A “existência”, segundo Descartes, garantida pela atualidade do pensamento Tamillis Evelin Conceição de Oliveira* * é aluna de Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz _______________________________________________________________________________ A consciência é um dado essencial em nossa concepção de existência, implica o autoreconhecimento enquanto sujeito que se difere dos possíveis objetos, por ter ele a capacidade de investigar, descobrindo a si mesmo e o mundo ao seu redor. Ter consciência nesse sentido é saber-se existente, mas entender que tal existência possui uma relação necessária com a noção de consciência do pensamento. Sem a consciência de si, enquanto sujeito pensante, a existência se desfaz. Descartes, em sua filosofia, afirma que ele existe, porém essa afirmação tem uma ressalva, só há existência enquanto existe consciência dessa existência, enquanto metaforicamente, ele está diante de si mesmo, enquanto sua consciência contempla o seu ser. Para o autor, a proposição “eu sou, eu existo”, é necessariamente verdadeira todas as vezes que eu a enuncio ou que a concebo em meu espírito, mostrando o quanto a afirmação do cogito enquanto princípio subjetivo é importante na epistemologia cartesiana. Este trabalho acentua toda a noção de consciência e pensamento entendida por Descartes na medida em que a consciência de si mesmo,ou o pensar sobre si mesmo, é o principio que fundamenta o ser para o filósofo moderno. Descartes aguça que não pode ser nada além de puro pensamento, pois somente o pensamento resiste à corrosão da dúvida. Isto implica dizer que todas as coisas podem ser puras ficções de um espírito que as concebe e nada, até o momento,fundamenta a realidade das coisas sensíveis.