ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AO ATENDIMENTO INTEGRAL ÀS GESTANTES: VISÃO PREVENTIVA PARA A DEPRESSÃO PÓS-PARTO Adryana de Freitas Soares Nascimento¹, Alana Almeida Pereira¹, Geisilane Fernandes Torres Melo¹, Queila Nunes Pereira¹, Suzana Karina Ladeia Ledo¹, Karla Moreira da SilvA², Luiz Humberto Rodrigues Souza³, Pablo Teixeira Viana4 ¹Graduanda do Curso de Enfermagem, CESG/FG, Guanambi – BA. Email: [email protected]. ²Profª. M.Sc. Karla Patrícia Moreira da Silva - CESG/FG, Guanambi – BA. ³Prof. M.Sc. Luiz Humberto Rodrigues Souza - CESG/FG, Guanambi – BA. 4 Prof. M.Sc Pablo Teixeira Viana - CESG/FG, Guanambi – BA. RESUMO: Objetivou-se com a realização do presente estudo avaliar a atuação do enfermeiro na prevenção à Depressão Pós-Parto (DPP), mensurando sua importância na melhoria da qualidade de vida das gestantes. A coleta dos dados foi realizada no período compreendido entre os dias 06 a 10 de Maio de 2013. A amostra foi composta por 15 entrevistados atuantes nas USF do presente município. Este denominado estudo foi adolescido por meio de uma pesquisa de campo, e quanto o seu objetivo, encontra-se na estrutura de caráter exploratório com abordagem qualitativa. Foi possível observar que os enfermeiros apresentam conhecimentos extremamente importantes sobre a depressão pós-parto, pois além de catalogarem os fatores desencadeantes, também relataram sobre os riscos se não detectada precocemente. Conclui-se, no entanto, que as ações desempenhadas pelos entrevistados são efetivadas de modo correto, onde enfatizam o atendimento integral às gestantes e apresentam um conhecimento fundamental para a prevenção e tratamento da DPP. Palavra-Chave: Enfermagem. Gestação. Pré-natal. USF. PRACTICE NURSE TO FRONT FULL SERVICE TO PREGNANT WOMEN: A VISION TO PREVENTIVE POSTPARTUM DEPRESSION ABSTRACT: The main goal of this study was to evaluate the performance of professionals of nursing in the prevention of Postpartum Depression (PD), measuring its importance in improving the quality of life of pregnant women, from a diagnosis, using as the group of research nurses who work in the Family Health Units (FHU) In Guanambi city - Bahia. The Data collection was conducted in the period between the days 06 to 10 of May 2013. The sample consisted of 15 interviewed people in this FHU. This study was accomplished through a field research and about its goal, it was used the structure of an exploratory nature with quantitative and qualitative approach. It was observed that nurses have extremely important knowledge about postpartum depression, besides cataloging the triggers, they also reported about the risks if not detected early. We concluded, however, that the actions performed by the interviewed people are accomplished in the right way, where they emphasize comprehensive care to pregnant women and present an important knowledge to the prevention and treatment of PD 2 Keyword: Nursing. Pregnancy. Prenatal. USF. INTRODUÇÃO A gestação pode ser conceituada como um período que consiste em um processo normal de transição do desenvolvimento humano, e conforme cita Saraiva (2008), que durante todo o período gestacional determinados fatores devem ser considerados carecido às alterações lidadas entre elas fatores hormonais, psicológicos, variações de ordem social, disposição familiar, assim como a autoestima feminina, tornando-se cada vez mais complexo a tarefa de decodificar as transformações complicadas de ordem psíquica que sobrevêm durante a gravidez. A depressão se configura como um transtorno recursivo de ocorrências que apresenta duração de meses ou anos, podendo vir a apreender pessoas de ambos os sexos em qualquer faixa etária, e as mulheres, no entanto, têm predisposição maior para desenvolver a depressão, e no período pós-parto esta predisposição ainda é maior devido o nascimento de um bebê, demonstrando excitações emocionais ou disfunção cognitiva (AZEVEDO, 2010). De acordo com Borges (2010), a Depressão Pós Parto é uma patologia procedida de fatores catalogados a consternação biopsicossocial, operando de modo insensível ao seu aparecimento. A consulta de enfermagem convém como ferramenta indispensável para a identificação de toda e qualquer alteração exibida pela mulher, onde o enfermeiro concretiza a assistência de forma particularizada com vistas à coleta de dados (SANTOS JÚNIOR, 2009). Moraes (2007), esclarece que compete aos serviços de saúde a obtenção de utensílios para afeiçoar-se precocemente, cuidar ou se necessário conduzir essas gestantes e puérperas que apresentem sintomas depressivos, avaliando a gravidade do caso. A atuação do enfermeiro na prevenção da depressão pós-parto, conforme alude Piccinini (2011), identifica possíveis gestantes com predisposição depressiva, atenuando assim os riscos e ampliando a qualidade de vida das mesmas. Para tanto se faz necessário uma pesquisa para avaliar a atuação do enfermeiro na prevenção à Depressão Pós-Parto (DPP), mensurando sua importância na melhoria da qualidade de vida das gestantes, a partir de um diagnóstico, utilizando como universo de pesquisa os enfermeiros que atuam nas Unidades de Saúde da Família (USB) do Município de Guanambi - Bahia. 3 O interesse pela temática apareceu através do conhecimento, por meio de leituras, da grande quantidade de mulheres que apresentam atualmente a DPP. No entanto, o desígnio desta pesquisa desenvolve-se na tentativa de enriquecimento sobre o dado assunto, levando-se em consideração a grande acuidade da atuação do enfermeiro na prevenção da DPP, visto que este realiza uma função onde proporciona apoio fundamental às gestantes. Buscando-se dessa forma contribuir com o meio científico e possibilitando assim discussões pertinentes e mais plausíveis. Neste contexto, objetivou-se com a realização do presente trabalho verificar as ações de enfermagem desenvolvidas para a prevenção da Depressão Pós-Parto nas Unidades de Saúde da Família (USF) do Município de Guanambi – Ba. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi realizado no Município de Guanambi – Bahia, localizado na Região Sudoeste da Bahia. A coleta dos dados foi realizada no período compreendido entre os meses de março e maio de 2013, com estimativa de população para o ano de 2012 de 79.936 habitantes, segundo dados do (IBGE, 2010), com colaboração da CESG (Centro de Educação Superior de Guanambi). Para tanto, se baseou em uma pesquisa de campo, exploratória e qualitativa onde se procurou interpretar os fenômenos e a atribuição de seus significados. Para seu desempenho, buscou compreender a profundeza dos fenômenos que submergem o tema proposto, considerando a relação social com as determinantes e os modos que essa população encontrase inserida dentro do campo de estudo. Este estudo foi sistematizado em quatro etapas, que conforme elucida Lopes (2005), que se determina em: (1) definição do objeto; (2) observação; (3) descrição e interpretação e (4) Resultados. As fundamentais operações metodológicas foram: (1) revisão de literatura; (2) pesquisa exploratória ou de campo; (3) definição do problema e das hipóteses; (4) definição do corpus da pesquisa; (5) definição da dimensão e do dispositivo de análise; (6) análise descritiva e interpretativa; (7) verificação das hipóteses e elaboração das generalizações. A amostra do estudo foi composta por um total de 15 Enfermeiros (79%) da população, lotados nas Unidades de Saúde da Família (USF) do Município de Guanambi – Ba, dos respectivos bairros: Alto Caiçara, Alvorada, Beija Flor, BNH, Brasília, Centro, Lagoinha/Tabuinha, Monte Azul, Monte Pascoal, Morrinhos, Mutans, Paraíso, São Francisco, 4 Vila Nova e Vomitamel, totalizando 79% (15 USF) de uma população de 19 (100%) Unidades. Cada USF é composta por um enfermeiro (a), responsável pelo setor. A escolha dos indivíduos (enfermeiros) foi realizada de forma aleatória, obtendo assim, informações que representam a percepção dos mesmos sobre a temática indagada. A inclusão dos sujeitos na pesquisa seguiu os critérios definidos, sendo facultativa a participação do profissional. Da mesma forma, os sujeitos que não respondessem aos critérios, bem como os que desistissem de participar, foram excluídos da pesquisa. A coleta de dados foi realizada por meio da entrevista semi-estruturada, previamente elaborada com questões objetivas e subjetivas, aplicada aos enfermeiros (as) atuantes nas Unidades de Saúde da Família (USF’s) investigadas, no qual constam itens que buscam levantar sobre o tema proposto. As entrevistas foram realizadas mediante uma explanação sobre os principais objetivos da pesquisa sendo identificar precocemente as mulheres (gestantes e puérperas), com predisposição a desenvolver a depressão, reconhecer os principais sintomas que caracterizam a depressão e estabelecer ações imediatas para minimizar os ricos do desenvolvimento da DPP (Depressão Pós Parto), estabelecer diferenças entre os sintomas característicos do período puerperal (Baby Blues), daqueles que tendem a ser patológicos, onde cada participante foi solicitado a assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE. Para garantir o sigilo dos dados coletados, os indivíduos participantes da entrevista foram identificados com a letra “A” seguida de um número decimal (A1, A2...). A análise de dados procedeu-se inicialmente a transcrição na íntegra dos depoimentos dos entrevistados. Após este período, fez-se a leitura recorrente das falas procurando unidade de significado comum. Para discussão dos resultados encontrados, os dados foram confrontados com a literatura referente. Com base no método, apoiado por Triviños (1987), essas etapas consistiu em leitura flutuante dos dados coletados, onde foram consideradas todas as entrevistas, agrupado as respostas e quantificado os conteúdos; a exploração do material ocorreu com a identificação dos núcleos temáticos, onde os dados obtidos foram ordenados e organizados de forma a constituir uma categorização das entrevistadas, permitindo selecionar as informações obtidas, a fim de reuni-las em núcleos temáticos, de acordo com os objetivos do estudo; e, por conseguinte, o tratamento dos resultados obtidos e interpretados, onde foram analisados e discutidos, em conformidade com os procedimentos descritos por Bardin (1997, p.56). Contudo, os dados resultantes da aplicação dos questionários foram analisados de forma descritiva, utilizando-se a Técnica de Análise de Conteúdo Temático, que conforme 5 Freitas & Janissek (2000), este tipo de análise beneficia o foco somente nas questões mais complacentes para o estudo, concebendo, assim, uma excelente maneira para descrição, análise, compreensão e categorização de qualquer tipo de artifício vivenciado. Os dados foram processados utilizando-se o programa Excel 2010 da Microsoft®, ´versão for Windows 8, no qual foram feitas as análises estatísticas e inferenciais. As análises os resultados foram classificados em quatro eixos temáticos como mostra a seguir: Eixo I – Conhecimento do enfermeiro sobre a Depressão Pós-Parto (DDP); Eixo II – A enfermagem e o seu papel na prevenção da DPP; Eixo III – A consulta de Pré Natal na Detecção da DPP; Eixo IV – Identificação dos fatores predisponentes da DPP. RESULTADOS E DISCUSSÃO A amostra da pesquisa foi composta por 15 (quinze) enfermeiros, dos quais 13 do sexo feminino (86,6%) e 02 do sexo masculino (13,4%). A predominância desse estudo se deu ao sexo feminino com faixa etária entre 24 a 45 anos, onde os dados encontrados por Santos & Lopes (2006), colaboram com esse estudo quando descrevem que a enfermagem ainda é uma profissão predominantemente feminina, e diante disso, fica evidente que a maioria dos enfermeiros que atuam nas USF’s pesquisadas pertence ao sexo feminino. Conforme cita Furtado (2009), a questão do profissional ser do sexo masculino ou feminino, pode em alguns casos afetar a relação entre enfermeiro e paciente, porém não implica ao fato de atuarem com uma visão preventiva nesses pacientes, assim como o tempo de atuação do mesmo, o qual não interfere sobre a sua conduta diante do problema, sendo necessário nesse caso o conhecimento da patologia, o seu estudo contínuo e a ação prestada a cada usuário. Quanto à carga horária dos entrevistados 60% exerciam 40hrs semanais, 6,7% cumpriam 20hrs e 33,3% não redarguiram. No que tange ao tempo de ocupação 53% disseram exercer a profissão entre 01 a 02 anos, 20% entre 04 a 07 anos, 7% há 13 anos e os outros 20% da amostra não objetaram. Estes dados expõem a desigualdade da amostra nos quesitos avaliados, pois há dificuldade em comparar proporções diferentes e simultâneas, mas sabe-se que as extensas jornadas de trabalho podem acrescer os riscos de desenvolvimento aos desgastes físicos e emocionais. 6 A carga horária (60%) do enfermeiro implica diretamente no seu desempenho, deste modo, Santos & Guirardello (2007), apoia destacando em seu estudo que a carga horária de trabalho excessiva pode desencadear a fadiga mental nos enfermeiros, ocasionando agitações na concentração, distúrbios do sono e desconforto físico. O estudo de Lino (2004), descreve que a carga horária de trabalho excessiva causa desequilíbrio no exercício de suas funções, comprometendo a atuação desse profissional no exercício da profissão. Ao analisar o Eixo I – que avalia o conhecimento do enfermeiro sobre a Depressão Pós-Parto (DDP), as respostas variaram como mostra a (Figura 1), em que 67% dos entrevistados responderam sim, discorrendo como sendo uma patologia que pode acometer a mulher antes e após o parto citando sintomas e o modo de prevenção, 33% informaram que não, alegando que não existe conhecimento suficiente sobre a temática em questão. Do percentual entrevistado que responderam sim, 52,8% justificaram a essa pergunta, enquanto que 47,2% não opinaram, enquanto aos que disseram não, 19,8% justificaram e 80,2% não descreveram. Isso elucidou que a maior parte dos enfermeiros que participaram da pesquisa possui conhecimento suficiente sobre a patologia citada, pois souberam relatar sobre DPP. Foi perceptível, ao analisar os questionários, que os entrevistados, apresentaram ideias que correlacionam entre si, como afirma as falas a seguir: “Sim, pois é fundamental para nós, como enfermeiros termos conhecimentos suficientes sobre patologias que acometem os indivíduos, ainda mais quando se trata de gestantes (A3).” “É uma patologia que acomete a mulher após o parto, e para nós é fundamental conhecer os sintomas para que assim possamos identificar (A6)” “Sim, pois conhecer os sintomas da DPP é extremamente importante na nossa profissão (A5).” “São sintomas facilmente identificáveis, pois para mim como enfermeira é basilar o conhecimento sobre o tema (A8).” “Sim, pois acredito que é fundamental na nossa profissão (A4).” “Para nós enfermeiros conhecer os sintomas da DPP é muito importante, pois faz parte da nossa profissão, ainda mais por estarmos em contato com essas gestantes (A11)”. “Conhecer os sintomas e como prevenir esse tipo de depressão é muito importante para nós como enfermeiros (A12)”. “Tristeza, choro, melancolia, insônia, falta de apetite, entre outros (A9)”. “Não, pois acredito que não existe conhecimento suficiente sobre um determinado tema (A13)”. 7 “O conhecimento está sempre em construção, para tanto não acredito que exista conhecimento suficiente (A14)”. “Não. Pois o conhecimento estar sempre em construção (A15)”. De acordo com a análise das respostas pode-se confirmar que 67% dos enfermeiros participantes da pesquisa conhecem a patologia e sabe diagnosticá-la, e para o atendimento às gestantes em relação às condições relacionadas à DPP essa característica é altamente relevante, o que constitui que os mesmos predispõem de desenvolturas indispensáveis para a prevenção, porém alguns objetaram não possuir conhecimento suficiente, isso gera certo conflito, pois como enfermeiro cabe a esses indivíduos o conhecimento satisfatório sobre patologias ao qual lidam no seu cotidiano profissional, não deixando de buscar enriquecer os seus conhecimentos. Azevedo (2010) colabora com esse estudo quando em sua pesquisa identificou conhecimento suficiente por parte de seus entrevistados, quanto a depressão pós parto, em que 85,7% dos entrevistados afirmam isso, já no estudo desenvolvido por Tavares & Botelho (2009), difere dos resultados encontrados, onde o autor relata que 73,4% da sua amostra expuseram não ter conhecimento satisfatório para atuarem de forma precisa com esse tipo de paciente. É imprescindível que os enfermeiros estejam cientes que o conhecimento é importante dentro da sua profissão, e tratando-se da DPP é indispensável conhecer e buscar entender não só a respeito da patologia, mas ainda a gestante de forma integral, as modificações que este período provoca na vida mulher e como lidar com a mesma após o parto, que se designa um período de grandes chances do aparecimento da patologia. O enfermeiro necessita criar em conceito as modificações incididas durante a gestação e o modo de readaptação após o parto e nas consultas de pré-natal, e segundo Sturdart (2009) faz-se imprescindível avaliar a auto-estima e o contentamento demonstrados pelas gestantes, para que após o parto, estas possam ter o suporte indispensável e disponível para encarar as transformações e precisões. Assim, fica claro que a busca contínua pela informação é de fundamental importância para que todos os profissionais possam desempenhar de forma segura sua função, em especial os que lidam de forma direta com o outro, como os enfermeiros que lidam diariamente com indivíduos que necessitam de cuidados de saúde. Figura 1 – Conhecimento do enfermeiro sobre a Depressão Pós-Parto (DDP) 8 No eixo II, os enfermeiros foram indagados quanto ao seu papel na prevenção da DPP, as respostas foram alternadas, em que cerca de 93% acreditam que a enfermagem apresenta um papel de grande importância na prevenção a DPP, enquanto que 7% proferiram que não, denotando que a enfermagem não se configura suficiente nesse caso. 46,2% justificaram e 53,8% não pronunciaram quanto a essa questão. Os entrevistados, em maior percentual, ostentaram a importância do seu papel como algo primordial, pois lidam diretamente com as gestantes. Os depoimentos abaixo confirmam os resultados citados acima: “Sim. A enfermagem apresenta um papel de grande importância, pois nós somos os responsáveis por lidar com as gestantes, acompanhando e acolhendo-as (A6)”. “As consultas são feitas por nos e com isso temos a possibilidade de prevenir e detectar (A1)”. “A enfermagem é muito importante na prevenção e tratamento da DPP, por esse motivo acredito que apresenta um papel primordial na prevenção, detecção e tratamento (A9)”. “Sim, a enfermagem possui um papel primordial na prevenção da DPP, e através de nós, enfermeiros, que acontece a prevenção, detecção e se necessário o tratamento adequado (A10)”. “Sim. A enfermagem é fundamental no processo não só de prevenção, mas também de detecção e tratamento (A13)”. “Sim, pois a enfermagem possibilita de forma direta a prevenção de inúmeras patologias, e quando se trata da DPP esta se configura como ponto chave para sua prevenção e detecção (A14)”. A grande parte dos entrevistados respondeu acreditar que a enfermagem desempenha um papel primordial na prevenção a DPP, insinuando ao fato da enfermagem atuar 9 diretamente com as gestantes e por meio deste acompanhamento pode-se avaliar a paciente, prevenindo e encaminhando se necessário ao tratamento específico carecido, o que condiz com os achados encontrados no estudo de Bianchi (2000), onde o mesmo elucida que os participantes da sua pesquisa, na sua maioria, expuseram acreditar que a enfermagem apresenta um papel preventivo frente à depressão pós-parto, o que possibilita a gestante um acompanhamento seguro, garantindo a esta um acolhimento eficaz durante e após esse período. Em estudo, Maldonado (2010), descreve que o enfermeiro tem um papel importante na prevenção da depressão, pois é com o enfermeiro (a) que a mulher tem a sua primeira consulta, e por meio dela pode-se avaliar o estado emocional e acompanhamento durante a gestação e se houver algum sintoma presente, este pode ser tratado. Já Lopes & Santos (2006), relata que a enfermagem é peça chave na prevenção da DPP, sendo ela que acompanha e encaminha se necessário for ao tratamento específico, podendo ainda atuar para que a mesma não venha a desenvolver esse tipo de patologia por meio de atividades, palestras e outras atividades. A entrevistada A15, negou essa afirmativa, ela acredita que esse profissional não tem papel primordial e sim, faz parte do processo de atendimento a esse indivíduo e deve ser vista como ponto chave para prevenção e detecção. Quando descreve: “Não. A enfermagem faz parte deste processo, mas não acredito que apresente um papel primordial na prevenção da DPP”. A fala supracitada encontra-se apoiada na de Valença (2010), quando em seu estudo descreve que a equipe de saúde da família é composta por vários profissionais responsáveis pela população vinculada, o que significa que não só o enfermeiro desempenha um papel preventivo na depressão a DPP, isso cabe a toda a equipe atuante. Diante do exposto, pode-se evidenciar que a enfermagem desempenha um papel de grande importância na prevenção à DPP, pois atua diretamente com a mulher, acompanha e assim pode estar avaliando o estado em que a mesma se encontra, como pode ainda detectar a predisposição de desenvolvimento da patologia. Contudo, as falas das entrevistadas denotam coerência com as citadas pelos autores, isso evidencia que estes enfermeiros estão de acordo com o que denota a literatura adotada. A temática a ser abordada no eixo III, abordou sobre a relação entre a consulta de prénatal na detecção da DPP. Dos enfermeiros 73% elucidaram que as consultas tendem a detectá-la, afirmando que é por meio deste acompanhamento que há o contato com a gestante e com isso tem a capacidade de avaliar esta paciente através do diálogo e observação contínua 10 durante a gestação; já 27% responderam que não, pois acreditam que na maioria das vezes os sinais aparecem somente após o parto, e o acompanhamento neste período se restringe, alegando ainda que necessitam de conhecimento sobre a vida social e familiar das mesmas, e para isso precisam de um acompanhamento mais conciso. Dos 73% que veem a consulta como meio propício para detecção da DPP 33% justificaram a essas respostas e 67% não opinaram, e os que objetaram não acreditar apenas 6,6% justificaram. Os relatos que se segue descrevem a declaração dos entrevistados quanto à consulta de enfermagem na detecção da DPP: “Sim. As consultas possibilitam um contato maior com as gestantes e isso acaba fazendo com que possamos detectar possíveis sintomas da depressão, assim como a pré-disposição dessa mulher a desenvolvê-la (A1)”. “Sim, sendo que as consultas de pré-natal permite a nós enfermeiros um contato mas direto com a gestante e isso ocasiona uma possibilidade de detectar a depressão e se necessário tratá-la (A2)”. “A atuação do enfermeiro na prevenção a depressão pós-parto deve ser através das consultas de pré-natal, onde ocorre o nosso contato com elas, a partir daí observamos, avaliamos, dando a elas todo apoio, orientação e suporte emocional imaginável, porém se houver a detecção da depressão fazemos o encaminhamento desta gestante a um profissional especialista para que assim ela tenha um melhor suporte e tratamento (A12)”. “Acredito que sim, pois é por meio delas o contato com a gestante, o acompanhamento, o acolhimento e isso possibilitam a detecção (A8)”. “Não. Pois acho que necessite de um acompanhamento multidisciplinar, sendo que, só as consultas, acredito não serem suficientes (A15)”. O diagnóstico feito pelos enfermeiros é fundamental para a paciente, pois a avaliação de forma precoce é essencial para o tratamento, e esse diagnóstico significa a identificação das precisões essenciais a cada mulher. Maldonado (2010), corrobora com o estudo, quando descreve que as consultas realizadas por enfermeiros concebe a aplicação de um procedimento de cuidado, de aproximação, colocando em oscilação o método e a suscetibilidade de modo integrante, inserindo este profissional ao contato direto com a paciente, permitindo desvelar a captação, descoberta de dados que auxiliam toda subsequência do estado de saúde ou de doença, acreditando que as consultas de pré-natal são significativas para diagnosticar a DPP. Camacho (2010), esclarece referindo que tais consultas objetivam igualmente a detecção de patologias maternas, prevenção, diagnóstico precoce da mesma, podendo, assim, proporcionar a terapêutica apropriada para as complicações da gravidez, além de 11 desempenhar o acompanhamento e o crescimento do feto, com isso, pode-se afirmar que o pré-natal está relacionado aos cuidados médicos e de enfermagem proporcionados à mulher durante a concepção e após o parto. As consultas de pré-natal são consultas planejadas e concretizadas pelas gestantes com profissionais, em suma com o enfermeiro (a) da equipe de saúde com o propósito de monitorar o desenvolvimento da gravidez, a preparação ajustada para o parto, o aleitamento materno e os cuidados primordiais com o bebê. Brum (2011), menciona que é nas consultas de pré-natal que as gestantes deverão ter a conveniência de distinguir um pouco sobre a depressão pós-parto, que afeta milhares de mulheres no mundo, para que desta maneira possam identificar com antecedência determinadas distinções que tornam a mulher mais predisposta a doença e de tal modo, buscar o auxílio cabível; o que colabora com o estudo em questão quando menciona sobre a importância das consultas para as gestantes. É nas consultas de pré-natal que o enfermeiro descreve a gestante tudo que é relativo a este período ao qual a mesma se encontra, discutindo sobre a DPP, que se qualifica como uma patologia suscetível durante a gestação. Zanotti (2008, p. 89) corrobora com o estudo em questão aludindo que: É de fundamental importância que a depressão pós-parto, seus sintomas e consequências sejam trabalhadas nas consultas de pré-natal, visto que este é o momento competente para que a mulher possa retirar todas as suas imprecisões com o profissional, adquirindo assim conhecimentos próprios sobre a este tipo de patologia, preparando-se para a gestação, parto e pós-parto, possibilitando desta forma o reconhecimento, pelos profissionais, dos sintomas que abalizem uma presumível depressão pós-parto. As consultas de pré-natal podem detectar a depressão pós-parto, porém não é a única forma de identificá-la, assim, fica a critério do enfermeiro a sua criatividade na busca de soluções que visem à detecção da depressão, e assim possam tratá-la ou preveni-la do modo eficaz. O último Eixo (IV) retrata como enfermeiros, os entrevistados, seriam capazes de identificar fatores ou condições relacionadas à DPP. Quando questionados sobre esse assunto 100% dos entrevistados afirmaram que sim, desses, 26,4% justificaram sua resposta já 73,6 não proferiram. Figura 2 – A consulta de Pré Natal na Detecção da DPP 12 Uma vez que à enfermagem é atribuído o papel da observação, seguida da análise para a prevenção, carece ao profissional estar preparado para interpretar fatores de risco, e deste modo todos se avaliaram aptos na identificação dos sintomas relacionados à DPP, onde os principais sintomas citados pelos que responderam sua justificativa foram: apreensão, impaciência, aflição, desfalecimento, choro fácil, cefaléia, dor na região peitoral, arritmia cardíaca, insônia ou hipersônia, cansaço, perda de peso, falta ou excesso de apetite, ausência de concentração, déficit na memória e dificuldade na tomada de decisões, preocupação em redundância com o bebê ou com si mesma. Borges (2010), colabora relatando que o enfermeiro deve estar apto e ser capaz de reconhecer e identificar fatores de riscos relacionados a depressão, pois é a partir do acompanhamento que este desempenha ao lado das gestantes é que se tem uma maior possibilidade de detecção da mesma. Os depoimentos a seguir confirmam os resultados: “Sim. Sinto-me capaz de identificá-los, pois o conhecimento é muito importante para a atuação em qualquer área, principalmente na área da saúde (A1)”. “Sim. Os sintomas relacionados à DPP são insônia, perda de peso, falta ou excesso de apetite, preocupação abundante, dificuldade na tomada de decisões, entre outros (A10)”. “Sim, os principais sintomas são: apreensão, impaciência, aflição, cefaléia, dores na região peitoral, taquicardia, perda de peso, ausência de concentração [...] (A14)”. “Conhecer os sintomas da DPP como qualquer outra patologia para nós enfermeiros é essencial, neste sentido me sinto capaz de identificar os sintomas da DPP, onde procuro sempre enriquecer meu conhecimento (A3)”. 13 Brum (2011), confirma que é imprescindível que todo enfermeiro seja capaz de identificar os fatores ligados às patologias, esse é o seu papel, pois lidam diretamente com a saúde do outro, e ainda Lopes & Santos (2006), corrobora explicando que cabe ao enfermeiro conhecer os sintomas, formas de prevenção e tratamento relacionados à DPP, pois são condições essenciais para sua atuação. Quando foi abordado sobre qual a atuação do enfermeiro na prevenção da DPP, já que esta se faz de grande relevância para as ações a serem desempenhadas por estes profissionais, a maioria (85,8%) afirmaram que a atuação na prevenção da DPP consiste primeiramente no acolhimento e acompanhamento; (46,2%) em que as gestantes são avaliadas, por conseguinte é feito prevenção e tratamento (39,6%), onde são realizadas palestras para orientações presumíveis, dando todo o apoio e suporte emocional possível e se necessário encaminhá-la para avaliação psicológica com profissionais especializados. Como é observado nas falas a seguir: “O enfermeiro deve, sobretudo, acolher, acompanhar e apoiar as gestantes, deste modo desempenhará o seu papel (A1) (A3) (A4) (A7) (A12) (A14) (A15)”. “O enfermeiro atua de forma direta na prevenção da DPP, por meio de uma consulta bem elaborada com auxílio do NASF, com uma equipe multidisciplinar (A5) (A6) (A8) (A9) (A10) (A11)”. A afirmação acima corrobora com a discussão feita por Saraiva (2009), que destaca que o acolhimento à gestante é primordial nos cuidados a serem tomados durante o período aos quais estas se encontram. De acordo com Piccinini (2012), é importante que os profissionais de saúde proporcionem as gestantes um apoio emocional e espiritual apropriado, impedindo o agravamento da doença e auxiliando no tratamento, sendo ainda fundamental que esta paciente receba orientações apropriadas em relação ao seu caso e que o profissional esteja preparado/habilitado para identificar prováveis sintomas, precavendo um quadro de ampla extensão. Por fim questionamos quais as ações desenvolvidas para a prevenção da DPP dentro da USF ao qual atuam, e 39,6% dos entrevistados citaram as seguintes condutas: consultas de pré-natal, observação, avaliação, orientação, atividades em grupo, visitas domiciliares, aconselhamento e visitas puerperais, pois acreditam que por meio destas ações conseguem reduzir em partes significantes o desenvolvimento desta patologia, 60,4% não descreveram nenhuma conduta frente a esse problema. Como demonstra as falas a seguir: 14 “Acolhimento, acompanhamento, orientação, visitas domiciliares e puerperais (A3)”. “As ações desenvolvidas são desempenhadas por meio das consultas pré-natal, onde acompanhamos e orientamos as gestantes, e ainda fazemos as visitas domiciliares e puerperais (A8)”. “Na unidade em que atuo são desenvolvidas ações que permitem as gestantes uns maiores conhecimentos dessa fase ao qual estão vivenciando, e com as consultas de pré-natal posso estar observando elas e assim avaliando o seu estado emocional, com isso tenho a oportunidade de ajudar a cada uma no enfrentamento dos seus medos com as consultas individuais, palestras em grupos, atividades e até mesmo visitas domiciliares para reconhecimento da sua realidade familiar, o que acredito contar muito para o aparecimento da depressão e para o tratamento (A10)”. “Realizamos oficinas de gestantes com orientação psicológica, além das consultas que realizamos, e com isso avaliamos essas gestantes, orientamos e após o parto o trabalho de prevenção a depressão continua com visitas domiciliares, pois os sintomas costumam aparecerem neste período (A12)”. “Ações que possam orientá-las e aconselhá-las, e assim diminuir os seus medos e anseios. As visitas domiciliares também são importantes e faz parte das ações que desenvolvemos aqui nesta unidade, como também as palestras e atividades em grupos (A14)”. Conhecer os fatores de risco da depressão pós-parto é de grande importância tanto para o planejamento, quanto para as implementações de atuações preventivas, assim Iaconelli (2007) assinala como comedimentos preventivos das desordens depressivas puerperais o mais elevado apoio emocional e físico durante a gravidez, o parto e o puerpério. Navajas Filho (2009), destaca que o tratamento da depressão pós-parto deve submergir, no mínimo, três tipos de cuidados: o ginecológico, o psiquiátrico e o psicológico, sendo ainda proeminentes os cuidados sociais, visando a qualidade de vida da mãe. A luta para a prevenção da depressão pós-parto necessita ter como alvo os profissionais de saúde, pois, a coerência subjacente a essa abordagem é que a ampliação no nível da atenção à saúde das gestantes durante o período pré-natal ou após o parto pode como consequência, restringir o impacto dos fatores de risco da patologia (COUTINHO, 2009). CONCLUSÕES Ficou evidenciado no decorrer dessa pesquisa acerca da atuação da enfermagem na prevenção à Depressão Pós-Parto, que esta patologia se configura como um enigma de saúde que pode ser detectada precocemente, ainda durante a gestação, sendo importante o auxílio nas consultas de pré-natal que é caracterizada como métodos para precaução da mesma. 15 O modelo proposto pelas USF’s é embasado na promoção à saúde e na prevenção de doenças, e para que esse exercício se consolide, é indispensável que o enfermeiro esteja apto para atuar com capacidade criadora, mediante uma prática humanizada, adequada e, sobretudo, resolutiva. O grande número de mulheres que apresentam os sintomas depressivos, bem como a complexidade dessa síndrome, confirma a importância de demonstrar a variedade dos fatores de risco envolvidos e de etiologias propostas, o que justifica a necessidade de capacitação dos enfermeiros, no reconhecimento precoce da depressão pós-parto, desenvolvimento de estratégias, prevenção e tratamento desse transtorno, prevenindo, assim, os graves problemas da DPP. Foi possível observar por meio da análise, que os enfermeiros apresentam conhecimentos sobre a depressão pós-parto, pois além de alistarem os fatores desencadeantes, também relataram sobre os riscos se não detectada precocemente, alegando que o diagnóstico da depressão pós-parto apesar de se configurar complexo, com conhecimento científico e técnico da patologia, os sinais e sintomas podem ser facilmente detectados. Sugere-se, para um melhor acolhimento às gestantes, um trabalho multidisciplinar, pois este pode ser um caminho significante e proveitoso na prevenção da patologia, pois em grupos e acompanhadas de diferentes especialistas, elas terão a oportunidade de discutirem sobre temas sugeridos por elas próprias, abordando os enigmas que envolvem a maternidade de modo integral, afastando seus medos e entendendo com mais precisão sobre este período tão significante, que é o milagre de gerar outra vida. 16 REFERÊNCIAS AZEVEDO, K. R. Depressão pós-parto. 2 ed. Atualis: Porto Alegre, 2010. 352p. BARDIN, L. Análise de conteúdo. Paris: PUF, 8 Ed., 1997. 129p. BIANCHI, E. R. F. O enfermeiro na sua atuação frente aos fatores de risco à DPP. Rev Esc Enfermagem USP. V. 8; nº 2, p.07 – 10, 2000. Disponível em: www.revistaescenf..com.br/art675script=sci_arttext&tlng=pt. BORGES, T. M. Manual de enfermagem psiquiátrica. 3 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2010. 549p. BRUM, E. H. M. 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