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III Congresso de Ciência e Tecnologia da UTFPR-DV
3ª Semana Acadêmica de Ciências Biológicas
HUB 2015
21 e 22 de outubro de 2015, Dois Vizinhos-PR
CURVAS DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE BRÓCOLIS
Fernanda Brandelero1 (a), Franciele Paludo1(b), Bruno Henrique Toniazzo de Brito1(c),
Betania Brum1(d), Thiago de Oliveira Vargas1(e)
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Departamento de Agronomia
Caixa Postal 571 – CEP 85503-390 Pato Branco – Paraná - E-mail: (a) [email protected]
[email protected] (c) [email protected] (d) [email protected] (e) [email protected]
1
(b)
Em campo foram avaliadas, semanalmente, plantas pré-selecionadas de brócolis, híbrido BRO68
utilizando variáveis destrutivas (massa seca de cabeça e massa seca de parte aérea) e não
destrutivas (altura de planta, altura de caule, diâmetro de caule, e numero de folhas), sendo que
essas variáveis tendem a explicar, como variáveis dependentes, o crescimento e desenvolvimento
da cultura em função das variáveis independentes dias após transplante (DAT) e soma térmica
(graus dia). A variável independente graus dias apresenta maior relação com o crescimento real
da cultura, pois esta é a expressão do seu crescimento em soma térmica, o que torna possível saber
o momento exato da planta atingir determinado estádio fenológico. Porém, a variável mais
simples, em nível de produtor e a mais tradicionalmente usada é DAT, pois se mostra de mais fácil
obtenção, apesar de menos exata. Os modelos ajustados entre as variáveis de crescimento e
desenvolvimento de brócolis e as variáveis independentes DAT e graus dias apresentam boa
precisão.
Palavras-chave: Brassica oleracea var. italica; soma térmica, dias após transplante, modelagem.
INTRODUÇÃO
Modelos de crescimento e desenvolvimento de plantas podem ser obtidos a partir de
variáveis destrutivas e não destrutivas. Para melhor utilização dos modelos matemáticos de
crescimento e desenvolvimento de plantas, existe a necessidade de determinação de seus
parâmetros empíricos através de experimentação, com a necessidade de várias amostragens [7],
fazendo-se necessário relacionar essas mesma variáveis de crescimento em função da interferência
sofrida pelas variáveis climáticas, no caso a temperatura, para o melhor entendimento da cultura,
sendo esse fator fundamental para o estabelecimento, crescimento e desenvolvimento do brócolis,
além de comparar sua exatidão com o conceito mais comumente utilizado que é o de DAT.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na área experimental da UTFPR (Campus Pato Branco) com
latitude 26º 06' 59“S longitude 52º 40' 59”W, e altitude 721,8 m. O clima é do tipo cfa pela escala
de Köeppen (subtropical úmido com verões quentes).
A semeadura do híbrido BRO68, nas bandejas, foi realizada no dia 25/08/2013, em
ambiente protegido, com controle de temperatura e umidade. Após 46 dias do plantio das mudas,
foram transplantadas 3503 plantas para área, sendo o espaçamento adotado entre linhas de 0,80 m
e de 0,50 m entre plantas na linha, resultando em população de 25 mil plantas ha-1.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus de Dois Vizinhos – Estrada para Boa Esperança –
Km 04 – Comunidade São Cristóvão – CEP 85660-000 – Fone +55 (46) 3536-8900
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Desde o dia do transplante até a colheita da cultura foram realizadas mensurações das
variáveis não destrutivas: altura de planta e número de folhas; e, como destrutiva: massa seca de
cabeça (g planta-1) . Para a coleta das análises destrutivas foram selecionadas aleatoriamente entre
sete plantas por semana. Para as não destrutivas, foram pré-demarcadas 400 plantas, as quais foram
avaliadas semanalmente desde 0 DAT até a colheita. Também, foram coletados dados de
temperatura do ar, para posterior cálculo da variável independente soma térmica ou graus dias.
Para escolha dos modelos de crescimento e desenvolvimento das plantas de brócolis
utilizou-se o Aplicativo Computacional Table Curve 2D (JANDEL SCIENTIFIC, 1991), dentre
3665 modelos disponíveis.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na primeira fase de uma curva clássica de crescimento de plantas na forma sigmoidal, a
fase logarítmica, o crescimento é o resultado do aumento em tamanho por unidade de tempo. Na
figura 1B observa-se que, nos primeiros dias após o transplante, as taxas de desenvolvimento para
a variável número de folhas são menores, assim como nas outras variáveis. Este resultado também
pode ser explicado pela adaptação ao meio e início da captação e alocação de fotoassimilados pela
plântula.
A
B
Figura 1 – Modelos de crescimento e desenvolvimento de plantas de brócolis, híbrido BRO 68 para a variável número
de folhas, em função das variáveis independentes Graus dias (GD) e Dias após transplante (DAT). Pato Branco, 2013.
O ponto de inflexão se dá a partir dos 42 DAT, no qual a o número de folhas estabiliza
(Figura 1A e 1B). Essa variável é altamente correlacionada com graus dias, sendo que a planta de
brócolis tende a florescer com um menor numero de nós com o decréscimo da temperatura
(TREVISAN, 2013). Ainda, segundo (TAN, et a., 1998) a relação entre a temperatura média e o
número total de folhas depende da cultivar. (Figura 1 B). Também, entre os 250 e os 450 graus dias
acumulados observa-se maior taxa de emissão de folhas, sendo que, com 450 graus acumulados a
planta atinge o ponto de inflexão, a partir do qual não se observa crescimento em altura de planta
(Figura 1A).
Em brássicas, (FERREIRA, 1983) relata que o número de folhas formadas pela planta
depende preponderantemente do efeito da temperatura. Quando a planta for exposta a temperaturas
mais altas, como reposta ela prolonga seu ciclo e continua emitindo novas folhas. Na figura 1A
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observa-se, a partir dos 450 graus dias, uma leve estabilização na emissão de folhas, seguida de um
decréscimo, devido ao início da senescência e à alocação de fotoassimilados para a estrutura
reprodutiva.
A massa seca de cabeça passa a ter crescimento exponencial (Figura 2B) próximo aos 56
DAT. O rápido acúmulo da matéria seca da cabeça aponta altas temperaturas a partir de 56 DAT,
pois, nesta fase, o acúmulo é acelerado por esse fator. Charlo et al. (2007) encontraram valores aos
56 DAT para este órgão de 0,7 % da massa seca da planta, passando para 14,8 % aos 69 DAT para
a cultivar Legacy; e, aos 56 DAT, este órgão representava 0,9% da massa seca da planta, passando
para 20,2% aos 69 DAT para a cultivar Lord Summer [17].
A
B
Figura 2– Modelos de crescimento e desenvolvimento de plantas de brócolis, híbrido BRO 68 para a variável matéria
seca de cabeça (g/planta-1), em função das variáveis independentes Graus dias (GD) e Dias após transplante (DAT).
Pato Branco, 2013.
CONCLUSÕES
Os modelos ajustados entre as variáveis de crescimento e desenvolvimento de brócolis e as
variáveis independentes DAT e graus dias apresentam boa precisão. O uso da variável
independente, graus dias, nos modelos, possibilita a previsão do momento adequado de realização
de operações e tratos culturais, maximizando o rendimento da cultura.
REFERÊNCIAS
JANDEL SCIENTIFIC. User's manual. California, 1991. 280p.
CHARLO HCO; VARGAS PF; CASTOLDI R; OLIVEIRA SF; BRAZ LT. 2007. Análise de crescimento, distribuição
de matéria seca e produção de couve brócolos de cabeça única 'Legacy'. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
OLERICULTURA, 47. Resumos... Porto Seguro. Horticultura Brasileira. (CD-ROOM).
FERREIRA, F.A. Efeito do clima sobre as brássicas. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.9, n.98, p.12-14,
1983.
SANTOS, P. M. DOS ET AL . Cronograma de amostragem de plantas de alface hidropônica para ajuste de curvas de
crescimento. Cienc. Rural, Santa Maria , v. 37, n. 6, Dec. 2007
TAN, D.K.Y.; WEARING, A.H.; RICKERT, K.G.; BIRCH, C.J. Detection of floral initiation in broccoli (Brassica
oleracea L. var. italica Plenck) based on electron micrograph standards of shoot apices. Australian Journal of
Experimental Agriculture, v.38, n.3, p. 313-318, 1998.
TREVISAN, J. N. Crescimento e desenvolvimento e produção de brócolis de cabeça única. Dissertação
(Mestrado em Agronomia), UFSM – Universidade Federal de Santa Maria. 2013. 105f.
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