequada, todos os nutrientes devem estar incluídos numa dieta estritamente balanceada e equilibrada. Com isso, o organismo pode desempenhar as funções destinadas a cada tipo de nutriente de maneira eficaz. ”Mediante uma alimentação variada em quantidades adequadas, pode-se obter uma dieta equilibrada, ou seja, a que proporciona os nutrientes necessários para atender as necessidades do organismo.” (DUTRA, 2008, p. 30). O grande problema para a obesidade é o excesso da ingestão de gorduras, pois “uma vez dentro do corpo, a gordura alimentar torna-se gordura corporal de uma forma muito eficiente” (STRAUB, 2005, p. 235). Assim pode-se observar que a ingestão de gordura superior ao que o organismo necessita, acumula-se no organismo promovendo o excesso, conhecida como obesidade. Não apenas o que o ser humano ingere, mas também o quanto come em relação às necessidades calóricas do corpo determinam o peso a saúde dele. O peso corporal permanece estável quando as calorias que o corpo absorve dos alimentos ingeridos equivalem às calorias que ele gasta para as funções metabólicas básicas, que é o “processo pelo qual a energia dos alimentos é convertida em energia corporal”. (STRAUB, 2005, p. 234), e suas atividades físicas. “Frequentemente, as dietas de redução de peso são categorizadas de acordo com o conteúdo calórico.” (DWYER, 2002, p. 249-75) Isto é, dietas restritas às gorduras possuem menos calorias, facilitando a diminuição de gordura no organismo e a perda de peso. No entanto, essas modificações na alimentação, como já foram citadas, requer um acompanhamento multidisciplinar, ou seja, psicológico e nutricional, pois além de ser mudada a dieta desses pacientes a parte psicológica requer uma intervenção para a aceitação dessas mudanças. 4 ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO E NUTRICIONAL Segundo Papalia (2009, p. 10) “mudança e estabilidade nas emoções, na personalidade e nos relacionamentos sociais constituem o desenvolvimento psicossocial”. Destaca ainda que “o apoio social pode ajudar as pessoas a enfrentar efeitos potencialmente negativos do estresse na saúde física e mental.” Com isso, pessoas que sofrem obesidade mórbida necessitam desse acompanhamento psicológico, visto que essa doença afeta a vida psicossocial, cuja vida está intimamente relacionada a comer compulsivamente. 7 Para (DUTRA, 2008, p. 568), “o processo alimentar é um dos eixos da vida emocional. Considera-se que as situações psicológicas que acompanham o processo alimentar exerçam fortes influências no desenvolvimento posterior do indivíduo.” Assim pode-se observar que o aspecto psicológico desencadeia um papel importante na vida alimentar do ser humano. Visto que a maneira pela qual o indivíduo se alimenta está diretamente ligada às suas emoções. “A fome e o comportamento alimentar não são controlados apenas por fatores fisiológicos. Os fatores psicossociais também desempenham um papel. Desde muito cedo, somos condicionados a associar a comida com festas, realizações pessoais”. (ARNOW; 1992, p. 155-170). Nota-se que o ato de comer está associado à vida social das pessoas, como descreve DUTRA (2008, p. 568), “O alimento para o ser humano é muito mais que uma fonte de energia e nutriente, vai além das necessidades fisiológicas, em que o componente afetivo exerce grande influência sobre o comportamento alimentar.” A importância do acompanhamento psicológico reflete um amplo avanço para minimizar o ato de comer demais que é resultante da desinibição qual foi desencadeada por evento, emoção ou comportamento. Estudos realizados permitiram concluir que há associação entre restrições alimentares e aspectos emocionais da alimentação. Por exemplo, “As pessoas que têm restrições alimentares comem mais do que as quando não têm quando estão deprimidas e quando sentem-se estressadas” ( POLIVY;1987, p. 635-644). Já a proposta terapêutica dietética condiz que esta alternativa está calcada no estágio de maturidade biológica de cada um, no grau de obesidade presente, nas condições emocionais, ansiedade por parte dos pais, hábitos alimentares. (VITOLO, 2008, p. 359). “É importante saber que, para os indivíduos modificarem seu comportamento alimentar, ele passa por estágios de mudança, para que possam ocorrer alterações nos padrões alimentares. Estas devem ser detectadas para que ocorra a intervenção nutricional.” (DUTRA, 2008, p. 569). Permite-se observar que o acompanhamento nutricional facilitará a vida cotidiana do ser humano, pois, o nutricionista adéqua os alimentos às mudanças dos hábitos alimentares. Segundo Sarwer (2001) os candidatos à cirurgia bariátrica, é uma forma de cirurgia em que uma porção do estômago é removida ou vedada para reduzir seu volume, cujo nome científico é Gastroplastia Straub, (2005), devem receber 8 acompanhamento pré e pós-operatório, de uma equipe composta de nutricionista e um especialista em saúde mental. Pois segundo ele, “30% dos candidatos a esse procedimento sofrem de depressão ou de complicações psiquiátricas mal controladas.” Aborda ainda que se faz necessário uma consulta pós-operatória com um nutricionista para certificar que os pacientes assimilaram a transição de líquido para pastoso e tenham consciência dos alimentos que devem evitar. Os nutricionistas juntamente com o psicólogo têm como finalidade desenvolver mecanismos que facilitem a nova rotina dos pacientes, como comer lentamente e várias vezes ao dia de maneira equilibrada, sem excessos. Sugere Straub (2008), procedimentos de controle de estímulos; técnicas de autocontrole para tornar o ato de comer mais lento, apoio social de familiares, enfim, uma adaptação satisfatória ao novo estilo de vida com os novos hábitos adquiridos através dos auxílios profissionais. 5 RESULTADOS FISIOLÓGICOS DA CIRURGIA BARIÁTRICA “O paradigma de não realizar dieta afirma que o corpo atingirá seu peso natural se o indivíduo se alimentar de forma saudável, alcançar a sintonia entre a fome e a saciedade e incorporar uma atividade física.” (KRAUSE, 2010, p. 552) Essa afirmativa é benéfica quanto aos indivíduos que a realizam, ou seja, conseguem manter o peso corporal. Conquanto as pessoas que não seguem uma vida saudável, não controlam os hábitos alimentares e, por algum fator, comem compulsivamente elas atingirão o grau da obesidade. A obesidade mórbida está associada à cirurgia bariátrica, cuja cirurgia consiste na “redução do tamanho do estômago com o procedimento de grampeamento e então a conexão com uma pequena abertura na porção superior do estômago para o intestino delgado por meio de uma alça intestinal.” (KRAUSE, 2010, p. 553). Essa cirurgia permite ao paciente uma restrição na quantidade de ingestão dos alimentos, pois diminui a quantidade de alimento que entra no trato gastrointestinal facilitando a perda de peso. Muitos pacientes que optam pela cirurgia têm o objetivo de eliminar, junto com a perda de peso, algumas comorbidades, isto é, doenças relacionadas à obesidade, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes melito tipo II, entre outras. Krause, (2010) e por isso são submetidos à técnica cirúrgica discutida. (NIH, 2000). 9 Os procedimentos de gastroplastia e bypass gástrico, são técnicas cirúrgicas que consistem na redução do estômago, possuem o efeito de reduzir a quantidade de alimento que pode ser consumido de uma vez e produzir saciedade precoce, segundo krause (2010). Como descrito pelo autor à cirurgia é uma grande facilitadora na perda de peso, visto que essa promove uma saciedade maior em relação à ingestão de alimentos pelos pacientes operatórios. A redução do excesso de peso após a cirurgia de redução de estômago é de 30% a 40% comparado ao peso inicial. E essa perda induzida por esse método cirúrgico reduz algumas doenças cardiovasculares, entre outras. Krause (2010). Como pode ser observado na seguinte citação. Além da maior perda absoluta de peso, a redução de estômago tende a ter resultados seguros e sustentáveis com a redução significativa de sérios fatores de risco Straub (2005). “A conclusão da cirurgia não é o término do tratamento da obesidade; na verdade considera-se que o procedimento desenvolva desnutrição e o acompanhamento por toda a vida e a monitoração regular por uma equipe multidisciplinar de profissionais da área da saúde” (KRAUSE, 2010, p. 553). Essa analogia descrita pelo autor de acompanhamento por profissionais da área é necessária por um longo período de reabilitação do novo estilo de vida pelos pacientes. Nota-se também que o resultado da cirurgia pode ocasionar outra patologia, como a desnutrição, pois a perda de peso excessiva leva a esse acontecimento, por isso a importância do acompanhamento multidisciplinar, que envolve nutricionista, médico e psicólogo. “O acompanhamento pós-cirurgia engloba a avaliação em intervalos regulares pela equipe cirúrgica e um nutricionista. Além disso, é necessário o suporte psicológico. É essencial o acompanhamento ao longo da vida por parte do paciente e do cirurgião”. (KRAUSE, 2010, p. 553). A cirurgia bariátrica também pode melhorar a autoimagem, a depressão e as condições de trabalho. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Torna-se evidente que os pacientes ao realizarem a cirurgia bariátrica possuem um grau de morbidade elevada, alguns associados às comorbidades e, por isso, passam pelo processo de redução de estômago. Conquanto este processo não é tão simples. É importante ressaltar que essa cirurgia deve ser associada às mudanças dos hábitos alimentares periodicamente, auxiliados pelo profissional da área, o 10 nutricionista, junto ao psicólogo para, então, chegar ao objetivo almejado, que é a perda de peso de forma eficaz. Esse trabalho permitiu observar que o aspecto financeiro não impacta diretamente nesse processo, pois o que prevalece são os hábitos inadequados adquiridos ao longo da história dos pacientes. É notório que os nutricionistas e psicólogos têm papel fundamental na perda de peso desses pacientes, pois destacam a real importância de mudar alguns hábitos alimentares. Faz-se necessário que os pacientes prossigam ao tratamento mesmo após a cirurgia bariátrica. E que, a equipe multidisciplinar esteja sempre apta a recebê-los após o procedimento cirúrgico para dar continuidade ao tratamento. NOTAS DE AUTORIA Esse artigo foi produzido a partir da disciplina Práticas Investigativas II do período 2011/2. Contato eletrônico com os autores do trabalho: [email protected]. Jaqueline é aluna do 3º período do curso de Nutrição. Maria Balbina de Carvalho Menezes, orientadora do trabalho publicado, é professora da disciplina Práticas Investigativas II, professora Mestre da Universidade Tiradentes. mbalbinacarvalho@hotmail. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ARNOW, B., Kenardy, J., & Agraw, S. W. (1992). Bonge eating among the obese: A descriptive study. Journal of Behavioral Medicine, 15, 155-170. DUTRA-DE-OLIVEIRA, J. E.; MARCHINI, J. S. Ciências Nutricionais, 2. ed. São Paulo: Sarvier, 2008. DWYER Melanson K. Popular diets for treatment of overweight and obesity. In: Wadden TA, Stunkard AJ, eds. Handbook of Obesity Treatment. New York: Guilford Press, 2002:249-75. 11 HILL, C.S..(1995) When Will adequate pain treatment be the norm? Journal of the American Medical Association, 274, 1881-1882. KRAUSE; L. Kathleen Mahan; Sylvia Escolt-Stump. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 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