BC discutiu cortar mais a Selic, mostra ata do Copom

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BC discutiu cortar mais a Selic, mostra ata do
Copom
O Banco Central discutiu aumentar o ritmo de cortes da taxa básica de juros na semana passada, com alguns
dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) defendendo que a evolução favorável da inflação, a
aprovação inicial de medidas fiscais e o ritmo fraco da economia justificariam o movimento.
No entanto, outros membros argumentaram que a evolução de “alguns componentes da inflação mais sensíveis
à atividade econômica e à política monetária continuava indicando pausa” e que o cenário externo ficaria mais
sensível para as economias emergentes.
“Esses mesmos membros ponderaram, entretanto, que é razoável esperar uma intensificação do processo de
flexibilização monetária caso a atividade econômica não dê sinais mais claros de retomada, posto que nesse
caso as projeções de inflação devem se reduzir”, trouxe a ata do Copom divulgada nesta terça-feira.
Na semana passada, o BC decidiu dar sequência ao ciclo de afrouxamento da Selic com mais um corte de 0,25
ponto percentual, o segundo seguido, levando-a a 13,75 por cento ao ano.
Citou, naquele momento, além do cenário externo e a atividade econômica no Brasil, o andamento das medidas
de ajuste fiscal e desinflação mais difundida, argumentos repetidos na ata.
As avaliações feita pelo BC, no entanto, não levam em conta o revés político que o governo de Michel Temer
levou na noite passada, com o afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado por
liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) e que pode atrapalhar a votação das medidas de ajuste fiscal, em
especial a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos.
Também não incluiu o aumento de preços da gasolina e do diesel nas refinarias anunciado pela Petrobras. Se o
ajuste for integralmente repassado ao consumidor, o preço do diesel pode subir 5,5 por cento e da gasolina, 3,4
por cento.
Na ata, o Copom voltou a afirmar que o “processo de desinflação depende de ambiente externo adequado” mas
que, no entanto, não há “relação mecânica entre o cenário externo e a política monetária”.
Também afirmou que havia riscos associados ao possível fim do ambiente relativamente benigno para
economias emergentes, sem citar explicitamente a vitória do republicano Donald Trump na disputa pela
Presidência dos Estados Unidos, que levou a uma onda de aversão ao risco nos mercados financeiros globais.
O BC repetiu ainda que a “convergência da inflação para a meta em 2017 e 2018 é compatível com processo
gradual de flexibilização monetária” e também reiterou que a magnitude da flexibilização monetária e a
intensificação do seu ritmo dependerão, daqui para frente, das projeções e expectativas de inflação e da
evolução dos fatores de risco.
Na pesquisa Focus mais recente, realizada pelo BC com mais de uma centena de economistas todas as
semanas, a perspectiva para a taxa básica de juros em 2017 foi reduzida pela primeira vez em quatro semanas,
a 10,5 por cento ao fim do próximo ano, ao mesmo tempo em que a estimativa para o PIB piorou para uma alta
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de 0,8 por cento, abaixo da projeção oficial do governo de expansão de 1 por cento.
Enquanto o mercado vê a inflação em 4,93 por cento em 2017 e 4,50 por cento em 2018, o BC repetiu na ata do
Copom que sua projeção pelo cenário de referência é de alta do IPCA de 4,4 por cento em 2017 e de 3,6 por
cento para 2018 –em ambos os casos abaixo do centro da meta.
O centro da meta de inflação deste ano e dos dois próximos é de 4,5 por cento pelo IPCA, mas com margens de
tolerância diferentes. Para 2016, essa banda é de 2 pontos percentuais, caindo a 1,5 ponto para 2017 e 2018.
Fonte: exame.abril.com.br
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