PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE A DENGUE, A CHIKUNGUNYA E A ZIKA ESTÃO NA INTENSIDADE DOS SINTOMAS. Dengue é, sem dúvidas, a doença mais grave quando comparada à Chikungunya e à Zika. Ela causa febre, dores no corpo, dores de cabeça e nos olhos, falta de ar, manchas na pele e indisposição. Em casos mais graves, a dengue pode provocar hemorragias, que, por sua vez, podem ocasionar óbito. Chikungunya também causa febre e dores no corpo, mas as dores concentram-se principalmente nas articulações. Na dengue, as dores são predominantemente musculares. Alguns sintomas da Chikungunya duram em torno de duas semanas; todavia, as dores articulares podem permanecer por vários meses. Casos de morte são muito raros, mas a doença, em virtude da persistência da dor, afeta bastante a qualidade de vida do paciente. Zika, é a doença que causa os sintomas mais leves. Pacientes com essa enfermidade apresentam febre mais baixa que a da dengue e Chikungunya, olhos avermelhados e coceira característica. Em virtude desses sintomas, muitas vezes a doença é confundida com alergia. Normalmente a zika não causa morte, e os sintomas não duram mais que sete dias. Vale frisar, no entanto, que a febre zika relaciona-se com uma síndrome neurológica que causa paralisia, a Síndrome de GuillainBarré, e também com casos de microcefalia. Boletim da Dengue, Chikungunya e Zika vírus. Estado do Acre Informe Técnico 13 (Semana epidemiológica 1 a 19–03/01/2016 a 14/05/2016) Situação epidemiológica da Dengue Foram notificados como casos suspeitos de dengue no Estado do Acre em 2016 (7.276 casos). Entretanto, desses, apenas 678 (9%) casos foram confirmados, 4.138 (57%) descartados, 1.419 (20%) estão em investigação aguardando confirmação ou descarte e 1.041(14%) foram encerrados como inconclusivos por terem excedido o tempo oportuno de encerramento (60 dias). No mesmo período, em 2015 foram notificados 10.128 casos, destes, 4.423 (44%) foram confirmados como dengue, 5.178 (51%) descartado e 527 (5%) foram encerrados como inconclusivos. Observa-se então, um decréscimo de 28% nas notificações no Estado. (Gráfico 1). Na análise comparativa de casos notificados de dengue por semana epidemiológica nos anos de 2015 e 2016 conforme gráfico 2, a semana epidemiológica 07/2016 apresentou maior número de casos (665), correspondendo a 9% das notificações de todo o período considerado (03/01/2016 a 14/05/2016). No mesmo período do ano anterior, o maior número de casos ocorreu na semana epidemiológica 03/2016, com 947 casos (9%), nas semanas seguintes houve oscilações no número de casos. Analisando a distribuição mensal dos casos notificados como suspeitos no Estado, observa-se que um pico ocorreu no mês de fevereiro/2016 (2.604 casos), seguido de uma redução no mês de março/2016 (1.824 casos), tendência que é observada nos meses subseqüentes. No mesmo período, em 2015, observa-se que o pico ocorreu no mês de janeiro (3.375 casos), com uma redução a partir do mês de fevereiro. (gráfico 3) Gráfico 1 - Casos suspeitos de dengue, segundo critério de classificação, Acre. 2015 e 2016* 6.000 N° de casos 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 0 Confirmados Descartados 2015 4.423 5.178 2016 678 4.138 Em investigação Inconclusivo 527 1.419 1.041 Fonte: SINANON SE 01 a 19 de 2015/2016 *Dados sujeitos a alteraçõe N° de casos Gráfico 2 - Casos suspeitos de dengue, por semana epidemiológica, Acre - 2015/2016*. 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2015 821 870 947 737 648 612 463 502 457 449 526 530 471 409 420 378 317 330 241 2016 260 319 412 440 652 663 665 523 567 451 360 307 337 282 367 236 216 145 Fonte: SINANON SE 01 a 19 de 2015/2016 *Dados sujeitos a alterações 74 N° de casos Gráfico 3 - Casos suspeitos de Dengue,segundo mês de ocorrencia, Acre–2015/2016* 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 Janeiro Fevereiro Marco Abril Maio 2015 3375 2225 2210 1683 635 2016 1480 2604 1824 1149 219 Fonte: SINANON SE 01 a 19 de 2015/2016 *Dados sujeitos a alterações Situação epidemiológica da Febre Chikungunya Devido à manutenção do sistema de informação SINAN, não foi possível analisar a semana epidemiológica 19/2016. Situação epidemiológica do Zika vírus Analisando a situação da Zika, da semana epidemiológica 01 a 19 (03/01/2016 a 14/05/2016), foram notificados 1.325 casos suspeitos. Desses, 14 (1%) foram confirmados pelo laboratório de referência – Instituto Evandro Chagas – IEC, e 01 confirmado pelo laboratório LABCO NOÛS, 17 (1%) descartados e 1.293 (98%) estão em investigação aguardando confirmação ou descarte. (gráfico 6) Dos 15 casos confirmados laboratorialmente de Zika, todos são autóctones (quando a doença é contraída no município de residência) do município de Rio Branco. Analisando os casos de 2016 por semana epidemiológica, observa-se um acréscimo nas notificações a partir da semana epidemiológica 05, atingindo um pico na semana epidemiológica 09 (28/02/2016 a 05/03/2016) com 151 casos, nas semanas seguintes houve oscilações no número de casos, com diminuição a partir da semana 16. (gráfico 7) Gráfico 6 - Casos suspeitos de Zika vírus, segundo critério de classificação, Acre, 2016* 1293 1400 N° de casos 1200 1000 800 600 400 200 0 15 17 Confirmado Descartado Em investigação 15 17 1293 Série1 Fonte: Planilha paralela/ SINANNET/IEC *SE 01 A 19 ( 03/01/2016 a 14/05/2016) * Dados sujeito a Alteração Gráfico 7 - Número casos suspeitos de Zika vírus, por semana epidemiológica, Acre , 2016* 160 140 N° de casos 120 100 80 60 40 20 0 1 2 3 4 5 6 7 8 18 38 36 29 45 65 115 92 Fonte: Planilha paralela/ SINANNET *SE 01 A 19 ( 03/01/2016 a 14/05/2016) * Dados sujeito a Alteração 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 151 125 78 90 108 86 92 63 45 35 14 SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA MICROCEFALIA E/OU ALTERAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) NO ESTADO DO ACRE O Estado do Acre vem monitorando e investigando todos os casos de microcefalia e/ou alteração do SNC nos 22 municípios, de acordo com as orientações do Protocolo de Vigilância das microcefalias e alterações do sistema nervoso central do Ministério da Saúde editado em março de 2016. As notificações de microcefalia no Estado do Acre iniciaram na semana epidemiológica nº48/2015 (Gráfico 08) abaixo. Da semana 48 a se 52/2015 foram notificados 11 casos. Em 2016 foram, notificados 31 casos. O acumulado de casos de 2015 e 2016 soma-se 42 casos, desses 38 residem no Estado dom Acre, 03 é do Estado de Rondônia e 01 caso do Amazonas. As investigações dos casos importados são de responsabilidade do estado de origem. Dos 38 casos residentes no Estado do Acre, 17 casos foram descartados por investigação clínica - epidemiológica e/ou laboratorial e 21 estão sob investigação (gráfico 09). Dos casos descartados 11 são do município de Rio Branco, 01 do Jordão, 01 de Feijó, 01 de Tarauacá, 01 de Porto Acre, 01 de Epitaciolândia e 01 de Cruzeiro do Sul. Não foram notificados no Estado casos de alterações do sistema nervoso central (SNC). Analisando o gráfico 10, observa-se que 09 municípios notificaram casos de microcefalia, sendo que Rio Branco registrou o maior número, (26). A Vigilância Epidemiológica Estadual orienta a todos os municípios que notifiquem todos os casos de microcefalia que atendam as definições de casos do Protocolo Vigente. Gráfico 08 - Casos notificados de microcefalia, por semana epidemiológica. Estado do Acre - 2015 e 2016. 5 N° de casos 4 3 2 1 0 2015 2016 48 49 50 51 52 2 0 2 3 4 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 5 4 1 0 3 1 2 1 2 0 3 2 2 2 0 0 2 0 1 Fonte: Resp * 4 casos importados dos Estados de Rondônia e Amazonas. Gráfico 09 - Classificação final dos casos de microcefalia notificados no Estado do Acre, 2015 e 2016. 17 21 Fonte: Resp * 4 casos importados dos Estados de Rondônia e Amazonas. Descartados Investigação Gráfico 10 - Casos notificados de microcefalia por município de residência - Acre, 2015 e 2016. 27 30 25 20 15 10 5 1 1 2 2 2 1 1 1 0 Fonte: RESP * 4 casos importados dos Estados de Rondônia e Amazonas. ORIENTAÇÃO AS GESTANTES Ter a gestação acompanhada em consultas pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo seu médico; Não consumir bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de drogas; Não utilizar medicamentos sem a orientação médica evitarem contato com pessoas com febre, exantema ou infecções; Adotar medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças, com a eliminação de criadouros (retirada de recipientes que tenham água parada e cobertura adequada de locais de armazenamento de água); Proteger de mosquitos, adotando medidas como manutenção de portas e janelas fechadas ou teladas, uso de calça e camisa de manga comprida e utilização de repelentes indicados para gestantes. SITUAÇÃO ENTOMOLOGICA Considerando a situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) declarada pelo Ministério da Saúde – MS em 12 de novembro de 2015, foi recomendada a intensificação das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. Visando à execução de todas as atividades estabelecidas pelo Ministério da Saúde, dentre elas, a realização de 03 ciclos mensais de visita domiciliar nos meses de fevereiro, março e abril. Alguns municípios do estado estão realizando as ações juntamente com o exército e a defesa civil. Na tabela 1, podemos observar o andamento das atividades nos ciclo de visita domiciliar nos municípios do Estado do Acre realizados nos meses de janeiro, fevereiro e março. Este acompanhamento é feito através de envio diário de planilhas para alimentação de um sistema aberto pelo Ministério da Saúde, alguns municípios até o momento não encaminharam informações para análise pela Sala Estadual de Comando e Controle para enfrentamento do Aedes aegypti, deixando o sistema sem as devidas informações. Tabela 1 – Distribuição dos imóveis trabalhados, por municípios de residência, 2016. Ações desenvolvidas pela vigilância em saúde/SESACRE A Secretaria Estadual de Saúde por meio da diretoria de vigilância em saúde tem intensificado as ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da Dengue, Chikungunya e Zika vírus. Fazem parte desta intensificação as parcerias com o Setor de Humanização da SGA, demais Secretarias Estaduais e Órgãos Federais. As ações estão sendo desenvolvidas em diversos setores. As atividades são realizadas, através de dramatização, músicas, palestras e distribuição de panfletos/cartazes chamando a atenção sobre as formas de transmissão, medidas preventivas e diferenças básicas entre Dengue, Chikungunya e Zika vírus, o objetivo é formar multiplicadores no combate ao Aedes aegypti. A vigilância epidemiológica lembra que o combate à Dengue, Zika vírus e Chikungunya é feito por meio do controle da proliferação do mosquito, Rio Branco-AC, 24 de maio de 2016. Elaboração Vigilância epidemiológica da Dengue, Chikungunya e Zikavírus. Antônia Zacarias Campêlo Responsável pelos dados da Microcefalia Renata Sonaira Cordeiro Meireles Responsável pelos dados de Controle de Endemias Erika Rodrigues de Abreu Responsável pelos dados de Chikungunya e Zika vírus do setor de informática Maria Lima de Souza Equipe responsável pela revisão: Antônia Zacarias Campêlo Renata Sonaira Cordeiro Meireles Ana Paula da Silva Medeiros Rosineide Monteiro de Araújo Gerente da divisão de vigilância epidemiológica Eliane Alves Costa