Padrão de Virulência da Escherichia coli enteroagregativa e

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO MARANHÃO
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA
Padrão de Virulência da Escherichia coli
enteroagregativa e enteropatogênica atípica
SÃO LUÍS
2010
THIAGO AZEVEDO FEITOSA FERRO
PADRÃO DE VIRULÊNCIA DA ESCHERICHIA COLI ENTEROAGREGATIVA E
ENTEROPATOGÊNICA
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Biologia Parasitária como parte
dos requisitos para a obtenção do título de
Mestre em Biologia Parasitária.
Orientador: Profa. Dra. – Patrícia Figueiredo
Co-orientador: Prof. Dr – Valério Monteiro Neto
SÃO LUÍS
2010
Ficha Catalográfica
Ferro, Thiago Azevedo Feitosa
Padrão
de
Virulência
da
Escherichia
coli
enteroagregativa
e
enteropatogênica atípica: / Thiago Azevedo Feitosa Ferro. São Luís:
UNICEUMA, 2010.
94p.:il.
Dissertação (Mestrado) - Mestrado em Biologia Parasitária. Centro
Universitário do Maranhão, 2010.
1. Escherichia coli. 2. Biologia Parasitária I. Figueredo, Patrícia Maria
S. (Orientador) II. Título.
CDU:573:576.8
AGRADECIMENTOS
À Deus, que me protegeu durante a realização deste trabalho.
À minha esposa Carla Danielle e ao meu filho Iago, pelo carinho,
compreensão e constante incentivo.
À Profa. Dra Patrícia Figueredo, que conduziu esse projeto com muito
interesse e competência.
Aos Profs Dr Valério Monteiro e Dra Cristina Monteiro, pelo auxílio e
prontidão.
Aos colegas de laboratório pela colaboração direta ou indireta para com este
trabalho.
Ao meu pai Aderson e minha mãe Solange, pelo sempre e incondicional
carinho e estímulo.
Ao Centro Universitário do Maranhão, em especial ao departamento de
Pesquisa de Biologia Parasitária, e ao Fundo de Apoio a Pesquisa do Estado do
Maranhão.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... i
LISTA DE TABELAS .................................................................................................. ii
LISTA DE ABREVIATURAS ..................................................................................... iii
RESUMO ................................................................................................................... v
ABSTRACT ............................................................................................................... vi
1.
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 16
2.1.Hemolisinas ................................................................................................. 18
2.2.Adesão ........................................................................................................ 19
2.3 Resistência à antibióticos ............................................................................ 20
3. OBJETIVOS ......................................................................................................... 22
3.1. Objetivo Geral ............................................................................................. 22
3.2. Objetivos Específicos ................................................................................. 22
4. METODOLOGIA .................................................................................................. 23
4.1. Identificação do patógeno ........................................................................... 23
4.2. Identificação molecular das categorias patogênicas de Escherichia coli e
seus marcadores de virulência ................................................................................. 23
4.2.1. Eletroforese de DNA em gel de agarose .................................................. 24
4.3. Detecção da atividade hemolítica .............................................................. 28
4.3.1. Pesquisa da atividade hemolítica em meio sólido .................................... 28
4.3.2 Pesquisa da atividade hemolítica no sobrenadante da cultura .................. 28
4.3.3. Pesquisa de hemólise de contato ............................................................ 29
4.4. Infulência da presença de íons, quelantes, protetores osmóticos e soro na
atividade da hemolisina ........................................................................................... 29
4.4.1 Cultivo na presença de agentes quelantes e íons ..................................... 29
4.4.2. Teste de hemólise com protetores osmóticos .......................................... 30
4.4.2. Inibição da atividade hemolítica por soro ................................................. 30
4.5.Produção de biofilme ................................................................................... 30
4.5.1. Produção de biofilme em Ágar Vermelho Congo ..................................... 30
4.5.2. Produção de biofilme em microplaca ....................................................... 31
4.6. Identificação de fímbrias ............................................................................. 32
4.6.1. Identificação de fímbria curli .................................................................... 32
4.6.2. Identificação de fímbria tipo I ................................................................... 32
4.7. Resistência ao soro .................................................................................... 32
4.8. Teste de resistência aos antimicrobianos ................................................... 34
4.9. Análise estatística ....................................................................................... 34
5. RESULTADOS ..................................................................................................... 36
5.1.1.Pesquisa de hemolisina ............................................................................ 36
5.1.2.Influência de diferentes condições de cultivo na atividade hemolítica ....... 37
5.2.Produção de biofilme ................................................................................... 40
5.3. Identificação de isolados produtores de fímbrias: curli e fímbria tipo I ........ 41
5.4. Categorizçaão dos marcadores de virulência entre os isolados .................. 42
5.5. Resistência aos antimicrobianos................................................................. 44
5.6. Resistência aos ao soro ............................................................................. 47
5.7. Prevalência entre marcadores e fatores de virulência dos isolados de EAEC
e EPEC .................................................................................................................... 48
6. DISCUSSÃO ........................................................................................................ 51
7.CONCLUSÃO ....................................................................................................... 57
8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 58
APÊNDICE A – American Journal of Tropical Medicine and Hygiene Instructions for
Authors .................................................................................................................... 64
8.APÊNDICE B - SUBMISSÃO ................................................................................ 75
8.APÊNDICE C - ARTIGO ....................................................................................... 76
i
LISTA DE FIGURAS
Fig 1. Hemólise de eritrócito de carneiro, dos quatro isolados com atividade
hemolítica, na presença de íons de cálcio, férrico, níquel e magnésio; dos quelantes
EDDA e EDTA; meio puro; e Soro normal humano. Está descrito a média, as suiças
representamo desvio padrão. ● representa o valor máximo ou mínimo da atividade
hemolítica ................................................................................................................ 40
Fig 2. Categorização da produção de biofilme entre isolados de EAEC e EPEC
atípica por análise realizado por espectrofotometria. D.O.i/D.O.c - razão entre a
absorbância do isolado e do controle negativo.
X
- valor da razão da absorbância
igual a 2. .................................................................................................................. 41
Fig. 3. Sobrevivência de isolados de EAEC e EPEC atípica, por tempo de
incubação, em soro humano normal (A), soro tratado com EDTA (B) e soro inativado
por aquecimento a 56ºC por 30 minutos. Os resultados estão representados como a
média dos isolados distribuídos nas três categorias (sensível, resistência
intermediária e resistente) realizados em experimentos individuais. A sobrevivência
relativa, no tempo inicial foi considerada como 100%. * - apenas um isolado foi
categorizado para cada uma das linhas assinaladas ............................................... 48
ii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Linhagens bacterianas estudadas neste trabalho ..................................... 24
Tabela 2. Relação de marcadores de virulência utilizados neste estudo .................. 26
Tabela 3 . Expressão de hemolisina de Escherichia coli em placas de Muller-Hintonsangue, com diferentes hemácias, observada em diferentes tempos (horas) de
cultivo....................................................................................................................... 37
Tabela 4. Atividade hemolítica de isolados de EAEC e EPEC atípica em sangue de
carneiro com diferentes constituintes de cultivo EAEC e EPEC atípica em sangue de
carneiro com diferentes constituintes de cultivo. ...................................................... 39
Tabela 5. Presença de curli, Fímbria tipo I e Produção de Biofilme entre os isolados
de EAEC e EPEC atípica. ........................................................................................ 42
Tabela 6.Distribuição de beta-lactamases de espectro estendido (ESBL) entre os
isolados de EAEC e EPEC atípica. .......................................................................... 43
Tabela 7. Distribuição de marcadores de virulência entre Escherichia coli
enteroagregativa e enteropatogênica atípica............................................................ 44
Tabela 8. Perfil de sensibilidade a antimicrobianos dos isolados de EAEC e EPEC
atípica.,. ................................................................................................................... 46
Tabela 9. Frequência relativa e absoluta dos fatores de virulência, marcadores e
genes responsáveis pela produção de beta-lactamases de espectro estendido
(ESBL).,. .................................................................................................................. 50
iii
LISTA DE ABREIATURAS
AVC – Ágar Vermelho Congo
bfp – pilus em forma de cacho
BHI – Infusão de cérebro e coração
cdt – Toxina citoletal distensora
DAEC – Escherichia coli difusamente aderente
D.O.c. – Densidade óptica do controle
D.O.i. – Densidade óptica do isolado
EAF – plasmídio de fator de aderência da Escherichia coli enteropatogênica
EAEC – Escherichia coli enteroagregativa
EAST - Enterotoxina termoestável de E. coli enteroagregativa
EDDA - Etileno-di (o-hidroxifenol) ácido acético
EDTA - Etilenodiamina-tetra ácido acético
efa1 – EHEC fator de aderência
EHEC – Escherichia coli enterohemorrágica
ehx - enterohemolisina
EIEC – Escherichia coli enteroinvasora
EPEC – Escherichia coli enteropatogênica
ESP – Espectofotometria
iv
ESBL – beta-lactamase de espectro estendido
ETEC - Escherichia coli enterotoxigênica
HEp-2 - Células de carcinoma de laringe humana
HMR – Hemaglutinação Manose Resistente
HMS – Hemglutinação Manose Sensível
iha – adesina homóloga a irgA
irp – Sideróforo yersiniabactina
LEE – locus de apagamento do enterócito
LB – meio Luria Bertani
LT – toxina termolábil
pAA – plasmídio de aderência agregativa
PBS - Tampão fosfato salina
PCR – Reação em cadeia da Polimerase
RTX – Toxina de estrutura repetida
ST – toxina termoestável
TBE – Tris borato Etilenodiamina-tetra ácido acético
UNICEUMA – Centro Universitário do Maranhão
v
RESUMO
Escherichia coli é um microorganismo Gram-negativo pertencente ao grupo dos
coliformes, e um importante agente de diarreia infantil. Ela pode possuir diferentes
fatores de virulência e esses são definidos como estruturas, produtos ou estratégias
que contribuem para o microorganismo aumentar sua capacidade em causar a
infecção. O presente estudo tem como objetivo investigar presença destes fatores
em isolados obtidos de casos clínicos de diarreia infantil e interrelacioná-los.
Dezenove isolados de Escherichia coli, entre linhagens de enteropatogênico e
enteroagregativo, foram caracterizados quanto aos diferentes fatores de virulência
por análises fenotípicas e genotípicas. Cerca de 94% dos isolados apresentaram
resistência ao soro, 78% fímbria curli, 73% produção de biofilme em diferentes
níveis, 68% algum gene para produção de beta-lactamases, 21% produção de
hemolisina, 15% fímbria tipo I e 10% o sideróforo yersiniabactina. Os isolados com
atividade hemolítica apresentaram maior número de fatores de virulência. Em
relação hemólise, foi visto que e que esta atividade foi mais forte nos meio que
continham EDDA; diminuída nos que continham ferro e EDTA; e similares nos que
continham cálcio e soro humano. Esses resultados sugerem que os isolados de
Escherichia coli enteropatogênico atípico e enteroagregativo, caracterizados neste
estudo, são heterogêneos quanto à presença dos fatores de virulência,não sendo
possível associar quaisquer destas propriedades ou combinação.
vi
ABSTRACT
Escherichia coli is a Gram-negative microorganism belong to the coliforms group,
and a important diarrheal childhood agent. Its can presents different virulence factors
and theses is defined like structures, products or strategies which to contribute the
microorganism increase your capacity in cause infection. The present study aims at
investigating the presence theses factors in isolates of Escherichia coli from clinical
diarrheal cases and interrelating them. Twenty nine isolates of Escherichia coli,
between enteropathogenic and enteroaggregative strains, were characterized due to
the different virulence factors for phenotypic and genotypic analysis. About 94% the
isolates presented resistance to the serum, 78% curli fimbriae, 73% biofilms
production in different levels, 68% some gene to the beta-lactamases production,
21% hemolysin production, 15% fimbriae type I and 10% yersiniabactin siderophore.
The isolates with hemolytic activities presented more virulence factors. About
hemolysis; this activity was stronger at medium with EDDA; decreased at medium
with iron and EDTA; and similar in medium with calcium and human serum. Theses
results suggest that the isolates of atypical enteropathogenic and anteroaggregative
Escherichia coli, characterized in this study, are heterogeneous as to the presence
his virulence factors, without correlation among these proprieties or combination
them.
14
1. INTRODUÇÃO
Um levantamento realizado pela Organização Mundial de Saúde, de 2000 a
2003, constatou que 73% dos 10,6 milhões de mortes anuais de crianças menores
de cinco anos estavam relacionados a cinco causas, sendo a doença diarréica a
segunda mais comum com 18%, depois da pneumonia com 19%, o que demonstra a
importância da enfermidade para a saúde pública, uma vez que causa profundos
impactos sobre as taxas de morbidade e mortalidade infantil, principalmente nas
regiões menos desenvolvidas do mundo (BRYCE et al., 2005).
Apesar dos estudos mais recentes demonstrarem que houve uma redução
significativa nos índices de mortalidade infantil por diarréia de 4,6 milhões por ano
para aproximadamente 2,5 milhões por ano em todo o mundo, tais valores ainda são
considerados altos e os índices de morbidade permanecem tão elevados quanto os
observados há 30 anos (KOSEK, BERN, GUERRANT, 2003). Altas taxas de
morbidade por doença diarréica são preocupantes porque a diarréia infantil pode
deixar seqüelas que se manifestarão em longo prazo sobre o desenvolvimento físico
e cognitivo da criança (BLACK, BROWN, BECKER, 1984).
Vários patógenos estão relacionados com a diarreia no ser humano. Entre
os agentes que são classicamente reconhecidos, destacam-se alguns vírus
(Adenovírus, Astrovírus, Rotavírus), parasitos intestinais (Entamoeba hystolitica,
Giardia lamblia, Strongyloides stercoralis) e bactérias (Aeromonas, Campylobacter,
Clostridium dificille, Plesiomonas shigelloides, Salmonella enterica, Shigella, Vibrio
Escherichia coli enteropatogênica, E. coli enterotoxigênica, E. coli enteroinvasora,
E. coli enterohemorrágica, E. coli enteroagregativa). Apesar dessa ampla variedade
de agentes etiológicos, linhagens de Escherichia coli são os mais prevalentes na
15
infância e representam o maior problema de saúde pública em países em
desenvolvimento (DENNEHY, 2005; MOYO et al., 2007).
Deste modo, as cepas diarreiogênicas da E. coli são categorizadas segundo
suas propriedades de virulência. Estas características são definidas como
estruturas, produtos ou estratégias que contribuem para a bactéria aumentar sua
capacidade em causar infecção (BUERIS et al., 2007).
Entre estas propriedades, destacam-se aquelas que permitam à bactéria
reconhecer e colonizar a superfície das células do hospedeiro (adesinas fimbriais e
não-fimbriais); a produção de toxinas e hemolisinas; expressão de sistemas de
captação de ferro (sideróforos); e resistência a antibióticos e ao sistema
imunológico.
Contudo, apesar da sua elevada prevalência, a enteropatogenicidade de
algumas
dessas
linhagens
ainda
não
está
completamente
estabelecida,
principalmente para E. coli enteropatogênica (EPEC) e E. coli enteroagregativa
(EAEC) (NATARO, KAPER, 1998; TRABULSI, KELLER, TARDELLI GOMES, 2002;
BOISEN et al., 2008). Isto se deve há poucos estudos sistemáticos sobre suas
propriedades de virulência e a heterogeneidade destas características (MULLER et
al., 2006; FLORES, OKHUYSEN, 2009; REGUA-MANGIA et al., 2009; TENNANT et
al., 2009).
Desta forma, a presente proposta visa abordar algumas das lacunas de
conhecimentos existentes com relação aos aspectos de virulência da EAEC e EPEC
em casos de diarreia infantil presentes na cidade de São Luís e em áreas de
“ressaca”, na cidade de Macapá. Isto se torna relevante devido à falta de estudos
que abordem esta temática nas regiões mencionadas.
16
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
E. coli
apresenta-se como um bacilo Gram-negativo,
não esporulado,
usualmente móvel, devido a presença de flagelos peritríquios, que frequentemente
apresenta fímbrias e cápsula. É um anaeróbio facultativo, capaz de se desenvolver
por metabolismo fermentativo (KAPER, NATARO, MOBELY, 2004).
Algumas
linhagens
podem
proporcionar
benefícios
ao
organismo
hospedeiro. Estas linhagens fazem parte da microbiota normal do trato intestinal e
ajudam a prevenir possíveis infecções por bactérias patogênicas, além de
sintetizarem vitaminas úteis ao bom funcionamento do organismo. Entretanto
algumas cepas patogênicas podem provocar diversos cenários clínicos, como:
meningites, infecção do trato urinário, diarreia e sepse (FERRIERES, HANCOCK,
KLEMM, 2007b; SHARMA, YADAV, CHAUDHARY, 2009).
Escherichia coli patogênica é agrupada em categorias baseadas pela
produção de fatores de virulência. Virulência é definido como a habilidade de um
organismo provocar doença em um hospedeiro particular, devido ao impacto
cumulativo de um ou vários fatores de virulência (NAVEEN, MATHAI, 2005).
Dentre as E. coli diarreiogênicas duas linhagens se destacam na prevalência
da diarreia infantil, a enteropatogênica (EPEC) e a enteroagregativa (EAEC). A
EPEC é o principal agente em crianças menores de seis meses de idade. Este
patógeno causa lesão histopatológica conhecida como “adesão e apagamento”
(attaching and effacement). Todas as linhagens apresentam uma ilha de
patogenicidade cromossomial denominada locus de apagamento do enterócito
(LEE) (BUERIS et al., 2007)
Contudo, devido ao seu perfil genético, esta linhagem pode ser subdividida
em típica e atípica. A ausência do plasmídio denominado fator de aderência da
17
EPEC (EAF), responsável pela produção do pilus em forma de cachos (bfp), é o que
caracteriza a linhagem de EPEC atípica. De forma geral, EPEC atípica é mais
heterogênea nas suas características de virulência do que a EPEC típica, pois
apresenta outros marcadores de virulência dispersos em ilhas de patogenicidade
além das regiões LEE e EAF. Por outro lado, atualmente, apresenta uma maior
prevalência quando comparado com a EPEC típica (TRABULSI et al., 2002; BUERIS
et al., 2007).
Já a EAEC tem emergido como um importante patógeno em vários cenários
clínicos, incluindo diarreia do viajante e diarreia persistente entre pacientes
pediátricos e HIV positivos. É definido como a linhagem que não secreta as toxinas
termoestável (ST) e termolábel (LT) da E. coli
enterotoxigênica (ETEC) e
caracterizada pelo padrão de aderência agregativa a culturas de células HEp-2. Os
genes específicos da EAEC são controlados pelo regulador global denominado
AggR. Este é codificado pelo plasmídio de aderência agregativa (pAA) (BOISEN et
al., 2008).
Devido ao seu padrão de virulência heterogêneo, a EAEC pode causar uma
ampla variedade de danos ao hospedeiro: encurtamento das vilosidades; necrose
hemorrágica das pontas das vilosidades; resposta inflamatória média com edema e
infiltração mononuclear da submucosa (NATARO, STEINER, GUERRANT, 1998).
Estas características de patogenicidade habilitam as amostras portadoras a
realizarem uma gama variada de funções, como: processos de adesão; invasão e/ou
destruição de tecidos; produção de toxinas; ou captação de produtos essenciais ao
hospedeiro. A combinação destes fatores é determinante para a instalação da
doença e sua severidade.
18
2.1 Adesão
O primeiro estágio para que as linhagens de E. coli iniciem um processo
infeccioso é a adesão. Isto invoca uma estratégia das bactérias fixarem nas células
do hospedeiro e expressarem outras propriedades da sua patogenicidade. A
capacidade de aderir de maneira firme é mediada por organelas de superfície
bacteriana denominada adesinas ou fatores de colonização, que podem ser
classificadas, de maneira geral, em estruturas protéicas ou exopolissacarídeos, nas
quais permitem a liberação de toxinas para o interior da célula do hospedeiro e/ou a
invasão desta, sendo o passo inicial na patogenicidade de E. coli diarreiogênica
(SHERLOCK et al., 2004; SHERLOCK, VEJBORG, KLEMM, 2005).
As
adesinas
de
natureza
polissacarídica
compreendem
cápsulas
bacterianas, capazes de promover adesão inespecífica as células e outras
superfícies. Há também estruturas fimbriais, que são estruturas protéicas
filamentosas que podem apresentar ligação específica e inespecífica. Deste modo a
E. coli diarreiogênica pode apresentar dois tipos principais de fímbrias: fímbria tipo 1
e a curli. A fímbria tipo 1 tem a capacidade de aglutinar eritrócitos e aderir a uma
grande variedade de células (OTTO et al., 2001).
Curli é uma adesina produzida por algumas linhagens do gênero da
Escherichia e Salmonella, que se liga a proteínas do hospedeiro e ativa mediadores
inflamatórios. Ela tem o papel na autoagregação bacteriana e na formação de
biofilme. Estudos argumentam que as linhagens portadoras desta estrutura são,
geralmente, mais invasoras, o que contribuiria para sepse bacteriana (UHLICH,
KEEN, ELDER, 2002; UHLICH, COOKE, SOLOMON, 2006; DYER et al., 2007)
19
2.2 Hemolisinas
Após a colonização dos tecidos do hospedeiro a E. coli pode apresentar a
capacidade de expressar toxinas com distintas finalidades. Dentre estas a
hemolisina demonstra um importante papel na virulência pois promove atividade
citolítica, preferencialmente, de eritrócitos. Esta proteína é importante para obtenção
de ferro e assim favorecer o crescimento bacteriano. Alguns isolados de E. coli são
capazes de produzir simultaneamente vários tipos de hemolisinas (FIGUEIREDO,
CATANI, YANO, 2003; HUNT et al., 2008).
O isolamento de cepas hemolíticas de E. coli estimulou o interesse na
importância da hemolisina na doença diarréica. Há três tipos principais desta
proteína: α-hemolisina, β-hemolisina e enterohemolisina (WYBORN et al., 2004;
HUNT et al., 2008; ALDICK et al., 2009).
Dentre estas toxinas mencionadas anteriormente, a α-hemolisina é a mais
prevalentes nas cepas diarreiogências e pertence a um grupo de toxinas formadoras
de poros, liberada no meio extracelular, agrupada na família das toxinas de estrutura
repetida (RTX). RTX são toxinas que foram primeiramente caracterizadas como
hemolisinas e leucotoxinas, mas também afetam células endoteliais e renais Esta
hemolisina pode ser sintetizada, também, por Proteus e Morganella spp., Pasteurella
hemolytica, e Actinobacillus spp. (VALEVA et al., 2005; SKALS et al., 2009).
Como a α-hemolisina, a enterohemolisina é uma RTX, contudo ela não é
liberado no meio extracelular. Os primeiros relatos de linhagens de E. coli produtoras
de enterohemolisina se deu em casos de epidemia de diarreia infantil na Alemanha e
Estados Unidos (ALDICK et al., 2009; SASAKI et al., 2009)
Ainda não se sabe ao certo o papel destas toxinas no processo diarréico,
mas se tem estabelecido que alguns isolados produtores de hemolisinas tendem a
20
aumentar os níveis de citocinas proinflamatórias, e que isto contribui para o quadro
clínico do hospedeiro (COOKSON et al., 2007).
. 2.3 Resistência à antibióticos
Além dos fatores supracitados, outra importante estratégia para a
sobrevivência encontrada entre Enterobacteriaceae
e que vem aumentando no
mundo, é denominada fator de resistência à antimicrobianos (fator R). O principal
mecanismo de resistência é a produção de β-lactamases de espectro estendido
(ESBL). O tratamento de
infecções
causadas por
cepas produtoras de ESBL
oferece um substancial desafio à terapia antimicrobiana, pois as ESBLs são
capazes
de hidrolisar
monobactâmicos,
penicilinas,
minimizando
cefalosporinas
as
opções
de
todas as
terapêuticas
gerações
e
(CHAUDHARY,
AGGARWAL, 2004).
As ESBLs são um grupo heterogêneo de enzimas que são codificadas por
genes plasmidiais. Estas enzimas atualmente são compostas por cerca de 890
enzimas distintas, cujo o grau de resistência varia para cefalosporinas, penicilinas e
inibidores de β-lactâmicos (SLAMA, 2008; HAWSER et al., 2009; BUSH, JACOBY,
2010).
A primeira enzima bacteriana responsável pela destruição da penicilina foi a
β-lactamase Amp-C produzida pela E.coli em 1940 (JACOBY, 2009). Pacientes com
infecções devido a enterobactérias produtoras de β-lactamases de espectro
estendido (ESBL) apresentam um resultado menos satisfatório, pois está associado
com alta taxa de falha no tratamento (>80%) e mortalidade (>35%) (PEREZ et al.,
2008).
21
Uma recente mudança da distribuição de ESBLs têm ocorrido em várias
partes do mundo, com aumento das enzimas CTX-M em relação as variantes TEM e
SHV. Embora ESBLs continuam sendo a primeira causa constitutiva de betalactâmicos entre Enterobacteriacea, outros tipos recentes destas enzimas estão
conferindo resistência a carbapenens, como as metalo-beta-lactamases ou
cefamicinas, como a enzima CMY (COQUE, BAQUERO, CANTON, 2008)
22
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Detectar a presença de fatores de virulência em amostras de
Escherichia coli enteropatogênica atípica e Escherichia coli enteroagregativa
isoladas de fezes de crianças entre 0-5 anos das cidades de São Luís e Macapá.
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar os possíveis marcadores de virulência nos isolados;
Caracterizar a atividade hemolítica;
Avaliar o tipo de fímbrias e a produção de biofilme;
Determinar o perfil de resistência antimicrobianos;
Detectar a presença de ESBL
23
4. METODOLOGIA
4.1. População estudada
De abril de 2009 a março de 2010 amostras de fezes de 204 crianças (até
cinco anos de idade) foram coletadas como parte de um estudo de caso e controle
realizado nas cidades de São Luís e Macapá, Brasil. Casos foram caracterizados
como crianças que apresentaram 3 ou mais evacuações em período de 24 horas de
fezes pastosas ou líquidas. O grupo controle foi caracterizado como crianças que
não apresentavam qualquer sintoma gastrointestinal de pelo menos 30 dias anterior
a inclusão nesta pesquisa. O estudo global de caso-controle consistia de 102 casos
e 102 controles.
4.2. Identificação do patógeno
Amostras de fezes coletadas em meio transporte Cary-Blair foram cultivadas
em meio agar MacConkey para selecionar isolados de E. coli. Colônias com
morfologia presumidamente de E. coli foram selecionadas e submetidas a testes
bioquímicos. Isolados de E. coli foram estocados a -80ºC em infusão de cérebro e
coração (BHI) com 20% de glycerol para posterior procedimentos.
Os isolados de EAEC e EPEC atípica são apresentados, segundo sua região
de origem (São Luís ou Macapá), na tabela abaixo.
24
Tabela 1. Linhagens bacterianas estudadas neste trabalho
Linhagem
Identificação Laboratorial
Origem
A2
Macapá
A 17
São Luís
A3
Macapá
A 16
São Luís
A7
São Luís
EAEC
A 10
São Luís
A5
São Luís
A 19
São Luís
A 15
Macapá
A 14
São Luís
A9
Macapá
EPEC Atípica
A 12
A1
A4
A6
A 18
A 11
A8
A 13
Macapá
Macapá
Macapá
São Luís
São Luís
Macapá
Macapá
Macapá
4.3. Identificação molecular das categorias patogênicas de Escherichia
coli e seus marcadores de virulência
Foram analisadas,
em média,
4 isolados bacterianos identificados
bioquimicamente como E. coli em cada amostra de fezes. As bactérias foram
submetidas, inicialmente, à técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). A
pesquisa incluiu a detecção dos seguintes genes ou regiões conservadas de DNA,
para análise do tipo de linhagem de E. coli diarreiogênica: eae (para EPEC e EHEC),
stx1 e stx2 (para EHEC), elt e est (para ETEC), ipaH (para EIEC) e aggR (para
EAEC) (TOMA et al., 2003). Para tanto utilizou-se como cepas diarreiogênicas
padrões os seguintes isolados: EPEC 2348/69; EHEC EDL933; ETEC H1 0407;
25
EIEC 223-83; e EAEC 042. No entanto só foi utilizado neste estudo as linhagens
EAEC e EPEC.
As colônias eae+ e stx- foram pesquisadas para a presença do gene bfpA
(que codifica a pilina da fímbria Bundle Forming Pilus) para a discriminação dos
subgrupos de EPEC (típicas, portadoras de bfpA e atípicas, desprovidas desse
gene).
Também foi empregada neste estudo a pesquisa de outros marcadores de
virulência, que codificam: beta-lactamases de espectro estendido (ESBL), Toxina
citoletal distensora (cdt) e o sideróforo yersiniabactina (irp). Os primers utilizados
estão relacionados na tabela 2.
Para tanto, a extração de DNA foi realizada após crescimento bacteriano em
Agar nutriente por 24 horas a 37ºC, na qual os isolados crescidos foram colocados
em tubos de Eppendorff com água destilada estéril e deixados por 5 a 10 minutos
em água em ebulição.
O DNA foi verificado através do sistema de eletroforese horizontal submerso.
A concentração do gel utilizado variou entre 1% a 2,5%. A agarose foi infundida em
tampão Tris-borato EDTA (TBE) 0,5X, resfriada e vertida em uma cuba contendo
sobre a mesma um pente de acrílico para a formação das canaletas.
Após o endurecimento, o gel foi transferido para a cuba de eletroforese
horizontal submarina contendo tampão TBE 0,5X e as amostras de DNA aplicadas
nas canaletas. A voltagem utilizada foi de 70V.
Após o término da corrida, o gel foi transferido para cuba contendo solução
de brometo de etídio (2,5µg/ml) e o DNA foi visualizado sob luz violeta.
26
Tabela 2. Primers usados para identificar deiferentes fatores de virulência de Escherichia coli enteroagregativa e
enteropatogênica.
Gene
Fator de virulência
aggR
Fator de transcripção
cdt
toxina distensora citoletal
bfpA
Bundle-forming pili
eae
Intimina
elt
toxina termo lábil
est
Toxina termo estável
set1A
Shigella enterotoxin-1
stx
Verotoxina
irp2
yersinabactina
bla
TEM
bla
CTX-M
Beta-lactamses de espectro
estendido
Tamanho de Referência
amplificação
GTATACACAAAAGAAGGAAGC
ACAGAATCGTCAGCATCAGC
GAAARTAAATGGAAYAYAMATGTCCG
AATCWCCWRSAATCATCCAGTTA
ATTGAATCTGCAATGGTGC
ATAGCAGTCGATTTAGCAGCC
CCCGAATTCGGCACAAGCATAAGC
CCCGGATCCGTCTCGCCAGTATTCG
TCTCTATGTGCATACGGAGC
CCATACTGATTGCCGCAAT
TTAATAGCACCCGGTACAAGCAGG
CCTGACTCTTCAAAAGAGAAAATTAC
TCACGCTACCATCAAAGA
TATCCCCCTTTGGTGGTA
GAGCGAAATAATTTATATGTG
TGATGATGGCAATTCAGTAT
AAGGATTCGCTGTTACCGGAC
254
466
461
881
322
147
309
518
264
TCGTCGGGCAGCGTTTCTTCT
TCGCCGCATCACACTATTCTCAGAATGA
445
ACGCTCACCGGCTCCAGATTTAT
ATGTGCAGYACCAGTAARGTKATGGC
593
TGGGTRAARTARGTSACCAGAAYCAGCGG
(TOMA et
al., 2003)
(TOTH et
al., 2003)
(ROBINSBROWNE
et al., 2004)
(TOMA et
al., 2003)
(TOMA et
al., 2003)
(TOMA et
al., 2003)
(VILA et al.,
2000)
(TOMA et
al., 2003)
(CZECZULI
N et al.,
1999)
(MONSTEI
N et al.,
2007)
(MONSTEI
N et al.,
2007)
27
bla
SHV
ATGCGTTATATTCGCCTGTG
747
TGCTTTGTTATTCGGGCAAA
AAGGTGTTACAGAGATTA
268
efa1
Fator de aderência da EHEC
hlyEHEC
Enterohemolisina
GCATCATCAAGCGTACGTTCC
534
iha
Adesina homóloga a irgA
AATGAGCCAAGCTGGTTAAGCT
CAGTTCAGTTTCGCATTCACC
GTATGGCTCTGATGCGATG
1305
TGAGGCGGCAGGATAGTT
(MONSTEI
N et al.,
2007)
(NICHOLL
S, GRANT,
ROBINSBROWNE,
2000)
(PATON,
PATON,
1998)
(TOMA et
al., 2004)
28
4.3. Detecção da atividade hemolítica
4.3.1. Pesquisa da atividade hemolítica em meio sólido
Para a pesquisa de hemolisina em ágar sangue as linhagens de
Escherichia coli foram cultivadas em infusão de cérebro e coração (BHI) a 37°C
por 24 h em cultivo estacionário. Após o crescimento bacteriano,as linhagens
foram semeadas sobre e em profundidade em ágar Muller Hinton contento 5%
de hemácias: humana (A,B e O), carneiro e cavalo lavadas com tampão fosfato
salina (PBS) com ph de 7,4 (BEUTIN et al., 1988). A título de comparação foi
utilizado estes tipos sanguíneos sem a utilização de PBS. A presença de halos
de hemólise ao redor ou sob as colônias foi observada após 3, 6 e 24 h. Como
controle positivo foi utilizada a linhagem de Pseudomonas aeruginosa.
4.3.2. Pesquisa da atividade hemolítica no sobrenadante da cultura
Alíquotas de 500µL de sobrenadante das culturas de Escherichia coli
em BHI a 37°C foram centrifugadas três vezes (3000 Xg,15 min), sendo
diluídas na razão 2, em PBS com ph 7,4. Uma alíquota de 500 µL de
suspensão a 1% de hemácias de carneiro, previamente lavadas três vezes em
PBS com ph 7,4, foi adicionada a cada orifício contendo os sobrenadantes dos
cultivos bacterianos. Foi incubado à 37°C por uma hora para posterior análise
por espectrofotometria com densidade óptica de 540nm (BHAKDI et al., 1986).
29
4.3.3. Pesquisa de hemólise de contato
As bactérias foram lavadas duas vezes e suspendidas em PBS com ph
7,4 para uma concentração de 2 X 1010 CFU/ml. O contato íntimo entre a
bactéria (50μl) e solução de eritrócitos a 1% (50μl) foi realizado por
centrifugação a 3000 Xg por 20 minutos. Então incubou-se a 37ºC por 3 horas.
Após este período adicionou-se 120μl de PBS frio e centrifugou-se a 2200 Xg
por 20 minutos. 100μl de cada sobrenadante foram transferidos para
microplaca. Densidade óptica a 540nm foi medida por espectrofotometria
(SANSONETTI et al., 1986).
4.4. Infulência da presença de íons, quelantes, protetores osmósticos e
soro na atividade da hemolisina
4.4.1. Cultivo na presença de agentes quelantes e íons
Para verificar a influência de agentes quelantes as linhagens de
Escherichia coli foram cultivadas em BHI contendo separadamente os
quelantes etilenodiamina-tetra ácido acético (EDTA) a 10mM e etileno-di (ohidroxifenol) ácido acético (EDDA) na concentração de 12,5 µg/ml (BHUIYAN,
RAHMAN, HAIDER, 1995).
As amostras também foram crescidas na presença de cloreto de ferro,
cloreto de níquel, cloreto de magnésio, cloreto de cálcio nas concentrações de
10mM. Estes testes foram realizados tanto em placa como em meio líquido,
vistos em 4.3.1. e 4.3.2. respectivamente.
30
4.4.2. Teste de hemólise com protetores osmóticos
Este experimento foi realizado segundo a metodologia descrita por
Bhakdi et al (1986) com algumas modificações. A atividade da hemolisina foi
testada com suspensão de carneiro (1%) em PBS contendo 30mM dos
seguinte carboidratos: frutose, galactose, sacarose e rafinose.
4.4.3. Inibição da atividade hemolítica por soro
A hemolisina foi incubada a 37°C por 30 min na presença de soro
humano normal na razão 2 em PBS. A atividade hemolítica foi testada em
microplaca (item 4.3.2) imediatamente após este tratamento.
4.5. Produção de biofilme
4.5.1. Produção de biofilme em Ágar Vermelho Congo
Meio de cultura constituído de caldo infusão cérebro-coração 37g/L,
sacarose 50g/L, ágar 10g/L e corante Vermelho Congo 0,8g/L. O corante
vermelho
Congo
foi
preparado
como
solução
aquosa
concentrada,
autoclavado separadamente a 121°C por 15 minutos, sendo adicionado ao
ágar quando
este atingiu
a temperatura de 55ºC. Os isolados foram
semeados sobre o meio por esgotamento com alça bacteriológica, incubados
em aerobiose a 35-37°C por 24 horas e após, deixados em temperatura
ambiente por mais 18 horas. As amostras que apresentaram colônias quase
enegrecidas foram consideradas como produtores moderados de biofilme e
colônias negras foram considerados como fortes produtores de biofilme
(FREEMAN, FALKINER, KEANE, 1989).
31
4.5.2. Produção de biofilme em microplaca
Realizado através dos cultivos em BHI, 24 horas após a inoculação a
37ºC. Logo após, uma porção de cada cultivo foi diluída à 1:40 em meio BHI
estéril. Cada amostra, já padronizada, foi adicionada em placas de cultura de
tecido com 96 cavidades com fundo em “U”, em triplicata, junto com controles,
no volume de 200 µL/cavidade. Após preenchidas, as placas foram incubadas
à 37°C por 24h em estufa microbiológica. Passado o tempo de incubação, as
placas foram lavadas por três vezes com tampão PBS com ph 7,4, e deixadas
secar à temperatura ambiente. Nas placas secas adicionou-se Cristal Violeta
200 µL /cavidade por 15 min à temperatura ambiente. Após, cada cavidade foi
lavada com água destilada estéril por três vezes, e deixadas secar à
temperatura ambiente. As placas coradas com cristal violeta foram submetidas
a espectrofotometria
com filtro de 470ηm para aferir as respectivas
absorbâncias de cada cavidade. Baseando-se nas densidades ópticas (D.O.i)
produzidas pelos isolados, e tomando-se por base o controle negativo (D.O.c)
os isolados foram classificados nas seguintes categorias (STEPANOVIC et al.,
2004):
•
Não produtor: D.O.i < D.O.c
•
Produtor Fraco: D.O.c < D.O.i ≤ (2X D.O.c)
•
Produtor Moderado: (2X D.O.c) < D.O.i ≤ (4X D.O.c)
•
Produtor Forte: (4X D.O.c) < D.O.i
32
4.6. Identificação de fímbrias
4.6.1. Identificação da fímbria curli
A cultura foi crescida a 37ºC no meio Luria Bertani (LB), com ph 8,
durante 24 horas. Depois de crescido a cultura foi semeada em placas de LB
(sem sal) contendo 0.004% de Vermelho Congo e 0.002% de Azul Brilhante. As
placas foram incubadas por 24 a 48 horas em temperatura ambiente. Colônias
vermelhas ou rosas são indicativas de bactérias produtoras de curli (DA RE,
GHIGO, 2006).
4.6.2. Identificação da fímbria tipo I
Realizado através dos cultivos em BHI por 24 horas a 37ºC. Logo após,
uma porção de cada cultivo foi centrifugada três vezes (3000xg por 15
minutos), sempre descartando o sobrenadante e colocando PBS com ph 7,4.
Cerca de 500µl dos isolados foram misturados, em lamínulas de vidro, com
500µl de sangue lavado três vezes com PBS, com e sem adição de manose.
As amostras que produziram hemaglutinação, somente, na ausência de
manose foram consideradas positivas para fímbria tipo I (CLEGG, OLD, 1979).
4.7. Resistência ao soro
Para identificar os isolados de E. coli resistentes ao soro foi seguida a
seguinte metodologia (PELKONEN, FINNE, 1987), com algumas modificações.
Foi obtido soro humano na coleta de sangue de 10 adultos imunocompetentes.
O soro foi congelado a -86ºC até o uso.
Foram obtidas três formas de soro a serem desafiados contra os
isolados em análise: 1) soro inativado, considerando sem atividade do sistema
33
complemento, obtido por incubação por 30 minutos a 56ºC; 2) soro tratado com
Etilenodiamina-tetra ácido acético (EDTA) na concentração de 10mM, para
inibir a atividade do complemento pela via clássica e alteranativa e por último;
3) soro normal sem quaisquer tratamento.
Após a reativação dos isolados em caldo de infusão de cérebro e
coração (BHI), 500µl de cada cultura foram adicionados a 4,5ml de BHI, e
incubados por 90 minutos a 37ºC. Após esta etapa, as culturas foram
centrifugadas a 1500Xg por 15 minutos. O sobrenadante foi descartado e três
ml de PBS ph 7,4 foram adicionados para ressuspender o sedimento.
A resistência ao soro foi analisada usando placas de microtitulação em
fundo chato por espectrofotometria. Para a realização do teste 120µl de PBS
foram colocados nos primeiros dois orifícios da microplaca e 120µl da
suspensão bacteriana nos subseqüentes.
Foram adicionados 60µl de soro, para uma concentração final de 33%
nos orifícios da microplaca, sendo incubada a 37ºC. A absorbância em
comprimento de onda de 470ηm foi mensurada nos seguintes tempos após a
adição do soro: 0, 30, 60, 90 e 120 minutos. Cada isolado foi testado em
triplicata para soro normal, tratado com EDTA e soro inativado. O isolado que
reduziu a absorbância inicial para valores inferiores a 50% foi considerado
sensível. Foram considerados resistentes os isolados que apresentaram fração
sobrevivente superior a 90%, e os que ficaram entre estes dois valores foram
considerados intermediários.
34
4.8. Teste de resistência aos antimicrobianos
O teste de resistência aos antimicrobianos foi realizado segundo a
metodologia de difusão com discos (BAUER et al., 1966). As culturas obtidas
foram diluídas em escala seriada decimal até atingir a concentração estimada
de 3X105 UFC/ml. Em seguida, com auxílio de um “swab” estéril, uma alíquota
da cultura foi espalhada sobre toda superfície das placas Petri contendo 50ml
de Müller-Hinton, para se obter um inoculo uniforme e homogêneo. Após dois
minutos, discos de antimicrobianos foram posicionados na superfície do ágar
em posições eqüidistantes, e as placas foram incubadas a 37ºC por 18 horas.
Após incubação, os diâmetros dos halos de inibição do crescimento foram
mensurados. Para interpretação das medidas dos halos, foram considerados
os padrões de resistência e sensibilidade para bactérias Gram-negativas do
Clinical and LaboratoryStandards Institute. Foram utilizados os seguintes
antibióticos: ampicilina (10μg), cefalotina (30μg), ceftazidima (30μg), ampicilina
+ sulbactam (10/10μg), sulfametaxazol + trimetoprim, tircacilina + ácido
clavulânico (75/10μg), cefuroxima (30μg), imipenem (10μg), aztreonam (30μg),
piperacilina + tazobactam (100/10μg), gentamicina (10μg), ceftriaxona (30μg).
4.9. Análise estatística
Para análise de resistência ao soro foi utilizado ANOVA. Na avaliação
da presença dos fatores de virulência e as respectivas combinação entre os
fatores de virulência, empregou-se regressão logística múltipla. Já a
associação da presença de algum gene codificador de beta-lacatamase de
espectro estendido e resistência a vários tipos de antibióticos, foi empregado
35
coeficiente
de
Contingência C.
estatisticamente significativo.
O
valor de
p<0,05 foi
considerado
36
5. RESULTADOS
5.1. Detecção da atividade hemolítica
5.1.1. Pesquisa de hemolisina
Das
19
amostras
de
Escherichia
coli
examinadas,
4
(21%)
apresentaram halo de hemólise ao redor das colônias em meio sólido. A
presença de halo começou a evidenciar-se após 6 horas, em dois isolados, e
24 horas de incubação nos outros dois isolados hemolíticos (tabela 3).
Foi visualizado hemólise em todos os tipos de sangue, exceto por um
isolado que não apresentou atividade hemolítica no sangue humano tipo B e
outro em sangue de cavalo, o que não representou diferença da atividade
hemolítica para o tipo de sangue utilizado (p>0,05). O meio preparado com
hemácias
lavadas
não
alterou
o
padrão
de
hemólise
(dados
não
demonstrados). Quando testou-se o íntimo contato dos isolados hemolíticos
com eritrócitos de carneiro verificou-se que o isolado A19 apresentou hemólise
total (99%) e os isolados A 15 e A 18 apresentaram hemólises similares,72% e
73% respectivamente. Apenas o isolado A 11 não apresentou tal atividade
(dados ao demonstrados).
37
Tabela 3 . Expressão de hemolisina de Escherichia coli em placas de MullerHinton-sangue, com diferentes hemácias, observada em diferentes tempos
(horas) de cultivo.
Humano
Carneiro
Cavalo
Linhagem
Identificação
O
B
3 6 24 3 6 24 3 6 24 3 6 24
EAEC
A 16
- - - - - - - A 14
- - - - - - - A5
- - - - - - - A 19
- - + - +
- - - +
A 17
- - - - - - - A7
- - - - - - - A 10
- - - - - - - A2
- - - - - - - A 15
- + + - +
- +
+ - + +
A9
- - - - - - - A3
- - - - - - - EPEC atípica
A6
A 18
A4
A1
A 12
A 13
A 11
A8
-
+
-
+
+
-
-
-
+
+
-
-
+
-
+
+
-
-
-
+
-
5.1.2. Influência de diferentes condições de cultivo na atividade
hemolítica
O quelante de ferro (EDDA), cloreto de ferro e cloreto de cálcio não
alteraram a atividade hemolítica das amostras analisadas, entretanto a
presença d o quelante de cálcio (EDTA) inibiu esta atividade quando testados
em meio sólido (tabela 4). Deste modo pode-se notar que a constituição do
meio interfere na atividade hemolítica (p<0,05).
O mesmo foi observado
quando os isolados foram testados em meio líquido, como demonstrado na
figura 1. Verificou-se que a atividade hemolítica no meio de cultura acrescido
de EDDA
e cálcio foi maior com média de 84% e 81% respectivamente,
38
apresentando valores similares ao meio de cultura puro (p>0.05). Os meios de
cultura acrescidos de níquel, magnésio e ferro apresentaram atividade
hemolítica com índices menores que meio puro, com média de 66%, 54%,
65%, respectivamente. Entretanto tal diminuição não apresentou diferença
estatisticamente significativa (p>0.05).
Por outro lado, observou-se que o acréscimo de EDTA ao meio de
cultura causou uma diminuição da atividade hemolítica (29% de hemólise) em
relação ao meio de cultura puro. Entretanto no que diz respeito do tipo de
linhagem, EPEC atípica e EAEC, e a constituição do meio, demonstrou-se que
não há interferência destes fatores com a atividade hemolítica (p>0.05), como
demonstrado na tabela 4. Dos carboidratos utilizados nenhum efetivamente
protegeu contra atividade hemolítica.
39
Tabela 4. Atividade hemolítica de isolados de EAEC e EPEC atípica em sangue de carneiro
com diferentes constituintes de cultivo
Quelantes
Íons
Linhagem Identificação EDTA EDDA Fe3+ Ca2+
EAEC
A 16
A 14
A5
A 19
+
+
+
A 17
A7
A 10
A2
A 15
+
+
+
A9
A3
EPEC
atípica
A6
A 18
A4
A1
A 12
A 13
A 11
A8
-
+
+
-
+
+
-
+
+
-
Carboidrato (Diâmetro molecular em nm)
Fru
Gal
Sac
Raf
(0,72)
(0,72)
(0,9)
(1,2 - 1,4)
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
-
EDDA - Etileno-di (o-hidroxifenol) ácido acético; EDTA - Etilenodiamina-tetra ácido acético. Fru- frutose; Gal Galactose; Sac - sacarose; Raf - rafinose
40
5.2. Produção de biofilmes
Dependendo da metodologia empregada, houve variação entre as
categorias dos isolados categorizados como produtores de biofilme, mas estes
métodos se apresentam similares (p>0,05). Pode ser visto na tabela 5, que
31% dos isolados analisados por Ágar Vermelho Congo não foram produtores
de
biofilme,
freqüência
relativa
maior
que
na
metodologia
por
espectrofotometro.
Segundo o método em microplaca, aproximadamente 26% não foram
produtores de biofilme; 37% se apresentaram como fortes produtores, 10%
moderados produtores e 26% foram considerados como fracos produtores de
biofilme, como pode ser visto na figura 2.
41
5.3. Identificação de isolados produtores de fímbrias: curli e
fímbria tipo I
Dos isolados testados apenas 4 (21%) não apresentaram a fímbria
curli, sendo todos pertencentes a linhagem EAEC. Contudo apenas esta
linhagem apresentou fímbria tipo I (3 amostras).
Não houve associação entre a presença da fímbria curli com a
produção nem com o grau de produção de biofilme (p>0,05).
42
Tabela 5. Presença de curli, Fímbria tipo I e Produção de Biofilme entre os isolados de
EAEC e EPEC atípica
Biofilme*
Linhagem
Identificação
EAEC
EPEC atípica
Hemaglutinação
curli
AVC
ESP
HMR
HMS
A 16
++
++
-
-
+
A 14
+++
+++
+
-
-
A5
++
-
+
-
+
A 19
+++
+++
-
-
+
A 17
+++
+++
+
-
-
A7
++
+
-
+
+
A 10
-
-
-
+
+
A2
+++
-
+
-
-
A 15
-
-
-
-
-
A9
+++
+
-
+
+
A3
-
+
-
-
+
A6
+++
+
-
-
+
A 18
+++
+++
+
-
+
A4
++
+++
+
-
+
A1
+++
+
+
-
+
A 12
++
++
-
-
+
A 13
-
-
+
-
+
A 11
-
+++
+
-
+
A8
-
+++
+
-
+
AVC - Ágar Vermelho Congo; ESP - espectofotometria; HMR - hemaglutinação manose resistente; HMS hemaglutinação manose sensível (fímbria tipo I). * - = não produtor de biofilme; + = biofilme fraco; ++ =
Biofilme moderado; +++ = Biofilme forte.
5.4. Caracterização dos marcadores de virulência e presença de
beta-lactamases de espectro estendido entre os isolados
Na análise genotípica, realizada pela técnica PCR, acerca da
distribuição de ESBL (Tabela 6), notou-se que os isolados de EAEC
apresentaram uma freqüência relativa altíssima para algum gene responsável
43
pela produção de beta-lactamase (72%), enquanto os isolados de EPEC atípica
essa presença teve uma leve diminuição (50%). É importante ressaltar que o
gene mais prevalente foi o
bla
TEM, presente em sete isolados de EAEC e três
em EPEC atípica (53%); acompanhado do
bla
CTX-M, 2 em EAEC e 1 em EPEC
atípica (16%).
Tabela 6. Distribuição de beta-lactamases de espectro estendido
(ESBL) entre os isolados de EAEC e EPEC atípica.
ESBL
Linhagem
EAEC
Identificação Laboratorial
A2
A 19
A3
A 16
A7
A 10
A5
A 17
A 15
A 14
A9
EPEC atípica
A4
A1
A 12
A6
A 18
A 11
A8
A 13
bla
CTX-M
+
+
+
-
bla
TEM
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
bla
SHV
-
Em contraposição que estes achados, a distribuição de marcadores de
virulência, vistos na tabela 7, se mostrou tímida; haja visto que somente duas
amostras (10%) apresentaram sideróforo yersiniabactina e uma (5%) a adesina
iha, todas pertencentes a EPEC atípica. Apenas uma amostra apresentou a
combinação de gene responsável pela produção de beta-lactamases e um
44
marcador de virulência (irp e
bla
TEM). Vale ressaltar que todos os isolados de
EPEC atípica foram considerados como atípicos devido a ausência do
marcador bfp.
Tabela 7. Distribuição de marcadores de virulência entre Escherichia coli
enteroagregativa e enteropatogênica atípica.
Adesinas
Toxina
Sideróforo
Identificação
bfp efa-1 iha cdt hlyEHEC
irp
Linhagem
Laboratorial
EAEC
A2
A 19
A3
A 16
A7
A 10
A5
A 17
A 15
A 14
A9
EPEC atípica
A4
A1
A 12
A6
A 18
A 11
A8
A 13
-
-
+
-
-
-
+
+
bfp – bunding forming pilus; cdt – citolethal distending toxin; irp- Yersiniabactin biosynthesis
gene, efa-1- EHEC fator para aderência; iha –adesina homóloga a irgA;
ehx enterohemolisina.
5.5. Resistência aos antimicrobianos
Embora o teste de fenotipagem da suscetibilidade dos isolados de E.
coli demonstrar que cerca de 42% dos antibióticos foram eficazes em inibir o
crescimento de todos os isolados testados, 40% destes eram beta-lactâmicos
associados com protetores contra a ação das enzimas beta-lactamases
(Tabela 8).
45
Como pode-se notar nos dados mencionados no item anterior, e que
comprova-se com o teste fenotípico, a ação das beta-lactamases conferem
resistência aos isolados. Isto é demonstrado na tabela 8, na qual houve
diminuição da freqüência relativa de isolados resistentes a ampicilina quando
comparados com este medicamento em associação com com sulbactam,
protetor da ação das beta-lactamases, 58% para 0% respectivamente (p<
0.05).
Por outro lado não foi possível determinar qualquer correlação entre a
presença dos genes responsáveis pela produção de beta-lactamases e o tipo
de antibiótico ao(s) qual(is) era(m) resistente(s) (p>0,05), o que pode denotar
uma possível heterogenicidade ou, melhor ainda, presença de algumas
subclasses destas enzimas para o determinado gene encontrado.
46
Tabela 8. Perfil de sensibilidade a antimicrobianos dos isolados de EAEC e EPEC atípica.
Antibióticos
Identificação
Linhagem
laboratorial AMP KF CAZ SAM SXT TIM CXM IPM ATM TZP CN CRO
EPEC atípica A1
S
R
S
S
S
S
S
S
S
S
I
S
A4
S
R
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
A6
S
R
S
S
S
S
S
S
S
S
R
S
A8
A11
A12
A13
A18
S
R
S
S
R
R
R
R
R
R
S
S
S
S
S
S
S
S
S
I
R
S
S
R
R
S
S
S
S
R
S
S
S
S
I
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
EAEC
A2
S
R
S
S
R
S
S
S
S
S
A3
R
R
S
S
S
S
S
S
S
S
A5
S
R
S
S
S
S
S
S
S
S
A7
R
R
S
S
S
S
S
S
S
S
A9
I
R
S
S
S
S
S
S
S
S
A10
I
R
S
S
R
S
S
S
S
S
A14
S
I
S
S
R
S
S
S
S
S
A15
S
S
R
S
S
S
S
S
R
S
A16
R
R
S
S
R
S
S
S
S
S
A17
R
R
S
S
R
S
S
S
S
S
A19
R
R
S
S
R
S
S
S
S
S
AMP – ampicilina; KF – cefalotina; CAZ – ceftiazidima; SAM – ampicilina +
sulbactam; SXT – sulfametaxazol + trimetoprim; TIM – tircacilina + ácido
clavulânico; CXM – cefuroxima; IPM – imipenem; ATM – aztreonam; TZP –
piperaciclina + tazobactam; CN – gentamicina; CRO – ceftriaxona. S –
sensível; I – indeterminado; R – resistente.
Interessante notar que os isolados positivos para algum tipo de gene
responsável pela produção de beta-lactamases, avaliados neste estudo,
apresentaram ampla resistência a vários tipos de antibióticos quando,
comparados aos não produtores (tabela 7 e 8), principalmente pela presença
do gene
bla
TEM, já que 38% dos isolados que apresentavam tal gene tiveram
um perfil de resistência em três ou mais tipos de antibióticos testados.
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
R
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
47
5.6. Resistência ao soro
Pode-se verificar nas figuras 3A, 3B e 3C; que as taxas de crescimento
entre os isolados de EAEC e EPEC atípica não diferem nos soros analisados
(humano normal, soro tratado com EDTA e no soro inativado por aquecimento),
tão pouco há diferença entre os períodos de incubação (p> 0.05).
Contudo há diferença da taxa de crescimento no soro humano normal
(figura 3A) com os outros dois analisados (figuras 3B, 3C), tanto nos isolados
de EAEC quanto nos isolados de EPEC atípica (p<0.05). Isto é corroborado
com a constatação de que apenas um isolado (5%) foi considerado sensível,
sendo pertencente a linhagem EPEC atípica; quatro (21%) intermediários, uma
EPEC atípica e três EAEC; e 14 (74%) resistentes a ação do soro humano
normal in vitro (figura 3A).
No soro tratado com EDTA (figura 3B), pode-se notar que esta
freqüência foi alterada, já que 18 (95%) dos isolados foram considerados
resistentes, com sua taxa de crescimento sendo influenciada pela ausência de
atividade da via clássica e alternativa do sistema complemento (p<0,05).
No entanto os isolados tidos como resistentes tiveram um maior
crescimento no soro humano normal que no soro tratado com EDTA (p<0,05).
As curvas de crescimento das cepas no soro tratado com EDTA e no soro
inativado foram similares (p>0,05), apesar dos primeiros 30 minutos de
incubação o crescimento dos isolados em soro com EDTA foi bem superior
(dados não demonstrados).
É importante mencionar que nem a presença de produtores fortes de
biofilme nem a presença da fímbria curli tiveram associação com esta
resistência (p>0,05).
48
49
5.7. Prevalência entre marcadores e fatores de virulência dos
isolados de EAEC e EPEC atípica
A distribuição dos diferentes fatores de virulência foi bastante
heterogênea, com 12 (63%) isolados apresentando quatro ou mais fatores de
virulência. Neste estudo, a mais frequente combinação foi: produção de
biofilme, curli, resistência ao soro (15,7%);
resistência ao soro (10,5%);
bla
CTX, produção de biofilme, curli,
bla
TEM, produção de biofilme, curli, resistência ao
soro e hemólise (10,5%); blaTEM, curli, resistência ao soro (10,5%) (tabela 9).
Pode-se notar, também, que as cepas de EAEC não apresentaram
repetição aos mesmos fatores em isolados diferentes, ao contrário do que pode
ser visto nas cepas de EPEC atípica (dois isolados). Não houve associação
entre o tipo de linhagem e a presença de algum destas propriedades de
virulência (p>0,005).
É importante salientar que as cepas hemolíticas foram as mais
virulentas, pois as mesmas apresentaram pelos menos cinco dos 11 fatores e
marcadores de virulência testados, sempre apresentando produção de biofilme
e resistência ao soro, além de três entre as quatro cepas hemolíticas são
produtoras de β-lactamases de espectro estendido.
50
Tabela 9. Frequência relativa e absoluta dos fatores de virulência,
marcadores e genes responsáveis pela produção de beta-lactamases de
espectro estendido (ESBL).
EAEC nº
EPEC atípica nº
Total nº
Fatores de Virulência
(%)
(%)
(%)
Resistência ao soro
8 (72,7%)
6 (75%)
14 (73,6%)
Biofilme
9 (81%)
6 (75%)
15 (78%)
curli
7 (63,6%)
8 (100%)
15 (78%)
Fímbria tipo I
3 (27,2%)
0 (0%)
3 (15,7%)
Hemólise
2 (10,5%)
2 (25%)
4 (21%)
Marcadores de virulência
irp
0 (0%)
2 (25%)
2 (10,5%)
iha
0 1 (12,5%)
1 (5,25%)
ESBL
bla
TEM
7 (63,3%)
3 (37,5%)
10 (52,6%)
bla
CTX-M
2 (10,5%)
1 (12,5%)
3 (15,7%)
51
6. DISCUSSÃO
Escherichia coli tem se destacado como um importante agente de
diarréia infecciosa, principalmente em crianças. A patogenicidade das
linhagens diarreiogênicas está possivelmente associada a diversos fatores de
virulência, por exemplo, produção de biofilme, expressão de fímbrias, produção
de hemolisinas, resistências antimicrobianos e ao soro (ELIAS et al., 2002;
TRABULSI et al., 2002).
A adesão e, posterior, produção de biofilme tem sido demonstrado
como sendo um fator primordial para que uma linhagem bacteriana inicie sua
infecção. A habilidade para formar biofilme está intimamente relacionadas à
persistência e virulência bacteriana (FERRIERES et al., 2007a; HARRISON et
al., 2009).
A adesão pode ser realizada através de diversas fímbrias, dentre elas o
curli que tem um importante papel na patogenicidade. Sugere-se que a fímbria
curli tem a função de promover a autoagregação entre bactérias, além de
facilitar invasão e colonização (DYER et al., 2007). Outros estudos realizados
demonstraram que as cepas que possuíam tal estrutura eram mais virulentas
que cepas que não possuíam (UHLICH, KEEN, ELDER, 2002; UHLICH,
COOKE, SOLOMON, 2006).
Entretanto constatou-se que não houve relação da produção de
biofilme com a expressão da fímbria tipo I e a curli pois apesar de 73% dos
isolados estudados produzirem biofilme, somente três isolados apresentaram
somente fímbria tipo I e fímbria curli (pertencentes a linhagem EAEC) e doze
apresentaram somente fímbria curli (8 EPEC atípicas e 4 EAEC). Os resultados
52
sugerem, também, que a presença de outras fímbrias pois dez cepas
analisadas apresentaram hemaglutinação manose resistente.
Quanto à produção de hemolisina, várias pesquisas concluíram que
isolados que apresentavam a capacidade de produção desta toxina eram
visivelmente mais virulentas do que os isolados não-hemolíticos (COOKSON et
al., 2007; HUNT et al., 2008).
Tais dados são confirmados neste estudo, já que todos os quatro
isolados com atividade hemolítica apresentaram o maior número de
propriedades de virulência em relação às outras cepas. Estes isolados
apresentaram resistência ao soro, com média de 134%, demonstraram genes
codificadores de beta-lactamases, e uma atividade hemolítica de contato com
características diferentes da enterohemolisina. Este fato pode ser comprovado
pela não amplificação do gene responsável pela produção da enterohemolisina
bem como, testes fenotípicos pois não houve diferenciação na a expressão da
hemolisina de contato na presença de sangue lavado e não lavado.
A enterohemolisina é mencionada por alguns autores como uma
enterotoxina, relacionada com hemolisina, codificada pelo mesmo plasmídio
responsável bundle-forming fimbriae, no qual é associado com a aderência
agregativa da EAEC, na qual ela só é liberada no meio externo após íntimo
contato entre a bactéria e o eritrócito (BALDWIN et al., 1992; NATARO et al.,
1992; HAQUE et al., 1994)
A análise da presença de diferentes constituintes no meio de cultura
para detectar interferências na ação da hemolisina, verificou-se que o uso de
quelante de ferro (EDDA) e cloreto de cálcio foram capazes de aumentar a
atividade hemolítica, ao contrário do uso de EDTA, que inibiu tal atividade. Esta
53
última característica demonstra uma propriedade da α-hemolisina, já que esta
necessita do cálcio para a estabilização e formação de poros em membranas
biológicas (DOBEREINER et al., 1996; VALEVA et al., 2008). Pode ser visto
também que o soro não afetou a ação da hemolisina, pois não houve diferença
deste com o meio de cultura puro.
De outro lado, os meios com íons níquel e magnésio diminuíram a ação
da hemolisina. Estes dados corroboram com os achados de outro estudo, na
qual faz menção que cátions divalentes apresentam um efeito ambíguo na
ação desta toxina (DOBEREINER et al., 1996).
Uma das prováveis explicações para o fato seria que outros cátions
não suportam a atividade lítica da toxina e não se ligam a resíduos da
hemolisina dentro da região formadora do poro (SCHINDEL et al., 2001). De
outro lado, como a hemolisina não apresenta um receptor específico e meios
alcalinos apresentam pequena quantidade de cálcio em sua composição a
redução da hemólise não foi tão drástica quanto a observada no meio tratado
com EDTA.
Uma característica
patogênica importantíssima à virulência de
linhagens de E. coli, associada a atividade hemolítica, é a capacidade de
produção de sideróforo. Esta estrutura possibilita que as bactérias obtenham
ferro, necessário a sua sobrevivência, a partir das células do hospedeiro.
Recentes estudos têm demonstrado que algumas cepas patogênicas de
Escherichia coli apresentam ilhas de patogenicidade originalmente encontradas
em Yersinia spp que codificam o sideróforo yersiniabactina (KOCZURA,
KAZNOWSKI, 2003; HANCOCK, FERRIERES, KLEMM, 2008).
54
Os resultados da análise dos 19 isolados de Escherichia coli
demonstraram que dentre estas, 2 apresentaram yersiniabactina. Se dentre
estas linhagens que apresentaram tal propriedade, apenas um isolado tinha
atividade hemolítica, o que diverge destes estudos mencionados acima.
Um mecanismo importante para a sobrevivência dos microorganismos
no hospedeiro é a de burlar as linhas de defesa do sistema imunológico. Estes
agentes têm usado várias estratégias com esta finalidade como atividade
hemolítica e leucotóxica, expressão de proteína M, antígeno O do
lipossacarídeo, cápsula contendo resíduos de ácido sialicílico e a captura de
inibidores do sistema complemento para então inativá-lo (MUSHTAQ et al.,
2004; WOOSTER et al., 2006; MARUVADA, BLOM, PRASADARAO, 2008).
Como pode ser visto neste trabalho, a maioria dos isolados testados
foram resistentes a incubação com soro humano normal. Interessantemente as
cepas que apresentaram uma sobrevivência acima de 90% em duas horas de
incubação. Uma das justificativas, para esses dados, seria que os isolados de
E. coli resistem a atividade bactericida do soro mais eficientemente devido a
diminuição da deposição de proteínas do sistema complemento e subseqüente
formação de complexo de ataque a membrana e lise (MARUVADA et al.,
2008).
Prévios estudos relatam que proteínas de membrana externa da E. coli,
principalmente OmpA, interagem com moléculas do sistema complemento
medeiando a degradação de C3b e C4b, o que culmina na evasão da atividade
bactericida do soro, evitando a via clássica e alternativa do sistema
complemento (PRASADARAO et al., 2002; WOOSTER et al., 2006).
55
Notou-se, também, quando a via alternativa e a via clássica foram
inibidas com a presença de EDTA, os isolados que foram considerados como
resistentes intermediários no soro normal, obtiveram um maior crescimento,
sendo caracterizadas como resistentes. Este dado pode ser explicado pelo fato
de que a ligação da lectina manose-ligante (MBL) à Escherichia coli é
diminuída na presença de EDTA (SHIRATSUCHI et al., 2008). Contudo esta
via necessita do componente C4 e, como foi visto acima, esta bactéria
apresenta mecanismos para burlar este caminho.
Outra forma importante de sobrevivência bacteriana é demonstrada
pela
resistência
susceptibilidade
a
a
antimicrobianos.
ampicilina
e
Este
estudo
trimetoprim
foi
demonstrou
apreciável
e
que
a
que
a
multiressistência (resistência a mais de 3 antibióticos) foi presente em 26% dos
isolados.
Quanto a presença de genes responsáveis pela produção de betalactamases observou-se uma elevada prevalência nos isolados estudados
(68%). Estes dados são convergentes com dados obtidos no estudo realizado
no Rio Grande do Sul (OLIVEIRA et al., 2009), porém divergente com achados
referentes a países europeus, africanos e asiáticos (BATCHOUN, SWEDAN,
SHURMAN, 2009; PITOUT et al., 2009; USEIN et al., 2009). Contudo estes
estudos abordaram isolados de infecção de vários sítios anatômicos e não
somente de casos de diarreia.
Ainda em relação a presença deste marcador de virulência, pode-se
notar que os isolados como estes genes obtiveram uma maior amplitude de
resistência a antibióticos em relação aos que não apresentaram, tornando a
escolha terapêutica difícil. Tanto EAEC como EPEC atípica se mostraram muito
56
susceptíveis a imipenem, cefuroxima, ceftriaxona e medicamentos associados
com protetores contra a ação de beta-lactâmicos.
Contudo um isolado EPEC atípica se mostrou resistente a ação da
tircacilina associada com ácido-clavulânico,o que denota ação de alguns
subtipos de beta-lactâmicos, já que os demais foram sensíveis (CARATTOLI,
2009; BUSH, JACOBY, 2010).
Pode-se notar, também, que cerca de 58% dos isolados apresentaram
mais de quatro fatores de virulência dos onze analisados. Destes sete foram
representantes da linhagem EAEC e 4 de EPEC atípica, totalizando 63% e
50% entre os isolados da mesma linhagem, respectivamente.
57
7. CONCLUSÃO
Pelo o que foi discutido, verificou-se que os fatores de virulência mais
evidenciados nos isolados de E. coli obtidos de amostra de fezes de crianças
são: resistência ao soro; a expressão da fímbria curli; produção de biofilme;
genes responsáveis pela produção de beta-lactamases.
Em relação a resistência a antimicrobianos, verificou-se que cerca de
61% dos isolados que apresentaram genes para beta-lactamases foram
resistentes a mais de 3 tipos de antibióticos
A forma como os fatores de virulência se apresentaram neste estudo
reflete sua ocorrência ocasional, com perfis dispersos nas duas linhagens
analisadas, excetuando por dois isolados de EPEC atípica que demonstraram o
mesmo perfil de virulência.
Deste modo, não houve associação entre as diversas propriedades
analisadas, contudo as cepas hemolíticas foram as mais virulentas com cinco
propriedades de virulência para cada isolado hemolítico. Pode-se notar,
também, que um isolado de EPEC atípica e EAEC, produtores de hemolisina,
apresentaram a mesma combinação de fatores de virulência analisados. Em
relação a hemolisina, pode-se notar que a melhor atividade se deu na presença
de EDDA e cloreto de cálcio. Em contraste esta ação foi praticamente nula no
meio que apresentava EDTA.
Interessantemente os meio que continham íons de magnésio, níquel,
ferro e soro humano foram similares, quanto à hemólise, ao meio puro. Cabe
salientar que dos quatro isolados com atividade hemolítica no sobrenadante
(exotoxina), três apresentaram atividade hemolítica de contato (endotoxina).
58
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PATON, A. W.,J. C. PATON. Detection and Characterization of Shiga Toxigenic
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64
APÊNDICE A
American Journal of Tropical Medicine and
Hygiene Instructions for Authors
Manuscripts and correspondence can be submitted at
http://mc.manuscriptcentral.com/ajtmh. Questions about the submission process can be
directed to [email protected] or [email protected].
Authors who are unable to submit via the Manuscript Central website may send an
electronic copy of their manuscript by e-mail or on a disk. However, we prefer that
authors submit their own manuscripts electronically. Self-submission by the
corresponding author allows authors greater control over the submission process. In
addition, authors can provide us with helpful information, such as suggested and
excluded reviewers, contact information for all authors, and comments to the Editor
upon submission.
Cover Letter and Signatures
All manuscripts should be accompanied by a cover letter with the following
information:
The title of the paper
Significance of the paper to the readers of the Journal
A statement that the material has not and will not be submitted for publication
elsewhere so long as it is under consideration by the American Journal of
Tropical Medicine and Hygiene
Written disclosure of any relationships or support which might be perceived as
constituting a conflict of interest
A statement that the material is original and has not already been published
First and last names of all contributing authors (middle names and initials are
optional), accompanied by a statement indicating that they have participated in
the study and concur with the submission and subsequent revisions submitted by
the corresponding author
Each contributing author must sign a copy of the cover letter and send a copy of the
signed cover letter to the journal office in one of the following ways:
By mailing it to The American Journal of Tropical Medicine & Hygiene,
Wolstein Research Building, Room 4120, 10900 Euclid Avenue, Cleveland,
Ohio 44106-4983 USA.
By faxing it to 216-368-6987.
By uploading the signed letter as a jpeg or tif file upon submission of the first
draft of a new manuscript. PDF files cannot be uploaded to the site but can be
sent by email to the editorial office.
65
In addition, the corresponding author must sign and return the copyright form
upon submission. This form can be accessed on the journal's submission site.
Authorship
The journal allows up to 15 authors per manuscript. Other contributors may be
mentioned in the acknowledgments section or in a footnote to the author list. Only those
persons listed as authors on the manuscript must submit their signature to the journal.
Manuscript types
Original research papers, clinical case reports, technical reports, comprehensive and
authoritative reviews, diagnostic exercises, short reports, and Letters to the Editor
written in English will be considered. There is no word limit for original research
papers, but all efforts should be made to make the paper as succinct as possible. As with
all journals, the editors can recommend that certain parts of the paper be eliminated or
incorporated into supplementary information.
The journal is now accepting review articles. Review articles should be 750-1000
words in length, with no more than 15 references. There are no author page charges for
review articles.
Images in clinical tropical medicine
The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene will publish Images in
Clinical Tropical Medicine focused on typical and unusual presentations of tropical
diseases--infectious and non- infectious--that occur anywhere in the world, whether in
developing countries or in immigrants or returning travelers in industrialized countries.
This venue is intended to focus on clinical cases that have visual immediacy and are of
clinical interest and importance to our readership.
We will consider original, high-quality images for publication in this special feature, for
which page charges will be waived. Material must not have been published or be under
consideration for publication elsewhere. Images may appear in the print version of the
Journal, the electronic version, or both. Images will be published in black and white in
the print version of the journal (unless the author wishes to pay color charges) and in
color in the on-line version of the journal. A compendium of Images in Tropical
Medicine will be put together on the ASTMH website for members.
Text should be double-spaced in MS Word format, and include a brief title. Up to three
authors may be listed. A case may be submitted as an exemplar of a particular aspect of
a tropical disease or as an unknown. Submissions should include name, highest
academic degree, address, e-mail address, telephone number, and fax number of each
author. Text should be no more than 200 words and will be subject to editing and
shortening. There may be up to 2 references.
Submissions for this section may be submitted at http://mc.manuscriptcentral.com/ajtmh
or may be sent to the managing editor for consideration.
File types
Prepare your manuscript using a word processing program and save it as a .doc or .rtf
file. You may also upload .xls or .ppt supplemental files as part of the manuscript
submission process. All of these files will be converted to .pdf format. Image files such
as .gif, .jpg, .eps, .png, and .tif may be uploaded. These will be converted to small .jpg
files.
66
Please do NOT upload .pdf files, as we may need to make some changes to the paper
during copyediting. The journal does not accept Microsoft Word 2007 documents at this
time. Please use Word's "Save As" option to save your document as an older (.doc) file
type
The converted .pdf and .jpg files will be the files evaluated during the review process.
All original files that you upload, as well as their associated converted files marked as
Not for Review at the end of the manuscript submission process, will be available for
access by the journal office if necessary.
You may upload other file types such as LaTeX files, QuickTime movies, or other
image types, but Manuscript Central will not convert these. The peer review participants
will only be able to view these unconverted files if they have the appropriate software
on their computers.
Short Reports
A Short Report is preferred for the submission of important preliminary observations,
technique modifications or data that simply do not warrant publication as a full paper.
Short reports should be approximately 500-1500 words, but must provide adequate
information to allow for the same stringent peer review given other submissions. The
number of authors, references, and number and size of figures and tables should be
limited to the minimum necessary. A brief abstract is required for indexing, but
delineated sections, such as Material and Methods, should not be used. Preliminary data
published as a short report will not preclude subsequent publication of more complete
results if the work is significantly expanded.
Letters to the Editor
Letters to the Editor should not contain unpublished data or material which is being
submitted for publication and will not be cited in this Journal, nor should they be cited
elsewhere.
Requested and excluded reviewers
The journal's submission site allows authors the opportunity to suggest up to six
potential reviewers for their manuscript and up to six reviewers to be excluded from
reviewing the manuscript. The Editors strongly suggest that authors use this feature
when submitting a manuscript to the journal, as it will serve to expedite the review
process.
Spacing
The text should be in 12 point type, fully double-spaced (1? spacing is not acceptable),
leaving a margin of 1 inch on all sides. Also double-space table and figure legends,
tabular material and references. Number all pages consecutively, starting with the title
page.
Illustrations
Graphs, drawings and photographs (please include patients' permission to use their
photographs or "blinders" to protect identity) should be numbered and cited in the text.
Color illustrations are costly and can be reproduced only at the expense of the author.
67
Tables
Tables should be on a separate page, serially numbered in Arabic numerals, and cited in
the text. Tables should be designed for printing in one-column width, if possible, and
should never require more than full-page width.
Equations
While the journal office accepts manuscript submissions in Microsoft Word 2007, we
have determined that there are problems associated with equations created by this
program’s equation builder. Authors using Microsoft Word 2007 must use the original
equation editor, which still exists in Word 2007, or they may use the full MathType
add-in to create equations. To access Equation Editor 3.0 in Word 2007, click the Insert
tab from the ribbon, then click the Object button from the text group. Select Object from
the drop-down menu. When the Object Dialog box appears, scroll down and select
Microsoft Equation 3.0 and click OK.
Style
Proprietary names of drugs or chemicals may not appear in the title but may be used in
conjunction with the generic name where the substance is first mentioned in the
abstract, and again where first mentioned in the body of the article. Thereafter, use only
the generic name.
The basis for decisions on viral nomenclature is Stedman's ICTV Virus Words. Symbols
and common abbreviations should be spelled out the first time they appear in the
abstract, the text, figures legends, and tables. Such abbreviations should conform to the
AMA Style Manual. The inventing of abbreviations is not encouraged. No sentence
may begin with an abbreviation.
Show superscripts, references and subscripts using numbers directly following any
punctuation marks. Indicate italics by using italic type, or use the character palette on
the Manuscript Central website.
See formatting and style glossary below for more complete information and specific
examples of usage.
Ethical guidelines
Experimental investigation papers must state in the Material and Methods section that
1) informed consent was obtained from all human adult participants and from parents or
legal guardians of minors, with the name of the appropriate institutional review board
having approved the project, and/or 2) the maintenance and care of experimental
animals complies with the National Institutes of Health guidelines for the humane use of
laboratory animals, or equivalent country authority or agency.
Page charges
Page charges for manuscripts submitted by a Corresponding Author who is not a current
member of the American Society of Tropical Medicine and Hygiene are $125 per
printed page, or portion thereof. Society members are entitled to a discount and will pay
$100 per page. The Journal publishes articles on a pre-paid basis and does not accept
institutional or governmental purchase orders. Page charges are calculated and paid
upon receipt of galley proofs.There are no page charges for Letters to the Editor or
Book and CD Reviews.
68
Manuscripts that are clinical in nature may qualify for a partial or full waiver of
publication charges. Authors who would like their papers to be considered for a waiver
should include this request in their cover letter or in the comments to the Editor upon
submission. We do not grant any waivers until a paper is accepted. These funds are
limited and are provided by the American Committee on Clinical Tropical Medicine
and Travelers' Health (ACCTMTH), the clinical branch of the ASTMH.
Journal policy on open access
Effective July 1, 2008, the journal is allowing authors the option of making their
manuscripts freely available online immediately upon publication for an additional fee.
Authors may elect to pay a flat fee of $2,500 instead of the usual page charges. This fee
does not include the additional charges for printed color figures, which must be paid
regardless of whether authors choose the Open Access option. However, authors who
elect to pay the Open Access fee may publish their figures in color online at no
additional charge. Authors who choose to pay the usual page charges instead of the
Open Access fee must honor the journal's twelve-month embargo policy on current
content and not deposit their paper in a public repository without permission from the
journal office. This policy applies only to papers published in the July 2008 issue or
later. Authors may elect this option on the page charge form when they receive their
galley proofs, or they may notify the journal office of their decision.
Journal policy on depositing NIH-funded manuscripts in PubMedCentral and
other repositories
On January 11, 2008, the National Institutes of Health (“NIH”) adopted a revised Public
Access Policy for peer-reviewed journal articles reporting research supported in whole
or in part by NIH funds. Under the revised policy, the grantee shall ensure that a copy of
the author’s final manuscript, including any revisions made during the peer review
process, is electronically submitted to the National Library of Medicine’s PubMed
Central (“PMC”) archive and that the person submitting the manuscript will designate a
time not later than 12 months after publication at which NIH may make the full text of
the manuscript publicly accessible in PMC. For more information and to deposit your
manuscript in this database, visit http://publicaccess.nih.gov.
All articles published in 2010 or later will be deposited in PubMedCentral by the
journal office. Open access articles will be made freely available on PMC at the
time of publication. All other articles will be deposited in PMC but will not be
available until the 12-month embargo period has expired.
AJTMH requests that authors of manuscripts published BEFORE 2010 do the
following to comply with this policy:
1. Deposit the FINAL published paper in PubMed Central, not your author manuscript
or galley proofs.
2. Request that PubMed Central honor the journal's 12-month embargo on free access to
current content, unless you have paid the author open access fee, in which case your
manuscript may be deposited upon publication.
If the author pays the open access fee, the journal office will deposit the final version
directly in PubMedCentral and it will be made freely available at the time of
69
publication. These articles will be licensed using the Creative Commons, Attribution,
Non-commercial license which permits others to use, reproduce, disseminate, or display
the open access version of this article for non-commercial purposes provided that the
original authorship is properly and fully attributed. This policy is fully compliant with
the requirements of funders such as the Wellcome Trust, Medical Research Council and
HHMI.
If an author does not pay the open access fee but wants the journal office to deposit their
article, the author should inform the journal office of this request at the time of
publication. The journal office can deposit the article but will put a twelve-month hold
on the release to coincide with the journal's embargo on free access to current content.
Please note that this only applies to NIH-funded, Wellcome Trust-funded, or other
research funded by an agency that has repository guidelines for its authors. If you are
not sure, please check with the agency that funded your research to see if they require a
manuscript deposit in their repository.
SPECIFIC MANUSCRIPT GUIDELINES
FIRST MANUSCRIPT PAGE
The running heads are flush left. The title, authors, and authors? affiliations are
centered. The abstract is flush left, and immediately follows the authors? affiliations
with one space between.
Left running head: All capital letters (All Caps); last name of first author plus "and
Others"
e.g.,
LRH: BOCKARIE AND OTHERS
Right running head: All Caps; this is the running head for your ~50-character short title
e.g.,
RRH: PCR-ELISA FOR THE DETECTION OF W. BANCROFTI
The Title is centered, Roman type (no bold, no italics except for Genus and species,
which are italicized.) No punctuation at the end.
e.g.,
Application of a Polymerase Chain Reaction-ELISA to Detect Wuchereria Bancrofti in
Pools of Wild-Caught Anopheles Punctulatus in a Filariasis Control Area in Papua New
Guinea
Authors' names are centered. Commas are used throughout except at the end of a line.
Do not split a name to the next line. Please be sure to use include the first and last name
of each author. Middle names or initials are optional.
e.g.,
70
Moses J. Bockarie, Peter Fischer, Steven A. Williams, Peter A. Zimmerman, Lysaght
Griffin, Michael P. Alpers, and James W. Kazura
Authors' locations/affiliations: departments, institutions, city, state, and/or country are
spelled out in full, in italics using Title Case without any numbers. A semi-colon
separates each address. Do not split a phrase to the next line. There is no punctuation
after the last author?s location. Do not use any symbols such as asterisks after authors?
names to refer to the specific affiliations of authors. Just list the institutions in the order
that the author is listed. If two authors are at the same place, it is listed only once, in the
order of the first author mentioned. If the country is the United States of America, it is
not included in the address because AJTMH is published in the USA. Other countries
are spelled out in full with no abbreviations.
e.g.,
Papua New Guinea Institute of Medical Research, Madang, Papua New Guinea; Clark
Science Center, Department of Biological Sciences, Smith College, Northampton,
Massachusetts; Molecular and Cellular Biology Program, University of Massachusetts,
Amherst, Massachusetts; Division of Geographic Medicine, Case Western Reserve
University School of Medicine, University Hospitals of Cleveland, Cleveland, Ohio
(Note that the authors' addresses, complete with street and room numbers, postal codes,
phone, FAX, and e-mail are found only at the end of the text in the Authors? addresses
section of the paper, just above the References.)
TEXT
Format
Please provide the following (in order):
1.
2.
3.
4.
5.
6.
A concise abstract (150 words maximum)
An introductory paragraph
Separate sections for Materials and Methods
Results
Discussion
Separate paragraphs for acknowledgments, listing of financial support, all
authors' detailed addresses including telephone and FAX numbers, a shipping
address for reprints, if reprints are being ordered
7. A list of the references cited.
REFERENCES
References should be cited by consecutive numbers in the text. The numbers should
appear in superscripts, not in parentheses, and should appear after any closing
punctuation. Abbreviate journal names in the style used by the National Library of
Medicine. References should be from peer-reviewed publications that are generally
available to the readers of the Journal.
Abstracts, proceedings, works in progress, theses, dissertations, and manuscripts
submitted but not yet accepted for publication are not acceptable to cite as references. If
it is necessary to cite information from these sources, they should be cited in the text
only, in parentheses as follows: (Jamestown JW and others, unpublished data).
71
Format. All authors must be listed; never use "et al." or the phrase "or others." Authors
are indicated by their last names followed by a space and their initial(s) (with no
period/full stop). Periods are not used after abbreviated words in journal titles. Authors?
names are separated by commas only, and is not used. The year of publication follows
the final name, preceded by a comma. Double check all information including the
correct abbreviation of the journal cited. Note that the abbreviated journal, the volume
number, and the colon that follows are in italics. There is a space after the colon, before
the page numbers. The page numbers are written out completely: 472--476 (not 473-76).
See pages 28--51 in the American Medical Association (AMA) Manual of Style (9th
Edition) for various types of reference sources so that you can incorporate them and
then modify the formatting for AJTMH as follows:
Authors' names: Never use et al. in the references or text. See the following examples:
Examples of articles:
Michaels E, Bunyan DJP, Charlesworth JM Jr, Black JM III, 1997. Global mapping:
lymphatic filariasis in perspective. Parasitol Today 11: 472--476.
Examples of books:
Olive EA, 1995. Lymphatic Filariasis Infection and Disease. London: Academic Press,
129-131.
Chapter in a book:
Gilles HM, 1993. Epidemiology of malaria. Gilles HM, Warrell DA, eds. BruceChwatt's Essential Malariology. Third edition. Boston, MA: Edward Arnold, 124-163.
Web reference:
Centers for Disease Control and Prevention, 2008. Advisory Committee on
Immunization Practices (ACIP) recommendations. Available at:
http://www.cdc.gov/vaccines/pubs/ACIP-list.htm. Accessed May 1, 2008.
At AJTMH, contrary to AMA Style, the year of publication always follows the comma
after the last author?s initial(s).
Consult Index Medicus for the correct abbreviation of the journal cited. The journal
abbreviation, the volume number, and the colon are all italicized. The colon is followed
by a space, then the page numbers. The page numbers are both written in their entirety,
separated by an en dash which you represent in your manuscript by two hyphens.
FORMATTING AND STYLE GLOSSARY
Abbreviations and acronyms. The first time it appears, a word or phrase is spelled out
in its entirety preceding the abbreviation or acronym which appears in parentheses. The
first instance of the acronym is designated in both the abstract and in the text, the first
time it appears and for each figure and table, using the acronym subsequently. Try not
to use an abbreviation at the beginning of a sentence or as part of a heading.
Plurals of acronyms have no apostrophes. STDs. M & Ms.
Commonly used abbreviations:
Injections. IP = intraperitioneal, IV = intravenous, IM = intramuscular
72
Commas. Always insert a comma before the "and" at the end of a series of three or
more items.
Ethical guidelines. Ethical considerations must be addressed in the materials and
methods section. 1) Please state that informed consent was obtained from all human
adult participants and from the parents or legal guardians of minors. Include the name of
the appropriate institutional review board that approved the project. 2) Indicate in the
text that the maintenance and care of experimental animals complies with National
Institutes of Health guidelines for the humane use of laboratory animals, or those of
your country?s equivalent authority or agency.
Formatting. Use Times New Roman with the font size of 12 throughout. The entire
manuscript, including figure legends and tables, should be double spaced (not 1.5
spaces, not a variation such as "equivalent") with one inch margins all around, flush left
with a ragged right margin even though when printed in the journal it will be singlespaced and justified?the printer sets all of that up for printing from the manuscript
format. Insert only one space between words and sentences, including after a colon
(except for the colon after the Acknowledgments, Financial support, Disclaimers,
Authors? addresses, and Reprint request sections at the end of the text, just before the
REFERENCES).
Headings.
A primary heading is used for the main sections and is centered alone in all capital
letters, no bold or italics.
A secondary heading is indented, bold, sentence case, and ends with a period. The text
follows on the same line after one space.
A tertiary heading is indented, in sentence case, italicized, and ends with a period.
Sentences and paragraphs. Indent the first sentence of each paragraph. Try not to use
an abbreviation at the beginning of a sentence.
Hyphens and dashes.
Dashes. Insert 2 hyphens (--) between numbers or other cases whenever it means "to" as
in 4 to 6 years (4--6 years, 1994--1999), The printer will translate -- into an "en dash"
[?] which is longer than a hyphen. All you need to do is insert 2 hyphens. The
proofreader?s mark for an en dash is - . On the rare occasion that you want to put a long
dash between the phrases in a sentence for emphasis, use three hyphens (---) to indicate
an "em dash" [?]. There are no spaces before or after the hyphen, the en dash, and the
em dash. Do not use a -- for the "to" in ratios or mathematical formulas; they require a
virgule or forward slash mark.
Hyphens. Insert a hyphen between words that together modify a noun (T-cell group, but
group of T cells) or when an adverb and other word modify a noun.
half-life
antimalarial
Italics. Italicize the words and phrases in your text directly, do not underline. There is
no need to both italicize and underline.
Italicize in vitro, in vivo.
73
Nomenclature. Genus and species. Genus is spelled out completely the first time an
organism is mentioned in the abstract, the text, and in every figure and table. If you are
discussing several different species within a genus, so that the genus is the same for
each species mentioned, spell the genus + species out in full the first time each new
species is mentioned, even if it seems redundant. After the first time, use the genus
abbreviation with a period. Genus and species are always italicized. Do not italicize
"spp." or "sensu stricto" or "sensu lato" that may follow genus and species. Genus is
italicized when it appears alone (i.e., Plasmodium infections. Adjectives such as
plasmodial are not italicized.). Species, when used as in the text is not italicized (i.e.,
falciparum malaria).
Numbers and symbols. Insert one space between the number and the units of measure,
no space between the numeral and the % sign. Add a space before and after the ≥, ≤,
and = symbols.
Parentheses and brackets. Parentheses enclose brackets. In a sentence, the punctuation
comes after the close-parentheses symbol.
Quotation Marks. Use quotation marks sparingly, only when absolutely necessary for
clarity and to designate a particular, unusual use of a word. When redefining a word, use
the quotes only in the first instance in both the text and abstract. Subsequent use does
not require quotes, as you have already alerted the reader to make the mental
adjustment.
References and citations
Note: Published abstracts; published or unpublished proceedings, works in progress,
theses, and dissertations; and manuscripts submitted but not yet accepted for publication
are not acceptable references to cite. If it is necessary to cite information from these
sources, cite them in the text only, in parentheses as follows: (Jamestown JW and
others, unpublished data).
See pp. 28--51 in the AMA Manual of Style [9th Edition] for expressing various sources
of reference. Modify the formatting for AJTMH as follows:
Authors' names. Never use et al. in the references or text. All authors must be listed in
the following format:
First author?s last name (no comma) single space, his or her initial(s) without periods
(no full stops until after the year), comma, single space, next author(s) in the same
format until all have been listed. After the final author?s initial(s), comma, single space,
insert the year of publication, period (full stop).
Year of publication. At AJTMH, contrary to AMA Style, the year of publication always
follows the comma after the last author?s initial(s).
Journal abbreviation. Consult Index Medicus for the correct abbreviation of the journal
cited. The journal abbreviation, the volume number, and the colon are all italicized. The
colon is followed by a space before the page numbers. The page numbers are both
written in their entirety, separated by 2 hyphens (en dash).
Spacing between sentences. Use one space only.
74
Spelling. Use American spelling except in the references where spelling and
punctuation follow the original citation.
Chagas disease. No apostrophe as per the current CDC standard usage. Bed net.
Possum is the correct word for opossum in Australia.
Superscripts and subscripts. Use your software to create a true superscript or
subscript. Insert superscripts correctly, after the punctuation with no space in
between.2,3,6--8 Here, there are no spaces between the reference number 2, the comma,
the 3, or the 6--8 of the superscript. For serial references of 3 or more, insert 2 hyphens
between numbers. For example: Other studies reported that opossums usually inspect
triatomes both manually and visually before ingesting them.1, 6--8,11 For subscripts
follow same procedure, check the Subscript box.
Symbols. A minus sign itself should be used, not a hyphen.
Time. Time of day. Use AM and PM.
Time. sec = second(s), msec = millisecond(s); hr = hour(s); yr = year(s); d = day(s).
Plurals of years have no apostrophes. 1940s. 1800s.
Units of measure. Abbreviate in the Methods section, but not in the abstract,
introduction and results (unless describing a procedure), and discussion.
Abbreviations.
Weights and measures.
g = gram and is always lower case, mg, μg. kilogram = kg.
L = liter. Use the word ?liter? for liter when it is mentioned alone in the text. Use a
capital L for liter in the instance of g/L and in conjunction with m (milliliter = mL), μ
(microliter = μL), and d (deciliter = dL).
Note that if designations are followed by numerals or letters, capitalize them: i.e., when
particular day(s), week(s), site(s), lane(s), subject(s), group(s) and similar designations
are followed by numbers or letters (Day 6; Weeks 1--7. Site 15, Lanes A--D; Subjects
A2 and A5, Genotype A). When designating without a following number, use the third
day, the fifth week, second subject, etc.
75
APÊNDICE B
SUBMISSÃO
76
APÊNDICE C
ARTIGO
Characterization of virulence factors in enteroaggregative and atypical
enteropathogenic Escherichia coli strains isolated from children with diarrhea
Thiago Azevedo Feitosa Ferro, Francyelle Costa Moraes, Luciana do Carmo Dias,
Claude Porcy, Leandro Amorim Soares, Cristina Andrade Monteiro, Nyla Thyara Melo
Lobão, Valério Monteiro Neto, Patrícia de Maria Silva Figueirêdo*.
INSTITUTIONAL AFFILIATIONS: Núcleo de Doenças Endêmicas e Parasitárias do
Centro Universitário do Maranhão – UNICEUMA, SÃO LUIS-BRAZIL
RUNNING TITLE
:
Virulence
factors in enteroaggregative
enteropathogenic Escherichia coli strains
*Dra. Patricia de Maria Silva Figueiredo
Av. Josué Montello 01 – Renascença II
65075-120 São Luís, MA, Brazil
E-mail: [email protected]
and atypical
77
ABSTRACT
Enteroaggregative (EAEC) and atypical enteropathogenic (EPEC) Escherichia coli are
the most important bacterial etiologic agents causing diarrhea among children,
especially in developing countries. The cumulative impact of virulence factors
predisposes to disease. 11 EAEC and 8 EPEC strains identified by Polymerase Chain
Reaction (PCR), isolated from stool samples of children from São Luís-MA and
Macapá-AP were analyzed genotypically and phenotypically for the prevalence of
virulence factors. The most frequently detected factor was resistance to serum (94%),
followed by curli fimbriae (78%), biofilm production (73%), and gene coding for
extended-spectrum beta-lactamase (ESBL) (68%). EPEC isolates showed at least three
of the evaluated properties, while EAEC isolates showed at least two. The prevalence of
these virulence factors between the two strains showed no statistical difference. This
study showed the heterogeneity of the virulence profile of the isolates of EAEC and
atypical EPEC strains and suggests that this diversity may influence in the disease
severity.
Key words: EAEC, atypical EPEC, virulence factors.
78
INTRODUCTION
A survey by the World Health Organization (WHO), from 2002 to 2003, found that
73% of the 10.6 million annual deaths of children under five years old were related to
five causes. Diarrheal disease is the second most common (18%), after pneumonia
(19%), which evidences the importance of this illness to public health, since it causes
deep impacts on the infant morbidity and mortality rates, especially in the less
developed regions in the world1.
Despite recent studies showing that there was a significant reduction in infant mortality
rates due to diarrhea from 4.6 million per year to approximately 2.5 million per year
worldwide, such values are still considered high and the morbidity rates remain as high
as 30 years ago2.
Several pathogens such as bacteria, viruses and intestinal parasites are related to
diarrhea in humans. Among them, Escherichia coli is the most important etiologic agent
in childhood and represents the biggest public health problem in developing countries 3.
Diarrheagenic strains of E. coli (DEC) are classified in 6 subtypes, with differences
among themselves and between them and non-pathogenic microorganisms, members of
the normal human flora, according to their virulence properties4.
Among these properties, we highlight those which enable the bacterium to recognize
and colonize the surface of the host’s cells (fimbrial and non-fimbrial adhesins);
production of toxins and hemolysins; expression of iron uptake systems (siderophores);
and resistance to antibiotics and to the immune system.
79
Currently, the two most important diarrhea agents that affect children under five years
old among the isolates of E. coli, both in developed and developing countries, are
enteroaggregative (EAEC) and enteropathogenic (EPEC) 5.
EPEC causes a histopathological lesion known as “attaching and effacing” (A/ E).
Strains of A/ E genotype, which do not possess the plasmid Enteropathogenic E. coli
Adherence Factor (EAF), are classified as atypical EPEC 6. Enteroaggregative E. coli
(EAEC) are defined as E. coli strains that adhere in vitro to HEp-2 cells in a pattern
known as autoaggregative7.
Although a large number of virulence factors have been identified in EAEC and EPEC,
not even a single factor seems to be present in all the pathogenic strains. Despite its high
prevalence, the enteropathogenicity in these two groups is not completely established
yet8,9. This happens due to: few systematic studies on the virulence and heterogeneity
properties of these characteristics.
This study aimed to investigate the virulence factors prevalence, some of which have
been previously investigated in EAEC and EPEC, isolated from children under 5 years
old in São Luís-MA and Macapá-AP.
MATERIALS AND METHODS
Pathogen identification: 19 E. coli, among EAEC and EPEC were isolated from stool
samples from children under 5 years old in the cities of São Luís-MA and Macapá-AP.
These samples were kept in Cary-Blair transport medium and grown in MacConkey
agar medium to select E. coli isolates. Colonies with the assumed morphology of E. coli
were selected and submitted to biochemical tests. E. coli isolates were stored at -80°C in
Brain and Heart Infusion (BHI) with 20% of glycerol for further procedures.
80
Molecular identification of pathogenic categories of Escherichia coli and virulence
markers: DNA extraction was obtained from E. coli cultures grown during the night
they were resuspended in sterile distilled deionized water and boiled for 5 to 10
minutes. The survey included the detection of genes or DNA conserved regions for
analysis of the diarrheagenic E. coli strain type: eae (for EPEC and EHEC), stx 1 and
stx 2 (for EHEC), elt and est (for ETEC), ipaH (for EIEC) and aggR (for EAEC)10.
The colonies eae+ and stx- were researched for the presence of bfpA gene (which
encodes the pilin of the Bundle Forming Pilus fimbriae) to discriminate subgroups of
EPEC (typical, bfpA carriers and atypical, lacking this gene).
It was also included in this study the investigation of other virulence markers, which
encode: extended-spectrum beta-lactamase (ESBL), cytolethal distending toxin (cdt),
enterohemolysin (hlyAehec), and the siderophore yersiniabactin (irp), homologue
adhesion irgA (iha) and adherence factor of enterohemorrhagic Escherichia coli
(EHEC). The primers used are listed in Table 1.
Detection of hemolytic activity: to search for the hemolysin on blood agar, the
Escherichia coli strains were grown in Brain and Heart Infusion (BHI) at 37°C for 24h
in stationary culture. After bacterial growth, strains were grown on the surface an in
depth in agar Muller Hinton, with 5% of sheep erythrocytes washed with phosphate
buffered saline (PBS) at pH 7.4 11.
Identification of type I fimbriae: performed by growth in BHI for 24h at 37°C. Right
after, a portion of each culture was centrifuged three times (12000 rpm for 15 minutes),
always discarding the supernatant and putting PBS pH 7.4. About 500µl of the isolates
were mixed, on glass slides, with 500µl of blood washed three times with PBS, with and
81
without addition of mannose. The samples that produced hemagglutination only in the
absence of mannose were considered positive for type I fimbriae 12.
Identification of curli fimbriae: the culture was grown at 37°C in Luria Bertani
medium (LB), with pH 8, for 24h. Afterwards, the culture was sown on LB plates
(without salt) with 0.004% of Congo Red and 0.002% of Bright Blue. The plates were
incubated for 24 to 48 hours at room temperature. Red or pink colonies indicate curliproducing bacteria13.
Biofilm production: performed by the cultures in BHI, 24h after inoculation at 37°C.
Right after, a portion of each culture was diluted to 1:40 in BHI sterile medium. Each
sample, already standardized, was added to tissue culture plates with 96 wells deep Ushaped, in triplicate, along with controls, 20µL/well. Once completed, the plates were
incubated at 37°C for 24h in microbiological oven. After the incubation, the plates were
washed three times with PBS buffer with pH 7.4 and let to dry at room temperature. On
the dry plates was added 200µL of crystal violet in each well for 15 minutes at room
temperature. Then, each well was washed three times with sterile distilled water and
dried at room temperature. The plates were stained with crystal Violet and submitted to
spectrophotometry with a 470ηm filter to measure the respective absorbance for each
well. Basing on the optical density (D.O.i) produced by the isolates, and taking as basis
the negative control (D.O.c), isolates classified in the following categories14: NonProducer: D.O.i < D.O.c; Poor Producer: D.O.c < D.O.i ≤ (2X D.O.c); Moderate
Producer: (2X D.O.c) < D.O.i ≤ (4X D.O.c); Strong Producer: (4X D.O.c) < D.O.i.
Serum Resistance: the isolates were incubated in BHI at 37°C for 24 hours. 500µl of
the culture was incubated in 4.5 ml of sterile BHI for 90 minutes at 37°C. Then, the
isolates were centrifuged for 15 minutes, to resuspend in PBS later. 120µl of the
82
resuspended isolates were incubated with 60µl of human serum. The absorbance was
analyzed at 0, 30, 60, 90 and 120 minutes. Three types of human serum were used for
the test: 1) Inactivated serum at 56°C for 30 minutes; 2) Serum treated with 10mM of
EDTA; and 3) normal human serum (NHS). The isolates which had reduced the
absorbance in 50% were considered sensitive; in 50 to 90% of the initial absorbance,
were considered intermediate resistant; and above 90, as resistant 15.
Statistical analysis: it was performed using ANOVA and multiple logistic regression,
where p < 0.05 was considered statistically significant.
RESULTS
The distribution of the virulence factors is shown in Table 2. All examined virulence
factors were more prevalent in the EPEC group, except for the presence of
bla
TEM gene
and serum resistance. Besides, all the isolates from this group show at least 3 virulence
factors. The most prevalent property among the 11 EAEC isolates was serum resistance
(100%), followed by curli fimbriae (63.3%), biofilm production (63.3%) and
bla
TEM
gene (63.3%); while curli fimbriae (87.5%) and serum resistance (87.5%) were more
prevalent in the EPEC group. However, there was no association between the presence
of any of these factors and the two evaluated groups (p > 0.05).
Table 3 shows the combination of several virulence factors, according to the E. coli
strain. The number of isolates with 3 or more factors was higher in the EPEC group
(100%) than in the EAEC group (82%). However, the most complex combination of
factors was found in the second group.
83
Notably, the isolates with hemolytic activity were more homogeneous and had a larger
number of associated properties. The frequency of the virulence factors of these isolates
was: 100% of the isolates showed biofilm production and serum resistance, 75% curli
fimbriae and blaTEM.
Interestingly, only 2 isolates (10.5%) had the profile with
bla
TEM, biofilm production,
curli fimbriae, serum resistance and hemolysis; and other 2 with
bla
CTX-M, biofilm,
curli and serum resistance.
Serum resistance assays
The survival of both enteroaggregative and enteropathogenic E. coli strains was
examined: in normal human serum (NHS); under conditions which inactivated the
classical and the alternative pathways of the complement system; and in inactivated
serum. Over 70% of the isolates survived to two hours of incubation in normal serum
and about 21% decreased significantly after 30 minutes of incubation (Figure I)
On the other hand, when the isolates were incubated in heat–inactivated or EDTA–
treated serum, they did not decrease. The visualized growth was similar between these
types of serum (p > 0.05), but different when compared to normal serum (p > 0.05),
which evidences the importance of the alternative and the classical pathways, indicating
that the intact complement system is essential for the bactericidal activity. It was not
verified any association between the serum resistance and any other factors mentioned
in this study (p > 0.05).
Biofilm production assays
In this study, about 73% of the isolates were biofilm producers (Figure II). 60% of the
poor producers were EAEC, while 56% of the moderate and strong producers were
84
EPEC. However, there was no difference between the strains (p > 0.05). Among the
EPEC isolates, 50% were strong producers and 12.5% were moderate producers.
In relation to the difference virulence factors determined by producers versus nonproducers, curli fimbriae was the most prevalent factor in the first group (85%), but
there was no association between this or other factors with biofilm (p > 0.05).
DISCUSSION
Several studies have reported the prevalent heterogeneity of different virulence factors
among EAEC and atypical EPEC isolates, due to which the pathogenicity mechanism of
the infection in these two strains is not completely understood yet. This study
determined the distribution of 16 virulence factors in EAEC and atypical EPEC isolates.
There was no association between these strains specific properties. There are few
studies evaluating the prevalence of these properties in the isolates we studied,
especially in São Luís and Macapá.
None of the studied properties was present in all the isolates, however this study
identified serum resistance, curli fimbriae and ESBL as the most frequent among the
isolates. All the evaluated properties were more prevalent in EPEC than in EAEC. The
most present factor in EPEC was curli fimbriae (100%), biofilm production and serum
resistance (87.5% each); while in EAEC, the most frequent was serum resistance
(100%), biofilm, curli fimbriae and
bla
TEM (63.3% each). However, these factors were
not specific for EAEC and EPEC.
The number of isolates carrying 4 or more virulence factors was expressive in all strains
(63%). Some authors suggested that only strains presenting at least 2 virulence factors
should be considered as potential pathogens16.
85
Compared to other studies performed with EAEC and atypical EPEC isolated from
children in developing countries, our data showed significant differences and a few
similarities. Recent researches report high variation in the presence of yersiniabactin
(22% to 60%), moderate prevalence of cdt (8% to 23%), efal (20%) and iha (20%)8,17,18.
Most of them were not found in this study.
On the other hand, ESBL was found in most of the isolates: in our study, this factor was
detected in 13 (68%). This result is similar to the other studies data, which show a big
number of Escherichia coli samples with
bla
TEM and
bla
CTX-M genes.19,20,21 One of
the most important properties in pathogenic microorganisms is the resistance to
bactericidal activity. To survive, microorganisms must avoid serum bactericidal activity
to establish infection. The complement system is the first line of defense and the
greatest weapon of innate immunity. E. coli has shown strategies to regulate several
steps of the complement system cascade, such as ability to reduce or delay C3b
deposition through the outer protein of the membrane A.22,23,24 Interestingly, we
demonstrated that only one isolate in this research was sensitive to the bactericidal
activity, although growth in normal human serum (NHS) has been smaller than in
EDTA–treated serum and heat–inactivated serum. This data suggests that the survival
pattern of both EAEC and EPEC strains is the same and that the classical and the
alternative pathways of the complement system contribute to control the isolates
growth.
In conclusion, our data has clearly indicated that both EAEC and atypical EPEC present
a heterogeneous combination of virulence factors. Thus, it’s not possible to associate
any of these properties or combinations with the two groups.
ACKNOWLEDGMENTS: Fundo de Amparo a Pesquisa do Estado do Maranhão FAPEMA
,
86
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89
TABLE I - Primers used to identify different Escherichia coli virulence factors.
Gene
Virulence Factor
Sequence (5' a 3')
Amplicon size Reference
(bp)
aggR
Transcription factor
GTATACACAAAAGAAGGAAGC
254
ACAGAATCGTCAGCATCAGC
cdt
Cytolethal distending toxinl
GAAARTAAATGGAAYAYAMATGTCCG
10
466
AATCWCCWRSAATCATCCAGTTA
bfpA
Bundle-forming pili
ATTGAATCTGCAATGGTGC
25
461
ATAGCAGTCGATTTAGCAGCC
eae
Intimin
CCCGAATTCGGCACAAGCATAAGC
26
881
CCATACTGATTGCCGCAAT
stx
Verotoxin
GAGCGAAATAATTTATATGTG
27
518
TGATGATGGCAATTCAGTAT
irp2
yersinIabactin
AAGGATTCGCTGTTACCGGAC
27
264
TCGTCGGGCAGCGTTTCTTCT
bla
TEM
TCGCCGCATCACACTATTCTCAGAATGA
28
445
ACGCTCACCGGCTCCAGATTTAT
bla
CTX-
ATGTGCAGYACCAGTAARGTKATGGC
593
Extended-spectrum β-lactamases
29
M
TGGGTRAARTARGTSACCAGAAYCAGCGG
bla
ATGCGTTATATTCGCCTGTG
SHV
747
TGCTTTGTTATTCGGGCAAA
efa1
EHEC factor for adherence
AAGGTGTTACAGAGATTA
268
TGAGGCGGCAGGATAGTT
hlyEHEC
Enterohemolysin
GCATCATCAAGCGTACGTTCC
30
534
AATGAGCCAAGCTGGTTAAGCT
iha
IrgA homologue adhesin
CAGTTCAGTTTCGCATTCACC
GTATGGCTCTGATGCGATG
31
1305
32
90
TABLE IIVirulence factors in EAEC and EPEC isolates
Virulence fator
EAEC n (%)
EPEC n (%) Cumulative n (%)
Biofilm
7 (63)
7 (87)
14 (73)
Type I fimbriae
3 (27)
0
3 (15)
Curli
7 (63)
8 (100)
15 (78)
bla
2 (18)
1 (12)
3 (15)
bla
7 (63)
3 (37)
10 (52)
Irp
0
2 (25)
2 (10)
Iha
0
1 (12)
1 (5)
11 (100)
7 (87)
18 (94)
2 (18)
2 (25)
4 (20)
CTX-M
TEM
Serum resistance
Hemolysis
The others virulence factors were not founded in isolates studied.
91
TABLE III
Combinations of putative virulence factors among EAEC and EPEC strains
Strain
Virulence factors combination
Nº virulence Nº (%) of
factors
EAEC
strains
bla
TEM, Biofilm, curli, R Factor, Hemolysis
5
1 (9%)
bla
TEM, Biofilm, type I fimbriae, R Factor,
5
1 (9%)
4
1 (9%)
Biofilm, curli, type I fimbriae, R Factor
4
1 (9%)
bla
CTX-M, Biofilm, curli, R Factor
4
1 (9%)
bla
TEM, Biofilm, type I fimbriae, R Factor
4
1 (9%)
bla
TEM, Biofilm, curli, R Factor
4
1 (9%)
bla
CTX-M, Biofilm, R Factor
3
1 (9%)
bla
TEM, curli, R Factor
3
1 (9%)
Biofilm, R Factor
2
1 (9%)
bla
TEM, Biofilm
2
1 (9%)
bla
TEM, Biofilm, curli, R Factor, hemolysis
5
1 (12,5%)
irp, Biofilm, curli, R Factor, hemolysis
5
1 (12,5%)
bla
TEM, irp, curli, R Factor
4
1 (12,5%)
bla
CTX-M, Biofilm, curli, R Factor
4
1 (12,5%)
Biofilm, curli, R Factor, iha
4
1 (12,5%)
bla
TEM, curli, R Factor
3
1 (12,5%)
Biofilm, curli, R Factor
3
2 (25%)
hemmolysis
bla
EPEC
TEM, Biofilm, curli, R Factor
R Factor – serum resistance.
LEGENDS OF FIGURES
92
FIGURE I - Survival of EAEC and EPEC strains in adult human sera. E. coli strains grown
overnight (postexponential) were subjected to serum bactericidal assays using adult human
sera either untreated (A), EDTA-treated serum(B) and heat-inactivated (C). The results are
presented as means of three category (sensible, intermediary and sensible) in individual
experiments and are expressed as relative survival with the survival of E. coli at 0 min being
taken as 100%.
FIGURE II- Biofilm formation (BF) of EAEC and EPEC strains. The mean BF index was
higher for EPEC than for EAEC strains, but there was not difference among two strains
ANOVA (p > 0,05).
93
94
FIGURE II
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