MICROBIOLOGIA 09 Assunto: Fungos Profª: Cleide Data: 07/04/2006 Transcrita por: Lara Bravo Ela começa a aula falando que adota o livro “Micologia Médica”, de Sidrim. Diz que o Lacaz também é bom (o nome deste também é “Micologia Médica”). Segundo ela, o Lacaz é completíssimo, mas meio sistêmico na parte de Taxonomia. O Sidrim é mais direcionado para o aspecto clínico. Os reinos, antigamente, eram divididos em três: animal, vegetal e mineral. E os fungos, mais especificamente os cogumelos, foram classificados dentro do reino vegetal. Mas aí os estudiosos começaram a ver que os cogumelos não eram seres autotróficos, mas sim heterotróficos. Conseqüentemente, eles não eram fotossintéticos. Então como é que uma estrutura poderia estar dentro de um grupo cuja principal característica era ser fotossintético, se ela não realizava fotossíntese? Foi quando, em 1969, um pesquisador chamado Whitaker recriou os reinos da natureza, e colocou um reino à parte, chamado Reino Fungi. Aqui vocês encontram seres eucariotas unicelulares e multicelulares. Os fungos se apresentam na natureza na forma de filamento, túbulo (na forma que chamamos de filamentosa), e na forma de leveduras. Exemplo bem prático: todo mundo já viu pão mofado. Você deixa o pãozinho no saco plástico; depois de um dia e meio, ou dois, já começa a formar aqueles bolores, aquela colônia, que é bem diferente da colônia bacteriana. O fungo filamentoso possui micélio aéreo. As estruturas dele saem do substrato onde estão aderidas e vão para a parte mais superficial. Isso é o que caracteriza os fungos filamentosos, chamados de bolores. Já as leveduras... Todo mundo aqui já deve ter visto extrato de tomate. Às vezes, você deixa muito tempo na geladeira, e começa a ver uma colonização esbranquiçada. Aquilo ali são leveduras. Neste ponto, ela fica longe do gravador, e só dá para ouvir ela falando em pseudomicélios, blastosporos, que são estruturas das leveduras. Toda levedura é complicada. As leveduras exercem comensalismo, não são patogênicas. Mas toda levedura altera o paladar dos alimentos. Os fungos trazem um paladar desagradável ao alimento. Além disso, não se deve consumir porque um paciente debilitado, um paciente que está saindo de imunossupressores, um paciente que faz antibioticoterapia, ele pode desencadear uma infecção por um fungo comensal. Um fungo que não tem caráter patogênico nenhum, mas que de repente encontra um paciente debilitado, e começa a desencadear o processo infeccioso. Estas estruturas filamentosas (chamadas hifas) se apresentam como umas fitas, onde os núcleos ficam dispersos no citolpasma (isso na hifa contínua). Já a hifa septada, que é onde você vê aquela essência de tabiques, de septos dividindo a estrutura, você vê as células isoladas. Cada célula dessa tem um comportamento próprio. Ela tem a capacidade de se diferenciar e também de se multiplicar de forma assexuada. Os fungos filamentosos são organismos multicelulares; já as leveduras normalmente são seres unicelulares. O que estou desenhando para vocês agora são as principais estruturas das leveduras: os esporos das leveduras são chamados de blastosporos. Alguns livros usam o termo “blastoconídias” (estava assim no livro, mas acho que, na aula, ela disse “blastoconídios”. Deve dar no mesmo). Aqui eu não tenho agrupamento de células, eu tenho uma única célula. Então as leveduras são seres unicelulares, e os fungos filamentosos são pluricelulares. Esta estrutura aqui tem quatro células; esta estrutura é o que a gente chama de pseudo ou falso micélio. O que é isto? O micélio, no fungo filamentoso, é o agregado de vários filamentos, é quando existem várias hifas. Ao conjunto de hifas nós damos o nome de micélio. Mas as leveduras não formam micélios verdadeiros; o que elas vão formar são falsos micélios ou pseudomicélios. Porque estas células chamadas de blastosporos podem entrar em processo de divisão assexuada, chamada de gemulação ou brotamento, e formar este broto. Essa divisão, quando está ocorrendo, a parede celular dos fungos fica mais fragilizada. Aí o conteúdo citoplasmático deles é empurrado, e ele brota. Este broto é o início da divisão assexuada por mitose. Então aqui eu tenho essas leveduras unicelulares. Só que, às vezes, estas células se agrupam de forma aleatória, e lembram um filamento. Por isso que é chamado de falso ou pseudomicélio. Não que a levedura seja pluricelular, só que elas se agregam e formam um falso filamento. Ela tira uma dúvida: Micélio é o conjunto de hifas, que são os filamentos. Um único filamento, eu chamo de hifa. É como se o micélio fosse um novelo, e a hifa fosse a perna da lã. Outra dúvida e a resposta: A agregação é aleatória, ela não tem nenhum fator que determine o tipo de pseudomicélio que ela vai formar. A gente vai falar muito em aula de uma levedura chamada Candida sp. É uma levedura oportunista por natureza, a gente tem ela na mucosa bucal, no trato digestivo, na vagina, como um ser comensal. Só que, por ela ser oportunista por natureza, ela coloniza facilmente numa imunossupressão, numa antibioticoterapia. Por exemplo, os grandes problemas de enterite são as candidíases sistêmicas. Porque a luta contra a infecção hospitalar combate principalmente os agentes exógenos: você faz a assepsia, a troca de roupa, a esterilização dos tecidos. Você faz todo aquele aparato para impedir a proliferação dos exógenos, mas não tem como brecar aquilo que está dentro do hospedeiro. Então a Candida é uma das infecções oportunistas mais freqüentes em enterites. Vocês verão pacientes com candidíase pulmonar, com candidíase renal. E a Candida, mesmo sendo uma levedura, nós vamos observar, às vezes, que ela adquire um caráter patogênico, e aí ela forma um filamento verdadeiro. Isso é uma exceção! Ela repete e nos manda anotar: A Candida é uma levedura, porém quando ela toma um caráter de virulência, de patogenicidade, ela PODE (não é uma condição obrigatória) formar micélio verdadeiro. Micélio verdadeiro é característico de filamentoso; mas ela não é um fungo filamentoso, é uma levedura. Isso é uma característica interessante, porque você poderá ver na mesma lâmina esporos de Candida e micélios verdadeiros, quando ela está exercendo uma ação patogênica. Este Reino Fungi foi dividido em dois grandes grupos, chamados de Myxomycota e Eumycota. Os Myxomycotas não despertam interesse médico, porque são fungos inferiores, desprovidos de parede celular. Dentro da micologia médica, então, não há interesse sobre estes microorganismos. Já o grupo dos Eumycotas engloba os fungos mais superiores, que são providos de parede celular. Este grupo é dividido em cinco filos: Mastigomycotina Zygomycotina Basidiomycotina Ascomycotina Deuteromycotina Cada filo desse tem suas particularidades, com relação à morfologia, e também em relação às estruturas de reprodução, que é o que vai fazer a classificação dos fungos dentro dos filos. Os fungos podem ser observados de forma macroscópica (exemplo: os cogumelos) e microscópica. Cerca de 97-98% das espécies patogênicas são microscópicas; o que vamos visualizar são as lesões, os sinais. Dentro dos fungos macroscópicos, estão classificadas as espécies que fazem parte do filo Basidiomycotina, que são exatamente os cogumelos. Então todos os fungos macroscópicos estão dentro do filo Basidiomycotina. A única exceção – uma espécie que não é macroscópica e que está dentro do Basidiomycotina – é a espécie Cryptococcus neoformans Este fungo é altamente letal, é o principal agente etiológico das meningites fúngicas, principalmente na região norte/nordeste. Não vai ser raro você pegar um paciente aidético com meningite por Cryptococcus, é a meningite criptocócica. Sabemos que existe a meningite de origem bacteriana, que é a mais grave; a viral, que é a mais benigna... Aula 10 Fungos - Microbiologia Microbiologia Prof: Cleide Miranda 07-04-06 Yukio Asano O Coccidiodes immitis é um outro agente etiológico da meningite, porém ele não existe na nossa região devido ao tipo de solo e de clima. Apesar de ser altamente virulento, é mais comum na América do Norte, tendo incidência quase nula na América do Sul. Quando se tem um caso, normalmente o paciente é oriundo da América do Norte. Na nossa região o que nós vemos em relação a meningite é a relação com o Cryptococcus neoformans, principalmente em pacientes aidéticos, sendo a quarta causa mais freqüente de infecção neurológica em aidéticos. A infecção mais comum e que na maioria das vezes leva a um diagnostico de HIV é a Candidíase Orofaringeana. Todo mundo conhece o sapinho, placas que são chamadas de candidíase pseudomembranosa. A candidíase orofaringeana é o sapinho de forma exacerbada. Muitas vezes o paciente tem toda mucosa oral e língua comprometidas e ainda entra pela orofaringe. Quais são os dois principais fatores de virulência, pra que um organismo tome caráter patogênico? 1Aderência: se ele se adere ao tecido, conseqüentemente ele vai conseguir retirar os nutrientes para proliferar. 2Colonização Esses fatores são fundamentais na patologia humana, por isso que algumas bactérias não causam dano nenhum a um tecido, mas quando chega em outro tecido, ela desencadeia efeitos altamente graves. Em um determinado tecido ela não tem uma boa aderência, ela não se liga ao substrato. A E. coli, por exemplo, não causa infecção a nível intestinal, mas no rim vai originar uma infecção violenta. Porque no intestino existe uma flora comensal grande que está competindo e a E. coli não chega a colonizar. Quando chega no rim, começa a aderir ao tecido e a colonizar e a trazer o processo infeccioso. Um grande número de espécies de fungos traz efeitos altamente graves ao hospedeiro humano. As principais ações patogênicas do fungo no hospedeiro humano são: 1- Intoxicação; 2- Infecção; 3- Alergia. Os 123- cogumelos podem se dividir, de acordo com a espécie, em: Comestíveis; Alucinógenos; Venenosos. A partir daí já dá pra observar o lado maléfico e benéfico dos fungos. No benéfico, temos os cogumelos comestíveis. Todo mundo conhece o champignon, que é o Agaricus campestres. Existe muita ficção em torno do “cogumelo do sol”, que ele ativa o sistema imunológico. Não é bem assim, o cogumelo é um suplemento alimentar, que quando ele é produzido de maneira correta, torna-se um suplemento bom, dependendo da espécie. Os cogumelos alucinógenos liberam drogas neurolépticas, que vão atuar diretamente ao nível do SNC. E os cogumelos venenos não vão causar infecção, mas sim um processo de intoxicação, chamado de micetismo. Então todas as vezes que vc ouvir falar que o paciente ingeriu cogumelo veneno ou está apresentando um quadro de micetismo, vc já sabe que esse quadro é um processo de intoxicação e não de infecção. Esse quadro de micetismo pode ser agudo ou tardio, dependendo da espécie que foi ingerida pelo hospedeiro. Os fungos, normalmente, se reproduzem de forma sexuada ou assexuada. Porém uma característica do filo Deuteromycotina é que eles só se reproduzem de forma assexuada, por isso que eles são chamados de fungos imperfeitos, são os deuteromicetos. E um grande número de fungos patogênicos está dentro desse filo deuteromiceto. Quando eu falo de intoxicação, eu não tenho um único quadro. Eu tenho micetismo, que é produzido pela ingestão de cogumelos venenosos. E tenho outro tipo de intoxicação que é a micotoxicoses, que é a ingestão de alimentos contaminados com fungos produtores de micotoxinas (metabólitos excretados pelos fungos). As micotoxicoses são produzidas por toxinas nocivas. A principal delas é a Alfatoxina, que tem ação hepatotoxica. Vários fungos podem produzi-la, porém a espécie produtora mais comum é o fungo filamentoso chamado de Aspergillus flareus. Esse fungo tem um grande tropismo por grãos, principalmente o grão de amendoim e de milho. Agora, em animais de laboratório, se observou que o efeito acumulativo da alfatoxina é cancerígeno. Já existe comprovação experimental, só que no homem, ainda não foi comprovado, pois quando ele ingere o alimento, começa a ter os transtornos, como náuseas, vômitos, hepatomegalia, devido a sua hepatotoxicidade e todo o transtorno característico de intoxicação alimentar. O princípio ativo da alfatoxina é um componente chamado de Bisfurona Fumarina e ela não é inativada por altas temperaturas. Então quando você cozinha ou o milho, ou o amendoim, você vai matar o fungo, mas a toxina continua lá. Por isso se deve ter uma preocupação fortíssima com conservação de alimentos. Existe uma ligação muito forte de fungo com a umidade, fazendo com que tecidos umedecidos sejam muito mais propícios a proliferação fúngica. Em uma pessoa parasitada, normalmente os fungos estão na dobras, o que nos chamamos de intertrigo. Pode ser uma dobra axilar, mamária, de gordura. Ele fala sobre o perigo de se pegar fungos nas academias. Outra toxina é a Ocratoxina A, que é nefrotóxica. Ela vai estar mais presente no Aspergillus ocraceus, que parasita mais os grãos de trigo, cevada e aveia. As fontes de infecção são: em qualquer parte do ecossistema se encontram fungos, o importante é a gente ter um sistema de vigilância, um sistema imune, porque senão os fungos que são oportunistas vão causar doenças. Solo, ar, água, homens, animais e plantas. O Aspergillus migem é um fungo comensal, que está disperso no ar, no solo. Quando não se faz o tratamento adequado, o fungo começa a colonizar. No meio da lesão queimada, observam-se pontos pretos, que são colonização de fungos oportunistas chamado Aspergillus migem. Os efeitos benéficos dos fungos: 1- Indústria alimentícia: além do cogumelo comestível, o queijo roquefort (que é fermentado pelo penicilium roquefort), a cerveja (fermentado pela levedura); 2- Industria farmacêutica: antibióticos (como a penicilina), drogas imunossupressoras como a ciclosporina, ambos são sintetizados a partir de fungos. 3- Controle biológico: a praga cigarrinha é destruída por fungos que não fazem mal nem ao homem e nem a vegetação. Os efeitos maléficos dos fungos: 1- Patologia humana: alergia e infecção (recebe o nome de micose). Existem cinco tipos de micose, que se dividi de acordo com a localização do agente infeccioso: Micoses estritamente superficiais: pele e pêlos. Micoses cutâneas: pele, pêlos e unhas. Micoses subcutâneas ou intermediárias Micoses profundas ou sistêmicas: órgão interno Micoses oportunistas: candidíase, aspergilose(nos pacientes queimados). 2- Alucinações e venenosos: intoxicação. 3- Destruidores de madeira 4- Fitopatologia 5- Produção de micotoxina: intoxicação. Aula Gravada de Microbiologia nº 11 − FUNGOS − Professora Cleide Miranda 10/04/06 Por Luciana de Almeida A fita inicia com a profa falando sobre testes alérgicos. (...) se faria os testes indradérmicos. Pegaria o alergênio (agente capaz de produzir alergia) inoculava-o e evacuava-o do tecido subcutâneo. Tempo de espera: para alguns, 48 horas, para outros, 72 horas; ai não pode molhar... tem uma série de coisas. Hoje, temos um exame chamado de RAST. Existem 5 classes de anticorpos. “Costumo sempre dar uma siglazinha, que vai facilitar muito vocês... GAMDE(?)”. E nessa sigla eu tenho o nível de concentração sérica desses anticorpos no homem. O que é que eu quero dizer com isso? Que a imunoglobulina mais concentrada é a “G” (IgG), e a que aparece apenas em vestígios é a IgE. O paciente imunocompetente não tem alergia. A alergia é uma hipersensibilidade (sensibilidade ao pêlo, ao ácaro, a fungos em suspensão no ar, etc.); não é normal esse paciente desencadear essa resposta, mas pela hipersensibilidade da resposta imune dele, ele começa a desencadear aquele quadro de alergia. O RAST é uma pesquisa de IgE (anticorpo presente nos processos de hipersensibilidade) específica. Para essa pesquisa, pode-se solicitar do laboratório a dosagem de IgE total, ou quantificar, saber que tipo de alergia aquele paciente tem. O RAST é essa pesquisa, que é como se fosse um rastreamento dos alergênios que o paciente tem sensibilidade. Essa reação RAST tem vários painéis. Segue um padrão específico. Os fungos hoje têm tamanha importância na área médica, que já temos um painel de RAST somente para fungos. Isso é muito usado para alergias respiratórias. Quais são os principais alergentes (que podem desencadear a alergia) respiratória? Fungo, poeira, pêlo de animais, ácaro, pólen de flores... uma série elementos que se pode investigar. E aí, investiga-se a especificidade; saber-se-á exatamente “o que é” a alergia. Por exemplo, existem pessoas que não podem comer chocolate, têm sensibilidade ao cacau; então, tem-se um painel de RAST só para cacau. Há pessoas que são sensíveis a crustáceos, outras a drogas (ex. sulfa, penicilina). Isso é muito importante. Já tive um paciente que quase vai a óbito porque, após submeter-se a uma cirurgia neurológica super complicada, foi-lhe administrado soro com sulfa. Ele era altamente alérgico a sulfa, então sua pressão caiu bruscamente, e só não teve um choque anafilático porque teve, prontamente, auxílio médico. O antígeno estava diretamente na circulação. Por isso é fundamental que se conheça o histórico do paciente. Ela começa a falar de experiências que teve. Diz que através da conversa, pode-se “puxar” todo o diagnóstico do paciente; além de favorecer a uma melhor relação médico-paciente, e conta que um idoso disse-lhe “dra, foi a 1ª vez que consegui falar com um médico”, etc. etc. etc. Raniere pergunta se a reação alérgica pode ser desencadeada tanto pelo próprio fungo como também pela toxina que ele produz. A resposta é sim, e que ainda tem um caso, que vai ser visto em micoses superficiais chamado Dermatofitides. Por exemplo, uma lesão na unha do pé, causada por um fungo, agente etiológico de micose cutânea – dermatófitos, aí lá na mão/braço aparece uma lesão que coça. Aplica-se um corticóide/antialérgico e ela desaparece, mas não cura; é recorrente, vai e volta. O que acontece? O dermatófito não vai atingir vasos sangüíneos, entretanto, excreta antígeno que vai ser levado a um foco à distância (no caso membro superior) e então, tem-se desencadeada a reação alérgica, chamada Dermatofitides. Se esse fungo não for tratado, o paciente nunca vai ficar curado da alergia. Voltando aos efeitos fúngicos maléficos... Fungos destruidores de madeira, ex. orelha-de-pau. Matas fechadas (raios solares não incidem) e úmidas, favorecem a proliferação dessa classe de fungos. Na Fitopatologia – parasitismo fúngico em vegetais Produção de MICOTOXINAS – intoxicação (Micotoxicoses) Mostra imagens... “Aqui” é o agente etiológico no micetismo, que é aquela infecção causada por fungo venenoso. No caso da Amanita muscaria, ela causa intoxicação tipo aguda. Notem o aspecto interessante do cogumelo. Em zonas rurais, não são raros os quadros de micetismo, porque as crianças, muitas vezes mastigam/deglutem o cogumelo pensando que são frutos. Como seriam as formas de transmissão, de modo geral, das lesões causadas por fungos? Existem duas subdivisões: Direta (pelo contato → principalmente nas micoses cutâneas): – de homem para homem − de animal para homem (”parasitismo por pêlos”) − de animal para animal Indireta − Inalação ► micoses profundas − Inoculação ► micoses subcutâneas * um tecido íntegro não vai adquirir um agente etiológico de micose subcutânea; é necessário que haja um traumatismo local para que o fungo seja inoculado. − Ingestão ► intoxicação * pela ingestão de fungos toxígenos – cogumelos – ou de alimentos contaminados por toxinas fúngicas. Fazem uma pergunta inaudível. ... a Amandita faloides(?) causa a tardia, e na tardia existe um caso mais complicado que é o quadro neurológico. Na fase inicial do micetismo agudo há uma reação gastrintestinal; em torno de quatro horas a sintomatologia está aparecendo. Já na tardia, a partir de doze horas é que se começa a apresentar o quadro clínico. Passamos agora a ver a morfologia. Quais foram as estruturas que eu disse que eram unicelulares: as leveduras. Mostra imagens... Então “aqui” tenho esporos de LEVEDURAS, do tipo blastoporos. “Aqui” uma célula brotando. “Lá em cima”, blastoporos isolados – uma única célula – e células se arranjando querendo formar um pseudomicélio. “Aqui” tenho uma cândida. Uma das características da candidíase é a acidez. A lesão é pseudomembranosa. Esse quadro revela um desequilíbrio. Existe um tipo de candidíase muito comum, que é a QUELITE ANGULAR (popularmente, “boqueira”). O que acontece é que a cândida está ali, com o esporo isolado. Quando o paciente entra em um período de estresse maior, libera uma maior quantidade de hormônios adrenocorticais, que são exatamente imunossupressores. Automaticamente a imunidade baixa, e quando isso ocorre, a cândida que estava sem colonizar, se corrompe. No ângulo, há uma retenção muito drástica. O lábio fica mais seco. O paciente ao abrir a boca se queixa como se esta estivesse cortada. O tratamento é super simples... Perguntas... muito barulho... comentários sobre a figura... Essas lesões são tiráveis, saem. Pega-se um cotonete, imerge-o em uma solução de mustatina ou de bicarbonato de sódio, passa nessa placa pseudomembranosa e ela sai. E por baixo dela, fica uma reação altamente inflamatória. ** Sempre onde há proliferação de cândida, existe um processo inflamatório. “Quando falo de Cândida, prefiro que vocês coloquem Candida sp.” Cerca de 60% das infecções causadas pelo gênero Candida é da espécie “albicans”. Porém, outras espécies de cândida também desencadeiam infecções. Por isso prefiro falar de Candida sp. Mas vocês devem saber que essa espécie (Candida albicans) é a mais incidente como agente etiológico. Volta a falar das figuras... “Aí” é uma MICOSE CUTÂNEA, altamente contagiosa, causada por um fungo de pêlos de animais (dá o exemplo do cachorro, que pode transmitir ao homem e demais animais), Não é uma micose grave, mas que incomoda (coça muito), porque esses fungos normalmente são de caráter contagioso, são cepas descamativas – levam àquele aspecto desagradável –, além do prurido. O tratamento nesse caso é tópico. Não se faz o uso de tratamento oral para a micose cutânea, salvo algumas raras exceções → porque as drogas antifúngicas são hepatotóxicas. No caso do pano branco, uma micose estritamente superficial, não há necessidade de se aplicar uma droga sistêmica. Isso vai ser visto melhor na aula de pano branco. O grande problema do pano branco é o caráter estético; é desagradável para o paciente estar com a lesão. Mas entre ele passar mais um tempo com aquela lesão e não ter um órgão vital atingido, “faço” a opção pela integridade do órgão. Tem uma medicação simples e local: o xampu. Por que? Porque o fungo que causa pano branco fica também no couro cabeludo. O que vemos muitas vezes, é que as pessoas tratam a derme, mas não o couro cabeludo - a não ser que tomem a droga oral (sistêmica), tratando, assim, os dois. Mas se só faz o uso da medicação tópica, ao escovar o cabelo, os esporos caem e se depositam novamente. Isso provoca uma reincidência de pano branco. Normalmente, vê-se o pano branco na face, no pescoço, nas costas, nos braços, exatamente onde os esporos se depositam. O xampu é à base de cetoconazol. Existe o Isoral(?) e também o do LAFEPE, que é excelente e bem mais barato. Também gosto de muito de usá-lo para essas micoses de cão. Márcia fala que a cachorrinha dela ta fazendo uso de cetoconazol por via oral e tbm através do xampu, e a prof diz que acha isso uma agressão e acrescenta que o grande problema de pêlo de animal caído é por falta de sol que interfere na absorção de vitamina E. Para relembrar, as duas principais Micotoxinas: AFLATOXINA – encontrada, mais comumente, nos grãos de amendoim e de milho; e produzida, principalmente, pela espécie Aspergillus flavus. Possui efeito hepatotóxico. OCRATOXINA A – presente em cevada, trigo e aveia. Produzida por 2 espécies: Aspergillus achracceus e Aspergillus alliaceus. Possui efeito nefrotóxico. Estruturas Morfológicas − Fungo Filamentoso – HIFAS → contínuas ou cenocíticas → septadas MICÉLIO (conjunto de hifas) → da mesma forma que as hifas, pode ser contínuo ou septado No micélio, existem células que se diferenciam e formam esporos específicos, como, por exemplo, os atrosporos (esporos resultantes da reprodução assexuada) e os clamidosporos (esporos de resistência). Quando o meio está tornando-se escasso, é como se o fungo se encistasse para resistir à escassez de nutrientes (a célula forma uma parede dupla) e, assim, manter sua integridade. Isso ocorre tanto nas cenocíticas como nas septadas - mais comum nestas. Os Clamidosporos são comuns tanto aos fungos filamentosos quanto às leveduras. Micélio Vegetativo – desenvolvimento, resistência, nutrição, fixação, disseminação, condução e sustentação. Micélio Aério – estruturas reprodutivas. O micélio não tem só aquela parte aderida ao substrato, tem uma parte que vai acima da superfície - micélio aério. Já no micélio vegetativo as estruturas estão diretamente ligadas ao substrato, retiram dali nutrientes e dão sustentação ao crescimento do fungo. Nas estruturas que crescem para a parte mais superficial (micélio aério) da colônia de fungo filamentoso são onde se encontram as estruturas de reprodução. Microbiologia 12 Fungos Professora Cleide Transcrita por Marcelo Nonato A professora está mostrando slides. Micélio é um conjunto de hifas. As leveduras formam um falso micélio ou pseudomicélio.Aqui, vemos uma hifa cenocítica ou contínua. Aqui vemos uma cultura bem envelhecida , as hifas já estão meio deformadas. As características morfológicas estão sendo perdidas porque há pouco nutrientes. Agora vemos uma hifa septada. Aqui um micélio aéreo;vocês podem observar uma fuligem que está mais superficial porque não o micélio não fica aderido ao substrato. Estruturas da levedura: pseudomicélio, blastosporos , células brotantes (que é quando os blastosporos entram em processo de divisão assexuada) e clamidósporos. A morfologia desses esporos das leveduras e dos fungos é altamente diversificada. Assim, diagnóstico micológico não é fácil. Na morfologia, nos vimos: -Fungo filemantoso (mofo, bolores). Ex: dermatófitos -Leveduras. Ex: Cândida sp. Os fungos poderiam se apresentar nas duas formas(leveduras e fungos filamentosos). Seria o caso dos fungos dimórficos e da Miscelânea. -Fungos dimórficos ou termófilos. A relação da temperatura aqui é essencial. Ex: Histoplasma capsulatum. Fungos dimórficos 37°C 25°C (temp. ambiente) Levedura Filamentosos Eu comentei com vocês que o principal mecanismo para a transmissão de micoses profundas é a inalação. A forma filamentosa é quem fica em suspensão no ar na temperatura ambiente, sendo o responsável pela infecção. A leveduriforme é a patogênica, ou seja, é a forma que está proliferando no homem. -Miscelânea: Ex: Malassezia furfur (pano branco) Quando a gente faz o diagnóstico, na lâmina eu vou encontrar estruturas filamentosas e leveduras, por isso que é chamado de miscelânea, porque é uma mistura de formas. O dimórfico ou se apresenta na forma de levedura ou na forma filamentos, dependendo da temperatura. Reprodução- o que vai determinar se a reprodução será sexuada ou assexuada é o tipo de gametângio que o fungo vai apresentar. Reprodução Sexuada: -Copulação Planogamética -Contato Gamentangial -Espermatização -Somatogamia Reprodução assexuada -Fragmentação da hifa (artrósporos) -Fissão (estrangulamento transcelular. A célula se divide em duas) -Gemulação (ocorre nas leveduras, formando as células brotantes ou gemulantes) -Produção de esporos (ocorre nos fungos filamentosos) AULA: MICRO 13 Assunto: Micologia Professora: Cleide Miranda Sofredora: RaPhInHa [Digo logo que não assisti a essa aula... Mas me esforçarei ao máximo!!!] Hoje a gente vai começar a ver a parte que é mais interessante pra vocês. (Sério??!! DUVIDO! Hauhauha) Vamos começar a ver MICOSES. Micoses é toda infecção causada por fungos. Voltando um pouquinho pra primeira aula, a gente correlacionou que os fungos exercem na natureza efeitos benéficos e maléficos. Dentre os efeitos maléficos, nós vimos que eles podem causar três tipos de reação: infecção, intoxicação e alergia. Os tipos de infecções por fungos são micetismo e micotoxicoses. A principal diferença entre elas é: No micetismo ocorre a ingestão de cogumelo venenoso; já na micotoxicose, há digestão de alimento contaminados por toxinas fungicas (sendo as principais toxinas a Aflatoxina – ação hepato-tóxica - e a Ocratoxina A – ação nefrotóxica). Lembrando que a ingestão prolongada desses alimentos pode levar a formação de um hepato-carcinoma – só ocorre com a ação cumulativa da micotoxina. Quando eu falei de alergias, falei do (Alternaria), do Penicilium, do Aspergillus... Que vivem no ambiente. São responsáveis por alergias respiratórias e por alergias cutâneas – dermatites de contato. Falamos também do Penicilium que é amplamente utilizado, pq já existe um perfil unicamente para detectar fungos que causam alergia respiratória. È uma reação sorológica que leva o nome de RAST. É uma pesquisa que busca IgE específica. É uma reação que é feita por automação, pois vários tipos de alergia são detectados por esse método. Tipos de micoses: - Estritamente superficial; - Cutânea; - Subcutânea; - Profundas ou sistêmicas; - Oportunistas. * As subcutâneas podem se disseminar via sanguínea ou linfática, de modo que pode tomar um caráter sistêmico. Como exemplo, podemos citar as Zigomicoses. Dividimos os fungos e vimos que os Eumycotas são fungos mais desenvolvidos, com parede celular. Eles subdividem-se em cinco tipos e dentre esses estão os Zygomycotinas ou zigomicetos. A principal característica morfológica dessa classe é não apresentar septos nos clamídeos. Aula 14 – Aula prática de identificação de bactérias Gram negativas Aula Gravada de Microbiologia 15 Prof.:Cleide Assunto: Micoses Transcrita por: Sofia Data: 20/04/06 ...aquelas vesículas são riquíssimas em ______; a viremia aqui é altíssima. Então uma pessoa que tem herpes, mas não tem vesícula , nem úlcera (a vesícula forma a úlcera) não tem risco de transmitir. Enquanto que no período da vesícula, da úlcera é 100% de transmissão, devido a viremia ser muito alta. A cândida é assim, ela ta lá na flora sem fazer nenhum dano. A partir do momento que agente começa a receber uma estimulação, por exemplo: antibiótico (que leva a um desequilíbrio de flora). Quando agente usa, a primeira coisa que se vê é o sapinho ou a queilite angular. O sapinho é uma lesão também a nível de boca. Uma coisa é a queilite angular e outra é a candidíase pseudomembranosa, que é o sapinho. Alguns mecanismos simples podem impedir a proliferação dessa cândida. Por exemplo: em pacientes que fazem cirurgia abdominal, principalmente em tecidos ricos em bactérias, bactérias que ali não são patogênicas, mas são em outro lugar.Por isso eles são submetidos a uma antibioticoterapia muito grande e quando começa essa terapia ocorre desequilíbrio de flora, e normalmente a candidíase vem e começa a colonizar. Então não é raro em pacientes que fazem antibioticoterapia, que usam imunossupressores, apresentarem a candidíase pseudomembranosa. E um procedimento simples pra evitar é a utilização de bochechos: com a utilização de água e bicarbonato de sódio. Porque o bicarbonato tem pH elevado, enquanto que o fungo vive melhor num meio ácido. Quando o pH começa a subir, ocorre um desfavorecimento do crescimento da cândida.Vou tornar um meio desfavorável e impedir que a cândida se alastre. Queilite angular: o tratamento, às vezes, nem é necessário, a cura é espontânea. Os pacientes só com a higiene bucal, o bochecho de bicarbonato, resolve. Agora se a lesão persiste por um período maior e vai aumentando, aí chama a atenção. Porque a cândida pode estar presente em qualquer tecido (exceto no pêlo), como: candidíase renal, candidíase pulmonar. Pacientes descompensados, principalmente imunodeprimidos, imunossuprimidos são muito susceptíveis a cândida, por isso que ela é modelo para infecções oportunistas. Agente pode ter desde a queilite angular, forma benigna que não traz grandes problemas, até um quadro altamente complicado. Atenção: Estudem CÂNDIDA!!!!!!!! Slides: 1) Lesão a nível labial. Observa-se que a cândida não está no lábio, porque ele tá ressecado. Já ângulo labial é onde fica a retenção de umidade. E a umidade é um fator predisponente altíssimo para proliferação de fungos. E existe uma relação muito grande do parasitismo fúngico com áreas úmidas. 2) Agente ta vendo a região perianal com reação inflamatória e uma hiperemia intensa... se vc for fazer análise clínica o local de coleta é a periferia da lesão, porque no meio da lesão os esporos já estão diminuídos devido a eles procurarem um substrato mais rico, onde ele possa se nutrir e continuar a proliferação. Pode-se observar também a simetria bilateral que se dá pelo contato. 3) Intertrigo... toda micose de dobra é chamada de intertrigo. Pode ser uma dobra axilar,mamária,uma dobra numa criancinha gordinha, essas crianças tem de fazer um enxugamento dos espaços da pele, porque nas dobras ocorre retenção de água e a umidade pode favorecer a proliferação da cândida. Welton pergunta: Quando se usa um corticóide, a infecção vai melhorar primeiramente mas depois reaparece. Porque. Prof.: Agente falou que as lesões cutâneas têm caráter inflamatório e os corticóides são drogas antiinflamatórias (suprimem a resposta imune), então eles diminuem a sintomatologia, mas diminuem também a resposta local, daí o fungo se dissemina. Se vc usar só o corticóide a lesão vai se disseminar. E é por isso que você tem de usar o corticóide mais uma droga antifúngica. E lembrando que com essa disseminação por uso de corticóide, você coça mais e corre o risco de uma infecção secundária, porque a partir do momento que você coça, vc tá ferindo aquele tecido, e quando vc feri, o Staphilococcus pode povoar ali e causar uma ______(foi mal). Por exemplo: quem tem animal é muito comum agente ver micoses pelo Microsporum, que é um dos agentes etiológicos dos dermatófitos (relembrando: Agentes etiológicos dos dermatófitos: Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton). (Voltando ao corticóide)...O corticóide deve ser usado sempre com muito cuidado porque ele é um imunossupressor.É preciso diferenciar a micose do processo alérgico, pra não usar só o corticóide e deixar que ela dissemine. E é por isso que eu gosto do shampoo, porque você tanto trata o couro cabeludo como a pele toda. 4) O que será isso. Alguém responde- dermatófito Prof.: Impinge. Um caráter marcante é a proliferação das lesões, e isso é exatamente pelo caráter de contágio dos dermatófitos. Sempre quem tem dermatoftose nunca tem uma única lesão, porque coça e você vai levando os esporos de um ponto a outro. Aí você pode usar solução de iodo para infecções cutâneas, mas para isso vc tem de saber das contra-indicações, como se o paciente tiver problema de tireóide, etc. 5) Frieira, popularmente chamado de pé de atleta. Também é uma dermatoftose.Observem a lesão característica: seca e de descamação intensa. Pode-se observar que todos os espaços interdigitais do paciente estão comprometidos. Os dermatófitos são normalmente fungos que dão em solos,em pêlos... (Recomenda a não utilização de meias sintéticas porque elas retêm a umidade e quem tem predisposição a pé de atleta tem de fazer o enxugamento dos espaços interdigitais ,após o banho, e colocar o talco). 6) Intertrigo inguinal que é muito comum em pessoas que fazem academias. E nesse caso deve-se colocar corticóide e a droga antifúngica. Observa-se, além do caráter inflamatório, a simetria bilateral e lesões bem delimitadas. 7)Lesão por cândida. Normalmente as lesões por cândida doem mais. No caso de lesão de unha por dermatófito não dói e quando começa a doer é cândida. Onicomicose Toda micose localizada nas unhas. Essas onicomicoses podem ser de 2 tipos: quando o comprometimento é só da placa ungueal, ou seja somente da unha ou quando ela é da placa ungueal + da região peri-ungueal (região onde ficam as cutículas). Então é o que agente chama de oníquia e paraoníquia respectivamente. A cândida dá em oníquia e também em paraoníquia. Quando o crescimento do fungo se inicia distal, pelos bordos da unha, é dermatófito. Já quando se inicia na parte proximal,normalmente, é cândida Outra característica da oníqua por dermatófito é que ele leva a um escurecimento e um desgaste da unha. Já na cândida (que tem caráter inflamatório marcante) a área tem hiperemia e dói, edema na região periungueal. Para tratar a unha: a primeira coisa é o corte, porque a unha começa a ficar fofa. Então vai cortando, tira a massa que fica por baixo (que é o crescimento do fungo), lixa e aplica a solução. Esmalte estético nem pensar, porque ele dificulta a absorção do medicamento. Não é raro comprometimento de unha devido a dermatófitos a nível de membro inferior em diabéticos. 7) 1.Bordo livre: se eu estou diante de um bordo livre, eu tô diante de uma oníquia, porque aí eu não tenho comprometimento periungueal. Nesse caso eu tenho a presença da cândida ou dos dermatófitos.Já foi falado que os dermatófitos são fungos filamentosos e a cândida,uma levedura. Para o fungo filamentoso, eu encontro hifas claras ramificadas, septadas ou artrosporadas. Já nas leveduras, eu observo pseudomicetos, clavidosporos (não sei se tá certo), células brotantes(tbm não sei). Na transparência: desprendido(onicólise)-candidíase:células leveduriformes com pesudohifas. 2. Bordo periungueal Nesse caso só vai haver o comprometimento por cândida. Se a cândida é uma levedura, conseqüentemente eu vou ter estruturas de leveduras. Pergunta: Se for dermatofito ou cândida, pode-se usar cetoconazol Resposta: Pode. Mas melhor droga no caso de unha é o ______ ou a solução de iodo( no dermatófito) e na cândida, cetoconazol. ...quando há uma reação inflamatória e o paciente se queixa de dor é a cândida, e quando o paciente não se queixa de dor e vc observar que a prega ungueal foi destruída, unha esfarelada, destruída, é dermatófito. E há também uma espécie de dermatófito que dá uma coloração escura. FIM!!! AULA GRAVADA Data: 20.04.06 Matéria: Micro Aula: 16 Prof: Cleide Transcritora: Thaís Asusnto: micoses ...você pode observar que na cândida não ocorre destruição da unha. A unha vai ficando fofa e cai, mas sem ter nenhum tipo de destruição da unha, aí a gente sabe que é cândida. A característica de dor é fundamental para confirmar Candida albicans. Vamos ver agora a Ptiríase versicolor. Qual é o principal agente etiológico da ptiríase? Malassezia. A gente já falou da Malassezia furfur. No caso, nós tínhamos acúmulo de células de leveduras em cachos, e filamentos curtos. Eles são pequenos e são meio grossos. É muito característico de malassezia. Então o que é que a gente faz pra diagnosticar o pano branco? É um exame super simples. Por quê? Eu falei pra vocês que o fungo é lipofílico. Então o meio que a gente usa pra isolar o fungo é um meio que não é rico em ác. Graxos. Eu tenho que adicionar a esse meio ac. Graxos, e o fungo demora muito a crescer, então o melhor exame pra determinar o pano branco é a raspagem das escamas epidérmicas onde está a lesão. Vocês pegam uma fita adesiva, colam e põem na lâmina uma gotinha de azul de metileno. Leva ao microscópio. Aí vocês vão ver, se for o microsporum, só célula de levedura, ou se for a malassezia furfur, vai ver as leveduras e as hifas. Tinha nigra. Ela está no grupo miscelânea. Possui hifas escuras, septadas com formações gemulantes. Por quê gemulantes? Porque essa divisão, gemulação, é característica das leveduras. Dermatofitoses. Hifas claras, ramificadas, septadas ou artrosporadas. Pq eu num botei nada aí de levedura? Pq dermatófito é um fungo basicamente o quê? Filamentoso. NÃO existe a presença de células de leveduras. Candidíase. Células leveduriformes. Quais são essas células? Os blastosporos ou células brotantes ou gemulasntes, e as pseudohifas. Heritrasma. Bacilos corinerformas. Eu pus aqui só pra chamar a atenção de vcs de que outros agentes como bactéria podem causar lesão a nível de unha. Obs) agora ela explica algo sobre alopécia, queda de cabelo e um tal de Kerion celsion. Num dá pra entender nada, pq RANIERI fica falando BEM ALTO no meio da gravação, aí já viu, né?! Se alguém souber o sentido disso, por favor, compartilhe! Ainda dar pra ouvir que é uma dermatomicose causada por dermatófito. A alopecia é temporária. Fim!!!! Aula Micro 17 Assunto: Micoses Subcutâneas Data: 27/04/06 Profa: Cleide Miranda Zito copyrights 2006 ® all rights shared with 117 Falamos das micoses oportunistas que podem ser aquelas micoses estritamente superficial, micoses cutâneas, ou mais profundas, micoses subcutâneas, isso vai depender da fragilidade do hospedeiro. Nas micoses subcutâneas, uma das principais características é que a via principal de transmissão é a inoculação, ocorre, então, um traumatismo no local para que haja uma eficiente ação da espécie que determina a lesão. Entre as micoses subcutâneas nós temos as zigomicoses causadas pelos zigomicetos, a principal característica desses fungos é que são fungos cenocíticos, ou seja, que possuem as hifas contínuas, consequentemente eles são fungos filamentosos por produzirem hifas. Existe uma exceção, um fungo levedura que apresenta em determinados momentos forma filamentosa septada quando ele está exercendo uma ação parasitaria: a cândida (candida albicans). É muito comum por exemplo, quando se faz uma citologia vaginal encontrar resultados positivos para cândida, ela formando pseudomicélios e até micélios verdadeiros. O objetivo de uma citologia é observar alterações a nível celular, observando possíveis neoplasias benignas ou malignas e observar o tipo de flora vaginal. A cândida faz parte da flora original na vagina, mas a paciente pode se encontrar num estado de desequilíbrio ( uso de corticóides, utilização de esteróides ou hormônios por reposição hormonal, no primeiro trimestre de gravidez, antibioticoterapia, ____________ ), e apresentar um achado esbranquiçado na coleta devido à proliferação excessiva do fungo. Dentro das zigomicoses, grupo cenocítico, o principal grupo determinante das micoses humanas de forma mais agressiva são: os Mucorales. Dentro dos mucorales há gêneros importantíssimos o Rhizopus, o Mucor e o Absidia que determinam lesões graves no paciente. As micoses subcutâneas, elas acometem os tecidos mais profundos da epiderme, mas podem adquirir um caráter sistêmico dependendo do paciente e se expandirem para outros lugares do corpo. Isso ocorre através de duas vias: a via linfática e a via sangüínea. No caso de zigomicetos a principal via de disseminação é a via sangüínea. Os mucorales ( Rhysopus, Mucor, Absidia ) eles tem um grande tropismo pelo sistema nervoso central. Os entomorforales também causam lesões no homem, mas o que agente vê mais na prática são as zigomicoses principalmente quando o paciente é diabético. Quando se tem um paciente com diabetes, temos que dar maior atenção a ele principalmente quando ele é oriundo da zona rural, que trabalha no sol. Geralmente devido às condições do sistema público de saúde, nas emergências não se faz uma boa anamnese, não se observa bem o corpo da pessoa, pede-se muito exame, sobrecarrega-se o laboratório podendo apresentar um diagnostico preciso sem prescrever muitos exames. As lesões causadas pelos mucorales aparecem superficialmente, nas partes descobertas, podendo evoluir pra uma doença sistêmica através do linfa ou do sangue. No caso específico do diabético, as zigomicoses elas evoluem para o sistema nervoso central e dá um quadro altamente grave de zigomicose rinocerebral. Essa doença geralmente é diagnosticada geralmente pós-morte, pois é um quadro fulminante, não dá tempo de se identificar e tratar o paciente revertendo o quadro. Uma das grandes complicações dos diabéticos é o problema da vascularização, o risco de necrose é muito grande devido a circulação deficiente geralmente nos membros inferiores, fazendo com que um foco inflamatório não seja bem combatido, as células mediadoras da inflamação não alcançam o local do foco inflamatório podendo assim ocorrer complicações que fulminam numa necrose de membros inferiores. * a profa. fala que agente deve estudar bem o quadro de zigomicoses pois ela disse que iria cobrar devido a sua importância. A esporotricose ela é caracterizada por disseminação por via linfática. Essa doença também é chamada de doença linfocutânea. Existe uma característica muito peculiar do agente etiológico da esporotricose Sporothrix schenckii , quando ele atinge um vaso linfático ele começa a formar úlceras em cadeia, que é a formação de ulceras durante e ao longo de todo trajeto do microorganismo nos vasos linfáticos. Quando se dissemina pela circulação linfática, nota-se, então, o trajeto do vaso infectado. Outra característica é a hipertrofia do baço. A criptosporidiose é outra infecção por fungos, sua localização é mais a nível nasal e ocular. A principal característica dessa infecção é levar a formação de lesões pediculares, ou seja, é como se fossem pólipos, eles são enraizados no tecido, principalmente no tecido nasal, eles vão crescendo e muitas vezes obstruem toda fossa nasal dificultando a respiração. Na maioria dos casos dessas lesões subcutâneas deve-se fazer a retirada da mesma cirurgicamente, além do tratamento sistêmico. A lesão é como se fosse um pólipo que vai crescendo pedunculada, pois não é uma lesão solta, os fungos eles se enraízam de tal forma que permitem que vasos e células do sistema nervoso central penetrem na lesão, por isso elas são altamente doloridas. A doença de Jorge Lobo é a forma menos agressiva das micoses subcutâneas, só existe um caso na literatura onde ocorreu uma disseminação sistêmica, foi na Europa. Aqui no Brasil agente encontra mais casos no norte , principalmente no Amazonas e Acre. Lacazia loboi é o agente etiológico da doença (ela falou outro nome para o agente etiológico, mas todos os trabalhos apresentam esse nome Lacazia loboi para o agente etiológico) * Jorge Lobo foi professor dermatologista da UFPE e morreu em 1976. A característica da doença de Jorge Lobo são placas queloideformes e/ou ulcerativas, forma-se aquele tecido cicatricial fibrosado. Clinicamente é fácil de diagnosticar essa doença, porém, nunca se conseguiu isolar o agente etiológico, não temos como diagnosticar imunologicamente a doença devido também a sua baixa virulência, um antígeno incompleto. Somente podemos diagnosticar essa doença através da clínica e do histopatológico. A feohifomicose e a cromomicose são doenças produzidas por fungos chamados de demáceos ou dematiáceos. A característica principal desse fungo é que eles possuem na sua parede celular melanina, e isso facilita muito o diagnostico, porque esses fungos apresentam uma coloração escura (fungos negros). Os micetomas podem ser causados por bactérias ou fungos, a destruição tecidual é muito grande nesses micetomas, levando a amputação de membros. Existem os micetomas eumicóticos, que são realmente os causados por fungos, e os micetomas actínicos, causados pelos actinomicetos, que são bactérias filamentosas. Eumicetomas são causados por diversas espécies de fungos, seja ele hialino ou _________ . A profa fala que no caso de uma elefantíase pode ocorrer uma infecção secundária que seria a cromomicose ( as lesões tem aspecto de couve-flor, granulomas escuros na superfície ). Cabou-se... Aula de Microbiologia N°18 Data:27/04/06 Prof: Cleide Miranda Assunto:Micose Subcutânea e Sistêmica Transcrita por Adriana Zenaide Quando a gente fala de micose subcutânea, a gente fala de tecido subcutâneo.Entâo a gente vê uma lesão a nível cutâneo,só que mais profundo. Projeção de slides.... (Algo relacionado à região amazônica)Essas lesões têm uma evolução crônica,elas têm uma evoluçâo muito lenta.Esse caso que foi citado na literatura,que foi um caso que houve disseminação sistêmica levou 47 anos.O paciente apresentou por 47 anos esse tipo de lesão. A lesão normalmente se inicia pequena e tem um recuperação lenta e muito vezes indolor e mascarada pelo uso de medicação inadequada e vai evoluir pra esse quadro crônico. (outro slide)Aqui a gente vê mais de perto.A gente vê a delimitação da pele. Mas isso nem sempre ocorre.Na maioria das micoses subcutâneas a gente não observa isso. A única micose que a gente observa a característica dessa delimitação é a doença de Jorge Lobo. No restante, a massa do fungo vai crescendo de tal forma que leva ao aspecto peduncular(?) como no caso da rinosporidiose,ou a destruição do tecido. (outro)Um quadro de esporomicose ou doença lipocutânea.Atinge tecidos mais profundos e disseminar através da via principalmente linfática.A gente vê úlceras em cadeia.Mas nem sempre isso acontece.Isso é um fato característico,mas podem existir fatos diferentes.É muito importante a perspicácia de vocês,o exame clínico mais trabalhado,as informações de procedência do paciente pode já levar a caminhar em função de um diagnóstico. (outro)Aqui eu foco mais a característica clínica de Hipertrofia do vaso. Nas doenças subcutâneas, os tratamentos sempre são sistêmicos. Não adianta medicação local. Em virtude da infecção secundária, muitas vezes dificulta o resultado do exame micológico e o tratamento da doença de base.Por exemplo: no caso de zigomicose,se trata a zigomicose mas tem que equilibrar a diabete e os níveis glicêmicos do paciente.Se não tratar a doença de base, não vai evoluir muito.Existe uma relação muito grande entre as doenças de base e alguns tipos de infecção. Uma zigomicose pode ser encontrada(?) em pacientes imunologicamente competentes e fisiologicamente estáveis.Mas num pacientes em que há quebra da homeostasia,ela pode se desenvolver e ganhar o sistema nervoso central e ser fatal,levando a morte do paciente. Pergunta..... R:é uma lesão do tipo peduncular, como se fosse um poro.Não é um poro mas como ele tá aderido ao tecido e enraizou. Acho que falando de uma figura que mostrava o nariz de um paciente......e respondendo a perguntas... R:A cirurgia nesse grau de lesão é necessária porque ele obstrui todo o conduto nasal do paciente.Então se faz a extração da lesão e concomitantemente se faz a droga anti-fúngica sistêmica.A lesão tem vaso sanguíneo e tem célula nervosa, o que indica que ela é altamente dolorida e sangra. Isso é um sinal clínico muito importante. Por exemplo: Na lesão vegetativa da cromomicose, há queixa de dor, em virtude da presença de célula nervosa e também há presença do sangramento. Normalmente esses crescimentos são lentos,exceto a zigomicose rinocrerebral.Quando ela atinge o SNC, resta pouco tempo para evitar o óbito do paciente.Por isso que é importante tratar precocimente. Se se sabe que o paciente é diabético, se faz-se o diagnóstico de uma zigomicose cutânea, já começa o tratamento e encaminha para um médico endócrino.Para que a doença de base, que é a diabete, fique estável.Daí a importância de conhecer a doença de base do paciente, e assim ele vai evoluir em normal prognóstico. barulhooooooo........ Ela orienta para a prova, dizendo que se pedir etiologia,quer o agente etiológico, e não a infecção!!!Não Esqueçam!!!!!!!!! MICOSES SISTÊMICAS A gente já viu a intercorrência da temperatura em fungos zigófilos.A temperatura é um fator altamente importante nas micoses sistêmicas porque 4 dos agentes etiológicos,exceto o Cryptococcus neoformans,são fungos zigófilos.O Cryptococcus neoformans é do tipo levedura. A principal característica de transmissão é a inalação.Então, em termos de inalação,a gente vai inalar o que está em suspensão na temperatura ambiente. E o que está em suspensão na temperatura ambiente é a forma filamentosa. Já em termos de patogenicidade, a forma que vai atuar é a leveduriforme. Tanto que na paracoccidioidomicose ocorre um fator extremamente interessante:os pólipos impedem que a forma filamentosa passe para leveduriforme.Quando o homem se infecta com a forma filamentosa,e essa forma chega no tecido,ela vai ter característica de levedura.E aí, essa levedura é quem vai advir no tecido,inicialmente, pulmonar. Nas mulheres, a presença do estrógeno vai fazer com que a incidência de mulheres na fase reprodutiva infectadas seja baixíssima.Enquanto que os homens são mais suscetíveis. Então na paracoccidioidomicose, existe essa relevância que é altamente importante.Mulheres na fase reprodutiva praticamente na apresentam paracoccidioidomicose. O estrógeno vai impedir que a forma filamentosa forme as estruturas leveduriformes,que desencadeariam a patogenicidade. Outro fator importante das micoses sistêmicas são os focos primários, que normalmente são os pulmões. Se o mecanismo de transmissão é a inalação,automaticamente o tecido choque será o dos pulmões.Normalmente as lesões se assemelham a quadros de pneumonia difusa.O paciente chama atenção para avaliações mais detalhadas. A gente vê hoje que o número de tuberculose cresceu muito, e há uma utilização da segunda dose da BCG e ainda assim disseminação.Quando esses casos não são elucidados, deve-se investigar a parte fúngica,principalmente em pacientes imunosuprimido ou imunodeprimido. Qual a diferença? Imunosupressão - normalmente temporária.Por exemplo, quando se está fazendo o uso de corticóide, ele é um imunosupressor, e durante o uso vai haver diminuição da resposta imunológica.Mas a partir do momento que se retira a droga, o paciente volta a responder imunologicamente normal. Imunodeficiência - não é reversível. O HIV provoca as imunodeficiências primárias, de base, imunodeficiências seletivas. Então esses fatores são importantes quando se vai avaliar a incidência, proliferação e a gravidade da infecção fúngica. Há também uma relação muito grande com alguns tipos de animais:Ex:aves *para a histoplasmose- morcegos. *para a criptococose - pombos. A criação de pássaros em apartamentos não é aconselhável, porque nas fezes pode haver esporos do cryptococcus ou do histoplasma e haver disseminação. No caso da criptococose, a lesão mais comum é a nível pulmonar.Depois dela, a mais comum é a nível do SNC,determinando quadros de meningites. Os fungos, que são agentes etiológicos de micoses profundas, podem determinar as meningites fúngicas. Uma das espécies é o cryptoccus.E a outra é o coccidioides immites,que é o agente etiológico da coccidioidomicose. Para nossa região, é mais importante o cryptococcus neoformans.O coccidioides immites tem dificuldade se se proliferar na nossa região.Existe uma incidência alta na América do Norte, e a coccidioidomicose sendo agente de doenças oportunistas gravíssimas em pacientes aidéticos americanos.Já aqui a relação é tão grande da criptococose com a AIDS que geralmente o paciente que chega apresentando a infecção fúngica, manda-se fazer o HIV. Há uma relação de oportunismo do cryptococcus, o que leva a sugerir a instalção de uma doença de base. As principais infecções oportunistas aidéticas são a Candida,a aspergilose e a criptococose. Essas infecções são de fácil diagnóstico, através do exame micológico:exame direto e cultura. No caso da criptococose e também da ptiríase, pode-se dar o diagnóstico somente pelo exame direto. Se coleta do paciente o LCR,centrifuga, usa um corante (tinta da China), faz um esfregaço e se observa estruturas capsuladas que não absorvem o corante. Esse teste é muito solicitado. A criptococose pode ser localizada ou pode tomar caráter disseminada, acometendo uma série de tecidos. *Mostra uma foto com disseminação maciça de cryptococcus. Aula Gravada – Micro 19 Assunto: Micose subcutânea e sistêmica Prof.: Cleide Data: 27/04/06 Transcrita por: Ana Maria Tipos de Criptococose: Pulmonar Disseminada No SNC (apresenta-se como a forma meníngea, sendo esta a forma mais comum de se apresentar) Na pele Nos ossos No trato genito-urinário No fígado No baço Nas adrenais Nos nodos linfáticos A gente pode observar q há uma agressão muito grande do fungo em ralação a órgãos vitais, e o comprometimento, quando não é tratado a tempo, leva ao óbito do paciente. Quando a gente ta trabalhando com fungos, 2 fatores são muito importantes: o tempo q vc iniciou a administração do antifúngico e a resposta do hospedeiro, além de vc saber administrar o antifúngico ideal p cada agente etiológico. Daqueles fungos q são agentes de micoses profundas, o q tem uma virulência mais alta é Coccidiodes immites (é encontrado normalmente na América do Norte) e ele também é um dos agentes q causam a meningite, só q aqui quem vai causar a meningite é o Cryptococcus neoformans. Ela mostra fotos: Aí é um caso de dactalites, onde vc vê a destruição não só de cartilagens, mas também óssea do paciente causada pelo agente etiológico Coccidiodes immites. Essa dactalite seria um sinal de Coccidiodes immites , vc pode ver a deformação q causou. E agora é p vcs terem uma idéia do fungo: o fungo cresce de uma esférula, e dentro dessa esférula vc encontra vários fungos sendo estes chamados de endósporos. Essa esférula é bem característica do diagnóstico do Coccidiodes immites. Os fungos também determinam lesões a nível ocular. Vcs já viram no caso da zigomicose rinocerebral e agora estão vendo no caso da histoplasmose a nível palpebral (a histoplasmose é aquela q a gente chama também de doença das cavernas). Uma das principais características do Histoplasma capsulatum , q é o agente etiológico, é q ele tem um poder de virulência tão grande q mesmo depois de ser fagocitado pelos macrófagos ele consegue se multiplicar no interior da célula fagocítica, muitas vezes o macrófago tem uma quantidade tão grande de histoplasma q acaba rompendo e jogando-os na circulação e, assim, eles vão acabar infectando outros macrófagos. Então o mecanismo de fagocitose não funciona bem no caso da histoplasmose, e por isso ela também é chamada de doença reticulo endotelial. As principais características da histoplasmose são: Distribuição vasta (endêmica principalmente nas Américas) Ambientes úmidos Presença em excrementos de pombos e morcegos,principalmente. Vcs acabaram de ver uma lesão palpebral, e agora tem uma lesão (???) então veja com a micose profunda mascara. A gente relaciona a micose profunda com inalação, e inalação com o pulmão, ai vc poderia pensar inicialmente numa micose subcutânea quando na verdade ela já ta atuando a nível sistêmico. Fim !!! Aula Gravada – Micro 20 Aula Prática Prof.: Cleide Data: 28/04/06 Transcrita por: Ana Maria Nessa prática vamos mostrar a vcs os aspectos macro e microscópicos dos fungos. No aspecto macro a gente vai observar e diferenciar os cultivos de levedura e o de fungo filamentoso. Na 1ª aula teórica a gente falou de morfologia e de como se apresentava uma cultura de levedura e como se apresentava uma cultura de fungo filamentoso. O aspecto q uma cultura de levedura apresenta em uma cultura é o cremoso, já quando a gente fala de bolor é filamentoso (às vezes lembrando um algodão). O tipo de micélio q o filamentoso apresenta é o aéreo, enquanto a levedura não possui micélio e, sim, possui pseudomicélio. Por exemplo, no Aspergilus vc vê toda a parte superficial da placa tomada pelo fungo, isso caracteriza muito o crescimento de micélio aéreo. Enquanto q o micélio vegetativo q é aquele onde as estruturas de nutrição e sustentação do fungo se localizam está aderido ao substrato, seja este substrato um tecido humano, animal, vegetal ou no caso um meio de cultivo. Vcs vão solicitar dos pacientes a coleta de material, e para isso alguns pontos são importantes, como: A higiene corporal (pq muitas vezes associado à infecção fúngica a gente observa a presença de infecção bacteriana e isso pode inibir o crescimento do fungo tornando mais difícil o diagnostico laboratorial) Suspensão dos medicamentos (uma medicação q o paciente passe no local da infecção pode mascarar ou inibir, levando a um resultado de cultura negativo onde na realidade existe parasitismo fúngico) Então vc deve orientar seu paciente a fazer a higiene corporal e suspender o uso de remédios quando for fazer a coleta do material p diagnostico laboratorial. O 1º passo é a obtenção da amostra, esse passo é essencial p o diagnostico. Devese colher a amostra em quantidade suficiente do local mais representativo (sito ativo da lesão) q no caso das micoses superficiais e cutâneas seriam os bordos da lesão por causa do tipo de crescimento fúngico q é centrifugo. Colhe-se essa amostra p q nós possamos fazer 2 tipos de exames no diagnostico micológico: o exame direto e o cultivo. Em algumas micoses a gente só faz o exame direto, os exs. q eu dei p vcs foram a pitiríase (pela dificuldade de isolar o fungo) e a criptococose (pela gravidade da doença), sendo assim nesses casos não há a necessidade de vc fazer a cultura e esperar esse cultivo p fazer o tratamento. A metodologia p o diagnostico no caso de amostras de pele, pêlo e unha (os tipos de micose envolvida nesse caso serão as estritamente superficiais e as cutâneas) deve-se proceder ao exame microscópico direto e também ao cultivo. Isso é aplicado também p os outros tipos de infecções, sempre no diagnostico micológico a gente faz os dois exames. Nas subcutâneas normalmente o diagnostico requer uma biópsia local pelo comprometimento do tecido. Os fungos q causam micoses cutâneas também podem ter um caráter inflamatório. Lembrando q as principais características das lesões são: seca e descamativa (mais comum),depois as características podem ser inflamatórias ou bolhosas. No caso de características inflamatórias pode-se utilizar também o swab p se fazer a coleta da secreção, por ex. na cândida periungueal. O meio usual p o isolamento de fungos é o meio de Sabouraud, principalmente p os fungos chamados de agentes etiológicos das micoses estritamente superficiais e cutâneas. Esse meio é à base de peptona, dextrose e ágar, e é um meio semisólido (estando mais p sólido do q p gelatinoso). A esse meio, normalmente, a gente adiciona antibiótico (clorofenicol) isso visa evitar o crescimento de bactérias, pq se a bactéria cresce muito ela pode inibir o crescimento fúngico. Relembrando o q já foi visto nas aulas... -Micoses estritamente superficiais atuam: 1º - pele Lesões hipo ou hipercrômicas Pitiriase versicolor, o agente etiologico é Malassezia sp (fungos lipofílicos q têm tropismo por tecidos engordurados) Mancha escura palmoplantar Tinha negra, o agente etiológico é Phaeoannellomyces werneckii 2º - pêlo (concreções endurecidas) Concreções claras Piedra branca, o agente etiológico é Trichosparon brigelli Concreções escuras Piedra preta, o agente etiológico é Piedraia hortae (aqui o fungo não tem tropismo por região) -Diagnostico laboratorial de micoses superficiais e cutâneas: Material clínico (pele, pêlo e unha) Exame microscópico direto onde se usa KOH + tinta Cultura 25°C ágar Sabouraud bolor técnica de esgarçamento e/ou cultivo levedura (cor creme) tubo germinativo A cândida forma um esporo de resistência (Clamidocomídeo q é um esporo comum aos fungos filamentosos e as leveduras). Quando há a necessidade de fazer a diferenciação de espécies de leveduras nós fazemos os testes bioquímicos chamados: Auxanograma teste de assimilação Zimograma teste de fermentação de açúcares Na maioria das vezes não é necessário solicitar esses exames, exceto em casos especiais como o grupo de cândidas q são resistentes ao fuconazoli. Cada espécie vai ser classificada de acordo com a assimilação e a fermentação dos açucares. -Principais características macromorfológicas: Textura: cremosa, serosa, mucóide,algodonosa Aspecto: brilhante, opaco, seco, úmido Topografia: plana, convexa, pregueada Superfície: plana, fissurada, rugosa Bordos: regulares, irregulares, radiadas Cor (verso e reverso): branca, preta, verde, vermelha, laranja Tempo de crescimento Pigmento: presença ou ausência, cor do pigmento, difuso ou restrito a colônia. FIM!!!!!!!!! Ta aí povo, espero que seja útil!!! Bons estudos!!!!!! Bjinhos, Aninha Aula Gravada de Microbiologia 21 Assunto: Micoses Oportunistas Data: 28/04/06 Transcritor: André Aquino M3/117 As micoses oportunistas, como o próprio nome diz, pode ser qualquer tipo de micose numa unha, na pele, num tecido visceral, no fígado, num rim, seja pior que for, com uma característica principal de desequilíbrio do hospedeiro. Quando o paciente está em desequilíbrio, o paciente tem distúrbio metabólico, distúrbio hormonal, distúrbio fisiológico, como no caso da puberdade, da gravidez. Então as micoses oportunistas que eu quero que vocês leiam são as candidíases e a aspergilose. Essas outras aqui já estão dentro dos assuntos que nós já vimos anteriormente, que são as dermatofitoses, zigomitoses, esporotricoses, histoplasmoses, criptococoses. ... (a fita recomeçou e a fala da professora está cortada; acho que ela está falando da aspergilose e da candidíase) a etiologia se pode apontar uma DST. Agora, se eu perguntar sobre uma meningite (não tenho certeza se foi meningite) fúngica e pedir uma etiologia, aí eu quero (???)... porque outras espécies de (???) não são patógenas. Ontem eu comecei a falar que havia fatores extrínsecos, fatores externamente ou diretamente relacionados ao hospedeiro; que interferiam na predisposição das micoses. Dentro desses fatores o mais importante é a umidade. Por exemplo, quando eu falei do pé de atleta, da frieira... o ambiente de sapato fechado, meia sintética que favorece a disseminação do fungo e a instalação da infecção devido à sudorese. Então (??? Acho que se refere à predisposição, às causas)... principalmente por deficiência de vitaminas A e B e os esportes. Os esportes estão relacionados com a sudorese e também com a água, como a natação. (ela começa a falar da necessidade de se fazer exame médico para se entrar em piscinas de clubes). Os fatores intrínsecos, diretamente relacionados ao hospedeiro (foi exatamente que ela falou)... nós temos todos aqueles fatores que a gente viu durante as aulas. (a partir de agora, por um bom tempo, ela fala do que predispõe a infecções) A pele constitui uma resposta imunológica inata, uma barreira natural. Na pele existem os pelos, o pH, uma flora comensal, a produção de ácidos, enfim, uma série de fatores que impedem a infecção naquele local. Quando ocorre a quebra da integridade, ocorre a exposição, conseqüentemente o paciente que está mais suscetível a adquirir infecções. Então no caso, por exemplo, das espergiloses cutâneas, vocês vão observar, principalmente em hospitais de áreas rurais, em pessoas que não têm um acompanhamento adequado, em pacientes queimados de grande proparção, muitas vezes, o crescimento de Aspergillus niger, a colônia de Aspergillus niger bem pretinha. Então na lesão de queimado ocorre a colonização pelo Aspergillus. Então isso aí tem um caráter altamente oportunista, porque o Aspergillus não tem caráter patogênico. Exceto quando ele encontra algum tecido viável, algum tecido danificado, algum mecanismo de imuno supressão, que deixe que ele (o Aspergillus) se propague. Além disso, a gente falou dos antibióticos. Qual é a relação dos antibióticos e a instalação de infecção? Desequilíbrio da flora. O antibiótico vai extinguir a bactéria alvo, mas ele também vai destruir as bactérias que são sensíveis àquela droga e a flora comensal. A utilização de imunossupressores, no caso os corticóides, utilizados amplamente como drogas anti-inflamatórias... eu falei também de (???), que é chamado FK-500 (???), que é uma droga imunossupressora altamente potente, utilizada principalmente em transplantes de órgãos, como fígado e rim. Então essa dose maciça de imunossupressor faz com que o paciente seja muito mais suscetível às infecções fúngicas. A utilização de anticoncepcional... estrógeno. Quando ocorre a presença do estrógeno, a mulher fica muito mais vulnerável às infecções pela cândida. Então a gente vai ver candidíase vaginal na menarca, na adolescente, na pós-menopausa. (respondendo a uma pergunta) Quando esses fatores são retirados, eles vão impedir que ocorra a infecção. Então é muito importante que quando você iniciar um tratamento com a droga antifúngica, você também faça a correção do fator tóxico. (a professora quebra o raciocínio e volta falando de doenças crônicas) As enfermidades crônicas alteram a integridade do tecido. Então o tecido pulmonar comprometido está sofrendo um dano tecidual; conseqüentemente está mais exposto a algumas infecções fúngicas, Aspergillus, principalmente. As mal-funções fisiológicas, que a gente já falou, puberdade, gravidez; as patológicas, AIDS... a gente falou do SAPINHO em recém-nascido (o que parece que a professora estava querendo dizer com esses exemplos era que, nesses casos, havia uma flora, uma constituição tecidual inadequada). Olha, minha gente, eu quero que prestem atenção nisso! Muitas vezes, o pessoal sai das atividades com a idéia de que toda candidíase é causada pela albicans. Uma grande maioria é; deve está em torno de 65% atualmente; é importante a albicans. Mas a gente tem outras espécies de cândida que também são patogênicas: tropicalis, glabrata e krusei. Elas também podem levar a infecções. Aqui estamos vendo um quadro de uma micose causada por cândida com um caráter oportunista importante, o que se chama de candidíase muco cutânea (não tenho certeza se é MUCO). E a grande diferença para as outras candidíases é a formação de granulomas. (está uma confusão danada, porque Thaís está muito satisfeita por entender qual era a região a que a professora estava se referindo e está conversando com alguém perto do gravador, enquanto a professora está falando lááááá no além). Aí, gente, começamos a ver que todos os casos aí são de pacientes aidéticos. Como é que a gente classifica as candidíases bucais? Pseudomembranosas, o popular sapinho; Queilite Angular, a popular boqueira; Hiperplásica Crônica Atrófica Aguda Língua Negra Pilosa, principalmente no dorso da língua Então a gente vê, principalmente, na hiperplásica, em que há uma semelhança com alguns carcinomas ou até um melanoma. O que vai diferenciar é a coloração: no melanoma, você observa uma cor mais escura; na cândida, a coloração é mais avermelhada, a característica inflamatória da cândida. Aqui é outra coisa que eu quero mostrar para vocês; o aspecto da colonização da cândida. Naquele paciente anterior, a gente viu a colonização isolada; aqui você já tem um aspecto mais floral. Vê-se uma candidíase orofaringeana: há um comprometimento da mucosa oral e também da mucosa faringeana. Agora eu quero chamar a atenção de vocês para os fatores que são prédisponentes, principalmente nesse caso de neutropenia, que ela vai favorecer a disseminação via sangüínea e também favorecer os casos de candidíase granulomatosa crônica, que é uma candidíase muco cutânea crônica. Esse tipo de candidíase é comum em pacientes que têm deficiência congênita. É importante observar se essa neutropenia é congênita ou é temporária; ela pode está sendo induzida por uma medicação, por exemplo. (continua com esses fatores pré-disponentes das candidíases orais) Lembra quando eu falei de cândida, que era importante quando as pessoas estavam fazendo uso de doses maiores de antibióticos, fazendo bochechos com bicarbonatos de sódio? Porque a cândida vive melhor em meio ácido. Os edemas, a nível da mucosa bucal, as peças dentárias e os corticóides também pré-disponibilizam a candidíase oral. Vamos ver agora os tipos de candidíase. Como eu posso achar e onde eu posso achar uma cândida? A candidíase muco cutânea, que inclui a oral, a esofagial e a vaginal; as infecções a nível de unha, que nós chamamos de onicomicose – oníquia e paroníquia... Qual seria uma candidíase de localização grave? Uma candidíase pulmonar, uma candidíase renal - esses casos são normalmente de pacientes em UTI. (a professora diferencia: PARONÍNQUIA = inflamação na pele que circunda a unha, que começa a crescer na região distal; ONÍQUIA = proximal, dolorosa). (ela chama a atenção para o cateter que é pré-disponente na candidíase) Agora, fatores para candidíase sistêmica. Então a gente tem trato gastro intestinal, principalmente alterações a nível de mucosa, perfurações e ulcerações a nível gástrico. Temos também o cateter para aplicação ou de veia central; também leva a um risco de contaminação para a instalação sistêmica e também o cateter renal. Agora aqui, a gente passa para casos de Aspergillus. Como eu já falei para vocês, o caso mais comum é aquele de paciente queimado. Outro caso de aspergilose muito comum é a BOLAFÚNGICA (ou algo parecido, segundo anotações), que a gente vê no raio X aquela mancha clara, como se fosse realmente uma bola. O Aspergillus é um fungo filamentoso; ele forma uma quantidade muito grande de micélio, que vai empurrando o tecido pulmonar. Muito comum em pacientes com tuberculose. Então se um paciente com tuberculose não está respondendo ao tratamento, é bom investigar se não há uma infecção por Aspergillus. Então a classificação: Aspergillus funigatos; Aspergillus flavus e Aspergillus niger, aquele bem pretinho. O Aspergillus flavus pode levar a dois tipos de patologia: infecção, a aspergilose e pode levar a micotoxilose (foi o mais próximo, segundo anotações). Qual é a toxina produzida pelo Aspergillus flavus? Aflatoxinas. Agora veja. O Aspergillus flavus é a principal espécie produtora de aflatoxina, mas não é a única! (a fita é interrompida e retorna coma professora no meio de uma frase)... transplantes de órgãos, doenças malignas dermatológicas, como linfomas, leucemias, transplante de medula óssea, terapia com corticóides, doenças granulomatosas crônicas e tumores sólidos, na utilização de medicação que altere os neutrófilos e também na AIDS, que está sujeita a todas as infecções fúngicas Agora infecções por Aspergillus. Então temos aspergilose por alergia...