Sistemática de Angiospermas.indd

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VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
SISTEMÁTICA DE
ANGIOSPERMAS
Rio de Janeiro / 2007
TODOS
OS DIREITOS RESERVADOS À
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
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quaisquer meios - eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização da Universidade Castelo
Branco - UCB.
U n3p
Universidade Castelo Branco.
Sistemática de Angiospermas. –
Rio de Janeiro: UCB, 2007.
36 p.
ISBN 978-85-86912-69-6
1. Ensino a Distância. I. Título.
CDD – 371.39
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Responsáveis Pela Produção do Material Instrucional
Coordenadora de Educação a Distância
Prof.ª Ziléa Baptista Nespoli
Coordenador do Curso de Graduação
Maurício Magalhães – Ciências Biológicas
Conteudista
Sonia Sousa Pantoja
Supervisor do Centro Editorial – CEDI
Joselmo Botelho
Apresentação
Prezado(a) Aluno(a):
É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de graduação,
na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, conseqüentemente, propiciando oportunidade
para melhoria de seu desempenho profissional. Nossos funcionários e nosso corpo docente esperam retribuir a
sua escolha, reafirmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de uma estrutura aberta e
criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua.
Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhecimento teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica.
Seja bem-vindo(a)!
Paulo Alcantara Gomes
Reitor
Orientações para o Auto-Estudo
O presente instrucional está dividido em três unidades programáticas, cada uma com objetivos definidos e
conteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejam
atingidos com êxito.
Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividades complementares.
As Unidades 1 e 2 correspondem aos conteúdos que serão avaliados em A1.
Na A2 poderão ser objeto de avaliação os conteúdos das três unidades.
Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todos os
conteúdos das Unidades Programáticas.
A carga horária do material instrucional para o auto-estudo que você está recebendo agora, juntamente com
os horários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 60 horas-aula, que
você administrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontros
presenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso.
Bons Estudos!
Dicas para o Auto-Estudo
1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja
disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo.
2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessário. Evite interrupções.
3 - Não deixe para estudar na última hora.
4 - Não acumule dúvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor.
5 - Não pule etapas.
6 - Faça todas as tarefas propostas.
7 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento
da disciplina.
8 - Não relegue a um segundo plano as atividades complementares e a auto-avaliação.
9 - Não hesite em começar de novo.
SUMÁRIO
Quadro-síntese do conteúdo programático ................................................................................................. 11
Contextualização da disciplina ................................................................................................................... 12
UNIDADE I
DIVISÃO MAGNOLIOPHYTA
1.1 - Origem das Magnoliophyta ................................................................................................................ 13
1.2 - Monocotiledôneas ou Liliopsida ....................................................................................................... 14
UNIDADE II
CLASSE MAGNOLIOPSIDA
2.1 - Subclasse Hammamelidae .................................................................................................................. 16
2.2 - Subclasse Caryophyllidae ................................................................................................................... 17
2.3 - Subclasse Dillenidae ........................................................................................................................... 18
2.4 - Subclasse Rosidae............................................................................................................................... 19
2.5 - Subclasse Asteridae ............................................................................................................................ 22
UNIDADE III
CLASSE LILIOPSIDA
3.1 - Subclasse Commelinidae ................................................................................................................... 26
3.2 - Subclasse Zingiberidae ...................................................................................................................... 27
3.3 - Subclasse Liliidae .............................................................................................................................. 28
Glossário ..................................................................................................................................................... 31
Gabarito....................................................................................................................................................... 32
Referências bibliográficas ........................................................................................................................... 34
Quadro-síntese do conteúdo
programático
UNIDADES DO PROGRAMA
OBJETIVOS
I - DIVISÃO MAGNOLIOPHYTA
1.1 - Origem das Magnoliophyta
1.2 - Monocotiledôneas ou Liliopsida
• Informar a posição sistemática deste grupo, caracteres gerais, classificação e reprodução, bem
como sua importância.
II - CLASSE MAGNOLIOPSIDA
2.1 - Subclasse Hammamelidae
2.2 - Subclasse Caryophyllidae
2.3 - Subclasse Dillenidae
2.4 - Subclasse Rosidae
2.5 - Subclasse Asteridae
• Detalhar as características, como a posição sistemática das Ordens e principais famílias.
III - CLASSE LILIOPSIDA
3.1 - Subclasse Commelinidae
3.2 - Subclasse Zingiberidae
3.3 - Subclasse Liliidae
• Mostrar a importância deste grupo, além da posição
sistemática, caracteres gerais, classificação, reprodução, estudo das principais famílias e Ordens.
11
12
Contextualização da Disciplina
Em Sistemática, iniciaremos os estudos dos diversos grupos taxonômicos nos quais é organizada e classificada
a maioria das plantas que observamos diariamente. Neste instrucional, estudaremos o sistema dos vegetais com
flores, dos vegetais com características mais primitivas, seguindo a escala evolutiva nas subclasses até o mais
evoluído.
A Sistemática Vegetal é uma parte da botânica que agrupa plantas dentro de um sistema, como o nome mesmo
diz, considerando as morfologias interna e externa, as relações genéticas, afinidades e até seu comportamento
na natureza, seus antepassados, ecologia e distribuição. A sistemática vegetal compreende a identificação, a
nomenclatura e a classificação.
Identificação ou determinação é a escolha de um taxon (família, gênero ou espécie) idêntico ou semelhante
a um já existente, usando para isso literatura especializada ou comparações. Nomenclatura é o uso correto dos
nomes das plantas. E a classificação é a organização das plantas nos taxons, ou seja, uma espécie pertence a um
determinado gênero, que é membro de uma família, e assim por diante, isto é, quando se tenta localizar uma
planta ainda não descrita dentro de um sistema de classificação.
Existiram, ao longo da história, vários sistemas de classificação botânica. Estudaremos as angiospermas no
sistema de Cronquist, mais didático e atualmente aceito. Introduzir o conhecimento sobre as angiospermas será
o objetivo de nossos estudos.
Os vegetais têm uma história evolutiva. Os vegetais que conhecemos hoje são o resultado de milhares de
séculos de evolução. As primeiras plantas que surgiram eram completamente diferentes das existentes hoje,
muitos vegetais surgiram e outros tantos foram extintos. Os vegetais mais avançados são derivados dos mais
primitivos. Podemos afirmar isso baseados nos registros fósseis, e este será o objeto de estudo da unidade II
deste instrucional.
UNIDADE I
13
DIVISÃO MAGNOLIOPHYTA
Neste capítulo, trataremos de algumas teorias sobre a
origem das angiospermas, porém, este assunto deverá
ser tratado com mais profundidade em outra disciplina.
A estimativa mais recente da idade da Terra está entre
4.000.000.000 e 6.000.000.000 de anos. A dos fósseis mais
antigos que conhecemos, mediante datação por métodos
radiométricos, tem aproximadamente 2.000.000.000 anos.
O registro fóssil de plantas (e animais) não foi observado
até a Era Paleozóica, quando se tem o primeiro registro
fóssil de algas e fungos (e invertebrados), no limite entre
o Pré-Câmbrico e Câmbrico. As plantas terrestres foram
registradas no Silúrico superior e Devônico inferior.
1.1 - Origem das Magnoliophyta
Os primeiros vegetais com flores tornaram-se o maior
e mais diversificado grupo do reino vegetal. Chamamos
este grupo de angiospermas ou Magnoliophyta.
As angiospermas, que no sistema de Cronquist são
chamadas de Magnoliophyta, caracterizam-se pelo enorme
poder de adaptação às diversas condições ambientais,
variam de ervas a árvores, de terrestres a aquáticas, podem
ser epífitas, parasitas, ou apresentar outras adaptações,
como nas plantas insetívoras. Porém, uma característica
marcante das angiospermas é a dupla fecundação1, que
nós já tratamos no instrucional de Botânica II.
Em relação à origem das angiospermas, existem
diversas teorias que serão abordadas posteriormente.
Mas o que demonstra uma origem comum a todas
as angiospermas são características morfológicas
semelhantes como a presença de estames, estigmas,
endosperma triplóide da dupla fecundação e outros já
estudados em organografia.
Uma das teorias quanto a sua origem é de Takhtajan
(1969) e diz que os ancestrais das angiospermas são
gimnospermas mais primitivas que as atuais, pois as
contemporâneas têm nível evolucionário mais alto do que
algumas angiospermas primitivas. Ele tentou explicar geneticamente a origem das angiospermas e concluiu que o
grupo de transição das gimnospermas para as angiospermas
deve ter ocorrido em pequenas populações que evoluíram
aceleradamente com enorme poder de adaptação. Takhtajan
considera a flor das angiospermas uma mutação genética
do estróbilo das gimnospermas ancestrais.
primitivas têm numerosos órgãos em espiral sobre o
receptáculo floral.
Analisando as famílias de plantas, vamos observar que
algumas famílias apresentam mais características primitivas
do que outras. As características são consideradas primitivas
quando forem mais semelhantes às do ancestral e mais
evoluídas quando forem derivadas deste. Muitas vezes há
uma redução de estruturas, como você poderá observar.
Veja algumas características consideradas por Bessey
como de maior primitividade ou evoluídas, lembrando que
a evolução pode ser regressão ou progressão de caracteres.
PRIMITIVIDADE
Estames numerosos
Flores solitárias
Disposição espiralada
Flores andróginas
Plantas monóicas
Árvores ou arbustos
Folhas simples
Estames livres
Plantas petalíferas
Dicotiledôneas
EVOLUÇÃO2
Poucos estames
Inflorescências
Disposição cíclica
Flores unissexuais
Plantas dióicas
Ervas
Folhas compostas
Estames conatos ou um só estame
Apétalas
Monocotiledôneas
Fato é que a origem das angiospermas é desconhecida. Muitas teorias foram apresentadas, mas nenhuma
reúne um conjunto de opiniões favoráveis.
Muitas outras teorias surgiram, entre elas a teoria foliar,
originada de apêndices foliares modificados, e da evolução
do estame, para explicar a natureza da flor nas angiospermas. Outras teorias têm sido apresentadas para explicar a
origem da flor nas angiospermas, mas o problema continuará a ser debatido até ser resolvido satisfatoriamente.
Plantas semelhantes surgiram no Jurássico da
Era Mesozóica, fósseis foram encontrados sob a
forma de folhas, grãos de pólen e pedaços de madeira. Podemos afirmar, contudo, que no Cretácio
ocorreu sua rápida expansão, pois, ao final desse
período, elas eram o grupo dominante do planeta.
Ao mesmo tempo, o grupo das gimnospermas entrou
em decadência.
A teoria mais aceita sobre primitividade é a teoria laminar do androceu e diz que as flores mais
Os filogenistas sugerem que as angiospermas tenham
se originado das Pteridospermas. Mas, atualmente, a
1
2
Tema abordado no instrucional de Organografia, reveja-o.
O termo primitivo se refere às características semelhantes às das plantas ancestrais (primitivas) e evoluído, aos caracteres derivados.
14
idéia mais aceita é a de Takhtajan, ou seja, a origem
vem de um ancestral gimnospérmico.
Na opinião de Cronquist, a exploração de insetos e
outros animais como agentes de polinização, além do
desenvolvimento de um sistema de condução mais
complexo e eficiente, com xilema e floema, é a característica mais importante, pois levou as angiospermas a
dominarem o planeta e superarem as gimnospermas.
A taxonomia moderna das angiospermas está baseada
principalmente nos estudos de flora na Europa, mas
o conhecimento sobre as regiões tropicais, com flora
mais rica e diversificada, poderá modificar o conceito
atual. Resta aos modernos taxonomistas estudarem
as angiospermas viventes e construir um sistema de
classificação.
Baseadas nas informações científicas existentes, as
idéias de Takhtajan e de Cronquist são as que ainda
prevalecem.
Meta Atual
Atualmente, a meta de estudiosos, botânicos e zoólogos
é estabelecer as inter-relações naturais entre os táxons,
chamadas de relações filogenéticas. A filogenética trata da
origem dos organismos atuais, isto é, os táxons derivam
de organismos previamente existentes. Baseando-se nisto,
podemos afirmar que a evolução é a chave da filogenia.
Um dos problemas de maior controvérsia da filogenética é
se os principais grupos de plantas evoluíram de um só grupo
ancestral (monofilético) ou se evoluíram separadamente a
partir de plantas ancestrais distintas (polifilético).
1.2 - Monocotiledôneas ou Liliopsida
É universalmente aceito que as monocotiledôneas
derivam de dicotiledôneas primitivas. Segundo Cronquist, as monocotiledôneas tiveram sua origem nas
ervas das dicotiledôneas, que não têm um câmbio
ativo, flores com um perianto não muito especializado e gineceu dialicarpelar. O autor sugere
que as pré-monocotiledôneas fossem mais ou menos
semelhantes às da ordem Nymphaeales atuais, que
preenchem todas as características citadas, além de
serem aquáticas, desprovidas de vasos e mostram
uma tendência para a fusão dos dois cotiledoneos
em um único.
Exercícios de Fixação
1. Caracterize a origem das Magnoliophyta.
2. Dentre os caracteres que se seguem, sublinhe apenas os que são tidos por Bessey como evoluídos. Os
caracteres são: poucos estames, flores solitárias, flores unissexuais, árvores, folhas compostas, dicotiledôneas
e monocotiledôneas.
3. Explique a teoria laminar.
Atividade Complementar
Vá ao campo, escolha duas plantas e observe suas características. Baseando-se no quadro de Bessey estudado
neste capítulo, estabeleça o que seriam características evoluídas e primitivas.
UNIDADE II
15
CLASSE MAGNOLIOPSIDA
Deste capítulo em diante, trataremos de cada subclasse das
angiospermas (magnoliophyta) e da classe das dicotiledôneas
(Magnoliopsida) subdivididas nas ordens que as compõem e
as famílias correspondentes. Teremos, então, descrições com
termos técnicos e nomes científicos. Caso tenha dúvidas nos
termos científicos, deverá rever o instrucional de Organografia ou livros de organografia (indicados na bibliografia).
A primeira subclasse, Magnoliidae, se caracteriza por
apresentar as mais primitivas características do grupo. Pois,
segundo a teoria laminar, as flores mais primitivas são as que
apresentam, geralmente, numerosos órgãos em espiral sobre
receptáculo alongado e esta característica é encontrada quase
com exclusividade nas Magnoliales e Ranunculales, sendo então
as mais primitivas deste grupo. Esta subclasse está formada pelas
ordens Magnoliales, Piperales, Aristolochiales, Nymphaeales,
Papaverales e Rhanunculales.
Estudaremos agora as ordens sublinhadas acima. Em
cada ordem citaremos as famílias e faremos uma breve
descrição das mais representativas em nosso país, que
estarão sublinhadas para destacá-las no texto.
Ordem Magnoliales
Esta ordem apresenta, aproximadamente, 19 famílias
e 5.600 espécies.
As famílias desta ordem são: Winteraceae, Magnoliaceae,
Annonaceae, Monimiaceae, Cannelaceae, Myristicaceae,
Hernandiaceae e Lauraceae. Elas evoluíram independentemente, apresentando muitas características primitivas associadas a outras derivadas. As características primitivas são os
estames numerosos, eixo floral alongado, ovário dialicarpelar
e polinização cantarófila3.
Família Magnoliacae D.C.
Mundo: são doze gêneros e cerca de 210 espécies,
distribuídas na Ásia, América do Norte, Antilhas,
América Central e América do Sul.
No Brasil, apenas o gênero Talauma é nativo no
sul; cultivado, temos: Magnolia, Michelia, conhecida
vulgarmente como magnólia-amarela, e Liriodendron
(árvore-da-tulipa dos norte-americanos).
Pequena descrição: árvores possuem folhas alternas,
estipuladas. As flores têm receptáculo alongado, onde
numerosos estames laminares se inserem, lóculos da
antera lineares e paralelos. Ovário com carpelos livres
entre si. O fruto é apocárpico.
Família Annonaceae Juss.
Mundo: há 122 gêneros e 1.100 espécies de distribuição tropical.
Brasil: 29 gêneros e 260 espécies, aproximadamente.
Mais freqüentes: Annona, chamada de cabeça-denego ou pinha, é nativa. A outra espécie de Annona é
cultivada e chamada de ata, fruta-de-conde, graviola
e condessa. A Xylopia e Rollinia, conhecido como
araticum, também são representantes dessa família.
Pequena descrição: são arbustivas com folhas
aromáticas. Flores andróginas (raramente unissexuadas), cálice com três sépalas (2-4), corola com seis pétalas (3-4), receptáculo alongado, numerosos estames,
lóculos alongados, rimosos ou com locelos transversais
(raro estames laminares), poucos a muitos carpelos
livres. Fruto apocárpico.
Família Monnimiaceae Lindl.
Mundo: cerca de 32 gêneros e 350 espécies, na
maioria tropicais.
Brasil: Apresenta cerca de seis gêneros com 84
espécies.
Mais freqüentes: Mollinedia e Siparuna.
Pequena descrição: podem ser ervas ou arbustos,
com folhas opostas, odoríferas. Flores unissexuais,
dióicas ou monóicas, estames numerosos sésseis
ou quase; ovário apocárpico, numerosos carpelos,
perigônio crasso. Fruto apocárpico, drupáceo. Sementes com endosperma carnoso.
16
Família Lauraceae Lindl.
thaceae. As Piperales, como as Magnoliales, têm
células oleíferas, e todas as características divergentes
das Magnoliales representam avanços evolutivos. Esta
ordem apresenta flores reduzidas e sem perianto, a
maioria é herbácea e tropical.
Família Piperaceae Bail.
Mundo: de dez a doze gêneros e 1400 espécies, em
regiões tropicais.
Brasil: há cerca de cinco gêneros e 460 espécies.
Mundo: cerca de 47 gêneros e 1.900 espécies de
distribuição tropical e subtropical.
Brasil: cerca de 19 gêneros e 390 espécies.
Mais freqüentes: Ocotea, Nectandra chamada popularmente de canela, louro e batalha, Phoebe ou imbuia,
Persea (abacateiro, cultivado), Cinnamomum (canela,
cânfora, cultivados) e Laurus (louro, cultivado).
Mais freqüentes: Piper, conhecido com os nomes de
jaborandi e pimenta-do-reino (cultivados), e o gênero
Peperomia.
Pequena descrição: ervas ou plantas lenhosas, folhas
alternas, estipuladas. As flores podem ser sésseis ou
não, em espigas densas, opositifólias, aclamídeas; são
andróginas ou unissexuais, com dois a seis estames,
livres, anteras uni ou bitecas, rimosas; ovário súpero,
de um a cinco carpelos. Fruto indeiscente.
Pequena Descrição: são árvores ou arbustos, (exceto a
treapdeira Cassytha), folhas alternas (raro subopostas). Flores
andróginas ou unissexuais, monoclamídea, cálice esverdeado,
amarelado ou avermelhado; de três a nove estames com
estaminódios ou não, disposição em três a quatro verticilos,
filetes biglandulosos, anteras bi ou tetralocelares. Ovário livre,
unicarpelar, estilete simples. Fruto baga, geralmente com cálice
persistente, semente com embrião bem desenvolvido.
Ordem Piperales
Famílias: Chloranthaceae, Saururaceae e Piperaceae. No Brasil, existem apenas Piperaceae e Chloran-
2.1 - Subclasse Hammamelidae
Uma das menores subclasses, com cerca de nove
ordens, 23 famílias e 3.400 espécies.
As ordens são Trochodendrales, Hammamelidales, Eucomiales, Urticales, Leiteniales, Jugladales,
Myricales, Fagales e Casuarinales. Apenas a ordem
Urticales tem representante indígena.
Geralmente, são árvores ou arbustos (raramente são
ervas). Suas flores são monoclamídeas ou nuas, o androceu freqüentemente é isostêmone ou oligostêmone
(polistêmone), com ovário súpero.
As plantas deste grupo geralmente são anemófilas
por redução floral, mas algumas podem ser entomó-
filas, como ficus, polinizado por vespas (formando
galhas) que depositam seus óvulos nas flores femininas braquiestilas, onde tem também flores femininas
longistilas e masculinas na mesma inflorescência ou
masculinas e femininas brevestilas em uma e femininas
longistilas em outra.
Ordem Urticales
Famílias: Ulmaceae, Barbeyaceae, Moraceae,
Cannabaceae e Urticaceae. Seus representantes têm
flores monoclamídeas. O androceu é isostêmone ou
oligostêmone. O gineceu tem ovário súpero, unilocular,
dois carpelos e um único óvulo. O fruto é uma drupa,
aquênio ou cápsula.
Família Moraceae Lindl.
Mundo: são cerca de 75 gêneros e 1.550 espécies
tropicais (raramente em regiões temperadas).
Brasil: cerca de 28 gêneros e 340 espécies.
Mais freqüentes: Ficus (figueira e mata-pau), Brosimum, Dorstenia e Cecropia (embaúba e imbaúba) são
nativos. Entre os cultivados estão: Morus (amoreira,
as folhas servem de alimento para a lagarta do bichoda-seda), Artocarpus (jaqueira e fruta-pão), Cannabis
(cânhamo, as inflorescências secas são o haxixe, marijuana ou maconha).
Pequena descrição: podem ser árvores, arbustos, ervas
ou trepadeiras, geralmente lactescentes. As folhas são alternas (raramente são opostas), simples, estipuladas. As flores
são unissexuadas, monóicas ou dióicas, monoclamídeas
ou nuas. As flores masculinas podem possuir ou não rudi-
mento de ovário, ovário súpero, bicarpelar e unilocular.
Fruto composto, com aquênios ou drupas.
Família Urticaceae Endl.
Mundo: são 49 gêneros e 1.900 espécies nas regiões
tropicais e temperadas.
Brasil: cerca de 10 gêneros e 38 espécies.
Mais freqüentes: Pílea (brilhantina), Urtica e Urera
(urtigas), Boehmeria.
Pequena descrição: podem ser ervas, arbustos ou subarbustos. As folhas são alternas ou opostas, geralmente
estipuladas, com ou sem pêlos urticantes. As flores são
unissexuais, monoclamídeas, tetrâmeras ou pentâmeras,
com filetes dobrados no botão floral, flores femininas
com ou sem cálice, ovário súpero, bicarpelar, unilocular.
Fruto aquênio ou drupa.
2.2 - Subclasse Caryophyllidae
Essa subclasse possui quatro ordens com 14 famílias
e 11.000 espécies, aproximadamente, e ocorre nas
regiões temperadas, tropicais e subtropicais.
As ordens são: Caryophyllales, Batales, Polygonales
e Plumbaginalles.
A característica principal é o pólen trinucleado. As
flores monoclamídeas parecem ser as mais primitivas
com cinco sépalas, já as flores diclamídeas, com pétalas
e sépalas distintas, parecem ter se desenvolvido por
diversos caminhos nos grupos da subclasse.
Ordem Caryophyllales
Também chamada de Centrospermae, possui famílias
Phytolacaceae, Nyctaginaceae, Achatocarpaceae,
Chenopodiaceae, Amaranthaceae, Portulacaceae,
Basellaceae, Molluginaceae, Aizoaceae, Caryophyllaceae e Cactaceae. Destas famílias, a mais primitiva
é a Phytolacaceae pelos motivos já estudados na unidade anterior.
Família Nyctaginaceae Lindl.
Mundo: cerca de 30 gêneros e 300 espécies tropicais.
Brasil: cerca de 10 gêneros e 70 espécies.
Mais freqüentes: Bougainvillea (primavera, trêsmarias, Bugainvíle), Mirabilis (maravilha), Boerhavia
(erva-tostão, com fins medicinais ou como refrigerante,
no Ceará é chamado de pega-pinto) e Neea (usada
para chás).
Pequena descrição: árvores, arbustos, lianas ou
ervas. Possui folhas opostas (raramente são alternas)
sem estípulas. Flores andróginas ou unissexuais, com
ou sem rudimento abortado, monoclamídeas, ovário
súpero, unilocular, uniovulado e estigma discóide ou
penicelado.
Família Portulacaceae Juss.
Mundo: esta família possui cerca de 19 gêneros e
500 espécies africanas e americanas.
Brasil: são dois gêneros com cerca de 33 espécies.
Mais freqüentes: Portulaca (onze-horas, beldroega)
e Talinum (pulguinha).
Pequena descrição: ervas anuais (raros perenes). Folhas
carnosas, opostas ou verticiladas. As flores são andróginas, perigônio corolínico, com quatro a cinco sépalas,
cercado por invólucro caliciforme com duas brácteas, de
quatro a vários estames, com três a cinco estiletes.
17
18
2.3 - Subclasse Dillenidae
Esta subclasse possui doze ordens, 69 famílias e cerca
de 24.000 espécies distribuídas por todo o mundo, principalmente nos trópicos e subtrópicos. Acredita-se que
tenha se originado das Magnoliales. Nesta subclasse,
há predominância de plantas lenhosas, arbóreas ou
arbustivas, com folhas simples, alternas ou opostas.
As folhas compostas são encontradas em espécies das
famílias Caryocaraceae, Quiinaceae, Bombacaceae,
Capparaceae e Moringaceae.
A corola calcarada nas Violales representa uma grande
evolução do perianto. A inflorescência é, em geral, panícula
ou racemo. O cálice geralmente é persistente, os estames
são numerosos (raramente de cinco a dez). O ovário é
súpero (raramente é ínfero). Há frutos e sementes de
vários tipos. As ordens com representatividade no Brasil
são: Dilleniales, Theales, Malvales, Sarraceniales, Lecytidales, Violales, Capparales, Salicales, Ebenales,
Primulales e Ericales.
Ordem Theales
Esta ordem apresenta 13 famílias, das quais oito ocorrem no Brasil, com cerca de 46 gêneros indígenas e
386 espécies. As famílias brasileiras são: Actinidaceae,
Theaceae, Ochnaceae, Marcgraviaceae, Quiinaceae,
Elatinaceae, Gutttiferae e Caryocaraceae.
Família Caryocaraceae Szysz.
Mundo: são apenas dois gêneros e 25 espécies distribuídas na América tropical.
Brasil: são dois gêneros e entre dez e quinze espécies.
Mais freqüentes: Caryocar (piquí e piquiá, usados
para licor) e Anthodiscus.
Pequena descrição: podem ser árvores trifolioladas.
As folhas são alternas ou opostas. Flores andróginas,
diclamídeas, com anteras biloculares, ovário súpero,
com ou sem disco, uniovulado.
Ordem Malvales
Esta ordem apresenta seis famílias distribuídas pelas
regiões tropicais, subtropicais e temperadas. No Brasil,
encontramos as seguintes famílias: Elaeocarpaceae,
Tiliaceae, Sterculiaceae, Bombacaceae e Malvaceae.
Família Malvaceae Adans.
Família Guttiferae Juss. (Clusiaceae)
Mundo: há 88 gêneros e 2.300 espécies distribuídas
nas regiões tropicais, subtropicais e temperadas do
globo.
Mundo: existem entre quarenta e cinqüenta gêneros
e 1.000 espécies distribuídas nas regiões tropicais e
temperadas do planeta.
Brasil: possui 21 gêneros com cerca de 183 espécies.
Mais freqüentes: Kielmeyera (pau-santo), Caraipa
e Clusia (flores brancas, litorâneas). Cultivada: Mammea (frutos comestíveis).
Pequena descrição: árvores, arbustos ou ervas, raramente são epífitas, latescentes ou não. As folhas podem
ser alternas, opostas ou verticiladas, sem estípulas.
Flores diclamídeas, dialipétalas; androceu com muitos
estames; ovário súpero, gamocarpelar, muitos óvulos.
O fruto, em geral, é seco.
Brasil: são 31 gêneros e 200 espécies, aproximadamente.
Mais freqüentes: Sida, Pavonia, Gaya, Hibiscus.
Cultivados: Hibiscus, Malvaviscus (malvavisco),
Malva (malva-de-cheiro). Comestíveis: Hibiscus
(quiabo, rosélia e vinagreira).
Pequena descrição: podem ser ervas, subarbustos,
arbustos, raramente são árvores. As folhas são alternas,
estipuladas. Flores andróginas, raramente unissexuadas, diclamídeas; estames numerosos, pólen com exina
espinhosa e ovário súpero.
Família Bombacaceae k. Schum.
Mundo: trinta e um gêneros e 225 espécies distribuídas nas regiões tropicais do globo.
Brasil: há 18 gêneros e 100 espécies aproximadamente.
Mais freqüentes: Pseudobombax, Chorisia (paineira), Ceiba e Ochroma (balsa da Amazônia). Cultivadas:
Adansonia (Baobá).
Pequena descrição: árvores. As folhas podem ser
alternas ou opostas, estipuladas. Flores andróginas,
diclamídeas; estames com antera reniforme ou linear,
uniteca; pólen com exina lisa; ovário súpero.
Ordem Violales
Apresenta 28 famílias e 5.200 espécies, aproximadamente. No Brasil, há 13 famílias com 79 gêneros e cerca de
707 espécies. As famílias brasileiras são: Passifloraceae,
Caricaceae, Cucurbitaceae, Violaceae, Flacourtiaceae,
Achatocarpaceae, Perisdicaceae, Bixaceae, Cochlospermaceae, Cistaceae, Turneraceae e Loasaceae.
Família Passifloraceae Meissn.
Mundo: são 23 gêneros e 600 espécies, entre americanas e africanas.
Brasil: há quatro gêneros e cerca de 83 espécies.
Mais freqüentes: Passiflora (maracujá e flor-dapaixão).
Pequena descrição: plantas escandentes, com
gavinhas. Folhas alternas, com nectários peciolares
ou nos bordos das lâminas. Flores andróginas ou unissexuais, diclamídeas, pentâmeras, androceu com cinco
estames em andróforo, anteras rimosas; ovário súpero.
Família Caricaceae
Mundo: com quatro gêneros e 45 espécies aproximadamente; estão em regiões tropicais e subtropicais.
Brasil: há dois gêneros e oito espécies.
Mais freqüentes: Carica (mamoeiro) e Jacaratia
(mamão-bravo e jacatiá, no sul do Brasil).
Pequena descrição: podem ser ervas ou arbustos,
latescentes. Possuem folhas alternas, sem estípulas.
As flores são unissexuais por aborto, diclamídeas,
pentâmeras, com cálice curto, gamopétalas e androceu
com 10(5) estames.
Família Cucurbitaceae Juss.
Mundo: com 126 gêneros e cerca de 1280 espécies,
em áreas tropicais e subtropicais.
Brasil: há 30 gêneros e 200 espécies.
Mais freqüentes: Momordica (melão-de-são-caetano). Dentre os cultivados, estão: Cucurbita (abóbora),
Citrullus (melancia), Cucumis (pepino e melão) e
Sechium (chuchu).
Pequena descrição: são ervas ou subarbustos, com
ou sem gavinhas. As folhas são alternas, com estípulas.
Flores unissexuais, diclamídeas, pentâmeras, gamopétalas, androceu com cinco estames, às vezes, são unidos
pelas anteras e filetes, em alguns casos, as tecas são
retorcidas. Ovário ínfero, tricarpelar, unilocular, com
muitos óvulos.
Família Violaceae Juss. (negrito)
Mundo: são 20 gêneros e cerca de 800 espécies, em
regiões tropicais e temperadas.
Brasil: há 10 gêneros e cerca de 69 espécies.
Mais freqüentes: Anchietea (cipó-suma). Dentre os
cultivados, temos: Viola (Violeta, amor-perfeito).
Pequena descrição: variam de árvores a ervas,
com folhas simples, alternas. Flores andróginas,
diclamídeas, pentâmeras. Com ovário súpero. Fruto
cápsula trivalvar.
2.4 - Subclasse Rosidae
Esta subclasse apresenta 16 ordens, 108 famílias e
cerca de 60.000 espécies no mundo. No Brasil, há
58 famílias indígenas, além de quatro introduzidas.
Há predominância de plantas lenhosas. Pode-se dizer
que uma característica bem marcante deste grupo é a
presença de um disco nectarífero no receptáculo, já
que ele está presente sob várias formas. Dentre todas,
as Rosales são consideradas com maior número de
características primitivas e são indicadas como derivadas das Magnoliidae.
As ordens desta subclasse são: Rosales, Podostemales, Haloragales, Myrtales, Proteales, Cornales,
Santalales, Rafflesiales, Celastrales, Euphorbiales, Rhamnales, Sapindales, Geraniales, Linales,
Polygalales e Umbelales.
Ordem Rosales
Esta ordem apresenta 17 famílias. No Brasil, há
apenas sete, são as famílias Cunoniaceae, Pittospo-
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raceae, Crassulaceae, Saxifragaceae, Rosaceae,
Chysobalanaceae e Leguminosae. Dessas famílias, a
mais primitiva é a Rosaceae.
Família Rosaceae A.L. Jussieu
Mundo: são 124 gêneros e cerca de 3.500 espécies
distribuídas pela Europa, América do Norte e Ásia.
Brasil: há três gêneros e cerca de 10 espécies, especialmente no sul e sudeste. Há mais de uma espécie
subespontânea.
Mais freqüentes: Prunus, Rubus e Quillaja. Dentre os cultivados, estão: Malus (maçã), Pirus (pêra),
Cydonia (marmelo), Eryobotrya (nêspera ou ameixaamarela), espécies de Prunus (cereja, pêssego, ameixado-japão), Fragaria (morango), Rubus (framboesa)
e Rosa (rosa). Alguns são usados na fabricação de
móveis finos e cachimbos.
Pequena descrição: variam de árvores a ervas. Possuem folhas simples ou compostas, alternas, estipuladas.
As flores isoladas podem ser andróginas ou unissexuais;
a característica mais marcante talvez seja a presença de
um receptáculo com eixo plano ou côncavo, onde nos
bordos se inserem as sépalas, pétalas e estames. Possuem
estames numerosos; os carpelos são geralmente livres.
Ordem Fabales
estames. Gineceu unicarpelar. Fruto característico é
o legume.
Observe o quadro abaixo com as principais diferenças
entre as subfamílias:
FAMÍLIAS
CARACTERES
Simetria
Prefloração
Pétalas
Mimosaceae
Actinomorfa
Valvar
Geralmente
gamopétala
Caesalpinaceae
Zigomorfa
Carenal
cinco distintas
Fabaceae
Zigomorfa
Vexilar
duas inferiores
unidas na
base
Ordem Myrtales
Esta ordem apresenta treze famílias. No Brasil, há
apenas sete. As famílias são Lythraceae, Tymelaeaceae,
Dialypetalanthaceae, Myrtaceae, Onagraceae, Melastomataceae e Combretaceae. Dessas, as mais representativas
são Melastomataceae e Myrtaceae. A presença de folhas
simples opostas, flores perígenas ou epígenas e ausência de
endosperma na maioria das espécies são as características
principais.
Família Myrtaceae R.Br.
Mundo: são 100 gêneros e 3.500 espécies distribuídos na América tropical e Austrália (raramente em
clima temperado).
Mundo: há 650 gêneros e cerca de 18.000 espécies.
Brasil: há 21 gêneros e cerca de 820 espécies.
Brasil: são 178 gêneros e cerca de 1550 espécies.
Espontâneas mais freqüentes: Mimosaceae – Mimosa (sensitiva, bracatinga, jurema e sabiá), Calliandra
(esponjinha), Inga (ingá), Pithecellobium (olho-decachorro), Parkia e Piptadenia (angico). Caesalpiniaceae – Cassia (fedegoso, cigarreira e chuva-de-ouro),
Caesalpinia (pau-brasil, pau-ferro e falso-flamboyant),
Bauhinia (unha-de-vaca), Copaifera (copaíba), Hymenaea (jutaí e jatobá). Fabaceae – Crotalaria, Erythrina,
Andira, Sophora, Dalbergia, Indigofera, Desmodium,
Clitoria e Mucuna. Dentre as cultivadas, estão: Mimosoideae – Acacia (acácia-negra e acácia-mimosa).
Caesalpinioideae – Delonix (flamboyant), Tamarindus
(tamarindo – África). Faboideae – Phaseolus (feijão),
Pisum (ervilhas), Lens (lentilhas), Vicia (fava), Cicer
(grão-de-bico), Lupinus (tremoços), Glycine (soja),
Canavalia (feijão-de-porco) e Arachis (amendoim).
Pequena descrição: a ordem apresenta três famílias:
Mimosaceae (fl. actinom.), Caesalpinaceae e Fabaceae. Varia de ervas a árvores. Possui folhas variadas.
Algumas são plantas armadas. Inflorescência racemosa;
cálice gamossépalo (raro dialissépala), corola dialipétala (Mimosaceae gamopetalia). Androceu com 10
Mais freqüentes: Psidium (goiabeira), Myrciaria (jabuticabeira) e Eugenia (cabeludinha e pitanga). Dentre as espécies cultivadas, estão: Eucalyptus e Jambosa (jambo).
Pequena descrição: são plantas lenhosas com canais
oleíferos (pontos translúcidos) nas folhas, flores e
frutos. As brasileiras, caracteristicamente, possuem o
tronco de casca lisa, separando, todo ano, o ritidoma.
Possuem folhas simples e opostas, com flores andróginas, actinomorfas, diclamídeas, dialipétalas. Androceu
com estames numerosos. Ovário ínfero.
Família Melastomataceae Juss.
Mundo: de 150 a 200 gêneros. e 3.500 espécies, em
regiões tropicais e subtropicais.
Pequena descrição: variam de árvores a ervas; folhas
alternas e estipuladas. As flores são unissexuadas. Inflorescências características: ciátio e variável.
Brasil: são 63 gêneros e cerca de 480 espécies.
Mais freqüentes: Miconia, Tibouchina (quaresmeira), Leandra e Salpinga.
Pequena descrição: são espécies ornamentais. Variam
de árvores a ervas. Folhas opostas sem estípulas; nervura
das folhas (3-9), curvinérvias (Mouriria peninérvia) com
nervuras secundárias transversais. Inflorescências cimosas
ou racemosas; flores diclamídeas, dialipétalas, hermafroditas,
estames diplostêmones (geralmente) 8-16, anteras poricidas,
falciformes. Gineceu com ovário livre, mediano ou ínfero,
de dois a quinze carpelos, com dois ou mais lóculos. Fruto
cápsula ou baga. Há subfamílias: Melastomoideae, Astronioideae e Memecyloideae. A sistemática do grupo é difícil
pelo grande número de gêneros mal delimitados.
Ordem Euphorbiales
Esta ordem apresenta cinco famílias. No Brasil, apenas
uma é indígena: Euphorbiaceae.
Família Euphorbiaceae R.Br.
Ordem Sapindales
Esta ordem apresenta 17 famílias. No Brasil, há
apenas oito indígenas.
Família Sapindaceae Juss.
Mundo: há entre 140 a 150 gêneros e 2000 espécies
tropicais e subtropicais, raramente são encontradas em
temperaturas temperadas.
Brasil: vinte e dois gêneros e cerca de 380 espécies.
Mais freqüentes: Sapindus (saboneteira), Paullinia
e Serjania (algumas podem envenenar até o mel produzido por abelhas, outras eram usadas pelos índios
para envenenar flechas), Cupania (semente com arilo),
Talisia (pitomba do norte e nordeste) e Paullinia (guaraná
natural da Amazônia).
Pequena descrição: podem ser árvores, arbustos ou
lianas com gavinhas. Folhas alternas, compostas; flores
unissexuais com rudimentos do órgão abortado.
Família Meliaceae Juss.
Mundo: 51 gêneros e 1400 espécies pantropicais.
Brasil: são seis gêneros e cerca de 58 espécies.
Mais freqüentes: Cedrela (cedro), Trichilia e Guarea (canjeranas). Entre as cultivadas, estão: Carapa (andiroba), Swietenia (mogno), Melia (Cinamomo, da Ásia), Swietenia (ébano ou
maógani, Antilhas e América Central) e Khaya (ébano).
Mundo: são 290 gêneros 7.500 espécies tropicais e
subtropicais.
Brasil: há 72 gêneros e cerca de 1100 espécies, em
todo o país.
Mais freqüentes: Croton (sangue-de-dragão), Ricinus
(mamona) africana, Manihot (mandioca), Joannesia
(anda-açu ou purga-de-cavalo provocam violentas desinterias), Jathropha (pinhão-do-paraguai também provoca
desinteria), Hura (assacu”) Amazonas. Cultivadas ornamentais: Euphorbia (coroa-de-cristo), Poinsettia (flor-depapagaio), Acalypha e Phyllanthus (quebra-pedra).
Pequena descrição: são árvores com folhas compostas, flores andróginas ou unissexuais, em inflorescência
panicular, diclamídias, dialissépala e dialipétalas,
diplostêmones, geralmente possuem filetes alargados
formando tubo, anteras fixas. Ovário súpero. Fruto é,
em geral, seco. Sementes com arilo ou aladas.
Ordem Polygalales
Esta ordem apresenta sete famílias. No Brasil, há
apenas quatro: as Malpighiaceae, Vochysiaceae, Polygalaceae e Krameriaceae.
Família Malpighiaceae Juss.
Mundo: são 63 gêneros e 800 espécies pantropicais.
Brasil: há 32 gêneros e cerca de 300 espécies.
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Mais freqüentes: Byrsonima (murici), Camarea,
Stigmaphyllum, Tetrapteris e Malpighia (cerejeira-do-Pará). Cultivada: Malpighia (cereja-dasantilhas).
Família Aapiaceae Juss.
Pequena descrição: podem ser lianas ou arbustos
(raramente são árvores). Folhas opostas com pêlos
malpiguiáceos, frequentemente com glândulas. As
flores podem ter glândulas ou não, pétalas unguículas. Androceu com 10 estames. Gineceu tricarpelar.
Ovário súpero, trilocular, uniovulado. Fruto cápsula,
raro alado.
Família Polygalaceae R. Br.
Mundo: são 12 gêneros e 800 espécies tropicais e
temperadas.
Brasil: há sete gêneros e cerca de 240 espécies.
Mais freqüentes: Polygala (erva dos campos, matas e
dunas de praias), Securidaca e Bredemeyera (trepadeiras), Monnina (com frutos alados característicos).
Pequena descrição: variam de ervas a árvores ou
lianas. Folhas alternas, opostas, simples. As flores,
em geral, são pequenas e roxas, zigomorfas, hermafroditas, diclamídeas, com cinco sépalas e três
pétalas; de oito a dez estames com filetes soldados
formando um tubo petalóide envolvendo o ovário,
anteras em geral poricidas. Possuem ovário súpero
ou mediano, bicarpelar, bilocular, uniovulado. Fruto
seco capsular.
Ordem Umbelales
Esta ordem apresenta duas famílias: Araliaceae e
Apiaceae (antiga Umbeliferae).
Mundo: 400 gêneros e 3000 espécies, principalmente
de regiões temperadas.
Brasil: são 11 gêneros e cerca de 98 espécies, no
sul e sudeste.
Mais freqüentes: Hydrocotyle, Apium e Eryngium.
Dentre as cultivadas, estão: Daucus (cenoura), Pimpinella (erva-doce) e Coriandrum (coentro).
Pequena descrição: ervas anuais ou bianuais. Folhas profundamente partidas (exceto Centella e Hydrocotyle, que são
inteiras), alternas (rosuladas ou opostas), com larga bainha
envolvendo o caule. Flores pequenas em inflorescência
do tipo umbela ou panícula de capítulos, andróginas, diclamídeas, dialipétalas, geralmente protândricas (só amadurece o gineceu após a queda dos estames). Possuem cinco
estames alternipétalos; ovário ínfero, bicarpelar, bilocular,
uniovulado. Fruto seco. Presença de canais oleíferos.
2.5 - Subclasse Asteridae
Esta subclasse tem nove ordens com 43 famílias e 56.000
espécies, aproximadamente, ocorrendo em todas as regiões.
Com as ordens: Gentianales, Polemoniales, Lamiales, Plantaginales, Scrophulariales, Campanulales,
Rubiales, Dipsacales e Asterales (Compositae).
Acaracterística principal é a gamopetalia, o número reduzido
de estames (de dois a cinco) e ovário geralmente bicarpelar.
Ordem Gentianales
Esta ordem possui quatro famílias: Loganiaceae, Gentianaceae, Apocynaceae e Asclepiadaceae (hoje com Apocynaceae).
Família Apocynaceae Juss.
Mundo: 300 gêneros e 2000 espécies tropicais e
subtropicais (raramente são temperadas).
Brasil: 376 espécies em 41 gêneros.
Mais freqüentes: Aspidosperma (pau-pereira – nordeste –, peroba), Hancornia (mangaba – nordeste e
norte), Plumelia (jasmim-manga), Allamanda (trepadeira), Lochnera (vinca – cultivada). Muitas são
venenosas, outras, como Rauwolfia, são medicinais.
Pequena descrição: variam de árvores até trepadeiras, geralmente são laticíferas; folhas simples, com
glândulas na base do limbo ou do pecíolo, em geral.
Prefloração geralmente imbricada. Androceu com
quatro a cinco estames sésseis ou filetes curtos anteras
acuminadas. Ovário súpero ou semi-ínfero, bilocular
ou unilocular, disco nectarífero presente.
Ordem Polemoniales
Esta ordem possui nove famílias.
Família Solanaceae Wettstein
Nesta família há 90 gênereos e entre 2.000 e 3.000
espécies, todas cosmopolitas; as mais comuns são:
Solanum (juá, jurubeba, batata, berinjela e jiló), Nicotiana (fumo), Lycopersicum (tomate), Capsicum
(pimentão e malagueta). Muitas são extremamente
venenosas, como a beladona (Atropa), pois seu veneno
extrai atropina.
Família Convolvulaceae Juss.
Família de 51 gêneros e 1.800 espécies encontradas
nas regiões tropicais e temperadas. As espécies mais
comuns são a Ipomoea (bom-dia e batata-doce),
Calonyction (boa-noite) e a Cuscuta (cipó-chumbo
– parasita). Possuem plantas volúveis.
Ordem Lamiales
Esta ordem possui seis famílias. A principal é Labiatae Juss.
Família Labiatae Juss.
Família com 150 gêneros e 2.800 espécies, com ampla
dispersão. Ex.: Salvia (sangue-de-adão) e Leonotis
(cordão-de-frade). Cultivadas: Hyptis (cravo), Mentha
(hortelã-pimenta), Origanum (orégano e manjericão)
e Melissa (erva-cidreira).
Esta família é composta, geralmente, por ervas. A
corola é tubulosa e pode ser lábio superior ou inferior.
Ordem Scrophulariales
Ordem com 10 famílias. Representamos este grupo
com a seguinte família:
Família Bignoniaceae Juss.
A família Bignoniaceae possui 120 gênereos e
650 espécies tropicais. As mais comuns são: Tabebuia (ipê) e Jacaranda (jacarandá). Cultivada:
Spathodea com flores vermelhas, originária da
África. As plantas são lenhosas, geralmente lianas com folhas opostas (raramente são alternas).
Prefloração imbricada. As sementes podem ser
com ou sem alas.
Ordem Rubiales
A ordem Rubiales possui uma única família: a Rubiaceae.
Família Rubiaceae Juss.
Esta família possui de 400 a 500 gêneros e de
6.000 a 7.000 espécies com ampla distribuição.
Ex.: Borreria, Richardia, Manethia, Bathysa,
Warscewiczia (papagaio), Psychotria (venenosa,
erva-de-rato), Genipa (jenipapo) e Calycophyllum
(pau-mulato). Cultivada: Coffea (África – café).
Variam de árvores a ervas. Folhas opostas com
estípulas interpeciolares. As flores são geralmente
andróginas, androceu com quatro a cinco estames.
Ovário ínfero.
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Ordem Asterales
A ordem Asterales possui apenas a família Asteraceae.
Família Asteraceae Giseke (Compositae)
Família com 1.100 gêneros e 25.000 espécies. Ampla
distribuição. Vivem do nível do mar até a montanha.
Ex. Vernonia (assa-peixe), Eupatorium, Mikania
(guaco), Solidago e Bidens (picão). Cultivadas: Cichorium (chicórea), Lactuca (alface) e Cynara (alcachofra). A inflorescência típica é o capítulo. Androceu com
cinco estames epipétalos e anteras concrescidas.
Exercícios de Fixação
1. Informe a característica principal das famílias que se seguem: Piperaceae e Melastomataceae.
2. Esquematize uma passifloraceae denominando suas partes:
a) Flor
b) Androceu
c) Gineceu
3. A subclasse Magnoliidae é a mais primitiva no sistema de Cronquist. Justifique esta afirmação.
4. Esquematize uma Moraceae.
5. Complete o quadro segundo a classificação de Cronquist.
Reino: Vegetabilis
Divisão: Magnoliophyta (angiospermae)
Classe:
Subclasse: Hammamelidae
Ordem:
Gênero:
Família:
Espécie:
Urtica dióica L.
Nome vulgar: urtiga
6. Após coletar e analisar uma Portulacaceae classifique-a quanto:
Sexo:
Número de verticilos protetores:
Porte:
7. Transcreva o texto abaixo de forma que um leigo em botânica possa entender.
Ervas, heliófilas, com folhas alternas, crassas, sésseis. Flores diclamídeas, trímeras, androceu, diplostêmones,
gamostêmones, ovário súpero, estigma bífido. Fruto baga.
R: Ervas, .................., com folhas ................., ....................., ..................... Flores .................., .....................,
androceu ....................., .........................., ovário ..........................., estigma bífido. Fruto .................... .
8. Esquematize uma Bombacaceae, denominando suas partes.
a) Flor
b) Androceu
c) Gineceu
9. Complete o quadro segundo a classificação de Cronquist:
Reino: Vegetabilis
Divisão: Magnoliophyta (angiospermae)
Classe:
Subclasse: Dillenidae
Ordem:
Família:
Gênero:
Espécie:
Hibiscus rosa-sinensis L.
Nome vulgar: papoula
10. Informe o nome vulgar de um exemplar da família Caricaceae.
11. Cite uma característica importante da família Passifloraceae e nome vulgar.
12. O baobá pertence a uma família muito representativa. Qual é o nome desta família?
13. A família Euphorbiaceae está representada pelos gêneros Euphorbia, como a coroa-de-cristo, Ricinus,
como a mamona, entre outros. A família apresenta-se bem característica. Informe como reconhecê-la.
14. Pesquise nomes vulgares para as Malpighiaceae.
15. Informe a importância da família Meliaceae para o homem.
16. Informe a principal característica da família Asteraceae.
17. Colete e esquematize uma Bignoniaceae, denominando suas partes.
a) Flor
b) Androceu
c) Gineceu
18. Descreva a família Rubiaceae e exemplifique.
19. O ipê e o jacarandá são representantes importantes de uma família muito característica. Informe seu
nome.
20. Informe nomes vulgares da família Asteraceae, cujos representantes são muito populares em chás e na
alimentação.
Atividade Complementar
Vá ao campo e colete um exemplar de cada subclasse. Desenhe e compare com os livros indicados, identificando suas partes.
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UNIDADE III
CLASSE LILIOPSIDA
As monocotiledôneas, ou Liliopsidas, são angiospermas que, entre outras características,
desenvolvem no embrião da semente apenas uma
folha cotiledonar, de origem terminal. As folhas
em geral têm nervuras paralelas e bainha; já a flor,
geralmente, é trímera.
No sistema de Cronquist, a classe Liliopsida compreende cinco subclasses, 18 ordens e 61 famílias,
com um total de aproximadamente 55.000 espécies. As
subclasses são Alismatidae, Arecidae, Commelinidae,
Zingiberidae e Liliidae.
Cada subclasse tende a explorar um nicho
ecológico diferente ou um grupamento de nichos,
mas com muita superposição. Não trataremos aqui
a subclasse Alismatidae, por não terem grandes
representantes.
Ordem Arales
Nesta ordem, está a família Araceae.
As Arecidae são geralmente arborescentes ou apresentam flores agrupadas em espádice. Suas folhas são
grandes e pecioladas.
Família Araceae
Mundo: são 100 gêneros e 1800 espécies.
Ordem Arecales
Possui a família Arecaceae.
Família Arecaceae (Palmae)
Mundo: são 236 gêneros e 3400 espécies tropicais.
Mais freqüentes: Anthurium, Philodendron e Scindapsus
(jibóia), Dieffenbachia (comigo-ninguém-pode) e Alocasia
(inhame).
Pequena descrição: podem ser terrestres ou epífitas (aquáticas).
As folhas são alternas. Inflorescência em espádice. Apresentam
flores unissexuais nuas, ou seja, sem verticilo de proteção.
Mais freqüentes: Cocos (coqueiro) e Euterpe (palmito); cultivado: Phoenix (tamareira).
Pequena descrição: podem ser arbustivos e
arbóreos. Caule estipe. As folhas são palmadas
ou penadas. Flores trímeras em duas séries, unissexuais (hermafroditas), com seis estames, ovário
súpero na feminina, trilocular uniovulado (um só
lóculo é fértil em Cocos). Fruto seco ou carnoso,
indeiscente.
3.1 - Subclasse Commelinidae
Esta subclasse mostra uma redução floral com polinização anemófila, ou seja, pelo vento.
Ordem Cyperales
Possui a família Poaceae, conhecida como gramineae.
Família Poaceae – Gramineae
Mundo: possui cerca de 700 gêneros e 8000
espécies. Esta é uma das maiores famílias
de angiorpermas e de maior importância
econômica.
Mais freqüentes: Avena sativa L. (aveia), Bambusa
arundinaceae Retz. (bambu), Digitaria sanguinalis
(L.) Scop. (capim-pé-de-galinha) e Cymbopogon nardus (L.) Rendle (citronela). Cultivados: Zea (milho),
Triticum (trigo) e Orysa (arroz).
Pequena descrição: são plantas herbáceas, anuais
ou perenes, em geral rizomatosas com colmo oco ou
cheio. Folhas com nervação paralela, bainha larga
e aberta, com lígula na base do limbo, uma só folha
por nó. A inflorescência básica é a espiguilha (ou
espículas com uma a cinqüenta flores); flores hermafroditas (há raros casos que não são), protegidas,
em geral, por duas glumelas, lema (inferior) e pálea
(superior), perianto é ausente ou representado em
geral por duas ou três lodículas. Possui três estames
(1, 6, 9), anteras dorsifixas. Ovário súpero, unilocular, uniovulado, dois (1, 3) estigmas plumosos. O
fruto é tipicamente cariopse (há exceções); às vezes,
é aquênio.
Família Cyperaceae
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Pequena descrição: são herbáceos e perenes, em geral
rizomatosas, com caule sólido de secção triangular. As
folhas possuem nervação paralela, bainha bem desenvolvida,
fechada, sem lígula. A unidade floral é a espiguilha (duas
glumas, entre uma e duas glumelas). O perianto é ausente
ou rudimentar, representado por pêlos, cerdas ou escamas.
Estames podem ser de um a seis (maioria 3), anteras basifixas. Ovário supero, tricarpelar, unilocular, uniovulado,
de dois a três estigmas plumosos. Fruto aquênio.
Observe as principais diferenças entre as famílias no
quadro abaixo:
Mundo: cerca de 70 gêneros e 3.500 espécies.
FAMÍLIAS
Mais freqüentes: Cyperus retundus L.
(tiririca), Cyperus esculentus L. (junça) e
Cyperus papyrus L. (papiro). Não tem importância econômica.
Características
Secção do caule
Bainha
Lígula
Poaceae
circular
aberta
presente
Cyperaceae
triangular
fechada
ausênte
3.2 - Subclasse Zingiberidae
Apresentam folhas amplas e venosas de flores epíginas.
Ordem Bromeliales
A família Bromeliaceae pertence a esta ordem.
Família Bromeliaceae
Mundo: são 46 gêneros e 1700 espécies, principalmente americanas tropicais.
Pequena descrição: são herbáceas e, em geral,
acaules. Folhas imbricadas na base e em rosetas,
com margens espinhosas. A maioria é epífita. Flores
hermafroditas, trímeras, androceu com seis estames,
ovário trilocular, súpero ou ínfero, com muitos óvulos.
Fruto baciforme ou capsular; semente frequentemente
alada.
Ordem Zingiberales
Família Musaceae
Mais freqüentes: Bromelia fastuosa Lindl. (gravatá), Tillandsia usneoides L. (barba-de-velho) e
Ananas (abacaxi).
Mundo: seis gêneros e 150 espécies, especialmente
tropicais. Em Musa, 80 espécies.
Mais freqüentes: Heliconia brasiliensis Hook.
(bananeirinha-do-mato), Musa nana Lour. (bananananica), Musa paradisiaca L. var. sapientum (L.)
(banana-prata) e Strelitzia reginae Banks (bananeirarainha).
Pequena descrição: são herbáceas de grande porte,
rizoma na maioria. As folhas são em espiral, inteiras,
peninérveas, pecioladas ou embainhadas. A inflorescência é em espiga, panícula ou cimeiras reduzidas
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a dicásios, em geral envolvidas por bráctea colorida,
espatáceas. As flores podem ser hermafroditas ou unissexuais, zigomorfas, diclamídeas, trímeras, com seis
tépalas, livres ou concrescentes. Androceu com cinco
estames e, em geral, um estaminódio; ovário ínfero,
trilocular com muitos óvulos. Fruto partenocárpico
em Musa.
Pequena descrição: são herbáceas aromáticas.
As folhas possuem lígula entre limbo e bainha
ou entre limbo e pecíolo. Inflorescência em espiga, panícula, racimo, ou flores solitárias. As
flores são hermafroditas, zigomorfas, trímeras,
perianto tubular. Androceu com um estame fértil, antera grande, quatro estaminódios petalóides.
Ovário ínfero, trilocular, estilete longo abrigado no
sulco do filete que continua entre as tecas da antera.
Fruto cápsula ou baga, sementes com arilo.
Família Zingiberaceae
Mundo: são 49 gêneros e cerca de 1500 espécies.
Mais freqüentes: Renealmia, Amomum, Hedychium coronarium Koenig (lírio-do-brejo), Zingiber
officinale Koenig. (gengibre – cultivada).
3.3 - Subclasse Liliidae
Este grupo tem polinização entomófila e apresenta
tubérculos e bulbos em maior proporção que as demais. O maior grupo das Liliidae seguiu em direção
à epiginia e no desenvolvimento de mecanismos
polinizadores altamente complexos, como nas
Orquidáceas.
séries, livres ou concrescidas na base. Seis estames,
ovário súpero ou semi-ínfero, trilocular e com óvulos
numerosos. O fruto é cápsula.
Ordem Liliales
Família Liliaceae
Mundo: são 220 gêneros e 3.500 espécies. Ampla
distribuição mundial.
Mais freqüentes: Asparagus, Allium sativum L.
(alho), A. porrum L. (alho-porró), A. cepa L. (cebola)
e Lilium candidum L. (lírio-branco).
Pequena descrição: herbáceas, bulbosas ou rizomatosas. As folhas são alternas ou rosuladas, sésseis, raro
pecioladas, às vezes, suculentas. Inflorescências em
racimos, umbela ou monocásio. As flores são hermafroditas, com raras exceções, vistosas, trímeras em duas
Ordem Orchidales
Família Orchidaceae
Mundo: são 700 gêneros e 20.000 espécies.
Mais freqüentes: Laelia (orquídea).
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Pequena descrição: são herbáceas, perenes,
terrestres, rupículas ou epífitas, raro trepadeiras.
As folhas geralmente são alternas, suculentas.
Inflorescências em panículas, racimos ou espigas,
ou isoladas. Flores zigomorfas, trímeras, com três
externos, dois internos e o terceiro diferente (labelo).
Androceu com um ou dois estames férteis, anteras
com duas tecas e pólen em massa (polínios); ovário
ínfero, tricarpelar.
Exercícios de Fixação
1. Euterpe sp, conhecido vulgarmente como palmito, é muito explorado economicamente, desaparecendo das
nossas matas. Ele é originário de qual família?
2. Anthurium, Philodendron, Scindapsus (jibóia), Dieffenbachia (comigo-ninguém-pode) e Alocasia (inhame)
são plantas que representam a família Araceae. Informe a sua principal característica.
3. Diferencie Cyperaceae de Poaceae.
4. Cite nomes vulgares para a família Bromeliaceae.
5 Complete o quadro segundo a classificação de Cronquist.
Reino: Vegetabilis
Divisão: Magnoliophyta (angiospermae)
Classe:
Subclasse: Zingiberidae
Ordem:
Gênero:
Família:
Nome vulgar:
Zingiber L.
colônia
6. Há fruto partenocárpico em Musa. Explique que é fruto partenocárpico.
7. Informe a principal característica de Zingiberaceae.
8. Asparagus, Allium sativum L. (alho), A. porrum L. (alho-porró), A. cepa L. (cebola) e Lilium candidum L.
(lírio-branco) representam uma família muito utilizada em culinária. De qual família estamos falando?
9. A seguir, leia a descrição de uma das mais belas famílias de monocotiledôneas: inflorescências em panículas,
racimos ou espigas, ou isoladas. Flores zigomorfas, trímeras, três externos, dois internos e o terceiro diferente
(labelo). Androceu com um ou dois estames férteis, anteras com duas tecas, pólen em massa (polínios), ovário
ínfero, tricarpelar. Informe que família está caracterizada.
Atividade Complementar
Vá ao campo e colete flores de palmeira. Com o auxílio de uma lupa, faça uma pequena descrição deste espécime e compare com uma dicotiledônea para estabelecer as diferenças.
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Se você:
1)
2)
3)
4)
concluiu o estudo deste guia;
participou dos encontros;
fez contato com seu tutor;
realizou as atividades previstas;
Então, você está preparado para as avaliações.
Parabéns!
Glossário
Todas as palavras utilizadas neste instrucional são técnicas, já trabalhadas no instrucional de Organografia.
Em caso de dúvida, os livros abaixo deverão ser consultados:
FONT-QUER. P. Dicionário de Botánica. Barcelona: Labor S.A., 1997.
Instrucional de Organografia. Rio de Janeiro: UCB.
VIDAL, Waldomiro Nunes & VIDAL, Maria Rosária. Taxonomia Vegetal. 3. ed. Viçosa: Univ. Fed. de Viçosa,
1992.
Obs.: As imagens utilizadas neste instrucional são da Google.
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Gabarito
Unidade I
1. Se caracterizam pelo enorme poder de adaptação às diversas condições ambientais, variam de ervas a árvores, de terrestres a aquáticas, podem ser epífitas, parasitas, ou apresentar outras adaptações como nas plantas
insetívoras. Porém, uma característica marcante das angiospermas é a dupla fecundação.
2. Poucos estames; flores unissexuais; flores compostas e monocotiledôneas.
3. As flores mais primitivas têm numerosos órgãos em espiral sobre o receptáculo floral.
Unidade II
1. Piperaceae – inflorescência em espiga e Melastomataceae – folhas curvinérveas.
2. Esquema baseado no livro de Barroso vol. 1.
3. Apresenta mais características primitivas, como numerosas peças em espiral inseridas em receptáculo
alongado.
4. Esquema baseado no livro Barroso vol. 1.
5.
Magnoliopsida
Classe:
Subclasse: Hammamelidae
Ordem:
Urticales
Família:
Urticaceae
Gênero:
Espécie:
Nome vulgar: urtiga
Urtica
Urtica dióica L.
6. Andróginas, diclamídeas – erva.
7. Ao sol – um folha por nó, alternando-se – suculentas – sem pecíolo – com dois verticilos protetores – três
sépalas ou pétalas – com o dobro de estames – unidos – acima das peças – carnoso e sem caroço.
8. Esquema.
9. Classe Magnoliopsida, ordem Malvales, família Malvaceae, gênero Hibiscus.
10. Mamoeiro.
11. Presença de glândulas.
12. Bombacaceae.
13. Inflorescência em ciátio.
14. Cereja-das-antilhas, acerola, muruci etc.
15. São árvores com ampla aplicação madeireira, como cedro e mogno.
16. Inflorescência em capítulo.
17. Esquema.
18. Variam de árvores a ervas, possuem folhas opostas com estípulas interpeciolares, flores andróginas e ovário
ínfero. Ex.: café e jenipapo.
19. Bignoniaceae.
20. Picão, chicórea e guaco.
Unidade III
1. Arecaceae.
2. Inflorescência em espádice e flores unissexuais nuas.
3.
FAMÍLIAS
Características
Secção do caule
Bainha
Lígula
Poaceae
circular
aberta
presente
Cyperaceae
triangular
fechada
ausênte
4. Gravatá, abacaxi etc.
5. Classe Liliopsida – ordem Zingiberales – família Zingiberaceae.
6. Desenvolvimento do fruto sem que tenha havido a fecundação na flor.
7. O estilete passa por entre as rtecas da antera, no único estame funcional da flor.
8. Liliaceae.
9. Orchidaceae.
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Referências Bibliográficas
ANDREATA, R. H. P. & TRAVASSOS, O. P. Chaves para determinar as famílias de: Pteridophyta, Gymnospermae e
Angiospermae. Edição revisada e aumentada. Rio de Janeiro: USU, 1994.
BARROSO, Graciela Maciel. Sistemática das Angiospermas do Brasil. vols. 1, 2 e 3. São Paulo/Viçosa: EDUSP/U.F,
2001.
FONT-QUER. P. Dicionario de Botánica. Barcelona: Labor S.A.,1977.
JOLY, A.B. Botânica - Introdução à taxonomia vegetal. 10. ed. São Paulo. USP/ Editora Nacional, 1991.
JUDD, Walter et alli. Plant Systematics, a phylogenetic approach. USA: Sinauer Associates Inc., 1999.
VIDAL, Waldomiro Nunes & VIDAL, Maria Rosária. Taxonomia vegetal. 3. ed. Viçosa: Ed. Universidade Federal de
Viçosa, 1992.
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