Avaliação da ingestão de fibras e proteínas por indivíduos

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AVALIAÇÃO DA INGESTÃO DE FIBRAS E PROTEÍNAS POR INDIVÍDUOS
PORTADORES DA DOENÇA DE PARKINSON
EVALUATION OF THE INGESTION OF FIBERS AND PROTEINS FOR
INDIVÍDUOS PORTADORES OF THE DISEASE OF PARKINSON
GÉSSICA GONÇALVES LIMA DIAS
Graduanda em Nutrição pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG
E-mail: [email protected]
KAMYLA DE PAULA SANTOS
Graduanda em Nutrição pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG
E-mail: [email protected]
NILMA MARIA LESSA VARGAS
Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – UnilesteMG.
E-mail: [email protected]
RESUMO
A Doença de Parkinson (DP) é uma doença debilitante e requer cuidados nutricionais,
devendo-se analisar a presença de constipação intestinal e também a quantidade de proteínas
ingeridas nas refeições. O objetivo desse estudo foi avaliar o consumo de fibras e proteínas
ingeridas por portadores de Doença de Parkinson. Para coleta de dados utilizou-se um
questionário com dados sociais, medicamentos e prótese dentária e um recordatório de 24h,
durante três dias. A análise dos dados foi realizada no software Diet Pro 5®. A população
analisada apresentou idade entre 45 e 79 anos. Segundo o índice de massa corpórea (IMC)
dois (2) apresentavam magreza, seis (6) eutróficos, seis (6) com sobrepeso e um (1) com
obesidade. Observou-se um consumo um pouco acima do recomendado de proteínas por kg
de peso (1,13g), baixo consumo diário de fibras (12,01 g) e houve um consumo adequado de
líquido, sendo esse um fator positivo na melhora do trânsito intestinal. Conclui-se que devido
ao consumo inadequado de fibras e proteínas, essa população requer um acompanhamento
nutricional para impedir que esses nutrientes interfiram na medicação e no tratamento.
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Palavras-chave: Doença de Parkinson, constipação intestinal, fibra dietética, proteínas.
ABSTRACT
The Parkinson's Disease (PD) is a debilitating disease and requires care nutrition, and to
analyze the presence of constipation and also the amount of protein ingested in meals. The
aim of this study was to evaluate the consumption of fiber and protein intake by people with
Parkinson's disease. For data collection we used a questionnaire with social data, medications
and dentures, and a 24-hour recall, for three days. Data analysis was performed in Diet Pro
5® software. The population studied presented between the ages of 45 and 79 ears. According
to the index body mass index (BMI) two (2) had thin, six (6) eutrophic, six (6) and
overweight (1) with obesity. There was a slightly consumption above the recommended
protein per kg (1.13g), low intake fiber (12.01 g) and there was an adequate intake of fluid,
making a positive factor in improving the intestinal transit. It is concluded that due to
inadequate intake of fiber and protein, this population requires a nutritional counseling to
prevent these nutrients interfere with medication and treatment.
Key words: Parkinson's disease, constipation, levodopa, dietary fiber, proteins.
INTRODUÇÃO
Um dos distúrbios do movimento mais encontrados na população idosa é a Doença de
Parkinson, representando até 2/3 dos pacientes que visitam os grandes centros de distúrbios
do movimento no mundo (MENESES; TEIVE, 1996).
A base patológica do Parkinson é a degeneração de neurônios pigmentados,
especialmente os da substância negra, localizados nos gânglios da base cerebral, onde estão
inseridos componentes dopaminérgicos (inibidores) e colinérgicos (excitadores). É uma
doença degenerativa e sua progressão é variável (PEREIRA; MARUCCI, 2006).
A anamnese e o exame físico são essenciais para o diagnóstico da Doença de
Parkinson. As manifestações do parkinsonismo se caracterizam por sinais e sintomas
basicamente motores: bradicinesia associada a pelo menos um outro sinal cardeal de
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parkinsonismo (rigidez muscular, tremor ou alteração de reflexos posturais) (AZEVEDO;
CARDOSO, 2009).
Os pacientes que têm diminuição da qualidade de vida, em função de seus sintomas
apresentados, fazem o uso de medicamentos a fim de restabelecer os níveis de dopamina no
cérebro e retardar seus sintomas, pois a doença não tem cura. Há ainda a possibilidade de se
fazer uma cirurgia, porém é rara a indicação da mesma, visto que, apesar de serem eficientes
para a rigidez e tremores, a lentidão do movimento pode continuar, reagindo melhor a
medicamentos (MONTEIRO, 2008).
A medida mais eficaz para o tratamento da doença consiste em restabelecer, pelo
menos parcialmente, a transmissão dopaminérgica. O uso da levodopa é uma das formas para
se restaurar essa neurotransmissão ainda é a mais efetiva e viável de todas (FERRAZ, 1999).
A levodopa pode sofrer interferência na sua utilização quando administrada junto com
alimentos protéicos (carnes e derivados, leite e derivados) e/ou irregularidades no
esvaziamento gástrico. Há uma diminuição na biodisponibilidade da mesma, pois tanto no
intestino, quanto no cérebro a proteína e a levodopa competem pela absorção (AZEVEDO;
CARDOSO, 2009).
A constipação intestinal é uma das queixas mais frequentes dos parkinsonianos. Cerca
de 50% dos parkinsonianos são atingidos e essa frequência aumenta com a idade. A
permanência do intestino preso pode atrapalhar o tratamento com a levodopa já que sua
absorção é a nível intestinal (PEREIRA; FARHUD; MARUCCI, 2008).
Dessa forma a utilização de fibras torna-se importante nos parkinsonianos, em função
da presença da constipação. Os estudos sobre as fibras e seus efeitos metabólitos e
fisiológicos tem crescido nas últimas décadas (SILVA et al., 2006). A fibra alimentar é
definida como um conjunto de substâncias derivadas de vegetais resistentes à ação das
enzimas digestivas humanas (MATTOS; IGNEZ, 2000). Em função da melhora da qualidade
nutricional e funcional das dietas, ingredientes ricos em fibras têm sido estudados (SILVA et
al., 2006).
O retardamento do esvaziamento gástrico, a redução da absorção da glicose e do
colesterol no soro sanguíneo tem melhorado com a ingestão de fibras solúveis. As fibras
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insolúveis aceleram o trânsito intestinal, aumentam o peso das fezes, e contribuem para a
redução do risco de doenças do trato gastrointestinal (GUTKOSKI; TROMBETTA, 1999).
Considerando-se a relação do fármaco levodopa com o consumo de proteína e a
importância da utilização de fibras na dieta para os portadores de Parkinson, o objetivo desse
trabalho foi avaliar a ingestão de fibras e proteínas por indivíduos portadores da Doença de
Parkinson do Instituto Parkinsoniano de Minas Gerais (GRUPARKISON), situado na cidade
de Timóteo, Minas Gerais.
MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi desenvolvido, após ser aprovado pelo comitê de ética do Unileste-MG,
com 15 indivíduos portadores da Doença de Parkinson pertencentes à faixa etária adulta e
idosa, frequentadores do Instituto Parkinsoniano de Minas Gerais (Gruparkinson) na cidade
de Timóteo, Minas Gerais.
Os participantes da pesquisa e os responsáveis do Instituto foram devidamente
informados dos objetivos e procedimentos a serem adotados, e a coleta de dados foi iniciada
após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos participantes
e da carta de autorização assinada pelo responsável do instituto.
A abordagem dos indivíduos foi aleatória, em horário de atendimento no instituto.
Como critério de exclusão utilizou-se o diagnóstico de demência, emitido pelo médico.
Tendo em vista a natureza da pesquisa foi aplicado um questionário modificado do
Instituto Superior de Ciências da Saúde Sul (2008) abordando variáveis como: dados sociais
presentes no questionário acrescidos de dados antropométricos, consumo de medicamentos,
doenças crônicas e ingestão hídrica.
A avaliação do consumo alimentar foi realizada, mediante o recordatório de 24h em
três dias aleatórios, sendo dois dias da semana e um do fim de semana, com auxílio de álbum
com fotos coloridas de utensílios e alimentos, com o objetivo de melhor quantificar as
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porções consumidas (FISBERG et al., 2005). Mediante as informações coletadas, os dados do
recordatório de 24h foram processados no software Diet Pro 5® e Microsoft Excel, sendo
comparados com as recomendações das DRIs (PADOVANI et al., 2006).
O peso dos participantes foi aferido após a aplicação do questionário. Para tal utilizouse balança eletrônica portátil da marca Kratos-cas® com capacidade para 150 kg e variação
de 50g. O indivíduo foi posicionado de pé, no centro da base da balança, descalço e com
roupas leves. A estatura foi aferida utilizando estadiômetro Altura exata® (KAMIMURA et
al., 2005).
Quando a estatura não pôde ser medida por dificuldade do participante em permanecer
em pé e também devido às alterações na postura, utilizou-se a medida da altura do joelho.
Dessa forma, foi estimada a altura utilizando fórmulas: homem (cm) = 64,19 – (0,04 x idade)
+ (0,02 x altura do joelho em cm); mulher (cm) = 84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x altura do
joelho em cm) (ACUÑA; CRUZ, 2004).
Para a classificação do estado nutricional pela antropometria foi realizado o cálculo do
Índice de Massa Corpórea. Os critérios para classificar a população adulta foram propostos
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1997 (KAMIMURA et al., 2005). A OMS
recomenda, para indivíduos adultos, uma faixa de índice de massa corporal (IMC) de 18,5 a
24,9 kg/m² e sugere, ainda, que se evitem ganhos de peso maiores do que 5 kg ao longo da
vida adulta (COELHO; ASSIS; MOURA, 2009).
A classificação segundo o IMC para população idosa foi proposta por Lipschitz
(1994), sendo que o recomendado é de 22 a 27 kg/m2.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1.
Caracterização da população
Participaram da pesquisa 15 indivíduos, sendo 12 do sexo masculino e três do sexo
feminino. A idade dos participantes variou de 45 a 79 anos com média de 63 anos.
A prevalência da Doença de Parkinson é estimada em 100 a 200 casos por 100.000
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indivíduos, acometendo preferencialmente o sexo masculino a partir da sexta década de vida
(TEIXEIRA JÚNIOR; CARDOSO, 2004).
Os valores de Índice de Massa Corpórea (IMC) dos indivíduos parkisonianos são
apresentados na Figura 1. Dos 15 participantes avaliados, seis eram adultos e nove eram
idosos, sendo que quatro adultos estavam com o IMC adequado e dois com sobrepeso
segundo a OMS (1997). Dos idosos, avaliados dois apresentaram magreza, dois apresentaram
IMC adequado, quatro sobrepeso e um obesidade segundo a classificação de Lipshitz (1994).
Figura 1 – Índice de Massa Corpórea por faixa etária dos integrantes do Gruparkinson, 2010.
Fonte: dados da pesquisa.
No estudo realizado por Azevedo, Melo e Cabral (2009), encontrou-se um número
maior de idosos com IMC >27 (sobrepeso) e maior número em idosas com IMC entre 22 e 27
(eutrófico). Em outro estudo realizado por Campos et al. (2006), os resultados encontrados
mostram tendência de melhora do perfil nutricional, com diminuição do baixo peso e
estabilização da eutrofia e da obesidade entre os idosos brasileiros.
Os medicamentos mais utilizados (Figura 2) pelos parkinsonianos são: prolopa,
amantadina e sifrol, sendo estes antiparkinsonianos (FERRAZ, 1999).
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Figura 2 – Medicamentos utilizados pelos integrantes do Gruparkinson, 2010.
Fonte: dados da pesquisa.
O levodopa pode ser a escolha para iniciar o tratamento da Doença de Parkinson ou
quando o paciente não responde a outros medicamentos. Em casos onde o paciente está
recebendo tratamento com outros antiparkinsonianos e a doença evolua para uma situação em
que a levodopa seja necessária, esse pode ser adicionado ao esquema posológico já utilizado,
sem modificar o restante da medicação (FERRAZ, 1999).
Outros
medicamentos
utilizados
são:
akineton
(anticolinérgico),
comtam
(antiparkinsoniano), daforim (antidepressivo), rivotril (psicoses), seroquel (esquizofrenia) e
somalgim (antiagregante plaquetário) (RANG; RITTER, 1997).
2. Consumo de fibras
A média do consumo de fibras pelos indivíduos do estudo foi de 12,01g (Figura 3),
sendo o valor mínimo de 6,24g e o valor máximo de 21,78g. A recomendação de fibra
alimentar diária de acordo com a DRI’s é de 20 a 30 g por pessoa (PADOVANI et al., 2006 ).
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Figura 3 – Consumo médio de fibras por integrantes do Gruparkinson, 2010.
.
Fonte: dados da pesquisa.
Legenda: * Média da recomendação da DRIs.
** Média da ingestão do grupo analisado
Observa-se que o consumo de fibras foi abaixo do recomendado. Este é um fato
preocupante, pois as fibras regularizam o funcionamento intestinal, o que as tornam relevantes
para o bem-estar das pessoas saudáveis e para o tratamento dietético de várias patologias
(MATTOS; MARTINS, 2000).
A constipação é frequente na Doença de Parkinson, sendo, talvez, a manifestação
gastrointestinal mais comum, principalmente quando se utilizam anticolinérgicos, amantadina
e levodopa (NICARETTA; PEREIRA; PIMENTEL, 1998). Os hábitos alimentares, a falta de
tempo para se alimentar e a evolução do processo industrial de produção de alimentos estão
diretamente relacionados à baixa ingestão de fibras (CIAMPO et al., 2006).
Segundo Mira, Graf e Cândido (2009), na prevenção da constipação, as fibras
insolúveis agem aumentando o volume das fezes, pela captação de água e pela fermentação
parcial das mesmas, normalizando o trânsito intestinal.
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Dessa forma, ressalta-se a relevância do baixo resultado do consumo de fibras pelos
indivíduos desse estudo e a sua relação com o consumo de medicamentos antiparkinsonianos.
Observa-se que oito dos 15 parkinsonianos usam prótese dentária. Essa pode ser uma
das possíveis causas do baixo consumo de fibras.
Outro fator a considerar junto ao consumo de fibras na constipação é a ingestão
hídrica. Nota-se (Figura 4) que dos 15 participantes, apenas três bebiam mais que oito copos
de água ao dia, sendo que o copo em questão é de 200 ml. Segundo Cota e Miranda (2006), a
constipação pode ser decorrente da ingestão inadequada de fibras alimentares devido a
dificuldade de mastigação e a pouca ingestão de líquidos.
Figura 4 – Ingestão hídrica pelos integrantes do Gruparkinson, 2010.
Fonte: dados da pesquisa.
A capacidade mastigatória do idoso está relacionada com o tipo e qualidade das
próteses. O uso de prótese dentária repercute de forma desfavorável na qualidade nutricional,
o que pode levar o usuário a optar por alimentos de textura macia, de fácil mastigação e nem
sempre com qualidade nutricional adequada (LIMA et al., 2007).
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3. Consumo de Proteína
O consumo médio de proteína pela população estudada foi de 1,13 g/kg de peso/dia
(Figura 5), sendo que a recomendação de proteínas segundo as DRIs é de 0,8 a 1g/kg/dia para
indivíduos normais (PADOVANI et al., 2006 ). Como pode ser observado, esse consumo de
proteína pela população foi maior do que o recomendado pelas DRIs.
Figura 4 – Consumo médio de proteína por integrantes do Gruparkinson, 2010.
Fonte: dados da pesquisa.
Legenda: * Média da recomendação da DRIs.
**Média da ingestão do grupo analisado
Há de se considerar que uma dieta rica em proteínas pode interferir negativamente na
passagem da levodopa para o sangue, isso porque a velocidade do esvaziamento gástrico é um
fator que interfere no transporte do medicamento para o sistema nervoso central, e com o
aumento de proteína na dieta há uma diminuição na velocidade do esvaziamento gástrico
(AZEVEDO; CARDOSO, 2009). Outro fator a se observar é o horário de ministrar o
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medicamento levodopa e o horário do consumo das refeições ricas em proteínas.
Como nesse grupo não foi verificado o horário do medicamento em relação ao
consumo das refeições, esse é um fator relevante a ser tratado com os indivíduos, pois é
imprescindível que o paciente tenha o cuidado de administrar a levodopa pelo menos uma
hora após as refeições e deixar os alimentos com alto teor de proteína para a última refeição
do dia ou desviar a dieta protéica para, pelo menos, duas horas após a administração da
levodopa (AZEVEDO; CARDOSO, 2009).
CONCLUSÃO
Ao avaliar as proteínas ingeridas pelos parkinsonianos observou-se um consumo
acima do recomendado pelas DRIs, podendo acarretar problemas na absorção do
medicamento levodopa.
O consumo diminuído de fibras é dado relevante que merece monitoramento dessa
população já que a constipação intestinal é prejudicial para absorção dos medicamentos
antiparkinsonianos. Esse baixo consumo pode estar relacionado provavelmente ao uso de
prótese dentária detectado nos participantes do estudo. No entanto houve um consumo
adequado de líquido, sendo esse um fator positivo na melhora do transito intestinal.
Sugere-se um acompanhamento nutricional dessa população para melhorar a eficácia
do tratamento medicamentoso e adequar o consumo desses nutrientes.
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Recebido em: 09/06/2011
Revisado em: 16/06/2011
Aprovado em: 30/07/2011
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