Origem do Regimento de Infantaria n15

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Origem do Regimento de Infantaria n° 15
No início do seu reinado D. João V tratou de melhorar as condições do Exército e promulgou Novas
Ordenanças que moldadas nas francesas trouxeram às nossas instituições militares os aperfeiçoamentos mais notáveis
da época. Os terços, nome dado às Unidades de Infantaria, foram substituídos pelos Regimentos. O Terço de Olivença
passou a formar 2 batalhões, constituindo o Regimento de Olivença. Em 1762, o Conde de Lippe reorganizando o
Exército cria desses dois batalhões, o 1 ° e o 2° Regimentos de Olivença.
Quando por Decreto de 19 de Maio de 1806, os 24 Regimentos de Infantaria Portuguesa, foram pela primeira
vez numerados, coube o n° 15 ao então 2° Regimento de Olivença.
1ª parte - Invasões francesas e legião portuguesa
Invasões Francesas
1ª Invasão -Espanhola (guerra das laranjas -1801)
Devido à nossa aliança com a Inglaterra, a Espanha pressionada pela França declarou guerra a Portugal em
Fevereiro de 1801. Em 20 de Maio de 1801, entram pela raia espanhola 5 divisões comandadas por Manuel Godoy com
um efetivo de cerca de 50 000 homens contra 12 000 portugueses. A divisão de vanguarda e a la divisão dirigiram-se
para Elvas exigindo a rendição da praça, mas o seu governador com mais 8000 homens não se deixou intimidar e os
espanhóis não chegaram a atacar a praça; a 2ªe a 4ª Divisões marcharam para Campo Maior, onde a 2ª divisão tentou
um ataque desastroso e regressou ao Caia sendo a 4ª divisão a responsável pelo sítio de Campo Maior. A 3ª divisão
investiu contra as praças de Olivença e Juromenha. O governador de Olivença sem defesa entregou a fortaleza de
Olivença. Depois disto a divisão foi auxiliar no cerco a Campo Maior e foi depois reencaminhada para Elvas. Após 18
dias e sem outra alternativa, o governador de Campo Maior capitulou em 6 de Junho.
Nesta invasão Portugal perdeu Olivença que na prática nunca mais recuperámos, mas na teoria ainda é terra
portuguesa.
2ª Invasão Franco-espanhola
Não conseguindo convencer Portugal a aderir à política do Bloqueio Continental contra a Inglaterra, a França e
a Espanha concordam através do tratado de Fontainebleu, em ocupar e dividir Portugal em 3 partes: uma a Norte com
capital no Porto (para a rainha da Etrúria, filha de Carlos IV rei de Espanha), outra seria o Alentejo e Algarve (para o
ministro espanhol Manuel Godoy) e para Napoleão ficaria o resto do território.
Com o apoio da Espanha, as tropas de Napoleão, com o general Andoche Junot no comando, saíram de Salamanca em
12 de Novembro de 1807 em direção a Alcântara, através da Serra da Gata. No dia 20 de Novembro ao sair de
Alcântara para Castelo Branco para se reunir com as forças espanholas, o exército francês estava reduzido a cerca de 15
000 homens.
Chegados em 24 de Novembro a Abrantes, o estado dos franceses era mau devido à marcha debaixo de chuva
torrencial, restando apenas 5000, tendo ficado 10 000 espalhados à retaguarda.
Junot tinha atingido Abrantes sem encontrar resistência. Depois de atravessar o rio Zêzere em 26 e 27, passa por
Santarém em 28 (apenas com cerca de 1500 homens) e chega a Sacavém em 29 de Novembro para atingir Lisboa no dia
30 com os seus homens em muito mau estado, chegando apenas a tempo de ver partir a família real portuguesa para o
Brasil. Ao mesmo tempo, a divisão espanhola de cerca de 7000 homens do general Taranco ocupava o Porto, enquanto
as tropas do General Solano invadiam o Algarve e a divisão do General Carafa ocupava Setúbal.
Napoleão sabendo que não podia manter por muito tempo a nossa sujeição ao seu domínio e deu ordens a Junot
para desmobilizar o nosso exército (o 15 foi assim dissolvido) e aproveitar os nossos melhores homens para formar um
corpo militar - a legião portuguesa com 8000 homens a enviar para fora de Portugal com destino a França para servir
Napoleão.
Entretanto dá-se o desembarque de forças inglesas em 1 de Agosto de 1808 (comandadas pelo general
Wellesley) que com as forças portuguesas seguem para Lisboa pelo eixo Caldas da Rainha - Óbidos - Torres Vedras.
Dá-se o combate de Roliça (17 Ago 1808) e a batalha do Vimeiro (21 Ago 1808) em que as forças anglo-Iusas derrotam
os franceses. Com a convenção de Sintra termina a 2ª invasão franco-espanhola.
3ª Invasão Francesa
Depois de novamente reorganizado o exército português nos finais de 1808 (e também o RI 15 que foi para
Vila Viçosa) com a ajuda do Marechal Beresford, Portugal era novamente invadido por tropas francesas com 23 000
homens comandados pelo marechal Soult. Em 11 de Fevereiro de 1909 os franceses fazem uma primeira tentativa para
atravessar o Minho frente a Vila Nova de Cerveira, tentativa essa que é repelida. Mais tarde em 16 de Fevereiro, voltam
a tentar nova passagem frente a Caminha, que é de novo fracassada (devido à falta de conhecimento sobre o rio e à ação
dos populares). Depois destes fracassos, Soult decidiu contornar o Minho e entrar em Portugal por Chaves.
Depois de alguma resistência portuguesa, o exército francês consegue em 10 de Março entrar em Chaves em 14
de Março inicia o deslocamento para o Porto, seguindo o itinerário Chaves - Venda Nova - Ruivães - Braga - Porto.
Entretanto apesar de alguma resistência, é feito o assalto a Braga no dia 20 de Março e aí o exército francês comete as
maiores atrocidades.
Na rectaguarda do exército francês o Brigadeiro Silveira organiza as suas forças e em 25 de Março reconquista
Chaves aprisionando muito franceses.
Em 25 de Março os franceses transpõem os rios Ave e Vizela e em 29, após o famoso episódio da ponte das
Barcas, Soult entra triunfante no Porto. Entre 29 e 30 de Março de 1809 morreram no Porto cerca de 10 000 portugueses
e cerca de 500 franceses.
A intenção de Soult era ir para Lisboa, mas as várias acções de resistência anglo-lusas das forças do Brigadeiro Silveira
e da manobra estratégica de Beresford desde Abril até Junho não o permitiu e em Junho Soult retira de Portugal com
inúmeras baixas.
4ª Invasão Francesa
O marechal Massena juntamente com José Bonaparte (irmão de Napoleão) tinha elaborado um plano de
operações que assentava na invasão do país pelo norte do Tejo com o objetivo de chegar a Lisboa. O comandante do
exército aliado era o General Wellesley agora Duque de Wellington. O ataque francês começa sobre Cidade Rodrigo
que capitulaem 10Ju11810; em seguida os franceses avançam para Almeida, estabelecendo o cerco deAlmeida em 15 de
Agosto que resiste até 28.
Massena marcha em Setembro em direção a Viseu e à serra do Buçaco. Em 27 de Setembro o RI 15 participa
na Batalha do Buçaco com uma força de 905 homens e não teve qualquer baixa mas também não teve aqui qualquer
ação decisiva, mas esta batalha marcou a viragem na invencibilidade francesa.
Depois de perdida esta batalha, os franceses retomam a marcha para Sul queimando, pilhando e matando. Dada a
impossibilidade de passar pelas linhas de Torres Vedras, Massena teve de retirar em 5 de Março de 1811, cometendo
nesta retirada novas atrocidades.
Em 12 de Março teve lugar o combate da Redinha contra a retaguarda francesa, o RI 15 participou neste combate com
692 homens.
Em 3 de Maio o RI 15 com 556 homens participa no combate de Fuentes de Oñoro e em 5Fev de 1812 assume
o comando do 15 o Coronel Luís do Rego Barreto.
Os franceses são expulsos do território nacional e em Espanha o Exército Anglo-Luso junta-se ao Espanhol durante a
guerra que então se seguiu e que ficou na História com o nome de Guerra Peninsular e leva a Campanha até ao final
entrando em várias ações principalmente nas seguintes batalhas e ações: (3)
- No ano de 1812
Assalto à Praça de Badajoz
06 de Abril
Batalha de Salamanca
22 de Julho
- No ano de 1813
Batalha de Vitória
21 de Junho
Sítio da Praça de S. Sebastião
09 Julho a 31 Agosto
2° Assalto à Praça de S. Sebastião
31 de Agosto
Sítio do castelo da Praça de S. Sebastião
31 Ago a 08 Set
Em todas as ações o RI 15 cobre-se de glória, mas merecem especial relevo:
1 °: O Assalto à praça de Badajoz, considerado um dos feitos mais brilhantes da Guerra Peninsular em que o
Regimento de Infantaria 15 foi a primeira força a entrar na Praça sob o comando do Coronel Luís do Rego Barreto
cognominado pelo Marechal Beresford "O Bravo". A respeito desta Acão disse Beresford: "A conduta dos Corpos que
fizeram este assalto faz honra à Nação";
2°: A batalha de Victória, que sendo das mais renhidas, teve para os franceses as mais terríveis consequências
militares, obrigando-os a abandonar a Península. As tropas do RI 15 distinguiram-se de tal forma nesta Batalha que
Beresford, entusiasmado, pediu ao Príncipe Regente uma distinção especial para o Regimento.
3°: A tomada da praça de S. Sebastião, uma das mais sanguinolentas ações desta guerra. Fortificados, os
franceses aguentavam com heroísmo os assaltos sucessivos das forças aliadas. Então, Luís do Rego Barreto, ao tempo,
apeia-se do cavalo, toma a Bandeira do 15 nas mãos e, no meio da metralha, clama para o seu antigo Regimento:
"Soldados! Pertence agora ao vosso Comandante morrer nesta Praça" e correndo com denodo sobre a brecha leva os
seus soldados atrás de si, os quais incentivados por tanta ousadia se tomam invencíveis.
A legião portuguesa ao serviço de Napoleão
(esta parte acontece ao mesmo tempo que a ação no território nacional)
Vimos que aquando da 2ª Invasão Franco-Espanhola, Napoleão ordenou a Junot que dissolvesse o exército
português e com os melhores homens formasse a legião portuguesa ao serviço de Napoleão, onde o RI 15 juntamente
com o RI 3 e com militares da legião de tropas ligeiras formaram o Batalhão de Caçadores a pé com um efetivo de 800
homens tendo como comandante Francisco Cláudio Blanc. A legião não manteve sempre a mesma organização. Em
Abril de 1808 Junot ordenou que as tropas da legião marchassem para Salamanca. Em 02 de Julho de 1808 participam
no cerco de Saragoça (foi a primeira ação da legião ao serviço de Napoleão).
Houve muitas deserções da legião porque muitos recusavam-se a servir Napoleão. Em 1909 deu-se a campanha
de Áustria em Wagram onde os portugueses muito se distinguiram recebendo os melhores elogios de Napoleão, e em
1812 a campanha da Rússia cuja retirada em pleno Inverno foi um completo desastre, os 4 regimentos portugueses
tinham levado para a Rússia aproximadamente 5000 homens dos quais voltaram a França cerca de 100, uns duzentos
espalhados pelos hospitais da Rússia e Alemanha, uns 450 que tinham ficado nos depósitos, por incapazes para o
serviço de campanha, era o que restava da Legião que tinha saído de Portugal com cerca de 9000 homens.
2ª Parte – A 1ª guerra mundial
Em 1902 o RI 15 é transferido de Lagos para Tomar, tendo sido aquartelado no antigo convento de S.
Francisco.
Em 1916, dois anos depois do início da 1 a Guerra Mundial, a Alemanha declara Guerra a Portugal, que se vê
forçado a preparar um Corpo Expedicionário, que recebeu instrução em Tancos.
No dia 19 de Janeiro de 1917, parte o 1° Batalhão do Regimento de Infantaria 15 para a Flandres, onde chegou no dia
02 de Fevereiro e onde recebeu por Comandante o Capitão João Maria Ferreira do Amaral (o "Capitão sem medo"). O
batalhão era constituído por 1090 homens distribuídos por 4 companhias e Estado-maior.
A partir do dia 06 de Abril e após algum tempo de instrução, o nosso batalhão começa a combater nas linhas da frente.
Sofreu o 1º morto em combate no dia 25 de Junho de 1917 e um mês depois foi concedida a 1ª de muitas cruzes de
guerra a um soldado do batalhão.
Entre as ações mais significativas do Batalhão até à Batalha da La Lys, contam-se por exemplo as dos dias 14 e
24 de Agosto de 1917, tendo sido elogiado pelo comando britânico.
Depois de meses seguidos a combater nas linhas da frente, o batalhão vai no final do ano de 1917, gozar o descanso de
mais ou menos um mês, que pouco aliviou o cansaço do batalhão (devido às 6 horas diárias de instrução, aos trabalhos
de reconstrução de trincheiras e devido ainda ao frio com temperaturas negativas de cerca de 15º).
Já em 1918, o batalhão 15 distinguiu-se mais uma vez na ação do dia 07 de Março depois de um forte ataque alemão
que repeliu, tendo sido especialmente felicitado por telegrama do Comando do I Exército Britânico. (6)
Por esta altura já o batalhão se encontrava exausto por meses seguidos permanente combate, o estado moral e físico do
batalhão era péssimo. Temos conhecimento de relatórios médicos em que é afirmado apenas a convalescença e repouso
de todos os militares do batalhão seria a solução para fazer deles soldados com a responsabilidade que cabe a quem está
nas linhas de combate.
Foi nestas condições que na madrugada de 8 para 9 de Abril de 1918 se deu a terrível batalha de la Lys, onde
contra uma divisão portuguesa foram lançadas 8 divisões alemãs em muito melhores condições.
(7) O Batalhão 15 encontrava-se na aldeia de Croix Marmouse quando começou o ataque alemão, e ao 15 foram
destinados 9 postos para ocupar e defender na linha das aldeias, a 3000 metros do inimigo. Por vários motivos,
principalmente o facto de não ter havido tempo para fazer o reconhecimento dos itinerários de acesso e postos a ocupar,
apenas a 2ª companhia do 15 conseguiu alcançar e defender durante cerca de 2 horas o posto que lhe estava destinado Richebourg. Além deste, os postos de Huit Maisons (onde se destaca a ação do Soldado Milhões que sozinho com a sua
metralhadora cobriu a retirada de numerosos portugueses e escoceses, sendo a única praça do CEP condecorada com a
Comenda da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito), Canal de Lawe, e Lacouture, foram locais onde o nosso
batalhão se cobriu de glória.
Em Lacouture a resistência durou cerca de 24 horas, após o que toda a guarnição ficou prisioneira sem víveres nem
munições.
Na Batalha de la Lys o Batalhão 15 sofreu cerca de 212 baixas entre mortos, feridos e prisioneiros, antes disso
não teve um único prisioneiro ou insubordinado.
(8) Na Bandeira do 15 às legendas "bordadas a ouro" de Badajoz, Vitória e S. Sebastião, foram acrescentadas: La Lys,
Richeboug, Canal do Lawe e Lacoutur 1918.
(9) Depois da Batalha de La Lys, do CEP ficaram apenas alguns destroços, que mais tarde foram reorganizados, e
formaram-se 9 dos 24 batalhões iniciais.
O Batalhão 15, incluindo o seu Comandante - Major Ferreira do Amaral - formou a maior parte do IX batalhão que foi o
primeiro a marchar para a frente em 27 de Outubro de 1918, incitando outros a segui-lo e causando admiração aos
aliados. Pouco depois, em Novembro era assinado o armistício e o IX Batalhão não chegou por isso a combater como
queria.
O batalhão de infantaria 15 regressou a Portugal em 1919, e chegou a Tomar em 19 de Fevereiro.
Foi o único batalhão do CEP a trazer duas condecorações para a sua bandeira: a Medalha de Ouro de Valor Militar
relativa aos feitos do 9 de Abril e a Comenda da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, relativa à iniciativa do IX
Batalhão. Mais tarde pelos feitos da 1 a Guerra a bandeira do 15 foi ainda agraciada com a Cruz de mérito de Guerra,
pelo rei de Itália e agraciada pela França pela "Fourragere" da Medalha Militar de Cruz de guerra de 1914-1918 com
palma.
3ª Parte - Mobilização de um Batalhão para Cabo Verde
Portugal não teve qualquer envolvimento na 1ª Guerra Mundial, optando pela neutralidade. No entanto para
proteger os nossos territórios em Cabo Verde, para lá foram enviadas forças expedicionárias de várias unidades do
exército, e também o RI 15 organizou e mobilizou um Batalhão de Infantaria em missão de soberania, dividido em 3
contingentes que embarcaram entre 1941 e 1942. Em 1944 regressou o batalhão a Portugal.
4ª Parte - Período da Guerra Colonial
No dia 4 de Fevereiro de 1961, ocorreram em Luanda algumas ações levadas a efeito pelo Movimento Popular
de Libertação de Angola, (MPLA) que marcam de facto o início da fase violenta da guerra subversiva com a
consequente necessidade de um reforço militar interno e prolongado. As fotografias e os relatos dos acontecimentos
vividos a partir de Março de 1961 no noroeste Angolano, impressionaram o povo Português e os meios militares, pelo
que, a metrópole mobilizou rapidamente os recursos necessários para fazer face à nova situação, tendo os primeiros
contingentes militares viajado para Angola em 19 de Abril (via aérea) e em 21 de Abril (via marítima) e chegado a
tempo de salvar algumas populações isoladas e recuperar toda a zona afetada.
(12) Entre 1961 e 1974 o RI 15 mobilizou e destacou para as províncias Ultramarinas (Angola, Moçambique, Guiné, S.
Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Timor), num total de:
3 Comandos Militares
3 Comandos de Agrupamento
48 Batalhões de caçadores
48 Companhias de Caçadores Independentes
9 Companhias de Comando e Serviços
2 Pelotões de Caçadores
62 Pelotões de Morteiros
18 Pelotões de Canhões sem Recuo
Tendo sido das unidades do exército que mais militares mobilizou.
Tarefa difícil e em ritmo galopante foi observar anualmente tantos e tantos efetivos, administrar-lhes a instrução das
especialidades da Arma, organizá-los, enquadrá-los e por fim gerar Unidades espiritualizadas nas tradições do 15,
prontas para o combate e para perpetuar a glória do Regimento nas terras africanas. Nas florestas de Cabinda, nas
chanas de Angola, nas matas de Moçambique, ou nas bolanhas da Guiné, essas unidades continuaram a escrever a
história do Regimento, e, no regresso da sua missão, souberam devolver honrado o guião que lhes fora entregue.
Ao longo do período (1961 a 1974) que durou a Guerra do Ultramar o RI-15 foi de facto uma Unidade com grandes
responsabilidades quer na formação, quer na mobilização de meios humanos, posteriormente destacados para a Guerra
pelo que, se (13) verificaram 637 mortos com ela relacionados, e foram atribuídas 171 Condecorações por Feitos e Atos
de Bravura, algumas das quais a Titulo Póstumo.
5ª Parte – O 1º BIMOTO da BMI no RI 15
Em Abril de 1977, iniciou-se a organização das primeiras subunidades do 1º BIMoto, Unidade integrada e
constituída no seio do RIT, dependente da 1ª BMI em termos de equipamento e emprego operacional no quadro da
OTAN.
Em 1977 foi constituído o Comando e a 1ª Cat; em 1978, a CCS, a 2ª Cat e a CAC e em 1979, a 3ª Cat. Tinha
os seguintes efetivos: 39 Oficiais, 137 Sargentos e 655 Praças.
O 1º BIMOTO foi extinto em 1993 devido à reorganização da BMI.
6ª Parte – O 1º BIPara no RI 15 – FND’S
No final de 1996 o RI 15, começou a receber tropas aerotransportadas na situação de
adidos com vista a integrar as forças do 1º BIAT. Em 01 de Março de 1997 foi colocado definitivamente nesta
Unidade deixando o RI 15 em 1998 de depender da RMS e passando a depender do CTAT.
O 1º BIAT (que em 1999 passou a designar-se 1º BIPara) foi formado com militares provenientes do Batalhão de
Para-quedistas 11 que por sua vez fez parte do antigo Batalhão de Caçadores Pára-quedistas nº 21.
Desde a sua chegada a Tomar, o 1º BIPara cumpriu oito missões no âmbito das Forças Nacionais Destacadas
(FND), missões humanitárias e de Paz.
No 1º Semestre de 1998 participou, com um efetivo de 327 militares, na missão da NATO na Bósnia-Herzegovina
(SFOR), como parte da Brigada Multinacional Norte, sediada em Sarajevo sob liderança Italiana.
No 1º Semestre de 2000, destacou 707 militares para Timor Lorosae, integrando a missão das Nações Unidas
nesse Território (UNTAET), tendo-lhe sido atribuída uma área de responsabilidade (AOR) no Sector Central, que
incluía a capital Díli.
No 2º Semestre de 2001, participou, com um efetivo de 352 militares, na missão de Reserva Operacional Terrestre
do COMSFOR, no TO da Bósnia-Herzegovina (BiH).
No 1º Semestre de 2003, participou com um efetivo de 290 militares, na Operação "JOINT FORGE" na BósniaHerzegovina, como elemento de manobra do“Multinational Battle Group” (MNBG). Recebeu para o efeito uma
Companhia da Eslovénia sob controlo operacional.
Em 2005, decorrente dos compromissos assumidos por Portugal na conferência de geração de forças para a NATO
Responses Force 6 (NRF 6), o 1ºBIPara treinou tarefas específicas para cumprir a missão de “Initial Entry Force”,
inserido na 19th Light Brigade (UK), que se constituiu como “Land Component Command” da NRF6.
Durante o 1º semestre de 2006, o 1ºBIPara ficou em prontidão operacional de 5 dias de NTM (Notice To Move),
para cumprir missões no âmbito da NRF 6, em qualquer parte do mundo.
O facto do 1ºBIPara NRF 6 ser constituído por 637 militares, permitiu que no 2º semestre de 2006, o Batalhão
gerasse duas FND. Uma destinada ao Kosovo com 295 militares, como Reserva Tática do COMKFOR
(UEB/TACRES/KFOR), outra com 149 militares na Operação da NATO no Afeganistão QRF/FND/ISAF, com a
responsabilidade da Área de Operações (AOO) KABUL do Regional Command Kabul (RC KABUL). (Unidade
aprontadora RI 10).
No rescaldo da autoproclamada independência do Kosovo, em início de 2008, o 1ºBIPara voltou novamente a
assumir a missão de Reserva Tática do Comandante do COMKFOR.
No 1ºSemestre de 2009, o Batalhão atribuiu de reforço a 11ªCompanhia de Para-quedistas ao 2ºBIPara aquartelado em Aveiro - por este estar a cumprir missão de prontidão no âmbito da NRF 13. Neste mesmo ano, o
1ºBIPara foi agraciado por S.Exª o Presidente da Republica com a Medalha de Ouro de Serviços Distintos.
De 01 Setembro de 2010 a 24 Março de 2011,o 1º BIPara voltou a assumir a missão de Reserva Tática do
Comandante da KFOR, Com um efetivo de 294 militares.
Em Setembro e Outubro de 2011 o 1ºBIPara organizou e aprontou o núcleo inicial da Land Component Command
(LCC) da Força de Reação Imediata (FRI) para participar e ser certificada no exercício LUSIADA 11. Desde 01 de
Novembro de 2011 até 31 de
Dezembro de 2013, o 1ºBIPara garante a prontidão da força que se encontra em stand-by – categoria 2 (5 dias
Notice To Move).
Neste âmbito, devido à crise política que ocorreu na Guiné Bissau, o 1BIPara participou na Operação Manatim de
13 de Abril a 15 de maio de 2012. Durante esse período foram realizadas tarefas de preparação administrativa e
logística, necessárias à prontidão e projecção do pessoal e material, para a possível projeção da Força para o TO.
Destaca-se o Plano de Carregamento da Força, com o treino de embarque/desembarque de pessoal e material em 2
C130-H, no Aeródromo de Transito Nº1 em Lisboa.
No 2ºSemestre de 2014 o 1BIPara voltou a participar, com um efetivo de 177 militares, na Operação da NATO
no Kosovo, com a missão de Reserva Tática da Kosovo Force (UEB/TACRES/KFOR).
O 1BIPara tem atualmente 30 militares no TO do Iraque, no âmbito da Operation Inherent Resolve, com a missão
de formar as Forças do Exército Iraquiano.
O Batalhão encontra-se ainda na fase de aprontamento conjunto da FRI 2017.
Até esta data, o 1º BIPara não sofreu qualquer baixa humana em nenhuma destas operações.
7ª Parte – O BAS no RI 15
Desde o ano 2000 e até à sua extinção em 2004 o BApSvc/BAI esteve sediado no RI 15.
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