ANO II • Nº 4 • ABR/MAI/JUN 2011 [Principal] Câncer de ovário Diagnóstico, prevenção e tratamento O câncer de ovário é a oitava neoplasia maligna que mais atinge as mulheres brasileiras, segundo dados do INCA [Entrevista] [Dica Nutricional] [Previna-se] As mulheres são mais acometidas pela osteoporose do que os homens, pois durante a menopausa há uma queda significativa da massa óssea. Kátia Peixinho, nutricionista da Clion, trata da importância da ingestão de cálcio para a manutenção da saúde dos ossos durante toda a vida. A pneumologista Michele Santarosa fala sobre prevenção e tratamento do câncer de pulmão, associados à luta contra o tabagismo. pág. 02 pág. 02 ‘ ‘ Jozélio Freire Reumatologista da Clion pág. 04 [editorial | Luiz Senna] Roberto Abreu Luiz Senna, oncologista da Clion C om diagramação repaginada, o jornal da Clion chega a sua 4ª edição de cara nova. No intuito de tornar a publicação cada vez mais atrativa, até o título foi repensado e, no lugar do ‘Mais Feliz’, entra em cena o ‘Informativo Clion’, que traz mais conteúdo de forma concisa e leitura agradável. Além das seções fixas ‘Previna-se’ e ‘Dica Nutricional’, esta edição traz uma matéria especial sobre câncer de ovário e como preveni-lo. A parceria da Clion com o Hospital da Sagrada Família também é assunto de destaque, bem como os questionamentos acerca da osteoporose – esclarecidos na entrevista com o reumatologista Jozélio Freire. Boa leitura! [Curtas] Grupo Bem Cuidar: aprendizado e troca de experiências As atividades do Grupo Bem Cuidar, iniciadas em outubro de 2010, seguem a todo vapor. No dia 28 de maio, o 6º encontro do grupo contou com a participação do reumatologista Jozélio Freire, na palestra ‘Aspectos Reumáticos em Oncologia’. O último encontro do Bem Cuidar aconteceu no dia 23 de julho, e o tema em destaque foi ‘Direitos do Paciente Oncológico’, com palestra da assistente social Flávia Dyone e debate promovido pela psicopedagoga Gláucia Moura. Equipe da Clion marca presença em congresso internacional Entre os dias 3 e 7 de junho último, a cidade de Chicago (EUA) sediou o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO). Marcaram presença no evento os médicos da Clion Renato Coelho, Luiz Senna e Daniel Argolo. [Dica nutricional] Por Kátia Peixinho OSSOS FORTES PARA TODA A VIDA A prevenção da osteoporose deve começar ainda na infância e se intensificar durante a vida adulta e terceira idade, uma vez que os níveis de cálcio e de massa óssea diminuem com o passar do tempo. Além da prática regular de atividade física, recomenda-se a ingestão adequada de cálcio (cerca de 1000 mg por dia), que pode ser encontrado no leite e produtos lácteos, nas folhas verdes (brócolis, vagem, agrião, couve, espinafre, etc.), na sardinha e na farinha de peixe. A vitamina D, presente na gema do ovo e sintetizada quando nos expomos à luz solar, também é elemento fundamental para a manutenção dos ossos. Roberto Abreu Nutricionista Kátia Peixinho: nonononono. II Encontro de Pesquisa Clínica Confirmado para 22 de outubro próximo, no Hotel Fiesta, o II Encontro Norte/Nordeste de Profissionais em Pesquisa Clínica, que reunirá centros de pesquisa, universidades, comitês de ética, órgãos governamentais, CROs e indústrias farmacêuticas. A Clion continua acreditando e sendo patrocinadora do evento, bem como na edição de 2010. CENTRAL DE MARCAÇÃO 2105-6560 71. 2 INFORMATIVO CLION Câncer de pulmão S egundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o pulmão é o órgão mais atingido por tumores malignos. Cerca de 90% dos casos diagnosticados estão associados ao consumo de derivados do tabaco. A pneumologista Michelle Santarosa, que compõe a equipe da Clion, acredita que o afastamento dos fatores de risco é essencial para prevenir o câncer de pulmão. SINTOMAS Tosse seca ou com secreção sanguinolenta é o sintoma mais comum do câncer de pulmão, presente em 75% dos casos. Outros sintomas são a falta de ar, rouquidão, paralisia diafragmática e dor torácica. DIAGNÓSTICO Para que o diagnóstico seja precoce, é necessário procurar um médico pneumologista logo no início dos sintomas. O raio-x de tórax é o primeiro exame a ser feito quando há suspeita de câncer de pulmão. A critério médico, podem ser realizados outros exames, inclusive invasivos, para elucidação diagnóstica. FATORES DE RISCO O principal fator de risco para neoplasia de pulmão é o tabagismo. Mais de 90% dos pacientes com diagnóstico de câncer de pulmão são fumantes, incluindo aqueles expostos à fumaça do tabaco, os chamados “fumantes passivos”. Outras causas são: fatores genéticos, poluição atmosférica e exposição a radiações ionizantes. PREVENÇÃO A melhor prevenção para o câncer de pulmão é livrar-se do tabagismo. Por isso, a luta antitabágica deve ser prática constante entre todos os profissionais da área de saúde. CORPO CLÍNICO Veículo informativo da Clínica Oncológica de Salvador (Clion) Centro Odonto Médico Linus Pauling (7º andar) R. Altino Seberto de Barros, 119 – Itaigara – Salvador – BA [Previna-se] Oncologia: Alessandra Magalhães, Ana Cléa Andrade, Daniel Argolo, Luiz Senna, Giselda Rocha, Renato Coelho, Virgínia Freitas Hematologia: Cecília Rocha, Regina Célia Bahia, Carla Vignal Mastologia: Cleófano Lima Ramos, Carolina Argolo, Salvia Canguçu, Fernanda Nunes Reumatologia: César Faillace, Débora Motta, Jozélio Freire Cirurgia Oncológica: André Luis Lopes de Carvalho, Emerson Prisco Cirurgia de Cabeça e Pescoço: Marcus Borba Cirurgia Torácica: Sandro Fabrício Pneumologia: Michelle Santarosa Urologia: Felipe Azevedo Reis Dermatologia: Rosângela Santos Gastroenterologia: Tatiana Matos | ABR/MAI/JUN 2011 Reportagens e projeto gráfico: Criarmed - Marketing em Saúde (71) 3183-0360 Jornalista Responsável: Reinaldo Braga (MTBa 1789) Textos: Nana Brasil Fotos: Roberto Abreu e divulgação Diagramação: Robson Caxias e Iuri Nogueira Revisão: Marcos Navarro (MTBa 1710) [capa | Câncer de ovário] Do diagnóstico à esperança Doença de evolução silenciosa, o câncer de ovário tem mais chance de cura se for diagnosticado precocemente e tratado de forma correta, através da cirurgia oncológica e métodos complementares S egundo o relatório do ano de 2008 da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), o impacto global da doença mais do que dobrou nos últimos 30 anos. O contínuo crescimento da população, bem como seu envelhecimento, são fatores decisivos para esse aumento. O câncer de ovário é a oitava neoplasia maligna que mais acomete as mulheres brasileiras e, em 2008, 225 mil mulheres foram diagnosticadas com câncer de ovário em todo o mundo. No Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer, foram 3.837 casos no ano de 2009. Devido à localização dos ovários na pelve feminina e à ausência de sintomas específicos na sua fase inicial, o câncer de ovário é descoberto tardiamente em 75% das pacientes. Com o avanço da doença, alguns sintomas podem aparecer, tais como aumento de volume do abdômen e pelve, dor abdominal, náuseas, indigestão, retenção de gases, constipação e diarreia. Fatores de risco - Relacionado à atividade hormonal feminina, o câncer de ovário possui alguns fatores de risco que merecem destaque. “Mulheres que nunca amamentaram ou nunca tiveram filhos, assim como as que menstruaram antes dos 12 anos ou que tiveram menopausa tardia (após os 50 anos), apresentam risco mais elevado de desenvolver a doença”, esclare- ce o cirurgião oncológico André Luis Carvalho. Ainda segundo o cirurgião, o histórico familiar também deve ser levado em consideração, bem como o perfil da paciente. Endometriose, síndrome dos ovários policísticos, infertilidade, tabagismo e obesidade são considerados fatores de risco para o câncer de ovário. Prevenção e diagnóstico - Além do afastamento dos fatores de risco, outros aspectos comportamentais podem ajudar a evitar o aparecimento da doença, como o uso de anticoncepcionais orais, maior número de partos e amamentação. Como o câncer de ovário é a neoplasia ginecológica mais difícil de ser diagnosticada, as mulheres devem estar atentas aos possíveis sintomas e realizar consultas regulares com o ginecologista. Diante da suspeita clínica, será iniciada uma investigação específica através de exames de imagem. “O preventivo ginecológico (Papanicolau) não detecta a doença, uma vez que é um exame específico para câncer do colo do útero”, alerta Carvalho. Vale lembrar que, quando identificado precocemente, o câncer de ovário apresenta boas chances de cura. Biópsia - O tratamento do câncer de ovário é multidisciplinar, sendo basicamente cirúrgico e quimioterápico, dependendo do resultado da biópsia do tumor, da extensão e do momento da doença. A radiotera- Divulgação O cirurgião André Luis Carvalho acredita que o preparo técnico do médico é essencial pia tem pouco papel no tratamento desta neoplasia. Há alguns anos, a cirurgia oncológica vem sendo reconhecida como uma especialidade cirúrgica com importante papel no tratamento de câncer. A eficiência do resultado está relacionada à experiência, preparo técnico e interesse do profissional em relação à patologia. Com o câncer de ovário, isso não é diferente. A abordagem cirúrgica sistematizada e correta determina o sucesso do tratamento, com redução das taxas de recidiva e aumento da sobrevida. “Apesar da alta letalidade desse câncer, novas drogas com grande atividade antitumoral estão disponíveis e a combinação destas com um melhor tratamento cirúrgico tem determinado resultados mais positivos”, garante André Luis Carvalho. Novo público, novos horizontes Clion fecha parceria com o Hospital da Sagrada Família e amplia sua área de atuação na capital baiana F undada em 1984 por um grupo de médicos oncologistas, a Clion surgiu com a missão de preencher a relativa carência de clínicas especializadas em pacientes oncológicos que havia no Estado. Nesses 26 anos de história, a Clion se expandiu, ampliou o leque de serviços e hoje conta com uma equipe médica altamente qualificada e infraestrutura completa, além de ter parcerias estabelecidas com os principais hospitais de Salvador. Os oncologistas e hematologistas da Clion participam da escala de visitas hospitalares e acompanham pacientes internados nos hospitais São Marcos, COT, Salvador, Espanhol, Português, Aliança e da Bahia. Neste último, além das visitas, a clínica também presta atendimento em dois Pacientes oncológicos do Sagrada Família são atendidos pela equipe da Clion consultórios próprios. Há cerca de dois meses, o número de hospitais parceiros foi ampliado para oito, com a incorporação do Sagrada Família. Situado nas proximidades da Igreja do Bonfim, o tradicional Hospital da Sagrada Família até então não possuía um serviço especializado em pacientes oncológicos. “Essa parceria é importante para a Clion porque viabiliza uma aproximação com o público da cidade baixa, com o qual não tínhamos contato anteriormente”, afirma Elias Santos, coordenador administrativo da clínica. Assim como acontece no Hospital da Bahia, a parceria com o Sagrada Família inclui, além das visitas aos leitos, um consultório próprio no centro médico do hospital. Todas as quintas-feiras, a oncologista da Clion Giselda Rocha realiza consultas de acordo com a demanda. “Atendimento diferenciado e humanizado é fundamental para os pacientes oncológicos, que costumam estar emocionalmente fragilizados”, conclui Giselda. INFORMATIVO CLION | ABR/MAI/JUN 2011 3 ENTREVISTA | Jozélio Freire [OSTEOPOROSE] C onsiderada parte do processo natural de envelhecimento, a perda gradativa de massa óssea pode evoluir para a osteoporose, doença que torna os ossos mais frágeis e, consequentemente, mais sujeitos a fraturas. Nesta entrevista concedida ao Informativo Clion, o reumatologista Jozélio Freire explica por que as mulheres são mais acometidas pela osteoporose do que os homens e enfatiza a importância do diagnóstico precoce, feito através das avaliações regulares de densitometria óssea. O reumatologista também destaca as medidas preventivas que devem ser adotadas para evitar a evolução da doença. O que é a osteoporose? Como a doença se desenvolve? A osteoporose é uma doença que gera fragilidade nos ossos, decorrente do processo natural de redução da massa óssea e dos níveis de cálcio. O tecido ósseo é dinâmico, ele se remodela constantemente. Durante o período de formação, as células produzem massa óssea e vão colocando cálcio nos ossos. Até os 25 anos de idade, o balanço é positivo porque nós formamos mais osso do que removemos. A partir dos 30 anos, porém, ocorre mais reabsorção do que formação, ou seja, há mais perda do que ganho. Quais são os principais sintomas? As fraturas por fragilidade – quando o osso se rompe mesmo após um trauma leve – são os principais sintomas. Esse tipo de fratura costuma atingir o fêmur, antebraço ou coluna vertebral. Outros sinais da doença são: diminuição gradativa da estatura do paciente, que se ‘ ‘ Na menopausa, os hormônios femininos sofrem redução e, consequentemente, há uma queda significativa da massa óssea. Por isso, as mulheres são mais acometidas pela osteoporose do que os homens 4 INFORMATIVO CLION achata por conta de fraturas nas vértebras e surgimento de proeminência nas costas, normalmente em pessoas com idade avançada. Se não forem feitos exames preventivos, a osteoporose pode passar despercebida? Sim, pois os sinais e sintomas costumam aparecer tardiamente. No começo, a osteoporose é assintomática, podendo passar despercebida até se tornar mais aguda. Quais são os fatores de risco? Os fatores de base genética são o histórico familiar (parentes de 1º grau com histórico de fraturas), baixo peso, histórico pessoal de fratura por fragiliRoberto Abreu O reumatologista Jozélio Freire: “Para prevenir a osteoporose, é preciso intervir nos fatores de risco“ ‘ ‘ No começo, a osteoporose é assintomática e pode passar despercebida até se tornar mais aguda. Os exames regulares de densitometria são essencias para o diagnóstico precoce mulheres, portanto, são mais acometidas, e acometidas mais precocemente, do que os homens. No Brasil, a cada 10 mil habitantes acima dos 50 anos, 20 mulheres terão osteoporose e apenas 10 homens sofrerão da doença. Como é feito o diagnóstico? O diagnóstico é feito através do exame de densitometria óssea, que mede a densidade do fêmur e da coluna vertebral do paciente. A densitometria é um exame indolor, uma espécie de raio-x mais demorado. É muito importante que a doença seja diagnosticada precocemente e, sendo assim, todas as mulheres acima dos 65 anos e homens acima dos 70 devem fazer essa avaliação uma vez por ano. Já as mulheres que estão na menopausa e apresentam outros fatores de risco devem começar a fazer a densitometria mais cedo. dade, pele branca ou de origem oriental e menopausa precoce. No que diz respeito aos fatores ambientais, podemos destacar o tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo, nuliparidade (nunca ter tido filhos), baixa ingestão de cálcio e uso prolongado de alguns medicamentos, como corticóide, por exemplo. De que forma podemos prevenir o surgimento da doença? Para prevenir a osteoporose, é preciso intervir nos fatores de risco: evitar álcool e tabaco, fazer atividade física (de preferência atividades que gerem impacto, como caminhada ou corrida), ingestão adequada de cálcio (leite e derivados) e exposição ao sol de pelo menos 15 minutos por dia. A exposição ao sol fabrica vitamina D, elemento importante na manutenção do osso. Por que a osteoporose é mais comum em mulheres? De que forma a doença está relacionada à menopausa? Antes da menopausa, o estrogênio e a progesterona (hormônios femininos) são abundantes e a massa óssea é dependente desses hormônios. No período de menopausa, quando eles sofrem redução, consequentemente há uma queda significativa da massa óssea. As Qual o tratamento indicado para a osteoporose? Quando descobrimos que o paciente apresenta algum grau de osteoporose (como a osteopenia, por exemplo, que é um grau mais leve), recomendamos ingestão de cálcio em forma de alimento e comprimidos e ingestão de vitamina D. Além disso, indicamos, eventualmente, o uso de medicamentos bisfosfonatos. | ABR/MAI/JUN 2011