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Método da Dúvida
A dúvida metódica
Trata-se de um instrumento metodológico com que o filósofo francês
Descartes procurou chegar à prova da existência de verdades absolutas,
lógicamente necessárias e de reconhecimento universal, tal como exige a
defesa do Dogmatismo por ele preconizada e defendida, na questão da
possibilidade do conhecimento.
Este método consistia da filtragem de todas as suas ideias, eliminando aquelas
que não se afigurassem como verdadeiras e fossem dúbias, e apenas retendo
as ideias que não suscitavam qualquer tipo de dúvida.
Descartes para dar seguimento a este processo isolou-se no seu quarto
durante vários dias em profunda reflexão. Réne Descartes sendo dogmático ou
seja, acreditando na possibilidade de conhecer a realidade e apreender
mentalmente as suas características, apenas usou o processo da dúvida,
enquanto método para atingir o fim da descoberta de verdades absolutas, não
se podendo associar-lhe ou conceder-lhe o estatuto de céptico, ou seja da
corrente oposta que nega a possibilidade de conhecer qualquer parte
integrante da realidade.
Assim sendo, com a dúvida a ser utilizada apenas temporariamente como
método, a máxima associação que podemos fazer a Descartes com o
cepticismo é considerando-lhe um ceptico moderado durante esta fase
despoletada pelo seu processo de reflexão.
Descartes afirmava que, para conhecer a verdade, é preciso, de início,
colocar todos os nossos conhecimentos em dúvida. É necessário questionar
tudo e analisar criteriosamente se existe algo na realidade de que possamos
ter plena certeza.
Fazendo uma aplicação metódica da dúvida, o filósofo percebeu que a única
verdade totalmente livre de dúvida era que ele pensava. Deduziu então que,
se pensava, existia ("Penso, logo existo"). Para Descartes, essa seria uma
verdade absolutamente firme, certa e segura, que, por isso mesmo, deveria
ser adotada como princípio básico de toda sua filosofia. Era sua base, seu
novo centro, seu ponto fixo1.
1
É preciso ressaltar que o termo pensamento é utilizado por Descartes em um sentido bastante amplo,
abrangendo tudo o que afirmamos, negamos, sentimos, imaginamos, cremos e sonhamos. Assim, o ser
humano era, para ele, uma substância essencialmente pensante.
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Método da Dúvida
A dúvida cética
Desde seu início, a filosofia sempre e preocupou com questões relativas a
como é possível o conhecimento. Essa é uma questão que tem atravessado a
história da filosofia. Pertinente a esta questão, agrega-se outra, como
conhecer a verdade? Mas afinal, o que é a verdade? Onde ela está.
Religiões e magias nos dão verdades absolutas, incontestáveis que são os
dogmas. Um dogma, portanto, é tudo aquilo que é tido como verdade
indiscutível, como por exemplo, a existência de Deus para uma religião
ocidental cristã. Mas, na era moderna, para a ciência e a filosofia, não devem
existir dogmas. Foi pelo questionamento dos mitos que surgiu a filosofia e a
ciência se desenvolveu. Galileu, por exemplo, foi julgado pela Igreja católica
por discordar do dogma de ser a terra o centro do universo. Apenas
recentemente o papa João Paulo II reconheceu o erro da Igreja.
Entretanto, o caminho de hoje e o passado da filosofia tem princípios
diferentes na construção do conhecimento. Entre os gregos, partia-se de
certezas para o conhecimento. Entre os idealistas, por exemplo, era certo que
o conhecimento tinha início nas idéias. É com Descartes que o processo do
conhecimento ganha outro princípio, o da dúvida. Bem, aquelas pessoas
conhecidas como céticas são aquelas que duvidam de tudo, que dificilmente
tem algo como verdade.
Para Descartes, a dúvida era necessária na construção de um conhecimento
verdadeiro a respeito de tudo. Mas, inicialmente, deveríamos duvidar de
tudo, tudo que tínhamos como certeza não poderia ser considerado verdade.
Uma prova disto era o fado de que muitas pessoas têm opiniões diferentes
para o mesmo assunto. E qual delas tem a verdade?
Para dar fundamento ao seu método de conhecimento, Descartes elabora os
três graus da dúvida:O primeiro, “em virtude do nossos sentidos algumas
vezes nos enganarem, quis supor que nada havia que fosse tal como eles nos
levam a imaginar.1” Ou seja, nossos sentidos enganam, podemos ver coisas
que não correspondem à realidade. Uma colher num copo de água, por
exemplo, pode parecer estar quebra. É através da ilusão de óptica que nossos
sentidos enganam.
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Método da Dúvida
O segundo grau da dúvida diz respeito a possibilidade de estarmos sonhando,
a nossa vivência mais próxima pode ser apenas um sonho. Quantas vezes não
tivemos um sonho que parecia realidade, ou ainda, aquele sonho que
sonhamos que estamos acordando de um sonho?
O terceiro grau da dúvida é referente ao Gênio Maligno, uma entidade
maléfica que sempre nos conduz ao erro de cálculo, por ela, a maior das
certezas, a matemática, que é exata, poderia se tornar falsa.
Mas, diz Descartes : “logo após percebi que, quando pensava que tudo era
falso, necessário se tornava que eu - eu que pensava - era alguma coisa penso, logo, existo.”2 Em, este é um princípio que não pode ser duvidado,
pois, mesmo com ilusão de ótica, com a possibilidade de se estar sonhando,
ou mesmo com erro de cálculo, é sempre um sujeito que está pensando, e
tudo, nesse sentido, é pensamento, mesmo com erro, mesmo um pensar de
forma falsa a respeito de algo, é um pensar.
É a partir desta certeza primeira que é possível construir um conhecimento,
mas ele deve sempre partir da dúvida. O segundo passo do conhecimento seria
ordenar as dificuldades de tal forma que ficasse mais fácil ultrapassa-las.
Feito, isto, o conhecimento deve ser ordenado do mais simples ao mais
complexo. E, por último, fazer uma revisão geral para evitar erros, ver se não
ficou nada de fora na construção do conhecimento.
Este método de Descartes foi adotado pela ciência.
Questões:
1- O que é um dogma?
2- O que é ceticismo?
3- Segundo Descartes, por que deveríamos duvidar de tudo?
4- Por que não é possível duvidar do principio “penso, logo existo”?
5- Descreva uma situação que ilustre o primeiro ou o segundo grau da
dúvida.
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