Introdução E mbriologia é a ciência que estuda a formação e o desenvolvimento dos órgãos e sistemas do ser humano. Todo organismo sofre mudanças progressivas durante sua vida. Essas mudanças são muito mais pronunciadas e rápidas nas fases mais jovens do desenvolvimento, principalmente na fase embrionária. E embora o nascimento seja um momento que marca o término de uma fase e o início de outra, não representa o fim dos processos de desenvolvimento humano. A embriologia se ocupa das transformações sofridas pelo óvulo até o nascimento.Em termos didáticos, engloba o período de gametogênese, fertilização, clivagem, gastrulação e organogênese. O desenvolvimento de cada ser humano começa com a fecundação do óvulo pelo espermatozóide. Após a fecundação tem início uma série de eventos que caracterizam a formação do zigoto que dará origem ao futuro embrião. O zigoto é uma célula única formada pela fusão do óvulo com o espermatozóide e na qual estão presentes os 46 cromossomos provenientes dos gametas dos pais, cada um contendo 23 cromossomos. A partir de 24 horas contadas após a fecundação, o zigoto começa a sofrer sucessivas divisões mitóticas, inicialmente originando inúmeras células até que por volta do 6º dia após a fecundação, já no útero, esse conjunto de células se implanta no endométrio. Damos a esse fenômeno o nome de nidação. No endométrio uterino o embrião irá crescer e se desenvolver, até que na 9ª semana de gestação passa a ser chamado de feto. Este com todos os órgãos e tecidos praticamente já formados, mas mede cerca de 3,7 cm. O período fetal é caracterizado por um crescimento rápido e pela continuação da diferenciação dos tecidos e dos órgãos. Entre a 10ª e a 20ª semana o feto cresce principalmente em comprimento. Entre a 21ª e a 40ª semana o feto cresce sobretudo em peso. Perto do final da gravidez o feto distingue perfeitamente a voz da mãe. Responde a estímulos musicais ou a barulhos e vê a luz através da parede abdominal. A data provável do parto coincide com as 38 semanas após a fecundação, ou seja, cerca de 40 semanas (ou 280 dias) após o início do último período menstrual. Períodos: Período Embrionário (Organogênese) – 4ª à 8ª Semana. Período Fetal – 9ª à 38ª semana. Gestação pré-termo – Antes de 37 semanas completas (até 36 sem e 6 dias). Gestação a termo – Entre 37 semanas completas e 41 sem e 6 dias. Gestação pós-termo – Após 42 semanas completas. A Embriologia como Ciência O primeiro método utilizado na investigação do desenvolvimento embrionário foi o da observação. Aristóteles, estudando embriões de aves, foi o primeiro a fornecer informações corretas sobre o desenvolvimento do embrião. Infelizmente só depois da Idades Média é que apareceram os novos dados, com as observações mais precisas de Fabrizio D'Acquapendente (1537-1619), William Harvey (1578-1667) e Marcello Malpighi (16281694). A embriologia porém só veio a se firmar como ciência após os trabalhos de von Baer (17921876), considerado o pai da embriologia moderna; foi ele quem identificou o óvulo dos mamíferos, distinguindo-o do folículo de Graaf e também demonstrou a importância dos folhetos germinativos no desenvolvimento embrionário. Só após o estabelecimento da teoria celular (1839) foram lançadas as linhas mestras da embriologia atual. Utilidade A embriologia tem ampla aplicação no estudo da anatomia humana, pois fornece uma explicação racional para a disposição e as relações entre os órgãos no adulto, por exemplo, a disposição das alças intestinais, a assimetria dos vasos torácicos e abdominais, a inervação múltipla da língua, a distribuição dos mesos e etc. Como a embriologia também estuda as relações entre o feto e mãe ela é indispensável no conhecimento da anatomia e fisiologia materna durante a gestação. Alem disso tem aplicação em toda a medicina, pois nos permite entender as malformações congênitas e dessa forma saber tratálas.