A economia brasileira em décadas de 50/60, no pós segunda

Propaganda
ISECENSA – Institutos Superiores de Ensino do
Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora
Instituto de Ciências Sociais Aplicadas
Curso: Engenharia de Produção
Disciplina: Economia e Globalização
1
Parte 2
A Economia Brasileira
Professor Lincoln Weinhardt
Artigo nº 05
A Crise dos anos 80 (1979 – 1984)
I – introdução
Iremos analisar o período de 1979 a 1984, o qual ficou conhecido como a crise dos
anos 80, trás ao final dos anos setenta um Brasil, que se encontrava com um endividamento
externo elevado, devido às decisões tomadas anteriormente e ao 2º. choque do petróleo em
1979, mais o choque de juros, advindo das reações norte americanas de combate aos
efeitos inflacionários do segundo choque do petróleo.
Possuíamos uma inflação de 77,2% a.a., onde os preços de algumas estatais
artificialmente rebaixados e elevado déficit público. Nesta época, no ambiente social
observa-se a retomada do movimento sindical.
O País deveria optar entre preservar o crescimento econômico comprometendo cada
vez mais o Balanço de Pagamentos ou ser um administrador conservador com pouco, ou
nenhum, crescimento, porém com menos riscos.
Foi um período de grandes mudanças, tanto no cenário econômico como no político.
As decisões tomadas iram culminar com um a presença de uma inflação crônica na casa
dos 100% a.a. gerando o fenômeno da Inflação Inercial que levou à destruição da moeda, ao
crescimento exponencial do endividamento externo e ao término do regime militar.
ISECENSA – Institutos Superiores de Ensino do
Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora
Instituto de Ciências Sociais Aplicadas
Curso: Engenharia de Produção
Disciplina: Economia e Globalização
2
Parte 2
A Economia Brasileira
Professor Lincoln Weinhardt
II – Decisões de Política Econômica tomadas no período de
análise
Em função do cenário após o segundo choque do petróleo, Mario Henrique Simonsen
se posiciona a favor de implantar uma economia de guerra após o agravamento da crise.
Afirmando que Acabou a brincadeira!
Deveríamos optar por ações contracionistas:
- Acelerarar as minidesvalorizações cambiais para equilibrar a conta petróleo e conta juros.
- Reduzir os gastos públicos e os subsídios (esforço fiscal para reduzir a dívida pública).
- Provocando uma recessão para reduzir as importações e controlar a inflação.
O Presidente da República General Figueiredo não aceita o plano recessivo e convoca
para a pasta o ministro Delfim Netto, visando reeditar o milagre econômico, em um período
conhecido como o Segundo Delfinato.
As Primeiras Medidas adotadas por Delfim Netto foram:
- Maxidesvalorização da moeda de 30%, em dezembro de 1979.
.
- pré-fixação da correção cambial e da correção monetária, em níveis muito abaixo da
inflação, na tentativa de reduzir as expectativas de inflação das empresas, apostando em
sua imagem de Czar da Economia Nacional. No período a Inflação foi de 120% a.a. e a
correção
monetária
só
de
60%
a.a..
.
- Redução dos juros.
Como conseqüência destas medidas tivemos o crescimento do PIB em 8%,
crescimento das Importações e o crescimento do déficit comercial, que foi para US$ 3,4
Bilhões e a Divida externa para US$ 54 Bilhões.
ISECENSA – Institutos Superiores de Ensino do
Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora
Instituto de Ciências Sociais Aplicadas
Curso: Engenharia de Produção
Disciplina: Economia e Globalização
3
Parte 2
A Economia Brasileira
Professor Lincoln Weinhardt
No segundo semestre de 1980 os banqueiros internacionais interrompem a renovação
de créditos brasileiros. Agora não é mais possível parar o caminhão reduzindo as marchas O
Brasil teria que pisar no freio. Em Dezembro de 1980 recorreu ao empréstimo fonte junto ao
FMI.
Em 1981 ocorre a mudança na política econômica, Delfim Netto promoveu o arrocho,
através de:
- Contração da oferta monetária.
- Corte nos investimentos das estatais.
- O fim da pré-fixação do câmbio e da correção monetária.
Nos anos seguintes os cenários se agravam:
Em 1982 temos: Inflação crescente; Exportações decrescentes devido a recessão
mundial e Crise do modelo de subdesenvolvimento industrializado. Seria necessário
reconstruir a moeda, o sistema produtivo e a demanda interna que nunca houve.
Em 1983 temos: Resultados medíocres na balança comercial. Após os resultados
obtidos nos dois primeiros meses de 1983. Delfim joga a toalha no que se refere à inflação e
aplica uma nova maxidesvalorização de 30%. Não há moeda que resista a duas
maxidesvalorizações em 3 anos!
Em 1984, Temos o cumprimento das metas com o Fundo Monetário Internacional e
pela primeira vez desde 1979, a restrição externa da economia brasileira mostrou sinais de
relaxamento. O vigor da recuperação norte-americana nos primeiros dois trimestres de 1984
foi
de
importância
fundamental
para
o
relaxamento
da
restrição
externa
e
conseqüentemente, para o desempenho da economia brasileira. Mas a Inflação estava na
casa dos 100% a.a. surgindo a idéia de Inflação Inercial. O lema do governo era: Exportar é
o que importa. As exportações começam a puxar a demanda agregada. Os saldos
comerciais ficam bastante expressivos. Mas, não tem jeito, a moeda está destruída.
ISECENSA – Institutos Superiores de Ensino do
Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora
Instituto de Ciências Sociais Aplicadas
Curso: Engenharia de Produção
Disciplina: Economia e Globalização
4
Parte 2
A Economia Brasileira
Professor Lincoln Weinhardt
III – Conseqüências Macroeconômicas das decisões tomadas
Como conseqüência do arrocho adotado por Delfim Netto, temos uma recessão, onde
o País ficou 10% mais pobre. Levando a uma redução das importações e superávit na
balança comercial. Os banqueiros voltam a conceder créditos. Mas a inflação continuou alta.
Inflação manteve-se em alta e em descontrole. A idéia de inflação inercial mexia com
os paradigmas econômicos. A moeda está destruída!
Havia uma profunda crise no modelo brasileiro, estando a Oferta e a Demanda interna
por se construir.
No que diz respeito ao equilíbrio externo, o galopante crescimento da dívida foi detido,
em 1984. As reservas, que haviam se esvaído em 1982 e tornaram-se negativas em 1983
foram parcialmente reconstituídas em 1984.
IV - Conclusões sobre o ponto de vista do quadro herdado
O Governo Figueiredo ao não ouvir a sensatez de Simonsen e apostar que Delfim
Netto fosse capaz de reeditar o milagre, através de elementos de manipulação
macroeconômica interna, induzindo a chamada “Marca Força” no início dos anos oitenta.
Provocou o que a chamada década perdida. O País pagaria um preço muito caro pela
insensatez de seus governantes. Se durante o II PND, de João Paulo e Simonsen, houve
uma estratégia calculada com objetivos futuros bem traçados na Marca Forçada, de Delfim,
os objetivos foram de curto prazo, com priorização dos interesses políticos em detrimento
dos econômicos.
Download