1 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NA FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO EM PLATÃO Rudinei Lasch1 Marcos André dos Santos2 Luciano Somavilla3 Resumo: O objetivo do presente texto é tentar, de forma clara e sucinta, resgatar as principais idéias de Platão sobre a importância e, a relevância da educação e do ensino de filosofia, na formação do indivíduo ético e político. Educar é formar um homem virtuoso. No livro VII da República, Platão compara o mundo sensível a uma caverna onde homens se encontram acorrentados e ofuscados pelas sombras projetadas nas paredes. O homem no interior da caverna caracteriza o seu próprio estado de ignorância. A educação, por sua vez, conduz a alma humana para fora da caverna. Num primeiro momento, é preciso estudar o contexto sócio-político em que está inserido o pensamento platônico; posteriormente, procurarei demonstrar os reais motivos e as principais finalidades pelas quais levaram Platão a fundar a Academia; após, farei menção de que a Polis Ideal, em Platão, esta alicerçada nas categorias da educação e da justiça; e por último, revelar a importância do ensino de filosofia no desenvolvimento da responsabilidade do filósofo perante a sociedade. A pergunta de fundo que mostrará a presente investigação será a seguinte: em que se fundamenta a educação na perspectiva platônica? Quais os seus objetivos? E, em que medida é possível uma educação ética? Palavras-chave: Platão. Educação. Filosofia. Introdução Platão era filho de pais aristocráticos, mas nem por isso, interessou-se pela política. Acreditava que a filosofia era a saída para os problemas do Estado. Viveu numa época marcada pela grandeza cultural, política, econômica, artística e religiosa da cidade Estado de Atenas. A partir do episódio da morte de Sócrates, Platão começou um período de muitas viagens por vários anos, na qual instruiu-se para ser um filósofo-educador. 1 Acadêmico do Curso de Filosofia da FAPAS – Faculdade Palotina. E-mail: [email protected] Acadêmico do Curso de Filosofia da FAPAS – Faculdade Palotina. 3 Acadêmico do Curso de Filosofia da FAPAS – Faculdade Palotina. 2 2 Pretende-se, fundamentalmente, defender que Platão não é um idealista irrestrito, ou seja, distanciado do mundo das decisões políticas e práticas. Nosso filósofo foi o primeiro grande teórico da política. Platão fez essa escolha justamente por discordar dos modos pelo qual se administrava a política de Atenas. Sua experiência com a democracia foi frustrante. Na sua visão, era um sistema injusto para com aqueles dotados de sabedoria e aptidões para governar e administrar. Pelo ano de 387 a.C., Platão fundou a Academia, no Ginásio dedicado a Academo, próximo a cidade de Atenas. Faz-se necessário perguntar-nos o que levou Platão a fundar a Academia? O conhecimento era a base da mesma, sendo a filosofia, a saída para a miséria do homem e da cidade de sua época. Platão pretendeu expressar o modelo mais elevado de educação do homem. Educar a própria alma humana. Questiona-se o porque Platão faz uma opção pela filosofia e não pela política atual? No decorrer do texto irei desenvolver essa questão. A educação deveria se dar de forma construtiva no âmbito intelectual, moral e físico do homem. Acentua-se que todo aquele que é beneficiado pela educação, têm o dever de voltar-se para a esfera pública contribuindo para a formação integral do cidadão ativo e responsável pelo bem comum na Pólis4. No livro VII da República5, Platão compara o mundo sensível a uma caverna em que homens se encontravam acorrentados e obrigados a contemplarem as sombras como sendo a verdadeira realidade. As sombras projetadas na parede da caverna representavam nossa experiência sensível, o mundo das aparências e do vir-a-ser. Os objetos verdadeiros, situados no exterior da caverna e, iluminados pelo sol, simbolizavam o mundo das verdades eternas, isto é, o mundo das Idéias governadas pela Idéia de Bem. O homem no interior da caverna simboliza, pois, o seu próprio estado de ignorância. No entanto, se um destes conseguir esquivar e atingir a verdadeira realidade, a educação, que consiste em aplicar todos os meios possíveis para dar boa direção à alma do homem, tem o dever de regressar para instruir os seus antigos companheiros, sobre a existência de um mundo superior àquela realidade. O prisioneiro libertado da caverna é conduzido à luz do sol, através da Filosofia e, representa, a dialética transcendente, onde o mesmo tem a responsabilidade de organizar a Pólis, tendo como base o verdadeiro conhecimento. Mas, no entanto, ao retornar à caverna, ofuscado pela luz do sol, seus ‘antigos amigos’ consideraram-no desvairado. 4 Cidade Grega considerada o marco social e político na história da formação grega. A República é uma das obras-primas de Platão. Nela o filósofo expõem suas idéias políticas, filosóficas, estéticas e jurídicas. O filósofo imaginou um Estado ideal, sustentado nas bases da educação e da justiça. 5 3 No início do presente trabalho tem como intenção apresentar o contexto sócio-político em que está inserido o pensamento platônico; posteriormente, demonstrar os reais motivos e as principais finalidades pelas quais levaram Platão a fundar a Academia; após, sustentar que a Polis Ideal, em Platão, esta alicerçada nas categorias da educação e da justiça; e por último, mostrar a importância do ensino de filosofia no desenvolvimento da responsabilidade do filósofo perante a sociedade. A pergunta de fundo que mostrará a presente investigação será a seguinte: em que se fundamenta a educação na perspectiva platônica? Quais os seus objetivos? E, em que medida é possível uma educação ética? Para levar a cabo esta pesquisa e, desenvolver a presente problemática, utilizar-se-á como referência principal o livro VII da República de Platão, obra que reflete a maturidade intelectual do seu autor, bem como, quando necessário, lançar-se-á mão de alguns comentadores tais como Jaeger, Teixeira, Monroe, que são especialistas na compreensão do pensamento filosófico-educativo de nosso filósofo. O contexto sócio-político no qual está inserido o pensamento platônico A educação é um pressuposto essencial na construção de um Estado ético-político6. Um dos grandes problemas da educação foi à superação do individualismo e a formação dos cidadãos de acordo com as normas sociais. A figura central dos escritos platônicos é o seu mestre, Sócrates, o qual tinha grande preocupação com a verdade. Ensinava nas praças públicas, exortando os jovens a viver a virtude. Com a morte injusta de seu mestre, em 399 a.C., Platão abalou-se profundamente. Posteriormente, escreveu no diálogo Fédon, “Tal foi o fim de nosso companheiro. Os homens de quem podem bendizer que, entre todos os de seu tempo, que nos foi dado conhecer, era o melhor, o mais sábio e o mais justo” (Fédon, 118 a). As preocupações políticas acompanham Platão ao longo de toda a sua vida e de seu pensamento. Mas ao mesmo tempo, ele não chegou a assumir um cargo público na cidade. Devido às várias experiências desagradáveis com relação aos governantes, Platão perdeu a confiança na forma de governo, a democracia, e nos políticos. Para o nosso filósofo, o democrata não conhecia nem ordem, nem coerção moral, vivendo segundo o princípio do prazer e do capricho. A democracia vive num excesso de liberdade e, desse excesso, surge à tirania. 6 Termo derivado de polis (plitikós), que significa tudo o que se refere à cidade, aquele governante que exerce um papel na sociedade pública e civil. 4 O tirano ignora a verdadeira liberdade e a verdadeira amizade. Ele gera injustiça, e seu domínio é o contrário do Estado justo. E assim como o homem justo é feliz, visto que a justiça é a saúde da alma, o tirano é infeliz, porque no seu interior se rompeu a ordem natural (Teixeira, 1999, p. 129). O governo democrático foi o primeiro responsável pela condenação de Sócrates, e em conseqüência, abriu as portas à usurpação do poder pelos Trinta Tiranos. “Condenação injusta e escandalosa que exprime uma incompatibilidade trágica entre o poder político e a sabedoria do filósofo” (Vergez; Huisman, 1974, p. 27). Nesse contexto político, Platão visa uma educação em vista da formação do governante. Esses deveriam cumprir as normas da sociedade, mantendo o equilíbrio e a virtude do homem. Toda proposta educativa platônica tem por base a verdade e a possibilidade de conquistá-la através da razão. Para um Estado perfeito são importantes algumas virtudes fundamentais tais como: sapiência, fortaleza, temperança e por fim a justiça. A sapiência é possuída estritamente pelos guardiões perfeitos, que são os governantes. A fortaleza é a virtude essencial remanescente dos guerreiros, os mesmos devem ser fortes na superação das dores procedentes das batalhas. A temperança é característica da terceira classe dos cidadãos, ela é a moderação dos prazeres e dos desejos. Enfim, a justiça é o que permeia a base do Estado Platônico, na qual cada indivíduo cumpre com as suas obrigações. Entre todas as formas de governo, Platão prefere a aristocracia e é preciso tomar a palavra em seu sentido etimológico: governo dos melhores. Assim, a vida do Estado se dá de forma virtuosa e justa. Outro problema analisado por Platão é a falta de cultura e competência dos governantes, que agem com imprudência corrompendo o Estado. Teixeira afirma no seu livro “Educação do homem segundo Platão”, que “o filósofo (...) é o mais bem preparado para governar a cidade, pois, graças ao seu conhecimento e sabedoria, adquirido com a educação, poderá fazer boas leis que garantam a harmonia e a superação das conseqüentes contradições da vida em sociedade” (Teixeira, 1999, p. 29). O filósofo é aquele que se dedica ao estudo de todas as ciências com prazer de forma insaciável. Platão e os sofistas Platão, no diálogo O Sofista, adverte os cidadãos sobre quem eram os verdadeiros corruptores da juventude, denominados como caçadores interesseiros de jovens ricos, no qual, 5 persuadiam através de discursos, visando, num primeiro momento, o interesse individual e não o coletivo. Os sofistas foram considerados os primeiros fundadores da ciência educacional. Desde o princípio, a finalidade do movimento educacional, comandado pelos sofistas, não era voltado para a educação do povo, mas visava os governantes. Os mesmos tinham por objetivos, desenvolver o dom de proclamar discursos convincentes e oportunos. Os sofistas eram professores gregos que, através de uma analise dos defeitos da organização educacional existente em Atenas, ofereciam aos jovens da cidade uma educação que os preparavam para uma carreira de engrandecimento pessoal na vida política e social da época. O que tornou os sofistas odiados pelos gregos foram as suas capacidades de obter respostas para qualquer questionamento, consideravam-se os mais sábios e, além disso, exigiam remuneração pelos seus ensinamentos. Os ensinamentos morais dos sofistas acentuaram, em forma sem precedentes, o valor da individualidade. Não se pode dizer que eles, como classe, ensinassem imoralidade, pois não possuíam nenhum sistema comum de idéias. A única idéia comum a todos era que não havia idéias universais nem padrões universais de conduta. Nas palavras de Protágoras, um dos maiores sofistas “o homem é a medida de todas as coisas”. Como isso significasse o homem individual, a tendência, que se vinha desenvolvendo há tanto tempo na sociedade grega de exaltar a individualidade na vida moral e no processo educativo, atingiu então ponto mais alto (Monroe, 1958, p. 59). A tarefa principal dos sofistas era ensinar o jovem a pensar, falar e agir. Mas a sua prática educativa era desordenada, baseada apenas no senso comum e opiniões, mas não no conhecimento verdadeiro. Seus objetivos não eram indignos, mas foram acusados de mestres da imoralidade, pois acreditavam que a moralidade e a sabedoria poderiam ser ensinadas, contradizendo o pensamento grego da época, que dizia que a moralidade e a sabedoria eram resultados da prática de certas atividades. A fundação da academia platônica A filosofia não era um ideal próprio, mas uma preparação para a vida política. A Academia7 foi resultado de um fato injusto ocorrido em Atenas: a condenação de Sócrates à 7 Fundada no ano 388 a.C., tinha por objetivo formar homens novos, responsáveis e capazes de renovar o Estado alicerçados nos pilares da ética e da justiça. 6 morte. Platão, ao fundar a Academia, tinha por intenção preparar uma geração de filósofos que estivesse a altura de exercer a administração pública. Preocupou-se em reunir um conjunto de reflexões teóricas e bem fundamentadas para combater os males da sociedade, ou seja, a corrupção. Desse modo, Platão preocupou-se com o conhecimento das verdades essenciais que determinam a realidade e, a partir disso, estabeleceu os princípios éticos que devem nortear o mundo social. E por fim, o filósofo propõe a aproximação gradual do filósofo pela teoria a realidade pública. A finalidade da escola não consistia na difusão de um saber preocupado apenas com a erudição, mas devia se traduzir na preocupação de, através do saber e de sua organização, formar homens novos, capazes de renovar o Estado. Em suma, a Academia, enquanto viveu Platão, se fundamentou no pressuposto de que o conhecimento torna os homens melhores e, conseqüentemente, aperfeiçoa a sociedade e o Estado (Reale, 1990, p. 169). O Estado ideal é constituído de idéias de homens responsáveis, caso contrário, prevaleceria à corrupção e a injustiça. O homem é um ser social, que para viver em grupo deve contribuir para o bem estar do mesmo, favorecendo a convivência e desempenhando suas funções na sociedade. Sustentar que a polis ideal, em Platão, esta alicerçada nas categorias da educação e da justiça Para os gregos, o homem para ser bom, deveria necessariamente pertencer ao Estado, onde o mesmo exerceria a sua cidadania. Para Platão, “o homem bom tinha que possuir conhecimento, ou sabedoria” (Barker, 1978, p.148). Na concepção de Platão, o Estado era o verdadeiro educador. A motivação pela qual a República foi escrita é de ordem prática, é vista como advertência e conselho. A justiça para Platão era uma qualidade espiritual na qual os homens afastavam os desejos irracionais, o egoísmo, acomodando-se ao exercício de uma função voltada para o benefício geral. O Estado é definido como “uma comunhão de almas unidas necessariamente em torno de um objetivo ético” (Barker, 1978, p.149). A falta de especialização tornará possível a discórdia social. Para o Estado alcançar a sua unidade se faz necessário a especialização através de um governo capacitado para o trabalho administrativo e educacional. A justiça 7 platônica é eterna, e sua força vem de sua própria natureza, está agregada a própria alma humana. A importância do ensino de filosofia no desenvolvimento da responsabilidade do filósofo perante a sociedade Para compreender o que Platão entende por educação deve-se analisar o seu conceito sobre a virtude. Educar é formar o homem virtuoso. Somente sendo virtuoso é que o homem poderá ser feliz. A virtude faz referencia àquilo que é belo, bom e harmonioso. “Quem pratica ação justa necessariamente realiza um ato belo” (Teixeira, 1999, p. 35). Platão argumenta na República que a justiça provém de uma alma virtuosa. Dessa forma o homem governará com justiça e sabedoria. A mesma deve abrigar-se no interior do homem, fazendo com que a suas ações e atitudes estejam voltadas para o bem comum. A justiça consiste em que cada um se dedique ao seu trabalho, “que cada um deve ocupar-se e uma função na cidade, aquela para a qual a sua natureza é mais adequada. Além disso, executar a tarefa própria, e não se meter nas dos outros” (A República, 433a). A educação é a formação que desde a infância dirige o homem para a virtude, infundindo-lhe o desejo e ilusão de chegar a ser um cidadão perfeito e justo, que saiba mandar e obedecer conforme a justiça. A justiça, para cada um, é cumprir a sua própria função. Esse conceito é fundamental para uma possível política. A educação enquanto responsabilidade na construção de um Estado justo A tarefa do educador, na constituição do Estado, será ajudar seu discípulo a contemplar as idéias, e formar o homem moral que, com o auxilio da filosofia, contribuirá para a construção de um Estado justo. “A verdadeira Paidéia tem por finalidade modelar o homem dentro do homem, ou o homem no homem, isto é, a parte espiritual da alma” (A República, 588c-d). A verdadeira função do Estado é zelar pela felicidade de todos os cidadãos, para isso, se faz necessário que cada indivíduo cumpra a sua função estabelecida. O filósofo é aquele que está imbuído de um profundo sentimento de responsabilidade comunitária. Sente a necessidade de retribuir a comunidade à sua educação. Deve ensinar aquilo que os prisioneiros não tem acesso: o caminho que leva a saída da caverna. 8 Aqui está o cerne e o objetivo de toda educação: proporcionar uma qualitativa mudança de situação de nível de vida inferior para um nível superior, educação esta que é sinônimo de vida autenticamente humana. Em contrapartida, deve também aprender que a política só se justifica no serviço à ignorância. Tal mudança de situação só é possível através daquele que já saiu da caverna e volta trazendo sua experiência, o filósofo (Teixeira, 1999, p. 121). Platão está convicto de que a transformação da cidade só será possível pela sabedoria, neste caso, pela filosofia. Governar é servir, assim, o poder só tem sentido quando for um serviço aos demais. O grande questionamento que Platão se faz é o de como educar um indivíduo moralmente bom? Qual o tipo de educação deve ser ministrado para formar um cidadão virtuoso capaz de governar com justiça? O pensamento de nosso filósofo está direcionado para construir uma síntese entre o indivíduo e a sociedade. Mas como será possível essa harmonia? Para o indivíduo, através da prática da virtude, da formação de bons hábitos que se contraponham aos vícios causados pelos desejos concupiscentes. Já na sociedade, para evitar o desenvolvimento da violência, deve-se educar um indivíduo responsável para com a mesma e da sociedade para com o indivíduo. O grande mérito de Platão foi ligar a educação à política. Considerações finais A educação não é uma propriedade individual, mas pertence por essência à comunidade. Para os gregos a idéia de educação representava o sentido de todo o esforço humano. Para compreender a nossa educação é indispensável esse resgate histórico e cultural. A influência prática de Platão pode ser observada na formação das escolas filosóficas de Atenas, na direção que ele imprimiu ao trabalho destas escolas, na organização do currículo escolar, que vigorou por muitos séculos e na formulação definitiva do ideal grego de educação liberal. Para Platão a realidade consiste em idéias, em pensamento puro, e conhecimento genuíno. Ele está preocupado com uma educação como condição e possibilidade privilegiada de formação do homem integral. A educação, para Platão, tem a pretensão de ajudar o homem discernir uma vida mais honesta, responsável, justa e comprometida, na qual possibilite escolher o melhor para o bem dos cidadãos. “Quando Platão insiste em que a coletividade deve ser governada por amantes da sabedoria, vale dizer que este ideal permanece como 9 desafio e horizonte a ser buscado em todos os tempos e para todos os seres humanos” (Teixeira, 1999, p. 114). A grande tarefa da educação consiste em ajudar o educando a encontrar a formulação de um projeto de vida construtivo, através do diálogo, fazendo a pessoa o mais feliz possível. Mas, estou consciente de que a educação é um processo gradativo e lento. O Estado, na concepção platônica, não é fim em si mesmo, mas é meio de realizar a justiça e a educação conforme a justiça. Quiçá a maior contribuição de Platão para o nosso tempo tenha sido o de construir uma sociedade mais justa, harmônica, e principalmente, voltada para a esfera coletiva. O grande desafio para Platão, e que nós herdamos desse filósofo, é uma educação que forme o homem mais humano. Referências bibliográficas BARKER, Sir Ernest. Teoria Política Grega. Trad. Sérgio Bath, Brasília: Editora universidade de Brasília, 1978. JAGER, Werner. Paidéia: A formação do Homem Grego. Trad. Artur M. Parreira. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. MONROE, Paul. História da educação. Vol. 34. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1958. 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