Análise de crescimento, distribuição de matéria seca e pro…

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Análise de crescimento, distribuição de matéria seca e produção
de couve brócolis de cabeça única ‘Legacy’.
Hamilton César de O. Charlo1; Pablo Forlan Vargas1; Renata Castoldi1;
Sueyde Fernandes de Oliveira1 e Leila Trevizan Braz1.
1
UNESP - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Departamento de Produção Vegetal (Via
de acesso Prof. Paulo Donato Castellane s/n, CEP: 14884-900 Jaboticabal-SP). e-mail:
[email protected]
RESUMO
Com o objetivo de avaliar a dinâmica do crescimento de brócolis de cabeça única
‘Legacy’ foi instalado um experimento em fevereiro de 2006, o qual constou
inicialmente de 480 plantas divididas em três blocos, e dispostas no espaçamento
de 0,5 m entre plantas e 1m entrelinhas. Duas plantas de cada bloco foram
amostradas a cada 14 dias após o transplante, divididas em caule, folha e
pecíolo. Em seguida, foi determinada a área foliar e os órgãos foram secos e
pesados. Também na mesma data foram avaliadas as características do
crescimento: altura da planta; diâmetro do caule; número de folhas; diâmetro da
inflorescência; altura da cabeça; massa da matéria seca das folhas, do caule, do
pecíolo e das inflorescências. Com base nos resultados obtidos as plantas
apresentaram crescimento e acúmulo de massa seca contínuos. Do início da
formação da inflorescência até a colheita, a inflorescência foi o principal dreno da
planta.
Palavras-chave: Brassica oleraceae var. italica; crescimento de plantas;
produção
ABSTRACT: Growth analysis, distribution of dry substance and production
of only head broccolis `Legacy'.
With the objective to evaluate the growth dynamics of only head broccolis ‘Legacy'
was installed an experiment in February of 2006, which consisted initially of 480
plants divided in three blocks in the spacing of 0,5 between plants and 1,0 m
between lines. Two plants of each block were showed each 14 days after the
transplant, divided in stem, leaf and petiole. After that, the leaf area and dry and
weighed agencies were determined. In the same date the characteristics of the
growth was evaluated: height of the plant; diameter of stem; number of leaf;
diameter of the inflorescence; height of the head; weight of the dry substance of
leaf, stem, petiole and the inflorescences. Results showed that the plants had
presented continuous growth and accumulation of dry mass. The inflorescences
was the main drain of the plant of the beginning of the formation until the harvest.
Keywords: Brassica oleraceae var. italica; growth of plants; production.
INTRODUÇÃO
Nos últimos três anos o plantio de cultivares de brócolos do tipo ramoso tem sido
substituído por cultivares de cabeça única, por estas serem mais fáceis de serem
colhidas no campo, apresentarem características favoráveis ao processamento
industrial, além de apresentarem visual mais atrativo aos consumidores. Porém,
não estão descritos na literatura como é o comportamento destas cultivares.
Diante do exposto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a curva de
crescimento da cultivar de couve brócolos de cabeça única ‘Legacy’.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em campo, pertencente ao Setor de Olericultura e
Plantas Aromático-Medicinais do Departamento de Produção Vegetal da
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (UNESP-FCAV).
A semeadura foi realizada em 23 de fevereiro de 2006, em bandejas de
poliestireno expandido com 128 células e o transplante aos 32 dias após a
semeadura, em solo anteriormente preparado e adubado, conforme os resultados
da análise do solo e a recomendação de Raij et al. (1997) para a cultura. Para
tanto, foram aplicados em adubação de plantio, 60 kg ha-1 de N, 200 kg ha-1 P2O5,
e 180 kg ha-1 de K2O, utilizando sulfato de amônio, superfosfato simples e cloreto
de potássio como fonte, respectivamente. Foram aplicados em adubação de
cobertura 100 kg ha-1 de N e 90 kg ha-1 de K2O, divididos em quatro vezes (15,
30, 45 e 55 dias após o transplante), utilizando-se como fonte uréia e cloreto de
potássio, respectivamente.
As mudas foram transplantadas no espaçamento de 0,5m entre plantas e 1m
entrelinhas. O experimento constou inicialmente de 480 plantas divididas em três
blocos. Para cada época de amostragem foram retiradas duas plantas por bloco.
Neste experimento, foram realizadas cinco amostragens da parte vegetativa a
cada 14 dias após o transplante e quatro amostragens da inflorescências a cada
quatro dias, após o início de sua formação.
Para a determinação da dinâmica de crescimento da cultura, as plantas
amostradas foram cortadas rente ao solo, divididas em caule, folha e pecíolo. Em
seguida, foi determinada a área foliar e os órgãos foram secos e pesados.
Também na mesma data foram avaliadas as características do crescimento:
altura da planta; diâmetro do caule; número de folhas; diâmetro da inflorescência;
altura da inflorescência; massa da matéria seca das folhas, do caule, do pecíolo e
das inflorescências.
Em seguida foram calculados: taxa de crescimento absoluto da cultura; taxa de
crescimento relativo; taxa assimilatória líquida; índice de área foliar; razão de área
foliar; razão de massa do limbo foliar; razão de massa de inflorescências; razão
de massa do caule; razão de massa do pecíolo e área foliar específica, conforme
metodologia descrita por Evans (1972); Benincasa (1988). As características
avaliadas foram submetidas à análises de regressão, utilizando-se de função
logística.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com as equações apresentadas na Tabela 1, verificou-se que a altura
máxima da planta foi atingida aos 69 dias após o trasplantio (DAT), quando as
plantas apresentavam altura de 88 cm. Nesta mesma data observou-se o maior
número de folhas (59,05), maior área foliar (15.078,48 cm2/planta e maior
diâmetro do caule (39,01 mm).
As plantas apresentaram contínuo acúmulo de massa seca. Portanto, os maiores
valores de massa seca foram observados 69 DAT, quando verificaram-se para o
caule 76,20 g/planta; 112,27 g/planta para o pecíolo; 146,96 g/planta para o limbo
foliar; 58,24 g/planta para a inflorescência e massa seca total da planta de 394,53
g/planta). Aos 69 DAT as inflorescências atingiram o ponto de colheita, quando as
mesmas apresentavam massa fresca de 425,31 g, diâmetro de 14,55 cm e altura
de 14,37 cm (Tabela 1).
Verificou-se que taxa de crescimento absoluto apresentou aumentos contínuos,
atingindo seu máximo aos 69 dias após o transplante (14,49 g/planta/dia) e que a
maior taxa de crescimento relativo foi aos 28 dias após o transplante com 0,126 g
g-1 dia-1. A razão de massa de folhas foi maior aos 28 DAT (0,594), ou seja, nesta
data as folhas correspondiam a 59,4% da massa seca da planta. Após esta data
verificou-se diminuição neste índice, o qual aos 69 DAT foi de 0,376. Verificou-se
aos 56 DAT o maior valor de razão de massa do pecíolo, sendo que nesta data o
pecíolo das folhas correspondia a 33,5 % da massa seca da planta. Já a razão de
massa de caule apresentou contínuo aumento atingindo 19% da massa seca da
planta. Para a razão de massa das inflorescências observaram-se valores de
0,007 aos 56 DAT e 0,148 aos 69 DAT. Isto significa que aos 56 DAT (início da
formação da cabeça) este órgão representava 0,7 % da massa seca da planta,
passando para 14,8 % aos 69 DAT.
A maior área foliar específica foi observada aos 14 DAT com 221,92 cm2 g-1 e o
maior índice de área foliar (IAF) aos 69 DAT (2,915). A maior taxa assimilatória
líquida (TAL) foi observada aos 28 DAT (0,114 g dia-1 dm-2). Verificou-se contínua
diminuição dos valores de razão de área foliar, sendo que aos 14 DAT este índice
era de 1,319 dm2 g-1, chegando a 0,369 dm2 g-1 aos 69 DAT.
CONCLUSÃO
De maneira geral, as plantas apresentaram crescimento e acúmulo de massa
seca contínuos. Do início da formação da inflorescência até a colheita, a
inflorescência foi o principal dreno da planta.
LITERATURA CITADA
BENINCASA MMP. 1988. Análise de crescimento de plantas. Jaboticabal: Funep.
42p.
EVANS GC. 1972. The quantitative analysis of plant growth. Oxford: Blackwell
Scientific Publications. p.734.
RAIJ BV; CANTARELLA H; QUAGGIO JA; FURLANI AMC (Ed.). 1997.
Recomendações da adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2. ed.
Campinas: IAC. 285 p. (Boletim Técnico, 100).
TABELAS
Tabela 1. Altura da planta (AP), número de folhas (NF), área foliar (AF), diâmetro
do caule (DC), massa seca do caule (MSC), massa seca do pecíolo (MSP),
massa seca do limbo foliar (MSLF), massa seca da inflorescência (MSI), massa
seca total (MST), altura da inflorescência (AI), diâmetro da inflorescência (DI) e
massa fresca da inflorescência (MFI), de couve brócolis de cabeça única ‘Legacy’.
UNESP-FCAV, 2007.
Equações
-0, 076 (x-27, 898)
AP= 91,880/1+e
-0, 087 (x-35, 074)
NF= 62,139/1+e
-0, 108 (x-41, 249)
AF= 15831,370/1+e
-0, 057 (x-30, 578)
DC= 43,378/1+e
-0, 065 (x-173, 434)
MSC= 67692,768/1+e
-0, 091 (x-57, 922)
MSP= 153,239/1+e
-0, 081 (x-51, 354)
MSLF= 182,154/1+e
-0,316 (x-64,149)
MSI=70,826/1+e
-0, 065 (x-77, 533)
MST= 1081,539/1+e
-0,131 (x-84,709)
AI= 126,957/1+e
-0,175 (x- 64,229)
DI= 20,865/1+e
-0,252.(x-68,137)
MFI= 767,495/1+e
Coeficiente de regressão
2
R =0,989
2
R =0,997
2
R =0,986
2
R =0,964
2
R =0,997
2
R =0,999
2
R =0,996
2
R =0,986
2
R =0,997
2
R =0,999
2
R =0,999
2
R =0,994
Unidades
cm
folhas/planta
2
cm /planta
mm
g/planta
g/planta
g/planta
g/planta
g/planta
cm
cm
g
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