perda de ancoragem inferior após exodontia de pré

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INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA DE CRUZEIRO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA
PERDA DE ANCORAGEM INFERIOR APÓS EXODONTIA DE
PRÉ-MOLARES
SIMONE LOPES ANDRADE
Cruzeiro
2009
PERDA DE ANCORAGEM INFERIOR APÓS EXODONTIA DE
PRE-MOLARES
SIMONE LOPES ANDRADE
Monografia apresentada ao Instituto de
Ensino e Pesquisa de Cruzeiro, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Especialista em Ortodontia.
Orientador:
Werneck
Cruzeiro
2009
Prof.
Dr.
Eduardo
César
FOLHA DE APROVAÇÃO
Banca Examinadora
Prof. Dr. _____________________________________________________________
Julgamento: _________________________ Assinatura: ________________
Prof. Dr. ______________________________________________________
Julgamento: _________________________ Assinatura: ________________
Prof. Dr. ______________________________________________________
Julgamento: _________________________ Assinatura: ________________
Aos meus pais, marido e filhos que
com
carinho
e
apoio
tanto
me
incentivaram para a conclusão desse
curso
que
irá
aprimoramento
profissional.
contribuir
da
minha
para
o
carreira
Agradeço ao Prof. Dr. Werneck pelos
conhecimentos
transmitidos
com
dedicação e sabedoria.
Ao Prof. Márcio Garcia pelo empenho
na minha formação profissional.
Aos pacientes que confiaram em mim
para que eu pudesse aplicar meus
conhecimentos profissionais.
ANDRADE, Simone Lopes. Perda de ancoragem inferior após exodontia de prémolares. 2009. 42 fls. Monografia (Especialização em Ortodontia) Instituto de
Ensino e Pesquisa de Cruzeiro – (IEPC).
RESUMO
O sucesso da terapia ortodôntica envolve vários fatores sendo importante ressaltar o
controle da ancoragem para obtenção do objetivo estabelecido no plano de
tratamento. Neste trabalho objetivou-se investigar técnicas ortodônticas existentes
que conduzam a uma mecânica eficiente após exodontia de pré-molares inferiores,
bem como a correção ântero-posterior da maloclusão e a melhora da estética facial.
Assim, realizou-se um levantamento bibliográfico através do site da Biblioteca
Nacional de Medicina dos Estados Unidos (www.pubmed.gov). Concluiu-se que no
arco inferior a mesialização dos dentes posteriores (perda de ancoragem) é
clinicamente insignificante pois a tendência é que o conceito do Driftodontics se
estabeleça.
Palavras-Chaves: Ortodontia; Tratamento da perda de ancoragem; Exodontia em
pré-molares inferiores.
ANDRADE, Simone Lopes. Anchorage loss after lower premolar extraction.
2009. 42 fls. Monograph (Specialization in Orthodontics) Instituto de Ensino e
Pesquisa de Cruzeiro – (IEPC).
ABSTRACT
The success of orthodontic treatment involves several factors that are important to
emphasize the control of anchorage to obtain the goal established in the treatment
plan. In this work, it was aimed to investigate orthodontic techniques that lead to a
mechanical efficiency after extraction of inferior premolars, the anterior-posterior
correction of the malocclusion and the improvement of facial aesthetics. Thus, there
was made a survey bibliography through the site of the National Library of Medicine
of United States of America (www.pubmed.gov). It was concluded that in the lower
arch, the mesial movement of the posterior teeth (loss of anchorage) is clinically
insignificant because the trend is the established of the concept of Driftodontics.
Key-Word: Orthodontics; Treatment of the loss of anchorage; extraction of lower
premolar
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................
2
2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................
4
2.1 Ancoragem .................................................................................................
4
2.2 Perda de ancoragem .................................................................................. 5
2.3 Controle de ancoragem .............................................................................. 5
2.4 Mecânica ....................................................................................................
10
2.5 Driftodontics ...............................................................................................
13
3. PROPOSIÇÃO .............................................................................................
18
4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................
20
5. DISCUSSÃO ................................................................................................
22
6. CONCLUSÃO ..............................................................................................
25
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 27
1
INTRODUÇÃO
Introdução 2
1. Introdução
A odontologia na atualidade tem sido contemplada com inúmeros
avanços tecnológicos e científicos que tem objetivado uma melhor satisfação
estética e harmônica dos pacientes, e, conseqüentemente, um melhor
equilíbrio de ações do sistema estomatognático. A ortodontia tem se
beneficiado deste avanço tecnológico; onde um dos maiores interesses é o
desenvolvimento de técnicas que possam controlar, com eficácia, a resistência
ao movimento dentário indesejável.
Para que uma harmonia facial seja bem aceita após o término do
tratamento ortodôntico deve-se muitas vezes, realizar-se exodontias de prémolares. Um criterioso plano de tratamento deve ser estabelecido no início do
tratamento definindo a mecânica a ser utilizada e os meios de ancoragem. A
exodontia de quatro pré-molares normalmente ocorre quando o suporte ósseo
é insuficiente para as estruturas dentais presentes1.
O conceito de movimentação fisiológica que se refere ao driftodontics
vem tendo boa aceitação na comunidade ortodôntica, onde os dentes
anteriores inferiores tendem a deslizar para distal e os posteriores inferiores
migram para mesial mais lentamente1.
A busca pela utilização de técnicas de ancoragem coincide com a
própria evolução da mecânica ortodôntica. Ao se realizar uma movimentação
dentária, deve-se levar este fator em conta, pois o mesmo constitui um dos
itens mais importantes para que a mecânica ortodôntica empregada seja
satisfatória2.
Um dos maiores problemas enfrentados pelos ortodontistas é a falta de
estabilidade dos segmentos posteriores quando empregadas como fonte de
ancoragem. Para cada ação desejada existe uma reação igual e oposta. A
ancoragem é a resistência a forças de reação que são fornecidas por outros
dentes, pelo palato, pela cabeça ou pescoço, ou por implantes em osso3.
2
REVISÃO DE LITERATURA
Revisão de Literatura 4
2. Revisão de Literatura
2.1 Ancoragem
O ortodontista deve decidir de onde deve vir a resistência às forças
necessárias para realizar o movimento dental desejado. Durante o tratamento
ortodôntico, o movimento deve ser previsto não apenas nos dentes que se
pretende mover, mas, também, nos que fornecem ancoragem 4.
A chave para o sucesso de qualquer mecânica ortodôntica depende de
três fatores: a compreensão do mecanismo biológico e suas limitações; os
princípios mecânicos envolvidos e a utilização correta da ancoragem 5.
Alguns autores6 afirmam que a ancoragem é a resistência ao movimento
não desejado do dente, e é descrito geralmente como a reação desejada dos
dentes posteriores ao fechamento do espaço ortodôntico para conseguir os
objetivos do tratamento.
Outros autores7 definem ancoragem ortodôntica como a habilidade de
resistir a movimentos reativos não desejados de dentes, outros dentes, palato,
cabeça, garganta ou implante osso.
O termo ancoragem, na sua aplicação ortodôntica, defini-se de maneira
incomum. A definição resistência ao movimento dentário indesejável inclui a
afirmação do que o profissional deseja. A ancoragem, então, é a resistência a
forças de reação que são fornecidas por outros dentes, ou às vezes, pelo
palato, pela cabeça ou pescoço, ou por implantes em osso 3.
Revisão de Literatura 5
2.2 Perda de Ancoragem
A perda de ancoragem é uma reação recíproca que pode impedir o
sucesso do tratamento ortodôntico complicando a correção ântero-posterior da
má-oclusão e possivelmente diminuindo a estética facial. O principal interesse
ao corrigir o severo aglomeramento, o excessivo overjet e a saliência bimaxilar
é o controle da perda da ancoragem6.
Outros autores acrescentaram que no tratamento ortodôntico a perda da
ancoragem é a principal causa do fracasso da terapêutica ortodôntica.
Segundo os autores, vários estudos foram feitos para encontrar soluções
biomecânicas que controlassem a ancoragem. O principal interesse da
ortodontia foi o desenvolvimento de técnicas que pudessem controlar
adequadamente a ancoragem no movimento seletivo de dentes individuais ou
agrupados em série8.
Segundo Chung et al.9 os parafusos ortodônticos expandem os
horizontes do tratamento porque permitem que a terapia prossiga com sucesso
sem nenhuma perda de ancoragem. Os autores descreveram um tratamento
ortodôntico com severa hiprotrusão utilizando microimplante com grande
melhora da estética facial.
2.3 Controle de Ancoragem
O profissional deverá considerar que a falta de contato entre os
primeiros molares e os primeiros pré-molares inferiores causada pela exodontia
dos segundos pré-molares favorece a perda de ancoragem causando
inclinação indesejável dos molares inferiores. Alguns cuidados deverão ser
tomados para evitar os efeitos deletérios durante a mecânica: escolha de
recursos de ancoragem e escolha dos suportes na mecânica. Nunca deverá
ser usado recurso para manter a ancoragem inferior, pois esta mecânica
necessita de movimentação mesial dos molares10.
Revisão de Literatura 6
Inúmeras tentativas foram feitas pelos autores8 para se eliminar ou
diminuir os efeitos da perda de ancoragem ligando-se os segmentos anteriores
a posteriores, geralmente com forças elásticas. Criou-se uma demanda maior
do controle da ancoragem durante o estágio inicial do tratamento. Os autores
informaram que quando se planeja a ancoragem, inúmeras questões podem
ser discutidas: quais dentes serão movidos? Qual o tipo de movimento dentário
necessário, inclinação, verticalização ou torque? Para onde os dentes devem
ser movimentados? Há espaço suficiente para movimentá-los para lá? Haverá
excesso de espaço para ser fechado?11
O controle efetivo da ancoragem exige uma compreensão do princípio
de que quando uma força é aplicada numa direção, uma força de intensidade
idêntica e oposta é aplicada às estruturas que fornecem a ancoragem. Quando
a ancoragem é intrabucal, pode haver algum movimento dos dentes nos quais
a força está sendo aplicada11.
As exodontias devem ser planejadas de acordo com a quantidade de
espaço e o tipo de movimento dental necessários. Quando se requer somente
inclinação dentária, a ancoragem pode ser dispensada. O movimento do corpo
requer consideravelmente mais ancoragem. Os autores11 preconizaram o uso
de amarilhos distais nos molares bandados mais distalmente aos caninos e nos
molares. A finalidade inicial destes amarilhos foi evitar que os caninos se
inclinassem para a mesial, mas observou-se que onde era necessário esses
fios de ligadura foram utilizados como um método eficaz de distalização dos
caninos sem causar a inclinação indesejada.
Com forças elásticas, este tempo de posicionamento não ocorreu devido
à presença de uma força de inclinação contínua, enquanto que, com amarilhos
distais, somente uma força leve inicial foi aplicada, e não contínua. A dobra do
fio, do último dente posterior bandado, também serviu para diminuir a
inclinação para a vestibular dos incisivos11.
Revisão de Literatura 7
Ainda segundo os autores11 em certos casos pode ser imperativo que os
segmentos posteriores sejam limitados em seu movimento mesial, mantidos
em suas posições, ou até mesmo distalizados; para permitir que os segmentos
anteriores sejam apropriadamente posicionados com a face. Os requisitos para
o controle da ancoragem posterior são normalmente maiores no arco superior
que no arco inferior.
Quando é necessário apoio de ancoragem adicional nos segmentos
posteriores inferiores, pode ser colocado um arco lingual no início da colocação
das bandas. O arco lingual permanece na posição durante o nivelamento e
alinhamento. O uso do arco lingual e amarrilhos distais são adequados para o
apoio da ancoragem na maioria dos casos apresentados para o tratamento 11.
Se a ancoragem tiver sido bem planejada e controlada durante os
estágios iniciais do tratamento, o fechamento recíproco de espaços pode ser o
método mais indicado em muitos casos. Teoricamente, isto leva a um
movimento de 50% dos dentes anteriores, e de 50% dos posteriores, o que é
clinicamente aceitável em muitos casos, principalmente se os espaços forem
pequenos8,2,3.
Os primeiros molares inferiores geralmente apresentam descolamento
mesial na direção do espaço livre, em conseqüência da perda dos segundos
molares inferiores decíduos. Isto pode ser evitado pela simples colocação de
um arco lingual no devido tempo, e pela utilização do espaço para auxiliar o
alinhamento ântero-inferior, durante o processo de nivelamento e alinhamento
dos dentes11.
Os arcos linguais devem ser considerados também para ancoragem
máxima, nos casos de extração dos pré-molares, abrangendo vários casos de
protrusão bimaxilar, assim, como casos críticos de apinhamento ântero-inferior.
Nesses dois casos clínicos, é muito importante considerar a utilização do arco
lingual durante toda a fase inicial do processo de nivelamento e alinhamento 12.
Revisão de Literatura 8
Tal procedimento restringe o movimento mesial dos molares inferiores e,
nos casos de protrusão bimaxilar, garante que a maior parte do espaço dos
pré-molares extraídos esteja disponível na fase final do processo de
nivelamento e alinhamento, possibilitando assim a retração do segmento
anterior12.
De acordo com Willians4 quando forças são aplicadas entre os dentes
numa única arcada, é utilizado o termo tração intramaxilar. Tanto os dentes
isoladamente, quanto grupos de dentes podem ser utilizados para fornecer
ancoragem, de forma que uma força possa ser liberada para outros dentes.
Na dentição mista os autores declararam que um arco lingual deve ser
colocado o mais rápido possível para preservar o comprimento dos arcos e
evitar a metalização de molares13.
Muitos foram os métodos utilizados pelos pesquisadores no decorrer do
século, com o intuito de ancorar os dentes posteriores, evitando as
mesializações indesejáveis e perdas de espaço no tratamento ortodôntico 20. Os
ortodontistas, ao final do tratamento, conseguiam um alinhamento dental
aceitável, uma oclusão razoável, mas, as inclinações dos longos eixos dos
dentes anteriores constituíam-se em um fator negativo, que, além de
prejudicarem o perfil facial, eram as responsáveis pela instabilidade e
consequente recidiva. Houve necessidade de se ancorar os dentes posteriores
verticalizando-os no osso basal, ou mesmo distalizando-os, para que fosse
possível nivelamento com corretas inclinações axiais e harmonia de perfil14.
Uma estratégia óbvia para o controle da ancoragem seria concentrar as
forças necessárias para a produção do movimento dentário onde ele fosse
desejado, e então, dissipar o máximo possível a força de reação sobre os
outros dentes tanto quanto possível, deixando a pressão dos dentes de
ancoragem tão leve quanto possível3.
Revisão de Literatura 9
O termo ancoragem, na sua aplicação ortodôntica, defini-se de maneira
incomum. A definição resistência ao movimento dentário indesejável inclui a
afirmação do que o profissional deseja. A ancoragem, então, é a resistência a
forças de reação que são fornecidas por outros dentes, ou às vezes, pelo
palato, pela cabeça ou pescoço, ou por implantes em osso 3.
Em uma situação recíproca, forças aplicadas aos dentes e ao segmento
do arco seriam iguais, e assim também seria a distribuição de força no
ligamento periodontal. Os dentes essencialmente idênticos sofreriam a mesma
distribuição de força da mesma forma através do ligamento periodontal e se
moveriam em direção ao outro na mesma extensão3.
Nem sempre é desejável retrair os dentes anteriores o máximo possível
após a extração de pré-molares. Quando é necessária a máxima retração, no
entanto, é vital que a mecanoterapia ortodôntica forneça essa ancoragem 3.
No entanto, a perda de ancoragem que ocorre em tratamentos com
extrações de pré-molares, e sugere que se indique a bandagem de todos os
dentes nos segmentos posteriores3.
Outro autor15 ressalta que em caso com apinhamento anterior severo,
torna-se necessário apoio adicional de ancoragem, podendo ser acrescentadas
molas nas áreas do apinhamento dos incisivos, e utilizar aplicação de elásticos
de Classe III aos caninos inferiores. Já em casos de apinhamento moderado na
arcada inferior podem-se utilizar arcos linguais na dentição mista.
Foram apresentados os efeitos dentais do protocolo do arco após
tratamento com um dispositivo pré-ajustado concomitantemente à extração dos
pré-molares. O resultado mostrou que no grupo da extração o arco dental
superior
tornou-se
mais
afilado.
Os
dentes
anteriores
demonstraram
movimento posterior devido o deslizar mecânico, e o torque era controlado16.
Revisão de Literatura 10
2.4 Mecânica
Alguns a autores17 avaliaram cefalometricamente o comportamento do
sistema de ancoragem inferior utilizado na técnica de Edgewise com angulação
de bráquetes considerando-se as fases de nivelamento com preparo de
ancoragem
inferior,
retração
ântero-inferior
e,
término
de
tratamento
ortodôntico. Os pacientes foram distribuídos em dois grupos, de acordo com o
padrão de crescimento facial. A amostra estudada se deu através de 200
telerradiografias cefalométricas, em norma lateral direita, obtidas de 50
pacientes portadores de maloclusões tipo Classe II divisão primeira de angle,
de ambos os sexos, na faixa etária de 11 anos e 4 meses; e 18 anos e 5 meses
tratados com a técnica de Edgewise e com angulação de bráquetes e
extrações de quatro primeiros pré-molares. Após os testes estatísticos, e diante
dos resultados obtidos, os autores concluíram que entre o início do tratamento
e o término do tratamento houve perda de ancoragem significativa do primeiro
molar inferior ao nível de coroa e raiz com inclinação áxio-mésiodo-apical;
também houve retração significativa a nível de cora e raiz, e rotação áxiolingual coronário do incisivo inferior.
Outros autores18 avaliaram o comportamento dos elementos da
ancoragem e dos incisivos inferiores, em pacientes com diferentes tipos de
padrão de crescimento facial, durante o tratamento ortodôntico com extrações
dos primeiros pré-molares, tratados pela técnica de Edgewise. A amostra
constou das telerradiografias de 60 pacientes, realizadas em várias fases do
tratamento ortodôntico inicial; final de nivelamento; final de retração; e final de
tratamento. Os pacientes foram distribuídos em dois grupos, de acordo com o
padrão de crescimento facial. Com base nos resultados obtidos e segundo a
metodologia utilizada os autores concluíram que quanto a posição da coroa e
raiz do molar, do início, ao final do nivelamento no Grupo I, ocorreu uma
inclinação para distal da coroa do molar e inclinação para mesial ao nível da
raiz.
Revisão de Literatura 11
No Grupo II, a coroa do molar manteve-se estável com uma inclinação
para mesial da raiz; do final do nivelamento ao final da retração, observou-se a
ocorrência de perda da ancoragem ao nível da coroa e raiz do molar, em
ambos os grupos, significativamente maior no Grupo II. Do final da retração ao
final do tratamento, verificou-se um suave descolamento distal da coroa e da
raiz do molar no Grupo I, enquanto no Grupo II observou-se deslocamento
mesial da coroa e raiz do molar. As medidas realizadas para a coroa e raiz do
molar, do início ao final do tratamento foram estatisticamente significantes entre
as fases do tratamento, entre os padrões de crescimento e, na interação das
fases do tratamento com os padrões de crescimento. Para pacientes com
padrão de crescimento vertical, os cuidados com a ancoragem devem ser
redobrados18.
Uma
pesquisa
foi
desenvolvida5
com
objetivo
de
comparar
cefalometricamente a perda de ancoragem inferior durante a fase de
nivelamento, em casos tratados com extrações dos primeiros pré-molares, nas
técnicas de Edgewise e arco reto (straight wire) no que diz respeito ao
posicionamento da coroa do primeiro molar inferior; das raízes do primeiro
molar inferior; das coroas dos incisivos inferiores e das raízes dos incisivos
inferiores. A amostra englobou as telerradiografias em norma lateral de 46
pacientes, obtidos ao início do tratamento e ao final da fase de nivelamento. Os
pacientes foram distribuídos em dois grupos, de acordo com a técnica utilizada
para a correção da má oclusão. O grupo I abrangeu 27 pacientes nos quais a
correção ortodôntica foi realizada pela técnica de Edgewise, enquanto que o
grupo II consistiu em 19 pacientes tratados ortodonticamente pela técnica do
arco reto. Após a avaliação estatística e diante dos resultados obtidos, concluise que durante a fase de nivelamento, comparando-se as técnicas de
Edgewise e arco reto, ocorreu perda de ancoragem inferior nos dois grupos.
A coroa do primeiro molar inferior apresentou perda de ancoragem com
maior intensidade no grupo II, porém estatisticamente não significante. O grupo
I exibiu maior migração radicular para mesial do primeiro molar inferior,
Revisão de Literatura 12
alcançando significância estatística. Os incisivos inferiores exibiram inclinação
coronária para vestibular em ambas as técnicas, todavia apresentando uma
maior intensidade no grupo I, mas sem significância estatística. O grupo II
apresentou menor inclinação radicular dos incisivos inferiores para lingual,
embora estatisticamente são significantes ao se realizar uma movimentação
dentária, a ancoragem é um dos principais fatores para que a mecânica
ortodôntica seja empregada satisfatoriamente. Na maioria das técnicas
ortodônticas existentes, almeja-se uma mecânica eficiente que é diretamente
proporcional à menor perda de ancoragem decorrente da técnica5.
De acordo com a análise oclusal e cefalométrica dos autores19 o
tratamento ortodôntico com a extração dos pré-molares não causou
consistentemente um efeito retrusivo nos incisivos. Durante o estudo, os
exemplos de proinclinação dos incisivos ocorreram dentro de todos os grupos
da extração. Uma grande quantidade de variação individual em mudanças de
incisivo e molar acompanhou o tratamento que envolveu todos os testes
padrões.
Em outro estudo20 avaliou-se a perda de ancoragem inferior no
tratamento ortodôntico com a técnica straight wire em pacientes com padrões
meso e dolicofaciais que apresentavam má oclusão Classe II de angle.
Utilizaram uma amostra de 150 telerradiografias em norma lateral, nas etapas
inicial, final de nivelamento e final de tratamento, obtidas de 50 pacientes com
idade média de 13 anos e 6 meses, tratados com extração dos primeiros prémolares superiores e inferiores.
Os autores20 utilizaram como acessório de ancoragem inferior o arco
lingual e embasado na análise e discussão dos resultados, concluíram que:
quanto ao posicionamento do incisivo inferior, os pacientes dolicofaciais
tiveram maior movimento lingual com maior intensidade da fase final de
nivelamento para final de tratamento; quanto ao posicionamento da raiz do
incisivo inferior, no grupo de pacientes dolicofaciais as variações foram mais
expressivas, significando que neste padrão facial ocorreu maior movimentação
Revisão de Literatura 13
da
raiz dos incisivos inferiores
para linguais; não
houve
diferença
estatisticamente significante entre os padrões faciais quanto ao posicionamento
ântero-posterior do primeiro molar inferior; e, quanto ao posicionamento axial
do primeiro molar inferior, nos pacientes dolicofaciais apresentaram-se com
significante inclinação da raiz para mesial e da coroa para distal.
2.5 Driftodontics
De acordo com alguns autores21 um reconhecido método para o
tratamento do apinhamento dental ântero-inferior é a exodontia de pré-molares
inferiores estimulando assim, o alinhamento espontâneo.
Os modelos de estudo apresentado pelos autores21 foram de 50
pacientes que tiveram os primeiros pré-molares extraídos foram medidos em 7
– 13 – 21 – 32 e 56 meses. 26 pacientes desgastaram um plano de mordida e,
24 pacientes não.
O autor22 decidiu realizar uma investigação sobre o fechamento do
espaço depois da perda dos primeiros pré-molares inferiores e, tentar
correlacionar esse fechamento com todos os fatores etiológicos relevantes
possíveis, tais como o grau de apinhamento, o tecido mole esqueletal, e a
presença ou a ausência dos terceiros molares. O objetivo principal dessa
investigação era estabelecer quantitativamente se o espaço se fecha seguido
da perda do primeiro pré-molar inferior. A maior parte do fechamento do
espaço é devido ao movimento para frente distal dos elementos dentais. Este
fechamento está diretamente relacionado ao grau de apinhamento presente no
arco total, e não ao grau de apinhamento incisal. Isto explica possivelmente o
fato que o fechamento do espaço no caso da Classe II estava menor do que os
casos de Classe I e III. A presença ou a ausência dos terceiros molares nos
exames radiográficos de pacientes com 12 anos de idade não parecem
influenciar o grau ou a taxa do fechamento do espaço. Isto, entretanto, não se
aplica necessariamente à um grupo mais velho, onde a experiência clínica
sugere o reverso.
Revisão de Literatura 14
Alguns autores23 ressaltam que as mudanças espontâneas da posição
dentária durante os 6 meses após os primeiros exodontias do pré-molar foram
analisadas no arco inferior em 21 casos de apinhamento acentuado. A técnica
do arco registrada em 1973 por Herren foi usada para as medidas. Os locais da
exodontia eram reduzidos em aproximadamente 50% na média com uma
considerável variação individual. Aproximadamente 80% da redução do espaço
foi graças ao driftodontics. O grau de rotação dos caninos e dos segundos prémolares foram observados, mas, não houve interrelação às posições anteriores
ao tratamento. Um aumento da distância intercanina foi observada na maioria
dos
casos.
Essas
mudanças
podem
ser
utilizadas
para
finalidades
terapêuticas, porém, pela variabilidade individual a cuidadosa supervisão do
desenvolvimento trabecular ósseo é essencial. Para alcançar este objetivo,
usou-se o computador microscópico ligado à clínica ortodôntica para a análise
arcogramétrica, com exceção de um caso em que o segundo pré-molar
substituiu o segundo molar decíduo durante o período de observação, onde
todos os locais da extração foram reduzidos. O valor médio da redução 3.3
milímetros, corresponde a aproximadamente 50% da largura dos primeiros prémolares inferiores.
A maioria da redução na sustentação dentoalveolar à longo prazo
ocorreu em conseqüência da reabsorção radicular, exceto nos locais da
extração onde ocorreu a perda óssea.o paralelismo radicular não influenciou às
alturas proximais do osso no local da extração. Nas má-oclusões que envolvem
a deficiência do comprimento do arco, o máximo deslocamento dos caninos
reduz o osso proximal à longo prazo, quando comparado ao não
desenvolvimento dos caninos, suportando o conceito de incentivar a erupção
distal através da extração em série24.
Temos um potencial benéfico do período fisiológico de movimentos
dentais onde a mecânica não é imediatamente necessária, e os dentes
anteriores inferiores tendem a deslizar para distal, com os posteriores inferiores
migrando para mesial, contudo, mais lentamente.
Revisão de Literatura 15
A montagem do aparelho inferior depois de algum tempo de ele ter sido
montado na maxila é justificada pelo driftodontics1.
Alguns autores25 estudaram a curto e longo prazo os efeitos de não
controlar o fechamento do espaço mesial no arco inferior após exodontia do
primeiro pré-molar. O estudo foi feito antes da exodontia do pré-molar no
primeiro ano e após exodontia. As pesquisas mostraram que todos os dentes
tendem a inclinar para o espaço da exodontia, que ficaria menor. A inclinação é
maior nos seis primeiros meses, e a longo prazo os espaços continuam a
fechar,especialmente na mesialização de caninos.
Os autores26 relataram um caso de distalização com driftodontics;
fenômeno este que é observado quando um arco passivo é colocado para
ancoragem e os espaços criados for distal aos caninos. Os caninos também
podem começar a se moverem distalmente para se nivelarem antes que as
forças tracionais estejam aplicadas.
No relato do caso clínico um paciente se apresentou com o primeiro
molar esquerdo erupcionado mesialmente mais baixo e uma discrepância do
arco comprimento mais baixa de 4 mm. O primeiro molar direito inferior e
primeiro pré-molar retido foram unidos para a ancoragem, e um arco lingual foi
colocado. O braço de extensão foi ativado 4 mm e colocado mesialmente ao
primeiro molar esquerdo inferior.
Três meses mais tarde, o molar já tinha se movido para a posição
apropriada e o segundo pré-molar ancorado distalmente sem nenhuma tração
ativa. O primeiro molar distalizado foi unido então para a colocação de um arco
lingual passivo. Após outros três meses, o primeiro pré-molar e o canino
também distalizaram.
Os autores27 apresentaram resultados de investigação do fechamento
do espaço; e agenesia do segundo pré-molar inferior após a extração do molar
decíduo inferior, e do segundo pré-molar superior no lado da agenesia
apresentaram um resultado onde a maioria do espaço da extração fechou-se
durante o primeiro ano, sendo que no fim do período de continuidade, 89% do
Revisão de Literatura 16
espaço da extração se fechou no maxilar, e 80% na mandíbula11. No arco
superior 70% do espaço da extração fecharam-se por movimentos mesial e
rotatórios dos primeiros molares. Os pré-molares superiores moveram-se
distalmente, ou seja, giraram e declinaram apenas durante o primeiro ano da
observação. Na mandíbula, o fechamento do espaço ocorreu por movimentos e
declínios dos primeiros molares e movimentação distal e mesio-rotatório dos
primeiros pré-molares. A extração unilateral não teve nenhuma influência e
nenhum impacto na inclinação do overjet ou do overbite 27.
Os dentes anteriores, inferiores tendem a deslizar para distal, os
posteriores inferior migram para mesial, contudo, mais lentamente. Se o caso é
de extração o apinhamento ântero-inferior tem a tendência de se tratar sozinho
durante os primeiros meses de tratamento. O aparelho é montado na arcada
superior até que a relação canina seja obtida e, mesmo assim, o tratamento é
aproximadamente completado ao mesmo tempo28.
Esses
autores29
desenvolveram
um
estudo
onde
mudanças
espontâneas ocorreram no arco inferior de 41 crianças em que o tratamento
ortodôntico se restringiu somente ao arco superior. Em um grupo, os segundos
molares foram extraídos, e no outro grupo, estes dentes permaneceram in situ.
Um tratamento bifásico envolvendo um movimento distal dos segmentos orais
com um dispositivo em massa e uma tração extra-oral, seguido da mecânica
Edgewise para retirar ou alinhar os dentes anteriores ocorreu, e levou-se às
seguintes conclusões: a extração do segundo molar inferior permite o relevo
espontâneo de um pouco aglomerado segmento labial. Há um aumento no
comprimento e perímetro do arco, bem como da largura intermolar.
Werneck (2004)30 ressalta que na mandíbula os dentes tendem a migrar
para distal na presença de espaço e de uma musculatura em boas condições
de tonicidade caracterizando o driftodontics. O início do tratamento na arcada
inferior vai ser adiado até que ocorra em nivelamento do arco inferior.
3
PROPOSIÇÃO
Proposição 18
3. Proposição
O objetivo deste trabalho é avaliar, através de uma revisão de literatura,
a perda de ancoragem inferior após exodontia de pré-molares inferiores,
realizando ou não o conceito do driftodontics.
4
MATERIAL E MÉTODOS
Material e Métodos 20
4. Material e Métodos
Ao desenvolvermos este tema objetivamos apresentar métodos
utilizados pelos autores e colaboradores pesquisados para ancorar os dentes
posteriores, evitando as indesejáveis mesializações e as perdas de espaço no
tratamento
ortodôntico
após
exodontia.
Desta
forma,
realizamos
um
levantamento bibliográfico em revistas e livros através do site da Biblioteca
Nacional de Medicina dos Estados Unidos (www.pubmed.gov).
5
DISCUSSÃO
Discussão 22
5. Discussão
A perda da ancoragem é um efeito lateral em colateral da mecanoterapia
ortodôntica, e uma das principais causas dos resultados mal sucedidos na
ortodontia contemporânea6,8,7.
Ao se realizar uma movimentação dentária, a ancoragem apresenta
resistência ao movimento não desejado do dente. Alguns autores3,4,6,7
destacam que a ancoragem é uma reação desejada dos dentes posteriores ao
fechamento mecanoterápico do espaço, para que se consiga atingir os
objetivos do tratamento. Os autores afirmaram não haver possibilidade de se
obter uma verdadeira fonte de ancoragem intrabucal empregando somente os
dentes, devendo ser utilizado aparelhos auxiliares para preservação da
ancoragem.
A aparência final após o tratamento ortodôntico quando se recorre a
exodontias foi avaliada por diversos autores sendo constatado que ocorre, uma
melhora significativa no perfil, quando se faz uma boa ancoragem podendo ser
utilizado inclusive mini implantes11,8,6,9,14.
Para o controle da ancoragem foi usado por diversos autores o arco
lingual evitando assim a mesialização dos molares e mantendo o perímetro do
arco8,10,11,12,13,14,15,16.
Apenas um autor citou também a bandagem dos primeiros e segundos
molares como forma de ancoragem3.
Outros autores usaram também forças elásticas como forma de
ancoragem3,11,15.
Na exodontia de segundos pré-molares a ancoragem não é necessária
por que queremos o movimento de inclinação e não de movimento de
corpo10,11.
Discussão 23
O estudo cefalométrico de casos tratados com diferentes técnicas
concorda que houve perda de ancoragem inferior, porém sem significância
estatística, com variação individual nas mudanças de posição do molar sendo
maior em indivíduos dolicofaciais5,17,18,19,20.
As mudanças espontâneas de posição dentária aliviando o apinhamento
ântero-inferior
driftodontics
após
exodontia
1,5,23,25,27,28,29,30
de
pré-molares
se
deve
ao
.
A montagem do aparelho fixo é adiada em casos de driftodontics até que
a relação de canina seja obtida1,28,30.
Alguns autores concordam que o deslocamento do canino para distal
(driftodontics) aumenta o perímetro do arco16,23,29.
6
CONCLUSÃO
Conclusão 25
6. Conclusão
Após a realização deste estudo conclui-se que no arco inferior, a perda de
ancoragem é clinicamente insignificante, pois a tendência dos dentes
anteriores inferiores migrarem para distal na presença dos espaços das
exodontias é maior do que a dos dentes posteriores inferiores para mesial,
caracterizando o princípio do driftodontics.
REFERÊNCIAS
Referências 27
Referências
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