FATORES PREDITIVOS DE SANGRAMENTO NO

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TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA
A
FATORES PREDITIVOS DE SANGRAMENTO NO TRANSPLANTE ORTOTÓPICO DE FÍGADO
Alexandre Teruya, Flávio Takaoka, Alexandre P Oliveira
Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP
Av. Albert Einstein, 627 - Sala 4, Anestesistas - Morumbi - 05651-901 São Paulo-SP
Justificativa e Objetivos - O transplante ortotópico de fígado (TOF) é uma cirurgia freqüentemente relacionada a grandes sangramentos. Alguns trabalhos demonstram que a transfusão sangüínea tem influência negativa na sobrevida de um ano nos pacientes submetidos ao TOF(1). Neste trabalho analisamos fatores pré e intra-operatórios que influenciaram a transfusão de
concentrados de hemácias (CH) no TOF nesta Instituição. Método - Entre janeiro de 2002 e junho de 2004 foram realizados 226
TOF. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo I: Transfusão intra-operatória menor ou igual a 4 unidades de CH; Grupo II: Transfusão intra-operatória maior do que 4 unidades de CH. Os seguintes parâmetros foram comparados entre os dois
grupos: idade, sexo, peso, altura, etiologia da cirrose, história de cirurgia abdominal prévia, escala de Pugh, dosagem de hemoglobina, atividade de protrombina e contagem de plaquetas pré-operatórios, uso de recuperador de hemácias no intra-operatório, temperatura corporal pós revascularização, tempo de cirurgia e de isquemia fria e técnica cirúrgica. A técnica anestésica foi
a mesma para todos os pacientes. Plasma fresco congelado e plaquetas foram transfundidos de acordo com as alterações clínicas e de tromboelastograma. Resultados - O grupo I (170 pacientes - 35,8% do sexo feminino) com idade média de 50,04 anos
apresentou como principal causa da cirrose a infecção pelo vírus da hepatite C (46,4%). Valores médios de exames laboratoriais pré-operatórios:hemoglobina: 11,7 g/dl, atividade de protrombina: 49,7% e contagem de plaquetas: 86.000 mm 3 . Destes,
27% pertenciam à classe C de Child-Pugh; 35% deles apresentavam cirurgia abdominal prévia e o recuperador de hemácias foi
utilizado em 35% das cirurgias. No Grupo II (51 pacientes- 21,5% do sexo feminino) com idade média de 46 anos, a principal causa da cirrose foi a infecção pelo vírus da hepatite C (52%). Valores médios de exames laboratoriais pré-operatórios: hemoglobina:10,0 g/dl, atividade de protrombina:38% e contagem de plaquetas: 63.000 mm 3 . Destes, 65% pertenciam à classe C de
Child-Pugh e 32% deles apresentavam cirurgia abdominal prévia ao transplante. o recuperador de hemácias foi utilizado em
32% das cirurgias. Não houve diferença estatística entre os diferentes parâmetros nos dois grupos, exceto na escala de Pugh.
Conclusões - Fatores clínicos e cirúrgicos podem contribuir para diminuição na transfusão de hemocomponentes durante o
TOF, porém nesta casuística apenas a classificação de Pugh foi um fator de previsão de sangramento durante o TOF. Referências - 01. Massicotte L, Sassine MP. Anesth Analg 2004;98:1245-1251.
B
CUIDADOS INTRA-OPERATÓRIOS E RESULTADOS DE DOADORES SUBMETIDOS A HEPATECTOMIA DIREITA PARA
TRANSPLANTE DE FÍGADO INTERVIVOS
Flavio Takaoka, Fátima Suyama, Alexandre Teruya, Alexandre P Oliveira
Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP
Av. Albert Einstein 627, sala 4 - Anestesistas, Morumbi - CEP 05651-901 - São Paulo-SP
Justificativa e Objetivos - Em virtude da escassez de doadores cadáveres e dos resultados encorajadores dos transplantes de
fígado intervivos (TFIV) em adultos, o transplante do lobo direito do fígado de um doador adulto vivo para um receptor adulto tem
sido realizado de forma crescente. A segurança do doador é uma condição necessária para a expansão dos TFIV e constitui um
desafio para a equipe de transplante. O objetivo deste artigo é apresentar cuidados intra-operatórios em pacientes que se submeteram a hepatectomia direita e os resultados obtidos em TFIV na nossa instituição. Método - Foram realizados, de Janeiro de
2002 a Março de 2004, 60 TFIV. No mesmo período, 142 pacientes receberam enxerto de doador cadáver. Foi realizada hepatectomia direita em pacientes doadores com idades 31,1 ± 8,9. No período pré-operatório, 46 pacientes coletaram 1 a 2 bolsas de
sangue autólogo. A técnica anestésica consistiu em 7,5 a 10 mg de midazolam como medicação pré-anestésica. A indução e a
manutenção da anestesia foi realizada com propofol, fentanil, remifentanil, isoflurano e cisatracúrio. Foram canulizadas artéria
radial e veia jugular interna para monitorização invasiva das pressões sangüíneas. Não foram inseridos cateteres peridurais
para anestesia e analgesia. A analgesia pós-operatória foi realizada através da administração de morfina em bomba de infusão
acionada pelo paciente. Resultados - O tempo médio de cirurgia foi de 597 ± 137 min. Foram extubados 56 pacientes na sala de
operação. Com exceção de um, todos os pacientes foram transferidos para a UTI. No período pós-operatório imediato (POI), todos os doadores apresentaram aumento significativo nos níveis de enzimas hepáticas e em 83% houve aumento do tempo de
protrombina (INR pré-operatório 1,05 ± 0,07, INR POI 1,90 ± 0,38). O tempo médio de hospitalização foi de 5,87 ± 4,37 dias. Não
houve nenhuma complicação a longo prazo. No intra-operatório, nenhum paciente recebeu sangue autólogo e 6 receberam sangue homólogo (valores médios de Ht pré-operatório 44,39 ± 3,54, Ht POI 35,54 ± 5,17; plaquetas pré-operatório 246 mil, plaquetas POI 194 mil). Conclusões - Os cuidados intra-operatórios são de fundamental importância para minimizar os riscos para os
doadores. A necessidade de transfusão sangüínea pode ser reduzida, apesar dos registros de maior necessidade. Anestesia e
analgesia peridural envolve riscos reconhecidos e deve ser substituída por uma alternativa mais segura. A fim de aumentar a segurança do paciente, deve-se fazer criar um registro centralizado dos cuidados tomados e das complicações específicas ao doador submetido a TFIV. Referências - 01. Takaoka F, Teruya A, Massarollo P et al - Mies S Anesth Analg, 2003;97:297.
CBA 152
Revista Brasileira de Anestesiologia
Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004
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