As fêmeas da natureza colocam apenas ovos não fecundados 28

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Os insetos estéreis - em geral machos – são liberados em
grandes quantidades, bem maiores do que aquelas encontradas na natureza. Os machos copulam com as fêmeas da
natureza, transferindo espermatozóides inviáveis, em conseqüência do tratamento recebido.
As fêmeas da natureza colocam
apenas ovos não fecundados
As fêmeas colocam apenas ovos que não foram fecundados. Dessa forma, na próxima geração, há uma redução
sensível da população. O processo, repetido por várias gerações, mantém baixa a densidade populacional, levando,
em alguns casos, à erradicação. Esse método é chamado
de TIE - Técnica do Inseto Estéril.
No caso do controle biológico, os insetos produzidos são
liberados, também em grande quantidade, para que
parasitem as pragas-alvo.
28 países têm usado a Técnica do Inseto
Estéril para a supressão populacional
Pelo menos 28 países têm usado a TIE em larga escala para
a supressão populacional e erradicação na Ásia, ilhas do
Pacífico, Oceania, África, Europa e vários países das Américas e Caribe.
A Biofábrica produzirá insetos estéreis e seus
parasitas, protegendo a fruticultura nacional
Na primeira fase, a Biofábrica produzirá a moscamed – a mosca-do-mediterrâneo (Ceratitis capitata), que ataca grande variedade de frutas tropicais,
subtropicais e temperadas em todo o Brasil; a lagarta da macieira (Cydia
pomonella) praga das
rosáceas como maçã,
pêra e ameixa e uma vespa usada no controle biológico das moscas-dasfrutas (Diachasmimorpha
longicaudata).
Numa segunda fase, está prevista a criação de outras espécies de moscas-das-frutas do gênero Anastrepha e, a médio e
longo prazos, a produção de mosquitos de interesse em saúde pública, como o transmissor da dengue Aedes aegypti.
A localização é estratégica
para a distribuição e para a biossegurança
Foi usada para mosca-da-bicheira, tse-tsé, lagarta da maçã,
mosca da cebola e muitas espécies de moscas-das-frutas:
do melão, oriental, mexicana, das Índias Ocidentais, do
Caribe e, principalmente, a moscamed, a mosca do mediterrâneo.
A Biofábrica será instalada no Distrito Industrial de Juazeiro,
dentro pólo de fruticultura de Petrolina-Juazeiro, na divisa dos
Estados da Bahia e Pernambuco. A escolha foi feita por uma
Missão Internacional coordenada pela Agência Internacional
de Energia Atômica. A localização é estratégica para a distribuição dos machos de moscamed e das vespas parasitóides
nas áreas de fruticultura do nordeste e da região central do
país. No caso da lagarta da macieira, a questão de
biossegurança é o principal fator para a escolha desse local.
A TIE reduz o custo de produção e
melhora a qualidade do produto agrícola
A Biofábrica beneficiará as culturas de frutas
em mais de 11 Estados brasileiros
A TIE substitui, em grande parte, os tratamentos com
inseticidas, necessários para o combate às pragas, reduzindo o custo de produção e melhorando a qualidade final e
a segurança alimentar do produto agrícola, neste caso frutas tropicais e temperadas. No controle biológico, o objetivo
é também a substituição parcial das pulverizações com
inseticidas.
Em relação às moscas-das-frutas, a Biofábrica beneficiará as
culturas de manga, mamão papaia e formosa, uva, goiaba,
acerola e citros nos Estados da Bahia, Pernambuco, Ceará,
Rio Grande do Norte, Piauí, Paraíba, Sergipe, norte de Minas
Gerais e do Espírito Santo. Para a cultura de rosáceas - maçã,
pêra, pêssego, ameixa e nectarina - nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina onde ocorre a lagarta da macieira.
Outros estados também se beneficiarão se as moscasdas-frutas ou a lagarta da maçã representarem ameaça
para a produção.
A capacidade inicial de produção será
de 220 milhões de insetos por semana
A produção inicial da Biofábrica: Moscamed – 200 milhões
de machos estéreis por semana, na primeira fase. Lagarta
da macieira – 15 milhões por semana. Vespa parasitóide
de mocas-das-frutas – 5 milhões por semana.
A Biofábrica gerará 200 empregos diretos
e mais de 300 indiretos
Trabalhando diretamente na produção, haverá aproximadamente 200 funcionários de todos os níveis de instrução
– do básico ao superior. Nas atividades de suporte, incluindo os centros de distribuição nos diferentes estados, é
estimado um número de 300 pessoas.
Serão investidos cerca de 17 milhões
até o início da produção em 2005
Os custos de implantação deverão se situar entre 16 e 17
milhões de reais e ela deverá entrar em fase de produção
em maio de 2005.
Um terreno de 60.000 m2
com 5.000 m 2 de área
construída foi cedido pelo
Governo do Estado da
Bahia à Biofábrica e os estudos de engenharia e
arquitetura estão concluídos. A próxima fase é a busca de recursos federais, estaduais, internacionais e privados.
O empreendimento será gerido por
uma Organização Social
Foi criada uma Organização Social ligada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento que, por meio de
contratos de gestão, deverá coordenar a construção e o
seu gerenciamento após o início da produção.
As exportações de machos estéreis
serão importantes fontes de recursos
As vendas ao exterior de machos estéreis de moscamed deverão representar uma importante fonte de recursos. Há uma grande demanda internacional por moscamed que não está e não
deverá ser atendida nos próximos anos. Países como Espanha,
Israel e África do Sul necessitam atualmente cerca de 350 milhões de machos por semana.
Alianças garantem o acesso à tecnologia
de produção e o sucesso na distribuição
Alianças com Organizações nacionais e internacionais já foram iniciadas. No Brasil, o Ministério da Agricultura – o iniciador de todo o processo – é a aliança mais forte, assim como
com a ADAB, Secretaria da Agricultura da Bahia, EMBRAPA e
USP. As Secretarias da Agricultura dos Estados do Nordeste
do Brasil e demais regiões também estarão envolvidas.
Em termos de transferência de tecnologia, a Agência Internacional de Energia Atômica, órgão das Nações Unidas, está envolvida desde o início do projeto, por meio de projetos coordenados pela CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclearligada ao MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia.
Além disso, está sendo preparado plano de cooperação com
o USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
que detém a tecnologia de criação em grande escala. Os Ministérios de Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente e Saúde também serão envolvidos desde a fase de implantação.
abril/2003
A BIOFÁBRICA é uma
unidade de fabricação em
grande escala de insetos
estéreis que se destinam à
liberação na natureza.
Esses insetos, em geral, são
pragas da agricultura ou
de interesse para a saúde
pública. Há também a
produção de insetos
usados para o controle
biológico de pragas.
Caso se alcance a erradicação da lagarta da maçã no sul do
Brasil, a produção de adultos estéreis poderá ser direcionada
para os países do Cone Sul.
(11) 3091-7567
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