Eixo Temático: Resolução de Problemas e Investigação Matemática

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II Congresso Nacional de Formação de Professores
XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores
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Trabalho Completo
PIBID E A FORMAÇÃO DE SABERES DOCENTES: PERCEPÇÕES DOS
LICENCIANDOS SOBRE O USO DE JOGOS EDUCATIVOS COMO ESTRATÉGIAS PARA
O ENSINO DA MATEMÁTICA
Zionice Garbelini Martos Rodrigues, Allan Victor Ribeiro, Luciane De Castro Quintiliano,
Moacir Pereira De Souza Filho
Eixo 1 - Formação inicial de professores para a educação básica
- Relato de Pesquisa - Apresentação Oral
O presente artigo foi delineado a partir dos resultados obtidos por meio dos relatos de um
grupo de alunos do Curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de São Paulo, campus Birigui, sobre suas percepções referentes a um
subprojeto do PIBID (Programa de Bolsa de Iniciação a Docência), financiado pela CAPES,
em parceria com duas escolas da Rede Estadual de Ensino de Birigui. Investigamos os
relatos produzidos pelos alunos-bolsistas referentes às suas percepções sobre a aplicação
de jogos lúdico-educativos como metodologia de ensino. A metodologia de trabalho
empregada foi qualitativa e nos permitiu analisar os resultados em função da construção dos
saberes docentes: saber o conteúdo, saber ensinar, saber interagir e saber ser. Avaliou-se
que a inserção de jogos educativos como estratégia de ensino da matemática propicia e
corrobora com uma aprendizagem significativa dos conteúdos e também auxiliam na
mudança de postura dos alunos frente aos desafios da aprendizagem, pois estes sentem-se
motivados a buscar o conhecimento por meio dos jogos educacionais. Foi possível verificar,
na maioria dos depoimentos, que as vivências proporcionadas pelo o subprojeto PIBID de
Matemática, principalmente no contexto da sala de aula, são primordiais para o
desenvolvimento dos saberes docentes e das habilidades e competências necessárias à
práxis pedagógica.
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Ficha Catalográfica
PIBID E A FORMAÇÃO DE SABERES DOCENTES: PERCEPÇÕES DOS
LICENCIANDOS SOBRE O USO DE JOGOS EDUCATIVOS COMO ESTRATÉGIAS
PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA
Zionice Garbelini Martos Rodrigues; Luciane de Castro Quintiliano; Allan Victor Ribeiro.
IFSP, Birigui; Moacir Pereira de Souza Filho. UNESP, Presidente Prudente.
Introdução
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) é uma iniciativa
da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes) que visa o
aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores da rede pública, por meio
de uma parceria integrada entre a educação superior e a educação básica, tendo como
objetivo central a melhoria do ensino. Sua finalidade é inserir os licenciandos no cotidiano
das
escolas
proporcionando-lhes
oportunidades
de
criação
de
experiências
metodológicas inovadoras e de carater interdisciplinar, a fim de elevar a qualidade na
formação dos futuros professores.
O Instituto Federal de São Paulo (IFSP), campus de Birigui, estado de São Paulo,
recentemente foi contemplado com um subprojeto destinado ao curso de licenciatura em
Matemática. Assim, o referido Instituto, em parceria com uma Escola da Rede Estadual
de Ensino de Birigui, tem desenvolvido atividades no interior do ambiente escolar
objetivando subsidiar a formação dos futuros professores por meio da inserção e do
acompanhamento destes estudantes, orientados pelo Coordenador do Instituto e pelo
Supervisor da Escola.
A ideia central desta ação se baseia no pressuposto de que a educação ideal se faz
por meio da ação direta de seus atores, em especial dos professores, e que o avanço dos
resultados educacionais tem relação direta com a melhoria na formação inicial docente.
Tal progresso implica, por um lado, na ampliação do conhecimento matemático e na
aquisição do conhecimento político-pedagógico, no domínio das técnicas e das
tecnologias peculiares da profissão docente, e por outro, no desenvolvimento de uma
cultura onde o ensino e a pesquisa sejam componentes indissociáveis.
Diante disso, a referida proposta tem sido a de elevar a qualidade das ações no
processo de ensino-aprendizagem, possibilitando a análise da realidade em que se
inserem e a construção de novos conhecimentos, a partir das experiências adquiridas
pelos licenciandos no decorrer da sua prática pedagógica.
Assim, as atividades propostas para os licenciados foram: i) aprofundamento do
fundamento teórico acerca dos conhecimentos próprios da Matemática e os de caráter
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político-pedagógico por meio de leituras, participação em atividades de planejamento e
reuniões pedagógicas; ii) desenvolvimento da prática de ensino por meio do apoio às
aulas e regências; iii) proposição e construção de soluções para situações da prática
cotidiana da escola e do ensino de Matemática que requerem alternativas para a solução
de problemas que neles se apresentem, preparando e aplicando atividades como
oficinas, gincanas, olimpíadas e outros eventos; iv) desenvolvimento de uma cultura de
integração entre ensino e pesquisa, por meio do registro, avaliação e relato das práticas
vivenciadas, à luz das teorias que sustentem suas análises e possíveis proposições.
A partir disso, a proposta apresentada no Pibid pelos alunos-bolsistas foi de realizar
ações como: i) troca de experiências com a comunidade escolar; ii) elaboração de
materiais didático-pedagógicos através de oficinas a serem ministradas na escola, bem
como na interlocução com outros campi do IFSP; iii) participar, junto com os professores
dos cursos de Ensino Médio Integrado com a Educação Profissional de Nível Médio, nas
atividades dos Projetos Integradores dos cursos, desenvolvendo materiais pedagógicos
para o ensino-aprendizagem de Matemática e de um portal na internet, para a disposição
desses recursos ao público em geral.
Estudos recentes relatam que utilizar como estratégica pedagógica “jogos
educativos” que, de forma lúdica, permitem facilitar a socialização e a inclusão, visto que
os alunos ao buscarem alternativas para vencer, aliam-se formando laços de amizade e
cooperação, deixando o ambiente de aprendizagem mais agradável e produtivo;
professor e alunos tornam-se parceiros em busca de um só objetivo. O ato de jogar ainda
permite a discussão, a experimentação e o estudo de conceitos de modo espontâneo.
Dentre as várias metodologias existentes os alunos-bolsistas optaram pela elaboração e
utilização de jogos para o ensino da Matemática, fundamentados na obra de Pires,
(2001).
No presente artigo, investigamos os relatos produzidos pelos alunos-bolsistas
referentes às suas percepções sobre a aplicação de jogos ludico-educativos como
metodologia de ensino, categorizando os excertos destes relatos baseado na construção
dos saberes docentes propostos por Tardif (2002).
A importância dos jogos na aprendizagem
Desde seu início, ainda na era platônica e pitagórica, a Matemática tem sido vista
como uma ciência difícil e sempre associada a uma classe privilegiada. Em razão desse
pré-conceito, a Matemática tem sido considerada a “vilã” entre os estudantes. Para tentar
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suprir essa visão distorcida surgiram diversas reformas e movimentos no ensino visando
tornar a Matemática mais acessível, como o Movimento de Matemática Moderna.
As dificuldades no processo de ensino-aprendizagem da Matemática na escola,
sobretudo no Ensino Médio, vêm aumentando aceleradamente, uma vez que a família
tem deixado de exercer sua contribuição no desenvolvimento da aprendizagem. Diante
de tais evidências é preciso que a escola cumpra sua função transformadora e que a
Matemática renasça com um novo olhar pedagógico no meio escolar, configurando um
novo sentido e facilitando o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem da
Matemática.
Hoje, para poder ensinar o aluno, o professor tem buscado fontes alternativas que
propiciem um aprendizado didático e concreto ao mesmo tempo. Uma alternativa tem
sido a adoção de “jogos matemáticos” que além do aprendizado, estimulam a criatividade
do aluno. Segundo Kishimoto (2008) a palavra “jogo” assume um sentido diferente do
termo “brincadeira”, adotado pelo senso comum e, que possui um sistema de regras,
definido por Flemming (2009) como “atividade relacionada com o ensino, de natureza
recreativa, usada em sala de aula para obtenção de um maior rendimento no processo de
ensino-aprendizagem de um conteúdo específico.” Ainda, segundo a autora o uso de
jogos no ensino da Matemática pode abrir possibilidades de mudar a dinâmica da sala de
aula, em um aspecto positivo, pois pode aumentar o interesse do aluno pelo conteúdo
desenvolvido.
Segundo Flemming (2009) a aplicação de jogos requer que o professor responda a
si próprio algumas questões, a fim de que ele tenha clareza da sequência didática e dos
objetivos a serem atingidos com esta metodologia. Porém, a autora admite que “os jogos
podem minimizar as dificuldades de aprendizagens e, principalmente, facilitar o resgate
de conceitos e propriedades matemáticas de forma mais espontânea e natural”.
Para Piaget (1961) o “jogo” representa uma metodologia de ensino profícua, uma
vez que, o aluno age sobre o objeto concreto e, consequentemente apropria daquilo que
percebe da realidade. Porém, para ele, o aprendizado ocorre não somente por meio da
manipulação de materiais, mas, principalmente, através de um processo intrinsecamente
dinâmico, onde há um confronto entre as ideias do aluno com aquelas de seus colegas
ou aquelas do professor, ou seja, operações concretas estão sempre ligadas à ação. A
estrutura lógica do pensamento sobre esta ação pode ser compreendida pelas palavras
que a acompanham, pois um pensamento lógico é necessariamente um pensamento
social. Desta forma, de acordo com Piaget (1961, p. 215), “a permuta constante de ideias
com os outros, é precisamente o que permite descentrar-nos, assegurando-nos a
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possibilidade de coordenar interiormente as relações provindas de pontos de vistas
distintos”.
Metodologia do trabalho
Esta seção se dedica a relatar o conjunto de processo ou fases empregadas
durante a investigação na busca do conhecimento, pois segundo Barros e Lehfeld (2007)
método é uma forma ordenada de proceder ao longo do caminho.
Esse projeto Pibid, realizado no IFSP, campus de Birigui, possui prazo de vigência
de 08/2012 a 03/2014 e é constituído por um coordenador; dois professores supervisores
e doze alunos bolsistas. Este trabalho foi desenvolvido em duas escolas parceiras de
educação básica da rede estadual de educação na cidade de Birigui, sendo o ensino
médio o foco principal das atividades atreladas a este subprojeto.
Os discentes bolsistas são alunos do curso de licenciatura em Matemática do IFSP.
Foram definidas, como ações a serem efetivadas, a elaboração de materiais didáticos
pedagógicos a serem confecçionados pelos bolsistas e experenciados pelos professores
supervisores. Os discentes deveriam buscar metodologias de ensino que privilegiassem
os jogos educativos. Foram elaborados alguns jogos, definidos como: dominó de
potência; mercadinho; avançando o sinal; jogo dos pontinhos, baralho das frações, dentre
outros. A Figura 1 ilustra o jogo “dominó de potência”.
Figura 1 - Dominó de Potência. (baseado em Chaves (2000)).
Como parte das atividades do subprojeto, ao final de cada etapa do plano de
trabalho, os alunos bolsistas foram estimulados a elaborar relatos de experiência sobre
as atividades desenvolvidas semestralmente. Nestes relatos além da descrição das
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sequencias didáticas, materiais elaborados, intervenções realizadas nas aulas de
regência, estudo dos referencias teóricos e pressupostos metodológicos, também foi
solicitado aos estudantes o registro, em formato de depoimentos, das impressões gerais
sobre o PIBID e a importância do programa para a sua formação enquanto futuro
professor.
Para discussão foram selecionados os depoimentos de 4 (quatro) alunos bolsistas
sobre a introdução de jogos matemáticos no ensino médio e sobre suas experiências
adquiridas pela prática docente. Estes materiais foram elaborados pelos estudantes
bolsistas ao longo do ano de 2013. Como critério de escolha foi selecionado os
depoimentos de bolsitas de diferentes termos visando investigar a percepção dos
licenciandos em diferentes momentos de seu processo formativo do curso de licenciatura
em Matemática.
Foi adotado a ideia de diário de classe conforme CHILLÓN (2003). Nesse diário,
foram anotados todas as percepções que os estudantes-bolsistas tiveram enquanto
estavam inseridos no ambiente escolar. Esses relatos serviram de base a confecção dos
relatórios finais. As informações desses relatórios nos permitiram definir as categorias de
análise propostas por Tardif (2002), que dizem respeito às representações que eles
tiveram em relação aos: professores; alunos; a ele mesmo ou a outro estagiário e ao
contato com a sala de aula.
A tabulação dos dados nos permitiu analisar os resultados em função da
construção dos saberes docentes proposto por Tardif (2002): saber o conteúdo; saber
ensinar; saber interagir e saber ser.
Para Barros e Lehfeld (2007, p. 86) “a problematização serve de bússola para o
início do processo de investigação e para o se desenrolar, lembrando que toda pesquisa
tem origem com uma questão”. Assim sendo, será que a prática docente proporcionada
pelo projeto PIBID promove a construção de saberes docentes?
Segundo Souza Filho (2013), a vivência da prática propicia aos alunos a aquisição
de novos saberes que contribuem para o seu processo formativo. Neste sentido, os
futuros professores passam a olhar a realidade de um modo diferente, sob uma nova
perspectiva sobre “o que é ensinar?”. Isso contribui para uma visão dos pontos fracos do
ensino e para a formação de um espírito que almeja uma mudança metodológica.
O trabalho de Largo et. al. (2012) mostrou que o Pibid pode contribuir com a
formação dos futuros professores de Matemática, ao proporcionar o contato efetivo dos
estagiários com a realidade da escola; Os resultados mostraram que os bolsistas passam
a se preocupar não somente com as questões relativas ao ensinar, mas também com a
aprendizagem dos seus alunos. No que se refere aos saberes relacionados à gerência de
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uma sala de aula, o projeto possibilitou a construção e a evidencia de relações
epistêmicas, pessoais e sociais.
Esta pesquisa tem natureza predominantemente qualitativa e exploratória, pois,
além de analisarmos os dados, nós buscamos também identificar as impressões e,
consequentemente, as potencialidades que o subprojeto Pibid proporciona aos sujeitos
participantes da pesquisa.
Discussão e Análise dos Resultados
Apresentaremos a seguir os trechos retirados dos relatos dos alunos bolsistas do
Pibid. Embora os dados sejam qualitativos, pretende-se atingir em termos de
conhecimento não a verdade e a certeza que o fato encerra, mas atingir o melhor índice
de validade e fidelidade a respeito do conhecimento do fenômeno estudado (BARROS;
LEHFELD, 2007). Dentro das respectivas categorias estão o relato dos futuros
professores.
•
Representação em relação aos Professores
Marco: [Este Projeto permite] introduzir o aluno de graduação em Matemática no
ambiente escolar para mostrar como é o funcionamento de uma escola e também a
atuação do docente
Thays: Trata-se de uma excelente escola com um corpo docente capacitado e com
diretores
e coordenadores
dedicados.
Os
alunos
conseguem
alcançar
índices
significativos em metas do estado.
•
Representação em relação aos Alunos
Luana: observo que aulas diferenciadas atraem a atenção dos alunos
Marco: Percebi que a falta de interesse dos alunos na matéria é devido ao pouco
conhecimento matemático que [eles] possuem, deixando-os desestimulados a aprenderem
novos conceitos
Thays: O que mais atrapalha o trabalho é a falta de interesse dos próprios alunos. Fazem
um descaso enorme, achando que aquilo que estão aprendendo não será útil para nada
na vida deles, taí um enorme equívoco
•
Representação em relação a si mesmo ou a outro estagiário
Thays: O PIBID para mim é de extrema importância na minha formação profissional,
porque ali é a hora onde posso expor meus conhecimentos, passa-los adiante. Colocar
tudo que é aprendido na faculdade em prática.
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Thays: Contei com a ajuda do colega Alexandre, para elaboração e aplicação das
atividades em sala. Ele me ajudou na minha regência e eu na dele, devido ser o mesmo
tema só que turmas diferentes. Sendo assim, foi feita uma breve revisão do conteúdo,
mostrando as várias formas de um triangulo retângulo e suas propriedades, sua
hipotenusa e catetos, para que eles pudessem identificar na hora de resolver as
atividades.
•
Contato com a sala de aula
Marco: A primeira impressão que tive foi um pouco frustrante. Os alunos conversavam
muito e mostravam-se bastante desinteressados em aprender.
Segundo o relatos dos bolsistas, foi possível encontrar professores capacitados e
dedicados na rede pública de ensino. A falta de interesse dos alunos e o descaso é um
empecilho ao próprio aprendizado destes alunos. Segundo um dos bolsistas é um
enorme equívoco dos alunos acharem que o aprendizado não será útil para suas vidas. A
aluna bolsista considera o Pibid como uma etapa da sua formação, uma vez que ela pode
colocar em prática o que é visto na universidade. Segundo ela, houve uma ajuda mútua
entre os bolsistas (ela e o colega) em relação ao conteúdo que ia ser ministrado. Para o
bolsista Marco o contato com a sala de aula foi um pouco frustrante, uma vez que ele
encontrou alunos desinteressados.
 Saber o conteúdo
Milena: O uso de jogos como forma alternativa no processo de ensino-aprendizagem de
Matemática tem sido cada vez mais utilizado. É uma prática atrativa e eficaz de
aprendizado, que vem tomando conta das salas de aulas desde o ensino básico, período
em que a criança passa pelo processo de assimilação.
Luana: Esse material desenvolve raciocínio lógico, estimula estratégias, a criatividade e a
capacidade de resolver problemas.
Marco: Com outra metodologia, como os jogos, fazendo atividades ludo-pedagógicas com
esses alunos para que melhorem seus conhecimentos em Matemática
Milena: Desenvolvi dois jogos que abordam duas grandes dificuldades dos alunos que
acompanhei cujos conteúdos são divisão com dois ou mais números na chave e
operações com fração.
 Saber ensinar
Marco: Acredito que minha função como aluno-bolsista será de ajudar os alunos a
resgatar esse conhecimento perdido em anos anteriores e fixar os novos conteúdos
ministrados.
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 Saber interagir
Luana: já podemos constatar que todos os envolvidos são beneficiados, pois os alunos
são ajudados na sala de aula na resolução de problemas, compreensão de conteúdos e
os alunos da licenciatura participam do cotidiano escolar, aprendem a lidar com os
estudantes e conhecem diversas metodologias de ensino.
Marco: O professor-supervisor se desdobra para poder ter a atenção da turma e ensinar
tudo da melhor maneira possível, e é muito competente em sua metodologia de ensino,
contudo, tem que parar a aula várias vezes para pedir silêncio.
Milena: [Este Projeto permite] auxiliar os alunos em suas dificuldades de uma maneira
divertida e atraente.
Thays: Dentro de sala de aula tenho desenvolvido um bom relacionamento com os
alunos, no começo eles ficavam meio envergonhados de me chamar para tirar duvidas,
mas com o tempo essa barreira foi acabando e hoje em dia eles não tem mais vergonha,
conversam sobre as dúvidas, fazem perguntas, quando não entendem pedem explicação
e até com alguns estou criando uma amizade.
 Saber ser
Luana: [Este Projeto] é um dos melhores meios para adquirir experiência e conhecer
métodos de ensino-aprendizagem diversificados
Thays: Antes eu como aluna, tinha uma visão bem diferente das coisas, hoje do outro
lado vejo o quão importante na vida desses jovens e adolescentes é esse ciclo que
passam na escola. Dali que saem os valores ideais e planos para o futuro deles próprios.
Thays: As dificuldades são muitas, o descaso é enorme, mas satisfação de ouvir de um
aluno que antes não gostava de matemática e agora passou a gostar, porque você esta ali
o ajudando é a maior recompensa que eu pude receber. Mesmo que sejam poucos [...],
saber que o que você esta fazendo, pode fazer a diferença na vida de um daqueles
jovens.
Segundo os bolsistas a utilização de jogos é uma prática atrativa e eficaz de
aprendizagem, pois o aluno consegue assimilar melhor o conteúdo. Esta metodologia
lúdico-pedagógica desenvolve a capacidade de resolução de problemas. Em relação ao
ensinar, é gratificante ajudar o aluno a resgatar o conhecimento perdido e fixar novos
conteúdos. Embora os bolsistas relatem que o professor supervisor tem uma certa
dificuldade em prender a atenção dos alunos, eles disseram que aos poucos foram
conquistando um bom relacionamento e uma boa amizade com os alunos da escola.
Segundo os bolsistas, o Projeto propiciou experiências ricas sobre o conhecimento dos
métodos de ensino-aprendizagem. Houve segundo eles uma mudança metodológica,
considerada por eles como: uma recompensa em poder fazer a diferença na vida dos
jovens estudantes, ou seja, dos alunos contemplados com o projeto PIBID.
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Considerações finais
Uma vez que toda a observação parte da realidade e deve retornar a ela para
avaliar seus resutados, destinamos esta seção para avaliar o trabalho realizado, tendo
em mente o que foi apresentado nos resultados da seção anterior e na síntese dos
relatos dos alunos bolsistas.
De maneira geral verificamos, na maioria dos depoimentos, que as vivências
proporcionadas pelo o subprojeto PIBID de Matemática, principalmente no contexto da
sala de aula, são primordiais para o desenvolvimento dos saberes docentes e das
habilidades e competências necessárias à práxis pedagógica. Neste sentido, quando
imersos no cotidiano escolar, os licenciandos assumem um papel ativo, reflexivo,
mediador e crítico de seu próprio processo formativo e o “aprender a ser professor” toma
significado e transcende a concepção de que o professor deve apenas solucionar os
problemas na sala de aula e trabalhar conteúdos, mas sim compreender, por meio de
uma nova óptica o panorama educacional contemporâneo e seus paradigmas.
Por meio dos presentes relatos podemos avaliar que a inserção de jogos
educativos como estratégia de ensino da matemática propicia e corrobora com uma
aprendizagem significativa dos conteúdos e também auxiliam na mudança de postura dos
alunos frente aos desafios da aprendizagem, pois estes sentem-se motivados a buscar o
conhecimento por meio dos jogos educacionais.
Percebe-se que de modo satisfatório o PIBID tem fortalecido o vínculo entre a
Universidade e a escola buscando promover a participação desses futuros professores
em experiências inovadoras e interdisciplinares. Evidenciou-se que o trabalho junto aos
professores atuantes da rede pública é de extrema importância, pois reforça o caráter
formador do curso de Licenciatura em Matemática, estimulando-os a construção de
novos conhecimentos a partir das suas experiências.
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