Escultura da Grécia Antiga A escultura é uma das mais importantes expressões artísticas da cultura grega. Exerceu decisiva influência sobre a arte romana e é uma referência das mais relevantes mesmo nos dias de hoje para toda a cultura do Ocidente. O período Dedálico (c.650-600 a.C. ) foi assim denominado em homenagem a Dédalo, o herói mítico que é tido como inventor da arte da escultura. O Egipto é apontado como uma influência importante para a Grécia. O estilo hierático, impessoal e frontal dos egípcios tem semelhança com as primeiras estátuas de grande porte produzidas na Grécia neste período. As características marcantes nesta fase, que mostrou grande homogeneidade, são a rígida frontalidade, o modelado achatado do corpo e o desenho simplificado da anatomia, que é mais uma idealização do que uma observação da natureza. O rosto é esquemático em forma triangular, com testa baixa, olhos e nariz grandes, e boca inexpressiva. As pernas são usualmente longas e a cintura é alta e estreita. Chamam-se a estas estátuas kouroi e eram oferendas religiosas ou eram monumentos públicos.Não representavam pessoas individualizadas mas um ideal de beleza, honra, virtude, piedade ou sacrifício. O período Arcaico (c. 600-500 a.C.) foi definido por uma progressiva urbanização da Grécia, com o crescimento do comércio e o estabelecimento das primeiras grandes cidades com a sua aristocracia enriquecida. Com isso se desenvolve também a arquitectura, e com ela a decoração escultórica monumental. O mármore substitui a cerâmica como material de eleição, especialmente para as obras importantes. A cultura organizava-se em torno de um corpo de conceitos éticos e educativos que teriam reflexo na arte: a paideia que significava um processo de educação completa e integral que almejava a formação de um cidadão qualquer exemplar função na apto para sociedade, assumir inclusive o governo supremo. A paideia envolvia conceitos como a arete um conjunto de concepções a respeito da nobreza de carácter e aptidão física e militar; a kalok agathia um ideal de equilíbrio perfeito entre as virtudes físicas e morais associando beleza com bondade, e a sophrosine, um ideal de auto controle, disciplina e moderação . Tais conceitos são expressos na escultura no porte majestoso e na atitude de inabalável confiança e altivez mostrada pelos kouroi deste período. O seu desenho ainda se resumia às feições essenciais, mas já havia sinais de uma observação mais atenta da anatomia no detalhe da musculatura e numa sugestão de movimento real. Em linhas gerais esta fase caracteriza-se por um progressivo aumento no dinamismo das figuras, os braços ganham em liberdade, o tronco flexibiliza-se e há maior detalhe e suavização da anatomia. O modelado da cabeça harmoniza-se com o do corpo, os detalhes são reduzidos a um mínimo com ênfase nos traços anatómicos principais, o sorriso arcaico tende a ser substituído por uma expressão séria e distante, e aparecem representações mais verosímeis da velhice, embora ainda exista um grande idealismo nas formas. Nesta fase é formulado o chamado perfil grego, unindo a testa e o nariz em uma linha rectilínea, e o bronze começa a tornar-se um material de uso freqüente . Período Clássico - Uma rápida evolução na técnica e no estilo leva ao classicismo grego (c. 450- 323 a.C.), período em que se realizam as mais importantes conquistas em termos de naturalismo, ao mesmo tempo que se criam uma série de convenções estritas a respeito de proporções e ordem, dando origem a uma síntese sem paralelos no mundo antigo e que até hoje permanece uma referência vital para a arte e cultura de grande parte do mundo. O primeiro grande centro produtor do classicismo é Atenas, com o seu esplendor e democracia que prezava a liberdade individual, favorecendo uma arte mundana. O interesse gradualmente deslocase do geral para o particular, do simples para o exuberante, e a representação anatómico chega a um estágio de grande verosimilhança, com maior estudo da musculatura do tronco e membros em detrimento da face, que perde em expressividade embora ganhe em semelhança e detalhe, surgindo os primeiros retratos. Os tecidos e mantos das vestes recebem atenção especial e adquirem variedade como complementos formais importantes para a figura humana, as posições são muito variadas, e as esculturas abandonam definitivamente a frontalidade para receberem acabamento por igual em todas as suas partes, de forma a poderem ser apreciadas de todos os ângulos. Estabelecem-se padrões de proporções ainda empregues primeiro autor actualmente. notável, O vencendo definitivamente a rigidez do período Arcaico, foi Míron, criador do célebre Discóbolo, onde as tensões do movimento são exploradas com maestria e realismo. A seguir vem Fídias , que levou a estatuária grega ao seu primeiro momento de real esplendor. Foi autor de estátuas colossais como o Zeus de Olímpia e a Atena Parthenos , imagens dotadas de grande majestade, das quais hoje subsistem infelizmente apenas cópias menores ou descrições. Atenas caiu em 404 a.C., no fim da Guerra do Peloponeso, e conseguiu contudo preservar sua influência cultural por mais algum tempo, Pintura na Escultura Um último aspecto a ser levado em conta é o tratamento da superfície da escultura. Hoje sabe-se que a maior parte da produção grega original, senão a totalidade, recebia pintura em cores vivas nas roupagens, cabelos e outros detalhes, mas podia ser inteiramente coberta de tintas, incluindo nas áreas de pele, e apresentar complexos padrões geométricos no vestuário. Outros adornos como coroas, cintos e armas em metal podiam também ser aplicados aos mármores. Inúmeras estátuas de todas as épocas ainda preservam resíduos de pigmento, detectáveis alguns visivelmente, outros através de instrumental apropriado. Entretanto as tintas, por serem material menos resistente, com o tempo Desvaneceram -se quase por completo, o que gerou a crença de que a escultura grega era de pedra nua, influenciando a produção do Renascimento e do Neoclassicismo inspirada em originais antigos. Referências http://pt.wikipedia.org/wiki/Escultura_da_Gr%C3%A9cia_Antiga