Revista de Biologia e Ciências da Terra ISSN: 1519-5228 [email protected] Universidade Estadual da Paraíba Brasil Cavalcante Reis, Tadeu; Souza Santos, Tiago de; Pereira Andrade, Alexandro; Fernandes Neves, Anderson Efeitos de fitotoxidade do herbicida 2,4-D no milho em aplicações pré e pós-emergência Revista de Biologia e Ciências da Terra, vol. 10, núm. 1, 2010, pp. 25-33 Universidade Estadual da Paraíba Paraíba, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=50016930002 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 10 - Número 1 - 1º Semestre 2010 Efeitos de fitotoxidade do herbicida 2,4-D no milho em aplicações pré e pósemergência Tadeu Cavalcante Reis1, Tiago de Souza Santos2, Alexandro Pereira Andrade3, Anderson Fernandes Neves2 RESUMO Plantas espontâneas despontam como entraves à cultura do milho, e podem causar prejuízos de até 85% da produção. Objetivou-se com este trabalho, avaliar diferenças no desenvolvimento vegetativo e fitotoxidade na cultura do milho, sob efeito de diferentes concentrações de 2,4-D em aplicações pré-emergência e pós-emergência. Foi utilizado delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 4. Os tratamentos utilizados foram duas épocas de aplicação: Pré e Pósemergência, e quatro dosagens: 0,0; 1,5; 2,0 e 3,0 L.ha -1 do produto comercial. Utilizou-se a variedade ORION, e o herbicida a base de 2,4D foi o U 46® D-Fluid. O experimento foi conduzido em vasos plástico, onde se colocou solo e plantaram-se três sementes por vaso, sendo então realizado um desbaste nas plantas posteriormente, ficando somente a mais vigorosa, e recebendo então os tratamentos. As variáveis analisadas foram: percentual de fitotoxidade, altura de plantas, massa verde da parte aérea e das raízes e matéria seca da parte aérea e das raízes. O aumento das doses em pré-emergência houve uma tendência de redução do tamanho das plantas, ao contrário da aplicação pós-emergência, em que as plantas apresentaram alturas maiores. Há uma tendência de maior fitotoxicidade à medida que as doses se elevaram. No tratamento de pré-emergência a massa verde da parte aérea apresentou um aumento até a dosagem de 1,5 L.ha-1 e.a, seguido de uma acentuada queda até a dose final, enquanto na pós-emergência houve somente uma discreta queda. Houve uma tendência de aumento inicial, seguido de decréscimo na matéria seca da parte aérea com o aumento das doses. A utilização do 2,4D incrementa um efeito de fitotoxidade com o incremento das doses, provocando efeitos negativos sobre as plantas de milho. Palavras-chave: manejo cultural, matéria seca, planta daninha Effects of phytotoxicity of the herbicide 2,4-D applications in maize in pre-and post-emergence ABSTRACT Spontaneous plants are a severe problem in maize culture, and may cause a decrease in yield up to 85%. The objective of this study was to evaluate differences in plant growth and phytotoxicity in maize, under the effect of different concentrations of 2,4-D applications in pre-emergency and postemergence. We used a randomized design in factorial 2 x 4. The treatments were two application periods: Pre and Post-emergence, and four doses: 0.0, 1.5, 2.0 and 3.0 L.ha-1, a commercial product. We used the ORION range, and the basis of herbicide 2,4-D was 46 U® D-Fluid. The experiment was conducted in plastic pots, where to put soil and planted three seeds per pot, and then performed a further thinning the plants, leaving only the most vigorous, and then receiving the treatments. The variables were: percentage of phytotoxicity, plant height, fresh weight of shoots and roots and dry weight of shoots and roots. Increasing the pre-emergence was a trend of reduction in plant size, unlike the post-emergence application, in which the plants had greater heights. There is a tendency for higher phytotoxicity as the doses increased. In the treatment of pre-emergence mass of green shoots showed an increase to the doses of 1.5 L.ha -1, followed by a sharp decline until the final dose, while in post-emergence was only a slight decrease. There was a trend of initial increase followed by decrease in shoot dry matter with increasing doses. The use of 2,4-D increases the effect of phytotoxicity with increasing doses causing adverse effects on corn plants. Keywords: cultural management, dry matter, weed. 1 INTRODUÇÃO A cultura do milho ocupa posição de destaque na economia brasileira e, em decorrência da área plantada e do volume colhido, estima-se, para a primeira safra de 2009/2010, uma produção de 33.000 mil toneladas (Conab, 2009). Todavia, sabe-se que as perdas de produtividade ocasionadas pela ocorrência de plantas daninhas nessa cultura podem atingir prejuízos da ordem de até 85% (Karam et al., 2008), diferindo em função da espécie, do grau de infestação, do tipo de solo e das condições climáticas, além do estádio de desenvolvimento da cultura em relação ao clima (Pires, 2005). De acordo com Karam & Melhorança (2006) e Silva (1999), as plantas daninhas competem com a cultura do milho por água, luz e nutrientes minerais, além de apresentarem também influências indiretas, como hospedagem e transmissão de doenças e pragas, além de algumas vezes terem ações alelopáticas, ocasionando perdas na produção do milho. Segundo Emygdio & Teixeira (2006), a importância em se prevenir infestações de plantas daninhas está na premissa de se evitar a introdução, o estabelecimento e a disseminação de novas espécies daninhas, uma vez que a erradicação torna-se economicamente inviável em grandes áreas de cultivo. Dentre os métodos de controle de plantas daninhas no cultivo do milho, o químico ainda é o mais utilizado. Estima-se que o uso de herbicidas abranja aproximadamente 65% de toda a área cultivada com esse cereal, no Brasil (Karam et al., 2008). Atualmente, há, no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), registros de 35 ingredientes ativos para tal cultura, constituintes de formas isoladas ou misturas de 129 produtos formulados, pré ou pós-emergências (BRASIL, 2009; AGÊNCIA, 2009). Ao se pensar em controle químico em milho, algumas considerações devem ser feitas, a eficiência no controle das principais espécies na área cultivada e o efeito residual dos herbicidas para as culturas que serão implantadas em sucessão ao milho (Karam & Melhorança, 2002). Segundo Oliveira Júnior, (2005), o 2,4-D está inserido no grupo de herbicidas que se comportam como mimetizadores de auxinas, que também são conhecidos por reguladores de crescimento ou herbicidas hormonais, em função da similaridade estrutural com a auxina natural das plantas. De acordo com Ferreira et al. (2005), este herbicida induz intensa proliferação celular em tecidos, causando epinastia de folhas e caule, além de interrupção do floema, impedindo o movimento dos fotoassimilados das folhas para o sistema radicular. O herbicida 2,4-D é um regulador de crescimento que possui efeito análogo ao hormônio auxina. Trabalho realizado por Severino et al. (2004), em plântulas de mamoneira tratadas com subdoses de 2,4-D, observaram pecíolos retorcidos e deformados e folhas em todas as direções, inclusive com a face inferior voltada para cima, caule inchado e com diâmetro além do normal, apresentando rachaduras e estruturas parecidas com nódulos, curvatura na haste principal, redução no crescimento em altura e no número de folhas e maior produção de raízes. Trabalho realizado por Pacheco et al. (2007) mostra que a aplicação do 2,4-D em plantas de milheto apresenta redução na altura em relação à testemunha, à medida que as doses utilizadas se elevam, partindo da média de 12% para a dose 335 g.ha-1 de ácido 2,4-D e chegando a 21% para a dose 1.005 g.ha-1. Já Farinelli et al. (2005) acharam resultados divergentes, onde plantas de milheto tratadas com 2,4-D apresentaram maior crescimento em relação à testemunha. Objetivou-se com este trabalho, avaliar diferenças no desenvolvimento vegetativo e diferentes concentrações de 2,4-D em 2 MATERIAIS E MÉTODOS O trabalho foi realizado em casa de vegetação, localizada na Universidade do Estado da Bahia – UNEB, campus IX, situada no município de Barreiras-BA, tendo como coordenadas geográficas 12º 08’ 56,2”S e 44º 57' 41,3" W, e altitude média de 492 m. Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado, através de um esquema fatorial 2X4, sendo duas épocas de aplicações (pré-emergência e pós-emergência), quatro concentrações do produto (0 g.ha-1 de 2,4-D; 1.005; 1.340 e 2.010 g.ha-1 de ácido 2,4D (correspondentes à 0,0; 1,5; 2,0 e 3,0 L.ha-1 do produto comercial) e três repetições, totalizando vinte e quatro unidades experimentais. Utilizou-se para esse experimento a variedade ORION, da BIONACIONAL SEMENTES G.M. LTDA. Realizaram-se também tratamentos das sementes com os produtos Semevin e Grafite. O herbicida a base de 2,4-D que foi utilizado no experimento foi o U 46® D-Fluid 2,4-D. O experimento foi conduzido em vasos de plástico com capacidade para cinco quilos de solo. Plantaram-se três sementes por vaso, realizando-se posteriormente o desbaste das plantas, ficando apenas a planta mais vigorosa, tanto para as que receberam aplicações pré como pós-emergência. O solo utilizado no ensaio foi retirado de área da Universidade, sendo caracterizado através de análise de solo para fertilidade. Em seguida o solo foi colocado para secar ao ar, e posteriormente peneirado, com a finalidade de aplicações pré-emergência e pós-emergência. retirar as impurezas, como pedras e torrões maiores. Posteriormente, foram preenchidos vasos plásticos com este solo, e acrescentado superfosfato simples (15 g/vaso), pois os mesmos encontraram em níveis baixos. Não houve a necessidade de se adicionar potássio nem realizar calagem, pois estes se encontram em níveis satisfatórios para o desenvolvimento da cultura. A aplicação do produto foi realizada em duas épocas. A primeira no dia do plantio e a segunda aos 21 dias após o plantio (DAP), quando as plantas se apresentavam entre cinco e seis folhas. O produto foi aplicado através de um pulverizador manual simples, acoplado a garrafa pet de 1 litro, com bicos cone cheio e volume de calda de aproximadamente 300 L.ha 1 . As concentração da calda para as dosagens de 1,5, 2 e 3 L.ha-1 foram 5 mL, 6,7 mL e 10 mL, respectivamente. As avaliações foram feitas após decorrerem 21 dias da aplicação pós-emergência (42 DAP), onde foram observadas e mensuradas as variáveis: altura de plantas; notas de fitotoxidade; massa verde da parte aérea e raízes; matéria seca da parte aérea e raízes. A altura das plantas foi mensurada através de uso de trena, medindo-se do colo da planta até a inserção da última folha. As notas de toxidade foram atribuídas através de banca examinadora composta por 4 pessoas, a partir dos critérios citados por Ferreira et al. (2005), Oliveira Júnior (2005) e Severino et al. (2004), como folhas retorcidas, crescimento anormal do caule e plantas mal formadas (Tabela 1). Tabela 1 - Caracterização de notas na atribuição dos sintomas de fitotoxidade. Nota Sintomas 0 sem sintomas visuais de fitotoxidade 1 entre 1 e 20% de danos visuais 2 entre 21 e 40% de danos visuais 3 entre 41 e 60% de danos visuais 4 entre 61 e 80% de danos visuais 5 entre 81 e 100% de danos visuais ou planta morta A massa verde da parte aérea e raízes foram realizadas através da pesagem em balança digital. A matéria seca da parte aérea e raízes foram realizadas através de secagem em estufa com circulação forçada de ar, com temperatura de 55°C até peso constante. Foi realizada uma análise de variância para verificação da significância dos tratamentos por meio do Teste F, ao nível de 5% de probabilidade. Para efeito significativo dos tratamentos, foi realizado desdobramento dos graus de liberdade em efeitos principais e da interação. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa GENES (Cruz, 2006). 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Após a análise dos dados de altura das plantas, verificou-se que houve diferença significativa entre as épocas de aplicações apenas para a maior dosagem, que foram de 41,67 cm para pré-emergência e 75,5 cm para pós-emergência (Figura 1). Figura 1 – Altura de plantas de milho sob a aplicação de doses 2,4D em pré e pós-emergência. Este comportamento pode ser explicado pelo fato destas plantas entrarem em contato com o produto desde o momento da germinação, o que pode ter resultado numa maior absorção. Pode ser notado, com o aumento das doses em pré-emergência, houve uma tendência de redução do tamanho das plantas, embora não tenham sido observadas diferenças estatísticas (Tabela 2). Pacheco et al. (2007), trabalhando com milheto na dosagem de 1.005 g.ha-1, acharam redução na altura em relação à testemunha variando de 7 a 27%, sob diferentes momentos de aplicações. Tabela 2 - Altura das plantas (cm) de milho sob diferentes doses de 2,4-D. Tratamentos 0,0 L.ha-1 1,5 L.ha-1 Pré-emergência 60,42 a 60,50 a Pós-emergência 60,42 a 47,67 a 2,0 L.ha-1 3,0 L.ha-1 55,67 a 63,67 a 41,67 b 75,50 a CV (%) = 15.2 DMS doses = 14,74 DMS aplicação = 19,91 As médias seguidas de uma mesma letra, em cada coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo Teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade. A mesma tendência não foi observada na aplicação pós-emergência, que ao contrário, apresentaram alturas das plantas maiores (Figura 1). Este comportamento pode estar relacionado a algum efeito fisiológico do 2,4-D, promovendo o alongamento celular do caule. De acordo com Oliveira Júnior (2005), o 2,4-D atua na plasticidade da parede celular, provavelmente através da acidificação desta, e no estímulo da RNA polimerase, que resulta em aumentos subseqüentes de auxinas e giberelinas, promovendo a divisão e alongamento celular acelerado nas partes novas da planta, que em altas concentrações se torna desordenado, ativando seu metabolismo e levando ao seu esgotamento. Ainda de acordo com este autor, a tolerância das gramíneas é determinada por um somatório de fatores, como uma baixa penetração e limitada translocação pelo floema, por causa de estruturas anatômicas como nós e meristema intercalar, os quais favorecem reações de conjugação. Farinelli et al. (2005), também observaram maiores alturas de plantas de milheto com o incremento das dosagens de 2,4D. Para as notas de fitotoxidade, não houve diferença significativa (P>0,05) entre as épocas de aplicação, sendo que entre as doses, observaram-se diferenças nas notas de fitotoxidade a partir da concentração (1,5 L.ha-1 e.a). Os modelos que mais se adequaram aos dados foi o modelo quadrático, no qual, pôde ser observado que obteve maior percentual de fitotoxicidade para a aplicação pós-emergência do produto, mas na dose de 3,0 L.ha-1, houve maior efeito de fitotoxicidade com a aplicação pré-emergência, havendo uma diferença de 11% nesta dosagem entre as épocas de aplicação (Figura 2). De qualquer maneira, percebeu-se uma tendência de maior fitotoxidade à medida que as doses se elevaram. Farinelli et al. (2005), trabalhando com dosagens inferiores a 1.005 g.ha-1 na cultura do milheto, não perceberam efeitos de fitotoxidade, obtendo resultados similares aos encontrados nesta faixa de concentração. Figura 2 – Percentual de fitotoxicidade em milho com doses e épocas de aplicação de 2,4D. Analisando os dados de massa verde da parte aérea, estes foram adequados ao modelo quadrático, para as duas épocas de aplicação do produto (Figura 3). Observou-se que no tratamento pré-emergência, a massa verde apresentou uma tendência de aumento entre a testemunha e a dosagem 1,5 L.ha-1 e.a, com uma acentuada queda até a maior dosagem. Este comportamento dá indícios de que a menor dosagem utilizada de 2,4-D estimulou o aumento da massa verde da parte aérea das plantas de milho, e que com o aumento das doses, o mesmo composto passou a ter um efeito limitante no acúmulo de massa verde. Figura 3 – Massa verde da parte aérea (g) do milho sob o efeito de doses e época de aplicação do 2,4D. Este comportamento de acréscimo de massa verde na parte aérea são comparáveis com os resultados encontrados por Farinelli et al. (2005), na cultura do milheto. De acordo com Ferreira et al. (2005) e Oliveira Júnior (2005), o 2,4-D tem o comportamento similar ao da auxina, promovendo a aceleração do metabolismo de ácidos nucléicos, podendo explicar o comportamento observado em função de um efeito favorável ao acúmulo de massa nas menores doses e um efeito desfavorável nas maiores doses. Alguns parâmetros que não foram avaliados, como o diâmetro do colmo, o número de folhas e a área foliar, seriam importantes para melhor explicar o comportamento da massa verde da parte aérea. No tratamento pós-emergência não houve diferença significativa entre os dados, demonstrando apenas uma discreta tendência de queda com o incremento das dosagens. Pelo fato das plantas no momento da aplicação pósemergência estarem mais desenvolvidas, provavelmente os mecanismos de defesa descritos por Ferreira et al. (2005) podem ter sido mais efetivos que nas aplicações préemergências. A variável de massa verde de raiz, obteve um ajuste no modelo quadrático somente para a aplicação pré-emergência do herbicida, sendo que não houve significância para a aplicação pós-emergência (P >0,05) (Figura 4). Figura 4 - Massa verde das raízes (g) do milho sob o efeito de doses e época de aplicação do 2,4D. Dessa forma, notou-se um acréscimo de massa verde na raiz entre a testemunha e a dose 1,5 L.ha-1 e.a, com queda até a dose 3,0 L.ha-1 e.a, para aplicação pré-emergência, enquanto essa variável nas doses aplicadas em pósemergência apresentou uma discreta tendência de decréscimo entre a testemunha e a maior concentração. As explicações para este comportamento podem ser as mesmas relacionadas para a variável massa verde da parte aérea. Na variável matéria seca da parte aérea houve uma adequação ao modelo quadrático para o produto aplicado em pré-emergência e ao modelo cúbico para aplicação do produto em pós-emergência (Figura 5). Verificaram-se, em ambas as épocas de aplicações, houve uma tendência de um aumento inicial, seguido de decréscimo. Embora tenham apresentado comportamento semelhante, na aplicação préemergência, a tendência de aumento foi observada até a terceira dosagem, enquanto na aplicação pós-emergência foi até a segunda. Figura 5 – Percentual de matéria seca da parte aérea de plantas de milho tratadas em pré e pós-emergência com diferentes doses de 2,4-D. Comparando-se as formas de aplicação, observou-se diferença estatisticamente significativa apenas para a dosagem 2,0 L.ha-1 e.a, pois enquanto a variável, nesta dose, aplicada em pré-emergência, apresentava acréscimo em relação às doses anteriores, na aplicação em pós-emergência, a mesma já estava em decréscimo. A tendência de aumento da terceira para a quarta dose na aplicação pósemergência pode ter sido devido a fatores do acaso, pois não apresentaram diferenças estatísticas. Tabela 3 – Percentual de matéria seca da parte aérea de plantas de milho tratadas com diferentes doses de 2,4D em pré e pós-emergência. Tratamentos 0,0 L.ha-1 1,5 L.ha-1 2,0 L.ha-1 3,0 L.ha-1 Pré-emergência Pós-emergência 11,95 a 12,31 a 12,73 a 13,08 a 13,03 a 10,90 b 11,07 a 11,49 a CV (%) = 6,71 DMS doses = 1,40 DMS época = 1,89 As médias seguidas de uma mesma letra, em cada coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo Teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Avaliando-se a matéria seca da raiz, os dados foram ajustados ao modelo quadrático para a época de aplicação pré-emergência, sendo que a aplicação pós-emergência não houve efeito significativo (Figura 6). Observou- seca da parte aérea, com uma tendência de queda a partir da terceira dose para aplicações pré-emergência e na segunda dose para aplicações pós-emergência, com um aumento sem diferenças significativas para a quarta dose, Figura 6 – Percentual de matéria seca das raízes de plantas de milho tratadas em pré e pós-emergência com diferentes doses de 2,4-D. Avaliando estes dados, percebe-se que na dose de 3,0 L.ha-1 e.a, obteve uma redução no percentual da matéria seca com a aplicação pré-emergência, obstante de que houve um aumento com aplicação pós-emergência, com uma diferença de 26% na matéria seca das raízes para essa dose. Durante a aplicação em pré-emergência, há uma diferença significativa entre as doses de 2,0 e 3,0 L.ha-1 e.a, com uma redução de 38% na matéria seca das raízes. De acordo com Pacheco et al. (2007), as épocas de aplicação do 2,4-D que proporcionaram menores taxas de acúmulo de massa verde e seca em plantas de milheto, foram observadas quando esse herbicida foi aplicado nos estádios mais precoces de desenvolvimento. Isso pode ser atribuído ao fato de plantas daninhas mais jovens apresentarem cutícula mais delgada, o que favorece a absorção dos herbicidas. Quanto ao efeito de doses, verificou-se que o incremento nas doses de 2,4-D resultou em menor produção de massa verde e seca da parte aérea das plantas de milheto, reduzindo de 13% para 28% entre as dosagens 335 g.ha-1 e 1005 g.ha-1 para massa verde da parte aérea e de 13% para 33% para matéria seca da parte aérea. Esses resultados foram contrários aos constatados por Farinelli et al. (2005), onde percebeu-se que com o incremento das doses, tanto a massa verde quanto a massa seca da parte aérea e do sistema radicular foram maiores em relação à testemunha. 4 CONCLUSÕES O 2,4-D apresenta comportamento contrário para as alturas das plantas entre as épocas de aplicações. Os sintomas de fitotoxidade foram maiores com o incremento das doses. Maiores doses, em geral, provocam maiores efeitos negativos sobre as plantas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. SIA: Sistema de informações sobre agrotóxicos. Disponível em: http://www4.anvisa.gov.br/agrosia/asp/default.a sp. Acesso em: 29/09/2009. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Consulta de produtos formulados. Disponível em: http://extranet. agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit _cons. Acesso em: 15/10/2009. CONAB. Acompanhamento da safra brasileira: grãos, segundo levantamento 2009. 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[1] Prof.º do Curso de Engenharia Agronômica – UNEB - Campus IX – Barreiras – BA. [email protected] [2] Engenheiro Agrônomo – UNEB – Campus IX – Barreiras – BA. [3] Mestrando em Zootecnia – UFPB – CCA PPGZ – Areia – PB. [email protected]