programa

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PROGRAMA
GEOGRAFIA
10.º, 11.º e 12.º ANO DE ESCOLARIDADE
República Democrática de Timor-Leste
Ministério da Educação
[1]
PROGRAMA
GEOGRAFIA
10.º, 11.º e 12.º ano de escolaridade
Título:
Geografia
Ano de Escolaridade:
10.º, 11.º e 12.º Anos
Autoras:
Conceição Gomes
Margarida Morgado
Celeste Coelho
Coordenadora de disciplina:
Celeste Coelho
Consultor científico:
António Andrade
Colaboração das equipas técnicas timorenses da disciplina:
Este Programa foi elaborado com a colaboração de Equipas Técnicas Timorenses
da Disciplina, sob a supervisão do Ministério da Educação de Timor-Leste
Design e Paginação:
Esfera Crítica Unipessoal, Lda.
Conceção e elaboração:
Universidade de Aveiro
Coordenação geral do Projeto:
Isabel P. Martins
Ângelo Ferreira
Projeto - Reestruturação Curricular do Ensino Secundário Geral em Timor-Leste
Cooperação entre o Ministério da Educação de Timor-Leste, o Instituto Português de
Apoio ao Desenvolvimento, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Universidade de Aveiro
Financiamento do Fundo da Língua Portuguesa
[2]
ÍNDICE
PROGRAMA DE GEOGRAFIA
1. VISÃO GERAL DO PROGRAMA DE GEOGRAFIA PARA O CICLO DE ESTUDOS ............................................ 4
2.COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER PELOS ALUNOS ................................................................................... 7
2.1 COMPETÊNCIAS GERAIS TRANSVERSAIS ......................................................................................... 7
2.2 COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS .......................................................................................................... 8
3. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA PARA O CICLO DE ESTUDOS ........................................... 9
4. PROGRAMA DE GEOGRAFIA – 10º ANO DE ESCOLARIDADE .................................................................. 12
4.1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 12
4.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS .......................................................... 14
UNIDADE TEMÁTICA 1: TIMOR-LESTE, NA ÁSIA E NO MUNDO .................................................................... 14
UNIDADE TEMÁTICA 2: AS PAISAGENS DE TIMOR-LESTE ........................................................................... 15
UNIDADE TEMÁTICA 3: OS RECURSOS DE TIMOR-LESTE – CARACTERÍSTICAS, POTENCIALIDADES E AMEAÇAS ....... 18
5. PROGRAMA DE GEOGRAFIA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE .................................................................. 25
5.1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 25
5.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS .......................................................... 28
UNIDADE TEMÁTICA 3: OS RECURSOS DE TIMOR-LESTE – CARACTERÍSTICAS, POTENCIALIDADES E AMEAÇAS ...... 28
6. PROGRAMA DE GEOGRAFIA – 12º ANO DE ESCOLARIDADE .................................................................. 36
6.1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 36
6.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS .......................................................... 40
UNIDADE TEMÁTICA 3: OS RECURSOS DE TIMOR-LESTE – CARACTERÍSTICAS, POTENCIALIDADES E AMEAÇAS ...... 40
UNIDADE TEMÁTICA 4: ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E GESTÃO SUSTENTÁVEL DE TIMOR-LESTE .................. 45
7. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ........................................................................................................... 47
8. RECURSOS DIDÁTICOS ............................................................................................................................ 48
9. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS ......................................................................................................... 49
10. BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA ............................................................................................................. 50
[3]
PROGRAMA DA DISCIPLINA
GEOGRAFIA
1. VISÃO GERAL DO PROGRAMA DE GEOGRAFIA PARA O CICLO DE
ESTUDOS
O Curso de Ciências Sociais e Humanidades integra preocupações com o futuro da
Humanidade, procurando formar os jovens nos princípios do desenvolvimento sustentável.
Valoriza a ligação dos alunos aos contextos em que se encontram integrados, sem esquecer a
relação que devem estabelecer com o mundo na compreensão de fenómenos globais. TimorLeste é um país com inúmeras potencialidades em termos de recursos naturais e humanos
que, usados de forma racional, podem contribuir para o desenvolvimento equilibrado e
harmonioso, em busca de um futuro sustentável. Neste sentido, a valorização dos recursos
naturais, o combate à pobreza e à exclusão social, a defesa dos direitos humanos e da
igualdade de géneros, o compromisso com a promoção da educação, da saúde e da segurança
percorre transversalmente o programa das disciplinas que integram este curso, em geral, e da
disciplina de Geografia, em particular.
A disciplina de Geografia encontra-se inserida no tronco comum da componente de formação
específica do Curso de Ciências Sociais e Humanidades. É uma disciplina trienal (10.º, 11.º e
12.º anos de escolaridade), considerada estruturante para o referido curso, a ser lecionada ao
longo de três anos com a seguinte carga horária:
10.º ano de escolaridade – 3 horas semanais
11.º ano de escolaridade – 3 horas semanais
12.º ano de escolaridade – 3 horas semanais
O objetivo principal da disciplina de Geografia passa pelo aprofundamento de conhecimentos
e o desenvolvimento de competências relativas à área científica e didática da Geografia, que
correspondam, simultaneamente, às exigências de uma formação de nível secundário e de
acesso ao ensino superior. Neste contexto, justifica-se que o programa da disciplina de
Geografia privilegie abordagens inovadoras que ajudem os alunos a diagnosticar problemas, a
saber ponderar criticamente argumentos contraditórios, a desenvolver competências de
pesquisa e de seleção de informação e a formular juízos de valor cientificamente
fundamentados, na procura de soluções para os problemas da sociedade e do planeta.
Para dar continuidade ao programa de Geografia lecionado em parceria com a História no
Ensino Básico, apresenta-se o programa de Geografia para o Ensino Secundário. Este programa
tem como meta um conhecimento mais profundo do território de Timor-Leste, das suas
potencialidades e vulnerabilidades. A perceção que cada indivíduo tem do espaço que o rodeia
é fundamental para a promoção do desenvolvimento sustentável, onde as interações entre os
seres vivos e o ambiente natural dependem das decisões que cada um tomar, individual ou
coletivamente. Neste sentido, torna-se fundamental que os alunos conheçam o seu país de
modo a poderem protegê-lo e projetá-lo no mundo.
O desenvolvimento sustentável que se quer para Timor-Leste deve basear-se na igualdade de
oportunidades, que passa pela satisfação das necessidades básicas da sua população, visando
a redução dos níveis de pobreza, sem esquecer, no entanto, a educação que é o pilar de todo o
desenvolvimento.
A Geografia como disciplina autónoma que interliga as componentes física, económica, social e
cultural, pretende contribuir para que os alunos possuam uma educação geográfica que lhes
[4]
permita observarem o mundo que os rodeia de forma integrada, considerando a Terra como
um todo, onde o Homem assume um papel fundamental no equilíbrio entre os sistemas
naturais e os sistemas humanizados. Na Figura 1 apresentam-se as componentes sobre as
quais incide o programa de Geografia.
Componente
económica
Componente
física
Geografia
Componente
cultural
Componente
social
Figura 1 – Componentes física, económica, social e cultural do programa da disciplina de Geografia.
A conceção geral do programa de Geografia visa a elaboração de uma proposta de ensino que
permita a abordagem integrada das componentes física, económica, social e cultural do
sistema Terra. Privilegiam-se as características, a estrutura e a dinâmica de cada componente,
bem como as interações que se estabelecem entre as diversas componentes, visando um
estudo integrador e reflexivo das potencialidades de cada componente na busca de um
desenvolvimento sustentável.
O esquema da Figura 2 resume a concetualização global do programa de Geografia e algumas
questões que podem orientar as aprendizagens dos alunos. Destaca-se a abordagem da
sustentabilidade como fio condutor do programa, assim como a interligação das
aprendizagens ocorridas nas diversas unidades temáticas.
[5]
Unidade Temática 2
As paisagens de Timor-Leste
Que características apresentam as
paisagens de Timor-Leste?
Unidade Temática 1
Timor-Leste, na Ásia e no mundo
Qual o enquadramento geográfico de
Timor-Leste, na Ásia e no mundo?
Unidade Temática 3
Os recursos de Timor-Leste:
características, potencialidades e ameaças
Qual o futuro dos recursos de Timor-Leste?
Recursos naturais
Como podemos explorar
os recursos naturais em
Timor-Leste?
Recursos económicos
Como podemos potenciar
os recursos económicos de
Timor-Leste?
Recursos culturais
Como é que os recursos
culturais podem contribuir
para o desenvolvimento de
Timor-Leste?
Recursos humanos
Quais as potencialidades
dos recursos humanos de
Timor-Leste?
Unidade Temática 4
Ordenamento do território e gestão
sustentável de Timor-Leste
De que modo deve ser promovido o
ordenamento do território e a gestão
sustentável de Timor-Leste?
Figura 2 – Esquema concetual e questões orientadoras do programa de Geografia.
Tendo por base os princípios da Declaração de Lucerna sobre a Educação Geográfica para o
Desenvolvimento Sustentável (2007), apresentam-se as seguintes finalidades para a disciplina
de Geografia:
 Reconhecer a importância das mudanças de escala de análise na compreensão do
enquadramento geológico e geográfico do espaço;
 Adquirir termos e conceitos da linguagem científica geográfica e utilizá-los de forma
correta;
 Explicar fenómenos de natureza geológica e geográfica nas suas vertentes física e
humana;
 Desenvolver a capacidade crítica fundamentada de fenómenos geográficos;
 Compreender Timor-Leste nas dimensões física, económica, social e cultural à escala
local, regional e global;
 Refletir sobre a importância dos recursos humanos como uma mais-valia para a
promoção do desenvolvimento económico, social e cultural;
 Perspetivar a correta utilização dos recursos naturais como um meio de promoção do
desenvolvimento sustentável;
 Compreender os diferentes estádios de desenvolvimento de Timor-Leste;
[6]
 Reconhecer que comportamentos racionais, social e coletivamente assumidos, podem
contribuir para atenuar fenómenos como a pobreza, a destruição dos recursos naturais
e as alterações climáticas;
 Refletir sobre a necessidade de defender os direitos humanos, como o direito à
alimentação, à saúde e à educação;
 Compreender que o desenvolvimento sustentável de Timor-Leste depende das decisões
responsáveis dos cidadãos.
A educação geográfica, que se espera desenvolver nos alunos através da lecionação do
programa da disciplina de Geografia, enfatiza o equilíbrio entre o Homem e o Ambiente, a
diversidade cultural e os valores democráticos. Neste sentido, a educação geográfica pode dar
um contributo para o desenvolvimento do país, projetando a sua importância a nível local,
regional e global. A disciplina de Geografia, através da transmissão de valores associados ao
desenvolvimento sustentável, assume um papel preponderante na formação dos jovens
preparando-os para um futuro cheio de desafios complexos, dos quais devem estar
conscientes e para os quais devem estar preparados.
2. COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER PELOS ALUNOS
A disciplina de Geografia é uma disciplina estruturante do Curso de Ciências Sociais e
Humanidades e nela pretende-se que os alunos desenvolvam competências gerais transversais
que os ajudem a ser cidadãos ativos, na sociedade timorense, e lhes proporcionem as bases
necessárias para a continuação de estudos no ensino superior.
2.1 Competências gerais transversais
A disciplina de Geografia deve contribuir para que os alunos desenvolvam as seguintes
competências gerais transversais:
 Mobilização de saberes transversais para compreender a realidade timorense nas suas
múltiplas dimensões: geográficas, sociais, históricas, antropológicas, culturais e
literárias.
 Uso adequado de linguagens das diferentes áreas do saber geográfico, social, histórico,
antropológico, cultural e literário para se expressar e para abordar situações e
problemas do quotidiano.
 Desenvolvimento de hábitos e métodos de trabalho e de estudo, individual e em grupo,
de capacidade crítica e de reflexão metódica.
 Desenvolvimento de competências individuais de abertura de espírito, de sensibilidade
e de adaptação e intervenção nas mudanças sociais, políticas, culturais e ambientais.
 Desenvolvimento de competências de reflexão e de participação ativa em diferentes
áreas da vida da sociedade timorense.
 Utilização correta da Língua Portuguesa para comunicar de forma adequada e para
estruturar o pensamento próprio.
 Seleção e organização de informação para a transformar em conhecimento utilizável.
 Adoção de estratégias adequadas à resolução de problemas e à tomada de decisões.
 Realização de atividades de forma autónoma, responsável e criativa.
[7]
2.2 Competências específicas
A concretização do programa da disciplina de Geografia, através da abordagem dos temas e
conteúdos definidos, visa permitir que nas situações de aprendizagem que vão ser promovidas
os alunos desenvolvam um conjunto diversificado de competências específicas que
contemplem, de forma integrada, os domínios conceptual, procedimental e atitudinal.
As competências específicas de natureza conceptual visam o conhecimento de factos, de
hipóteses, de princípios e de teorias, bem como a terminologia e as convenções científicas.
Visam, também, a compreensão de conceitos que permitem interpretar e explicar a
informação em formatos diversos (ex.: gráficos, tabelas, mapas, entre outros). Assim,
constituem-se como competências específicas de natureza conceptual as que a seguir se
indicam:
 Domínio da linguagem científica geográfica;
 Utilização correta dos conceitos geográficos;
 Explicação de fenómenos de natureza geográfica nas suas vertentes física e humana;
 Desenvolvimento da capacidade crítica fundamentada dos fenómenos geográficos;
 Compreensão da relevância do desenvolvimento de uma perspetiva integrada dos
acontecimentos que facilite uma compreensão global dos fenómenos geográficos.
As competências específicas de natureza procedimental relacionam-se com a natureza do
trabalho desenvolvido pelos alunos. Apresentam-se como exemplos: a observação e descrição
de fenómenos; a recolha e interpretação de dados; o conhecimento de técnicas de trabalho; e
a manipulação de dispositivos. As competências de natureza procedimental relacionam-se,
também, com a planificação, a execução e a avaliação de percursos investigativos simples.
Constituem-se como competências específicas de natureza procedimental as que a seguir se
indicam:
 Análise de documentos de natureza diversa (ex.: escrita, gráfica e cartográfica);
 Utilização de técnicas de expressão gráfica e cartográfica na construção de documentos;
 Investigação/recolha de informação sobre fenómenos geográficos, através de pesquisa e
de trabalho de campo, com o recurso ao inquérito (questionário, entrevista);
 Organização, sistematização e apresentação de informação de forma coerente;
 Utilização das novas tecnologias da informação e comunicação;
 Planificação, execução e avaliação de percursos investigativos simples.
As competências específicas de natureza atitudinal visam o desenvolvimento de atitudes face
aos conhecimentos e às implicações que daí decorrem para a forma como cada aluno
perspetiva a sua própria vida e a dos outros. Constituem-se como competências específicas de
natureza atitudinal as que a seguir se indicam:
 Demonstração de espírito de tolerância, de rigor e de capacidade de diálogo crítico;
 Desenvolvimento do espírito de solidariedade, de curiosidade, de objetividade e de
perseverança;
 Aquisição de atitudes e comportamentos na perspetiva do “outro”;
 Valorização das diferenças entre comunidades e culturas locais;
 Demonstração do sentido de responsabilidade;
 Desenvolvimento de atitudes individuais de respeito pelo ambiente e pela sociedade;
 Fomento da cultura coletiva de defesa do ambiente.
[8]
3. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA PARA O CICLO DE
ESTUDOS
O esquema da Figura 3 apresenta as unidades temáticas que vão ser exploradas no programa
de Geografia e a sua distribuição pelos três anos de escolaridade (10.º, 11.º e 12.º anos).
10.º ano de
escolaridade
11.º ano de
escolaridade
12.º ano de
escolaridade
Unidade Temática 1
Timor-Leste, na Ásia e
no mundo
Unidade Temática 2
As paisagens de
Timor-Leste
Unidade Temática 3
Os recursos de Timor-Leste:
características, potencialidades e
ameaças
- Recursos naturais
Unidade Temática 3
Os recursos de Timor-Leste: características, potencialidades e ameaças
- Recursos humanos
- Recursos culturais
Unidade Temática 3
Os recursos de Timor-Leste: características,
potencialidades e ameaças
- Recursos económicos
Unidade Temática 4
Ordenamento do território e
gestão sustentável de Timor-Leste
Figura 3 – Esquema concetual do programa de Geografia.
O programa organiza-se em quatro unidades temáticas, cuja abordagem deverá ser,
obrigatoriamente, sequencial.
Na Unidade Temática 1 – Timor-Leste, na Ásia e no mundo – aborda-se a localização
geográfica de Timor-Leste no contexto asiático e no contexto mundial. Pretende-se, também,
analisar algumas relações que Timor-Leste tem estabelecido com o exterior, em particular as
relações que tem estabelecido com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Aborda-se a situação geopolítica de Timor-Leste e as suas divisões administrativas.
A Unidade Temática 2 – As paisagens de Timor-Leste – visa estudar as principais
características das paisagens, em geral, e das paisagens timorenses, em particular. Importa
compreender que as paisagens são o resultado de interações existentes entre processos
internos e processos externos que condicionam a geomorfologia existente em Timor-Leste. A
evolução das paisagens está, também, dependente da forma como o Homem interage com as
paisagens naturais.
Na Unidade Temática 3 – Os recursos de Timor-Leste: características, potencialidades e
ameaças perspetiva-se a abordagem das características dos recursos de Timor-Leste, das suas
potencialidades e ameaças. Pretende-se dotar os alunos de conhecimentos no domínio dos
recursos naturais, não renováveis e renováveis, existentes no território timorense, bem como
da sua exploração racional, de modo a não colocar em perigo a sua sustentabilidade. Os
recursos humanos contribuem para o desenvolvimento do país, uma vez que são a base de
todas as atividades desenroladas no território timorense. A situação demográfica atual,
explicada à luz do passado recente, pode fazer emergir decisões e soluções quanto ao futuro
do país. Conhecer e perspetivar a evolução da população, como se organiza e distribui, é o
primeiro passo para o caminho a traçar para o desenvolvimento de Timor-Leste. A abordagem
dos recursos culturais procura explicações do presente à luz do passado, contribuindo para
que os alunos reconheçam que a cultura de Timor-Leste resulta e se apoia em grupos
etnolinguísticos com identidades distintas e em fenómenos de ocupação do território por
[9]
povos que nele deixaram marcas importantes. Os recursos económicos produzem-se a partir
das potencialidades naturais e humanas existentes no território. A sua exploração sustentada
contribui, numa primeira fase, para o crescimento económico e, posteriormente, para o
desenvolvimento socioeconómico, que conduzirá ao bem-estar e à qualidade de vida da
população.
A Unidade Temática 4 – Ordenamento do território e gestão sustentável de Timor-Leste –
permite o estudo dos instrumentos de ordenamento do território. Abordam-se, ainda, as
potencialidades dos instrumentos de ordenamento do território e as medidas que podem
contribuir para o desenvolvimento sustentável de Timor-Leste.
Na Tabela I apresenta-se uma visão geral das unidades temáticas e dos subtemas propostos no
programa de Geografia para cada ano de escolaridade (10.º, 11.º e 12.º anos).
Conteúdos conceptuais do programa de Geografia
10.º ano de escolaridade
UNIDADE TEMÁTICA 1 – Timor-Leste, na Ásia e no mundo
Subtema 1: Localização geográfica
de Timor-Leste, na Ásia e no mundo
Subtema 2: Situação geopolítica de
Timor-Leste
UNIDADE TEMÁTICA 2 – As
paisagens de Timor-Leste
Subtema 1: Principais
características das paisagens
mundiais e de Timor-Leste
Subtema 2: Processos internos de
modelação das paisagens
Subtema 3: Processos externos de
modelação das paisagens
UNIDADE TEMÁTICA 3 – Os
recursos de Timor-Leste:
características, potencialidades e
ameaças
Subtema 1: Recursos naturais
1.1. Recursos não renováveis
1.1.1. Recursos minerais –
características, potencialidades
e ameaças
1.1.2. Recursos energéticos –
características, potencialidades
e ameaças
1.2. Recursos renováveis
1.2.1. O sol – características e
potencialidades
11.º ano de escolaridade
Subtema 2: Os recursos
humanos – situação atual e
cenários futuros
2.1. Evolução da
população desde a 2ª
metade do século XX
2.1.1. O crescimento
natural
12.º ano de escolaridade
Subtema 4: Os recursos
económicos
4.1. As atividades agropecuárias –
situação presente e projeção
futura
4.1.1. Organização do espaço
rural
4.1.2. Culturas dominantes
2.1.2. O saldo
migratório
4.1.3. Da pecuária tradicional à
pecuária moderna
2.1.3. O crescimento
efetivo
4.1.4. Desenvolvimento rural
integrado e sustentabilidade de
Timor-Leste
2.1.4. Os cenários de
crescimento
demográfico e a
sustentabilidade do
território
2.2. As estruturas sócio
demográficas
4.2. A atividade piscatória – uma
estratégia para o desenvolvimento
4.2.1. Valor económico e social
da atividade piscatória
2.2.1. A estrutura etária
4.2.2. Principais áreas de
produção de pescado e de pesca
em meio marítimo
2.2.2. A estrutura
profissional
4.2.3. Tipos de pesca
predominantes
2.2.3. O nível de
instrução e de
qualificação
4.2.4. Atividades piscatórias
sustentáveis e desenvolvimento
de Timor-Leste
2.2.4. Os recursos
humanos:
potencialidade ou
ameaça?
2.3. Distribuição espacial
da população no território
2.3.1. Os fatores
condicionantes da
[10]
4.3. A indústria – uma necessidade
para o crescimento económico
4.3.1. Organização do espaço
industrial
4.3.2. O futuro das atividades
industriais
4.3.3. O desenvolvimento
1.2.2. A precipitação – génese e
distribuição
distribuição da
população
1.2.3. A água – exploração e
contaminação das águas
superficiais e subterrâneas
2.3.2. As áreas mais
povoadas
1.2.4. O solo – características,
potencialidades e ameaças
1.2.5. As florestas –
características, potencialidades
e ameaças
1.2.6. O mar – características,
potencialidades e ameaças
2.3.3. Consequências da
concentração da
população em áreas
urbanas
2.3.4. As áreas
despovoadas
Subtema 3: Os recursos
culturais – uma explicação
do presente à luz do
passado
3.1. Os grupos
etnolinguísticos –
identificação e
características
3.2. As marcas do passado
na cultura timorense
3.3. Relações
socioculturais com
diferentes espaços
industrial de Timor-Leste
4.4. As atividades turísticas – uma
estratégia para o desenvolvimento
4.4.1. Recursos turísticos
4.4.2. Distribuição das atividades
turísticas em Timor-Leste
4.4.3. Potencialidades do
turismo para o desenvolvimento
sustentável de Timor-Leste
4.5. O comércio – um setor em
desenvolvimento
4.5.1. Conceitos de comércio
4.5.2. O comércio interno de
Timor-Leste
4.5.3. O comércio externo de
Timor-Leste
4.5.4. Outro tipo de comércio –
o comércio justo
4.5.5. Timor-Leste – comércio
justo e economia solidária
UNIDADE TEMÁTICA 4 –
Ordenamento do território e
gestão sustentável de Timor-Leste
Subtema 1: Os instrumentos de
ordenamento do território como
promotores da gestão sustentável
Subtema 2: Medidas de
ordenamento do território e do
ambiente
2.1. Água
2.2. Solo
2.3. Agricultura
2.4. Áreas urbanas e industriais
2.5. Transportes e comunicações
2.6. Resíduos
Tabela I – Unidades temáticas e subtemas do programa de Geografia do 10.º, 11.º e 12.º anos de
escolaridade.
[11]
PROGRAMA DA DISCIPLINA
GEOGRAFIA
10.º ANO DE ESCOLARIDADE
4.1 APRESENTAÇÃO
Os conteúdos do programa de Geografia propostos para o 10.º ano de escolaridade estão
organizados em três unidades temáticas que devem ser lecionadas de forma sequencial,
embora se deva revisitar os conteúdos abordados nas unidades temáticas anteriores sempre
que se considerar necessário.
Assim, opta-se por uma abordagem centrada nos aspetos físicos do território de Timor-Leste,
tendo como ponto de partida o suporte do desenvolvimento de atividades económicas, sociais
e culturais. As características naturais do território de Timor-Leste (ex.: insularidade, relevo,
clima, solo, subsolo e formações vegetais, entre outras) moldaram a cultura do povo
timorense ao longo do tempo.
A apropriação do espaço e dos recursos naturais, pelos timorenses, deve apoiar-se não apenas
no conhecimento sistemático das potencialidades do país, indutoras do crescimento
económico que se deseja, mas, também, na vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos
extremamente complexos e frágeis.
Pretende-se, assim, que os alunos conheçam os aspetos físicos do seu país, que vão
condicionar a vida dos cidadãos timorenses, sem perder de vista uma abordagem mais
abrangente, necessária para compreender a interligação entre os fenómenos locais e globais.
No desenvolvimento do programa para o 10.º ano de escolaridade serão apresentadas tabelas
com as unidades temáticas, subtemas e conteúdos a lecionar, as metas de aprendizagem que
se pretende que os alunos atinjam, algumas sugestões de atividades práticas e os tempos
letivos previstos para a lecionação de cada uma das unidades temáticas. Os tempos letivos
previstos para a lecionação de cada unidade temática poderão ser reajustados tendo em conta
as estratégias implementadas pelo professor e/ou o ritmo das aprendizagens dos alunos. Caso
tal aconteça, os tempos letivos previstos para as unidades temáticas seguintes devem ser
reajustados, de modo a que todos os conteúdos previstos sejam abordados neste ano de
escolaridade. Também se apresentam algumas sugestões de questões orientadoras das
aprendizagens dos alunos e de abordagem dos conteúdos programáticos para as três unidades
temáticas do programa de Geografia do 10.º ano de escolaridade.
Na Figura 4 apresentam-se exemplos de questões orientadoras para as unidades temáticas do
programa previstas para serem abordadas no 10.º ano de escolaridade.
[12]
Questão orientadora
Qual o enquadramento geográfico de Timor-Leste, na Ásia e no
mundo?
Unidade Temática 1
Timor-Leste, na Ásia e
no mundo
Questão orientadora
Que características apresentam as paisagens de Timor-Leste?
Unidade Temática 2
As paisagens de
Timor-Leste
Questão orientadora
Qual o futuro dos recursos de Timor-Leste?
Unidade Temática 3
Os recursos de Timor-Leste: características,
potencialidades e
ameaças – Recursos
naturais
Subquestão orientadora
Como podemos explorar os recursos naturais de Timor-Leste?
Qual a importância dos recursos não
renováveis no desenvolvimento de
Timor-Leste?
Que impactes podem ter os
recursos renováveis no
desenvolvimento de Timor-Leste?
Que potencialidades podem ter os recursos
minerais no desenvolvimento de Timor-Leste?
Em que medida a qualidade de vida dos
timorenses depende da forma como podem
utilizar a energia solar?
De que modo a precipitação influencia o dia a dia
dos timorenses?
Qual o contributo dos recursos energéticos para o
desenvolvimento de Timor-Leste?
Como podem os timorenses contribuir para a gestão
eficaz da água em Timor-Leste?
Qual o futuro dos solos timorenses?
Como fazer a gestão sustentável da floresta de
Timor-Leste?
Como gerir os recursos marinhos em Timor-Leste?
Figura 4 – Exemplos de questões orientadoras para as unidades temáticas do programa de Geografia
previstas para serem abordadas no 10.º ano de escolaridade.
[13]
4.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS
Unidade Temática 1: Timor-Leste, na Ásia e no mundo
Com a abordagem da Unidade Temática 1 – Timor-Leste, na Ásia e no mundo – pretende-se que os alunos procurem respostas para a questão orientadora: Qual o
enquadramento geográfico de Timor-Leste, na Ásia e no mundo?
O nível de aprofundamento desta unidade temática deve ser reduzido, dado que se trata apenas de uma abordagem geral do território timorense. Através da
observação de mapas geográficos do mundo, do Pacífico, do Sudeste Asiático e da Austrália os alunos podem compreender a localização relativa e absoluta do
território timorense. O professor deve fazer o enquadramento geopolítico do território timorense e deve analisar algumas relações que Timor-Leste tem
estabelecido com o exterior, em particular com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Devem ser estudadas as divisões administrativas e a sua
importância no contexto timorense.
Subtemas 1 e 2: Localização geográfica de Timor-Leste, na Ásia e no Mundo (Subtema 1) e Situação geopolítica de Timor-Leste (Subtema 2)
Conteúdos
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 A localização geográfica
de Timor-Leste na Ásia e
no mundo
 Localiza o território timorense em
termos relativos e absolutos.
 Identifica as principais relações que
Timor-Leste tem estabelecido com o
exterior, em concreto com a CPLP.
 Indica a constituição do território
timorense.
 Analisar e interpretar esquemas/gráficos/imagens/fotografias/mapas que
permitam caracterizar a constituição do território timorense e efetuar a sua
localização em termos relativos e absolutos.
 Analisar dados que permitam compreender as interações que Timor-Leste tem
estabelecido com o exterior, em especial com a Comunidade de Países de Língua
Portuguesa (CPLP).
 Realizar exercícios de lápis e papel sobre a localização relativa e absoluta de
Timor-Leste e sobre as divisões administrativas que constituem o território
timorense.
 A constituição territorial
de Timor-Leste
[14]
Tempos letivos
previstos
4
Unidade Temática 2: As paisagens de Timor-Leste
A abordagem da Unidade Temática 2 – As paisagens de Timor-Leste – visa identificar as principais características das paisagens mundiais, em termos gerais, e de
Timor-Leste, em particular. Importa, também, que os alunos compreendam que as paisagens são o resultado de interações existentes entre os processos internos e
os processos externos. Para a exploração dos conteúdos desta unidade temática sugere-se a procura de respostas para a seguinte questão orientadora: Que
características apresentam as paisagens de Timor-Leste?
Deve analisar-se a influência do clima e da vegetação na modelação das paisagens timorenses e refletir-se acerca do modo como a evolução das paisagens está
dependente da forma como o Homem interage com as mesmas.
Na abordagem do subtema Principais características das paisagens mundiais e de Timor-Leste pretende-se que os alunos observem imagens diversificadas de
paisagens do mundo e do território timorense, identifiquem os principais elementos constitutivos das paisagens e conheçam as principais características das
paisagens de Timor-Leste.
Subtema 1: Principais características das paisagens mundiais e de Timor-Leste
Conteúdos
Metas de aprendizagem
 Elementos constitutivos
das paisagens
 Principais tipos de
paisagens (montanha,
planalto e planície)
 Caracterização das
paisagens de TimorLeste
 Identifica os principais elementos
constitutivos das paisagens.
 Distingue os principais tipos de paisagens
(montanha, planalto e planície).
 Indica as principais características das
paisagens de Timor-Leste.
 Localiza os principais tipos de paisagens
timorenses.
Atividades práticas

Analisar e interpretar esquemas/gráficos/fotografias/mapas sobre:
* elementos constitutivos das paisagens;
Tempos letivos
previstos
4
* diferentes tipos de paisagens;
* características e localização das paisagens de Timor-Leste.
 Realizar exercícios de lápis e papel sobre as características e a localização
das paisagens de Timor-Leste.
 Analisar notícias de Imprensa sobre as principais características das
paisagens.
Na compreensão dos fenómenos internos que modelam as paisagens – subtema Processos internos de modelação das paisagens – importa que os alunos
compreendam que as rochas que integram as paisagens naturais são formadas na crosta terrestre. Neste sentido, torna-se importante que os alunos conheçam, de
uma forma breve e com o auxílio de esquemas apropriados, os modelos da estrutura interna da Terra e que compreendam que nesses modelos as rochas que
caracterizam as paisagens se encontram na parte superficial do planeta. Importa, também, que através da observação de imagens os alunos compreendam que
existem diferentes tipos de rochas, os caracterizem e saibam explicar o respetivo processo de formação. A descrição das rochas, em termos de ciclo, pode ajudar os
alunos a compreenderem a sua importância na modelação das paisagens e a problematizarem a evolução das mesmas. Uma breve abordagem à tectónica de placas
pode contribuir para que os alunos compreendam os riscos de ocorrência de sismos e de vulcões, no território timorense, e reconheçam a importância da dinâmica
interna da Terra na modelação das paisagens de Timor-Leste.
[15]
Subtema 2: Processos internos de modelação das paisagens
Conteúdos
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Estrutura e
composição interna
da Terra
* Modelo segundo a
composição química
 Identifica os principais constituintes da
estrutura interna da Terra.
 Procede a uma análise comparativa entre os
dois modelos existentes da estrutura
interna da Terra.
 Analisar e interpretar esquemas/imagens sobre os principais constituintes da
estrutura interna da Terra.
 Realizar exercícios de aplicação sobre:
* identificação dos constituintes da estrutura interna da Terra;
 Explica os principais conceitos do
magmatismo (magma, arrefecimento do
magma à superfície e em profundidade,
rochas plutónicas, rochas vulcânicas).
 Caracteriza as rochas magmáticas quanto à
sua origem.
 Analisar e interpretar esquemas/gráficos/fotografias/mapas relativos a:
* formação e características do magma;
 Descreve os principais fatores de
metamorfismo (temperatura, pressão,
fluidos, tempo).
 Caracteriza as rochas metamórficas quanto
à origem.
 Analisar e interpretar esquemas/gráficos/fotografias/mapas relativos a:
* fatores de metamorfismo;
 Identifica as principais etapas do processo
de formação das rochas sedimentares.
 Caracteriza as rochas sedimentares quanto
à sua origem.
 Explica a importância das rochas
sedimentares na formação das paisagens
timorenses.
 Analisar e interpretar esquemas/gráficos/fotografias/mapas sobre:
* as principais etapas do processo de formação das rochas sedimentares;
Tempos letivos
previstos
2
* a análise comparativa dos modelos existentes da estrutura interna da Terra.
* Modelo segundo
as propriedades
físicas
 Magmatismo e
rochas magmáticas
* Conceitos básicos
de magmatismo
* Características das
rochas magmáticas
 Metamorfismo e
rochas metamórficas
* Fatores de
metamorfismo
* Características das
rochas metamórficas
 Rochas sedimentares
* Processo de
formação das rochas
sedimentares
* Natureza, textura e
estrutura das rochas
sedimentares
4
* condições de formação das rochas plutónicas e vulcânicas.
 Realizar exercícios de aplicação sobre os principais conceitos do magmatismo
(magma, arrefecimento do magma à superfície e em profundidade, rochas
plutónicas, rochas vulcânicas)
 Analisar e identificar diferentes tipos de amostras de mão de rochas
magmáticas.
4
* características das rochas metamórficas.
 Realizar exercícios de aplicação sobre os fatores de metamorfismo e as
características das rochas metamórficas.
 Analisar e identificar diferentes tipos de amostras de mão de rochas
metamórficas.
* características das rochas sedimentares.
 Realizar exercícios de aplicação sobre a importância das rochas sedimentares na
formação das paisagens timorenses.
 Analisar e identificar diferentes tipos de amostras de mão de rochas
sedimentares.
[16]
4
* A importância das
rochas sedimentares
na formação das
paisagens
 O ciclo das rochas
 As rochas timorenses
 A tectónica de placas
e sua importância no
território timorense
 Indica os principais tipos de
existentes no território timorense.
rochas
 Relaciona o ciclo das rochas com a evolução
das paisagens timorenses.
 Identifica os principais tipos de rochas
existentes no território timorense.
 Assume atitudes de defesa do património
geológico timorense.
 Analisar e interpretar esquemas/gráficos/fotografias/mapas sobre as interrelações que se podem estabelecer entre os diferentes tipos de rochas e a
evolução das paisagens timorenses.
 Elaborar trabalhos de pesquisa acerca das medidas a tomar no sentido de
promover a preservação do património geológico timorense.
 Explica a Teoria da Tectónica de Placas.
 Caracteriza os principais tipos de
deformações das rochas (dobras, falhas e
dobras-falhas).
 Relaciona a tectónica de placas com os
riscos de ocorrência de sismos e de vulcões
no território timorense.
 Analisar esquemas/imagens/mapas sobre os limites das placas tectónicas.
 Interpretar esquemas/imagens/mapas de limites das placas tectónicas e
relacioná-los com a distribuição de sismos e de vulcões no território timorense.
 Realizar exercícios de aplicação sobre as deformações das rochas e a sua
importância na formação do relevo.
3
3
Na abordagem do subtema Processos externos de modelação das paisagens importa que os alunos reconheçam a importância dos fatores externos (ex.: clima,
vegetação) como condutores da erosão e modeladores das paisagens.
Subtema 3: Processos externos de modelação das paisagens
Conteúdos
 Agentes de modelação das paisagens
* O clima
* Os rios
* Os glaciares
* O vento
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Identifica os principais agentes externos de
modelação das paisagens.
 Explica a importância do clima, dos rios, dos
glaciares, do vento, dos mares e dos seres vivos
na modelação das paisagens.
 Analisar e interpretar
esquemas/gráficos/fotografias/mapas sobre os fatores
externos de modelação das paisagens.
 Realizar exercícios de aplicação sobre a importância
dos fatores externos na modelação das paisagens.
* Os mares
* Os seres vivos
[17]
Tempos letivos
previstos
5
Unidade Temática 3: Os recursos de Timor-Leste – características,
potencialidades e ameaças
Na Unidade Temática 3 – Os recursos de Timor-Leste: características, potencialidades e
ameaças – perspetiva-se a procura de respostas para a seguinte questão orientadora: Qual o
futuro dos recursos de Timor-Leste?
Na abordagem do subtema Os recursos naturais as aprendizagens dos alunos podem ser
orientadas pela seguinte subquestão orientadora: Como podemos explorar os recursos
naturais de Timor-Leste? Deste modo, pretende-se dotar os alunos de conhecimentos no
domínio dos recursos naturais, não renováveis e renováveis, existentes no território
timorense, bem como das formas da sua potencialização através de uma exploração
sustentável. O estudo das diversas formas de exploração deve ser efetuada com base em
recursos diversificados, tais como: estatísticas; gráficos; mapas; imagens; notícias recentes;
entre outros. Importa, também, que os alunos sejam sensibilizados para o modo como se faz a
utilização dos recursos naturais, transformando-os em recursos económicos. Pretende-se que
os alunos procurem respostas para as seguintes questões: Qual a importância dos recursos
não renováveis no desenvolvimento de Timor-Leste? e Que impactes podem ter os recursos
renováveis no desenvolvimento de Timor-Leste? A obtenção de respostas para estas questões
pode ser efetuada partindo da caracterização dos principais recursos não renováveis e
renováveis existentes no território timorense. Também se torna importante que os alunos
conheçam medidas que permitam a exploração durável dos recursos renováveis e não
renováveis e problematizem as consequências resultantes da sua má exploração.
Na abordagem dos recursos minerais importa que os alunos distingam os recursos metálicos
dos não metálicos, localizem em mapas nacionais os principais locais de extração deste tipo de
recursos e obtenham respostas para a questão: Que potencialidades podem ter os recursos
minerais no desenvolvimento de Timor-Leste? Aos recursos energéticos será dada uma atenção
especial, em concreto ao petróleo e ao seu processo de formação, dado ser um recurso
existente em Timor-Leste e ter grandes implicações na economia do país. Deste modo,
procura-se que os alunos respondam à seguinte questão: De que modo os recursos energéticos
de Timor-Leste podem contribuir para o desenvolvimento do território? A exploração racional
dos recursos não renováveis deve ser analisada, tal como os impactes que pode ter para a
sociedade e para o ambiente.
Os recursos renováveis (ex.: sol, água, solo, floresta e mar) são abordados de forma mais
exaustiva e procura-se que os alunos encontrem respostas para a seguinte questão: Que
impactes podem ter os recursos renováveis no desenvolvimento de Timor-Leste?
Relativamente à temperatura deve relacionar-se com a radiação solar, bem como com os
fatores implicados na sua variação. O papel da atmosfera na receção e perda da energia solar
deve ser evidenciado. A variação anual e espacial da temperatura deve ser analisada, tendo
em conta a posição espacial do território (insularidade e baixa latitude), a sua morfologia e as
implicações que estes aspetos têm na variação da insolação. A problematização da
insuficiência energética atual e a necessidade de potenciar a radiação solar como forma de
valorização deste recurso devem se evidenciadas.
A nível global deve abordar-se a formação da precipitação, a sua relação com a circulação geral
da atmosfera e os tipos de chuvas. A distribuição anual e espacial da precipitação em TimorLeste deve explicar-se tendo em conta os fatores que são responsáveis por esta distribuição,
nomeadamente as monções e o relevo.
[18]
A água, como recurso fortemente ameaçado, deve ser tratada através da análise e
interpretação de gráficos e de tabelas que evidenciem a sua distribuição no planeta, os usos, a
escassez da sua disponibilidade para consumo humano, abordando, também, o ciclo da água e
a intervenção do Homem nesse ciclo. Deve estudar-se, também, a problemática das bacias
hidrográficas, caracterizando a rede e o regime dos cursos de água. Finalmente, devem
enunciar-se formas de potenciar os recursos hídricos.
A formação do solo, a sua evolução e os elementos constituintes devem ser tratados de forma
geral, recorrendo a imagens elucidativas. Os tipos predominantes de solos existentes em
Timor-Leste devem ser estudados, bem como a sua vulnerabilidade. Deve tratar-se o impacto
humano na degradação dos solos, resultante de uma desflorestação descontrolada, associada
à prática da agricultura e à obtenção de madeira. As medidas de conservação (que passam por
alterações nas práticas agrícolas tradicionais) e pela sensibilização das populações, no âmbito
da sustentabilidade do solo, devem dotar os alunos de conhecimentos que lhes permitam
fazer uma avaliação crítica desta problemática.
A importância das florestas deve ser abordada nas suas múltiplas vertentes: ambiental,
económica, social e cultural. As espécies florestais predominantes no território devem ser
estudadas, de modo a que os alunos conheçam a sua diversidade e localização. Pretende-se
que se problematize a ação antrópica sobre as florestas do país, nomeadamente as
consequências ambientais, em especial as alterações climáticas resultantes da desflorestação,
com impactos na emissão de dióxido de carbono para a atmosfera. Devem, também, ser
mencionadas as medidas a serem tomadas para a preservação da floresta, nomeadamente a
arborização, a reflorestação, a participação pública dos cidadãos e a ajuda externa de forma a
tornar a floresta um recurso ambiental e económico a longo prazo.
O estudo do mar deve iniciar-se com a análise da sua importância nas cadeias alimentares. A
observação de imagens e de esquemas que evidenciem a morfologia marinha permite aos
alunos conhecerem o que não pode ser observado à superfície da água e constatarem a
variabilidade das suas características. As correntes marítimas e as águas superficiais, que
transportam nutrientes e que são responsáveis pela produção fitoplanctónica, são um
importante fator que contribui para a biodiversidade marinha e devem ser analisadas à luz da
manutenção da biodiversidade. Finalmente, a importância do mar no território timorense
surge como suporte de inúmeras atividades que devem ser preservadas no sentido de garantir
a sustentabilidade do sistema.
[19]
Subtema 1: Os recursos naturais
Conteúdos
Tempos letivos
previstos
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Distingue recursos minerais metálicos de recursos
minerais não metálicos.
 Identifica e localiza os principais recursos minerais do
território timorense.
 Caracteriza as principais formas de extração dos
recursos minerais do território timorense.
 Explica a importância da exploração racional dos
recursos minerais no contexto timorense.
 Analisar e interpretar esquemas/fotografias/mapas que
evidenciem as principais características dos recursos minerais
metálicos e não metálicos.
 Realizar exercícios de aplicação sobre os principais recursos
minerais do território timorense.
 Implementar atividades de debate/reflexão sobre as
potencialidades e as ameaças dos recursos minerais timorenses.
4
 Apresenta exemplos dos principais recursos
energéticos existentes e da sua importância no
contexto mundial.
 Conhece os diferentes tipos de combustíveis fósseis
existentes.
 Caracteriza o processo de formação do carvão.
 Caracteriza o processo de formação do petróleo e do
gás natural.
 Identifica as principais formas de exploração dos
combustíveis fósseis.
 Refere consequências ambientais da exploração dos
combustíveis fósseis.
 Localiza no mapa as principais zonas de exploração do
petróleo e do gás natural no território timorense.
 Analisar esquemas/fotografias/mapas que apresentem os
principais recursos energéticos existentes e refletir sobre a sua
importância no contexto mundial.
 Analisar e interpretar esquemas que evidenciem o processo de
formação do carvão, do petróleo e do gás natural.
 Analisar e interpretar esquemas que mostrem a forma como os
combustíveis fósseis são explorados.
 Implementar atividades de análise de notícias da imprensa que
relatem consequências ambientais da exploração do petróleo e
do gás natural.
 Analisar esquemas/fotografias/mapas que evidenciem a
localização e as características dos recursos energéticos do
território de Timor-Leste.
 Realizar trabalhos de pesquisa sobre o petróleo em Timor-Leste.
12
Recursos não renováveis
Recursos minerais –
características,
potencialidades e ameaças
 Características dos
recursos minerais
metálicos e não metálicos
 Principais recursos
minerais do território
timorense – identificação,
localização e forma de
extração
 As potencialidades e as
ameaças dos recursos
minerais timorenses
Recursos energéticos –
características,
potencialidades e ameaças
 Os recursos energéticos
* Principais
características
* Combustíveis fósseis
* Exploração dos recursos
energéticos e problemas
ambientais associados
[20]
 As potencialidades e
ameaças dos recursos
energéticos timorenses
 Refere as principais potencialidades dos recursos
energéticos existentes no território timorense.
 Enuncia medidas que permitam uma exploração
sustentada dos combustíveis fósseis em Timor-Leste.
 Assume atitudes de responsabilidade na utilização
dos recursos energéticos timorenses.
 Implementar atividades de debate/reflexão sobre a importância
de uma exploração racional do petróleo e do gás natural no
contexto timorense.
 Desenvolver atividades de debate/reflexão sobre as medidas que
permitem uma exploração sustentada dos recursos renováveis
de Timor-Leste.
 Caracteriza a radiação solar.
 Indica os fatores responsáveis pela variação da
radiação solar (latitude, duração do dia, massa
atmosférica, área recetora da radiação solar).
 Caracteriza a estrutura da atmosfera.
 Explica o papel da atmosfera na variação da radiação
solar.
 Relaciona a radiação solar com a variação da
temperatura no território timorense.
 Identifica os fatores que influenciam a variação da
temperatura.
 Relaciona a variação da temperatura em Timor-Leste
com os respetivos fatores.
 Estabelece relações entre a insuficiência energética
atual e a necessidade de aumentar a utilização da
radiação solar através da energia fotovoltaica e da
solar térmica.
 Analisar e interpretar esquemas/gráficos/fotografias/mapas
relativos a: características da radiação solar; fatores responsáveis
pela variação da radiação solar; e estrutura da atmosfera.
 Analisar notícias de Imprensa sobre formas de utilização da
energia solar em Timor-Leste e no mundo.
 Realizar exercícios de aplicação sobre o papel da atmosfera na
variação da radiação solar e sobre os fatores que influenciam a
variação da temperatura.
 Implementar atividades de debate/reflexão sobre a forma como
pode ser potenciado o aproveitamento da radiação solar em
Timor-Leste.
 Realizar uma atividade de construção de um mapa organizador
de conceitos que sintetize os conceitos abordados no estudo das
características e das potencialidades do sol.
8
 Conhece o mecanismo de formação da precipitação.
 Caracteriza os centros barométricos.
 Relaciona a distribuição da precipitação com a
circulação geral da atmosfera.
 Identifica os principais tipos de chuvas.
 Explica a formação dos ciclones tropicais.
 Relaciona a distribuição anual da precipitação no
território timorense com as monções.
 Analisar e interpretar esquemas/gráficos/fotografias/mapas
relativos a: mecanismos de formação da precipitação;
características dos centros barométricos; e principais tipos de
chuva.
 Realizar exercícios de aplicação sobre as relações existentes
entre a distribuição da precipitação e a circulação geral da
atmosfera.
 Analisar notícias de Imprensa sobre as consequências da
precipitação no território timorense.
10
Recursos renováveis
O sol – características e
potencialidades
 O papel da radiação solar
na variação da
temperatura
 A variação anual da
temperatura em Timor-Leste
 Aproveitamento
energético da radiação
solar
A precipitação – génese e
distribuição
 A precipitação
 A precipitação no
território timorense
[21]
Subtema 1: Os recursos naturais
Conteúdos
A água – exploração e
contaminação das águas
superficiais e subterrâneas
 Distribuição da água na Terra
 Principais etapas do ciclo da
água
 Tipos particulares de águas
 A precipitação e a hidrografia
 A hidrografia timorense na
modelação da paisagem
 Exploração das águas
superficiais e subterrâneas
timorenses
 Causas da contaminação das
águas superficiais e
subterrâneas timorenses
 Gestão da água
 Potencialização dos recursos
hídricos
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Reconhece a importância da água como recurso
natural e económico.
 Identifica os usos da água.
 Conhece a distribuição da água na Terra.
 Descreve o ciclo da água.
 Problematiza a ação antrópica no ciclo da água.
 Distingue águas de nascente de águas minerais
naturais e de águas termais.
 Relaciona a precipitação com a hidrografia de uma
dada região.
 Caracteriza a hidrografia timorense.
 Analisar e interpretar esquemas/gráficos/fotografias/mapas
sobre:
* usos da água;
 Identifica os modos de exploração das águas
superficiais e subterrâneas timorenses.
 Indica causas da contaminação das
superficiais e subterrâneas timorenses.
águas
 Conhece formas de gestão da água nos vários
setores: consumo doméstico; agrícola; industrial; e
turístico.
 Enuncia formas de potencialização dos recursos
hídricos em Timor-Leste.
[22]
* distribuição da água na Terra;
* ciclo da água;
* características da hidrografia timorense;
* modos de exploração das águas superficiais e subterrâneas
timorenses.
 Realizar exercícios de aplicação sobre as relações existentes
entre a distribuição da precipitação e a circulação geral da
atmosfera.
 Analisar notícias de Imprensa sobre:
* a ação antrópica no ciclo da água;
* as causas da contaminação das águas superficiais e
subterrâneas timorenses.
 Implementar atividades de debate/reflexão sobre formas de
gestão da água em Timor-Leste.
 Realizar trabalhos de pesquisa sobre formas de potenciar a
utilização dos recursos hídricos em Timor-Leste.
 Implementar uma atividade de construção de um mapa
organizador de conceitos que sintetize os principais conceitos
abordados no estudo da água.
Tempos letivos
previstos
8
Subtema 1: Os recursos naturais
Conteúdos
O solo – características,
potencialidades e ameaças
 Formação de um solo
 Perfil de um solo
 Principais tipos de solos
 Características dos solos
timorenses
 As potencialidades e
ameaças dos solos em
Timor-Leste
Metas de aprendizagem




 Analisar e interpretar esquemas/gráficos/fotografias/mapas
sobre: o processo de formação e evolução do solo; os
elementos constituintes do solo; os principais tipos de solo; as
características dos solos timorenses; e a localização dos solos
no território timorense.
 Realizar exercícios de aplicação sobre as potencialidades dos
solos de Timor-Leste.
 Analisar notícias de Imprensa sobre as ameaças dos solos
timorenses e as causas da sua degradação.
 Realizar uma saída de campo junto da escola para estudar o
perfil de um solo.
 Implementar atividades de debate/reflexão sobre formas de
gestão dos solos em Timor-Leste.
 Realizar trabalhos de pesquisa sobre medidas de conservação
do solo de Timor-Leste.
 Realizar uma atividade de sensibilização da comunidade para a
necessidade da conservação dos solos timorenses.
 Implementar uma atividade de construção de um mapa
organizador de conceitos que sintetize os principais conceitos
abordados no estudo do solo.
8
 Problematiza a importância ambiental, económica,
social e cultural das florestas.
 Analisar e interpretar esquemas/gráficos/fotografias/mapas
sobre: os impactos ambientais da desflorestação; as
características das florestas tropicais; as espécies
predominantes nas florestas timorenses e a sua localização.
 Realizar trabalhos de pesquisa sobre a ação do Homem nas
florestas de Timor-Leste.
 Analisar notícias de Imprensa sobre a desflorestação do
território timorense.
 Implementar atividades de debate/reflexão sobre medidas de
preservação das florestas timorenses.
 Realizar uma atividade de sensibilização da comunidade para a
8




 A floresta em Timor-Leste:
características e localização
 A ação do Homem nas
florestas de Timor-Leste:
Tempos letivos
previstos
Conhece o processo de formação e evolução do solo.
Indica os elementos constituintes do solo.
Caracteriza os principais tipos de solos.
Identifica as principais características dos solos
timorenses.
Localiza os tipos de solos no território timorense.
Problematiza as potencialidades e as ameaças dos
solos de Timor-Leste.
Identifica as causas da degradação dos solos
timorenses.
Reconhece o impacto humano na degradação do
solo.
Enuncia medidas de conservação do solo.

As florestas – características,
potencialidades e ameaças
 Importância ambiental,
económica, social e cultural
das florestas
 As florestas tropicais
Atividades práticas
 Explica a importância das florestas tropicais.
 Localiza as florestas tropicais na Terra.
 Reconhece
os
impactos
ambientais
da
desflorestação.
 Caracteriza a floresta timorense.
 Localiza as florestas no território timorense.
 Reconhece a ação do Homem nas florestas de TimorLeste como fator de ameaça e/ou de preservação.
[23]
ameaças e preservação
 Enuncia medidas de conservação das florestas
timorenses.
necessidade da preservação das florestas timorenses.
 Implementar uma atividade de construção de um mapa
organizador de conceitos que sintetize os principais conceitos
abordados no estudo das florestas.
 Descreve o mar como fator de manutenção da
cadeia alimentar.
 Identifica as principais zonas que constituem a
morfologia marinha.
 Reconhece o papel das correntes e das águas
continentais como elementos fundamentais na
biodiversidade marinha.
 Justifica a importância do ambiente marinho em
Timor-Leste.
 Problematiza a ação do Homem na sustentabilidade
dos sistemas marinhos.
 Analisar e interpretar esquemas/gráficos/fotografias/mapas
sobre:
* as principais zonas que constituem a morfologia marinha;
O mar – características,
potencialidades e ameaças
 O mar e a cadeia alimentar
 A morfologia marinha
 As correntes marítimas e as
águas continentais na
biodiversidade marinha
 O ambiente marinho em
Timor-Leste
 O Homem e a
sustentabilidade dos
sistemas marinhos
10
* o papel das correntes e das águas continentais na
biodiversidade marinha;
* a importância do ambiente marinho em Timor-Leste.
 Realizar trabalhos de pesquisa sobre a importância que os
timorenses atribuem ao mar.
 Analisar notícias de Imprensa sobre a importância do mar no
território timorense.
 Desenvolver atividades de debate/reflexão sobre medidas de
preservação dos mares de Timor.
 Realizar uma atividade de sensibilização da comunidade para a
necessidade da preservação dos mares de Timor.
 Implementar uma atividade de construção de um mapa
organizador de conceitos que sintetize os principais conceitos
abordados no estudo do mar.
[24]
GEOGRAFIA | 10.º ANO
PROGRAMA DA DISCIPLINA
GEOGRAFIA
11.º ANO DE ESCOLARIDADE
5.1 APRESENTAÇÃO
Os conteúdos do programa de Geografia propostos para o 11.º ano de escolaridade integramse na Unidade Temática 3 - Os recursos de Timor-Leste: características, potencialidades e
ameaças, já iniciada no 10.º ano de escolaridade, com o estudo dos recursos naturais. No 11.º
ano de escolaridade, e numa perspetiva de continuidade, pretende-se tratar os recursos
humanos e os recursos culturais, compreendendo as suas características e as suas
potencialidades e ameaças para o desenvolvimento de Timor-Leste. Sempre que se considerar
necessário, os conteúdos lecionados no 10.º ano de escolaridade devem ser revisitados, de
modo a permitir uma abordagem integradora de todos os conteúdos programáticos.
Ao nível do 11.º ano de escolaridade opta-se por uma abordagem centrada nos aspetos
humanos e culturais do território de Timor-Leste, tendo por base a importância das
características naturais do território na moldagem do povo timorense e da sua cultura.
Caracterizam-se os recursos humanos e culturais timorenses e procura-se perspetivar a sua
evolução e o contributo dos mesmos para o desenvolvimento sustentável do território de
Timor-Leste. Pretende-se, assim, que os alunos conheçam os aspetos humanos e culturais do
seu país, que influenciam a vida dos timorenses, sem perder de vista uma análise mais
abrangente, necessária para compreender a evolução dos recursos humanos e as
potencialidades dos recursos culturais numa perspetiva local, regional e global.
Com o estudo do subtema 2 “Os recursos humanos – situação atual e cenários futuros”
pretende-se que os alunos conheçam os fatores que influenciaram a evolução da população,
nomeadamente a existência de catástrofes naturais, os movimentos migratórios, as guerras, as
fomes e as epidemias, e compreendam a necessidade de projetar o futuro, em termos de
infraestruturas necessárias para dar resposta ao rápido crescimento da população, sobretudo
nas áreas urbanas. O conhecimento da evolução de uma população, bem como as
características da sua estrutura etária podem contribuir para o planeamento eficaz da
localização de equipamentos sociais como creches, escolas, lares e centros de dia, hospitais e
centros de saúde e vias de comunicação. A construção das redes de distribuição de água
potável e de saneamento básico, rede de energia elétrica, passam por uma previsão detalhada
do crescimento da população. A localização das indústrias, serviços e atividades comerciais e
agro pecuárias depende do conhecimento prévio das características da população ativa, em
determinadas regiões, onde podem aparecer bolsas de emprego que dinamizem a economia
local e regional.
A evolução da população é condicionada pela natalidade e pela mortalidade. Uma natalidade
elevada, acompanhada de uma mortalidade baixa, leva a um aumento da população. Para uma
taxa de crescimento de 1% a população duplica em 70 anos. Se a taxa de crescimento for de
2% a duplicação acontece em 35 anos. Esta situação leva ao aparecimento de problemas
relacionados com a procura crescente de alimentos, de água e de outros recursos não
renováveis, e que apenas serão colmatados através da aplicação de políticas demográficas
eticamente corretas. Estas políticas podem conduzir à eliminação da subnutrição e da fome, à
igualdade de géneros, à compreensão de crenças e de ideologias e à criação de empregos, de
forma a permitir que todos vivam com dignidade. Por outro lado, políticas de controlo
excessivo da população, através da redução da natalidade, têm como efeito o envelhecimento
demográfico, com consequências negativas ao nível da não renovação das gerações, da
redução da população ativa e da falência dos sistemas de segurança social. O crescimento da
[25]
população terá que fazer-se com muita ponderação de modo a proporcionar condições de vida
sustentáveis para todos.
No decorrer da lecionação do subtema 2 vai ser analisada a evolução da população desde a 2ª
metade do século XX, aprofundando conceitos relativos ao crescimento natural, ao saldo
migratório e ao crescimento efetivo da população. Deve ser dada particular atenção aos
cenários de crescimento demográfico no território timorense e à sua importância para o
desenvolvimento sustentável de Timor-Leste. O aprofundamento deste subtema deve passar,
também, pelo estudo das estruturas sócio demográficas, através da análise da estrutura etária
e profissional da população e do nível de instrução e de qualificação da mesma. Perspetiva-se,
ainda, a análise dos recursos humanos como potencialidade ou ameaça ao desenvolvimento
sustentável de uma região. Pretende-se, também, que os alunos analisem os fatores que
condicionam a distribuição da população em Timor-Leste, identifiquem as áreas mais
povoadas e as menos povoadas e valorizem a importância da gestão da distribuição da
população no desenvolvimento sustentável do território timorense.
Com o estudo do subtema 3 “Os recursos culturais – uma explicação do presente à luz do
passado” pretende-se que os alunos identifiquem os principais recursos culturais de TimorLeste e reconheçam a sua importância no desenvolvimento sustentável do território. TimorLeste possui recursos culturais muito ricos e diversificados, que vão desde os idiomas, às
danças, às músicas e a outras formas de expressão artística que não se encontram em outros
locais do mundo. É necessário, por isso, sensibilizar os alunos para a importância da
diversidade cultural e para o respeito pelo património cultural, que contribuem para a própria
identidade do território timorense.
Mais de 70% dos timorenses vivem em zonas rurais, onde existe uma ligação forte entre as
pessoas, as comunidades, o ambiente, a história e as tradições culturais. A fim de proteger a
identidade de Timor-Leste é necessário que se promova a cultura timorense e as artes
criativas, incluindo a tecelagem, a escultura, o desenho e a pintura, a música, a representação
e todos os aspetos da produção teatral, da dança, dos filmes, da produção de rádio e televisão,
da escrita, da publicação e da publicidade. Estas podem gerar rendimentos e emprego, que
podem contribuir tanto para o desenvolvimento económico do território, como para a união
das comunidades e para a diversidade cultural.
Timor-Leste possui um imenso e diversificado património cultural, associado aos grupos
etnolinguísticos que existem no território. Torna-se, por isso, necessário que os alunos
conheçam os principais grupos etnolinguísticos que existem no seu país e identifiquem as suas
origens e as suas principais características. Procura-se, também, que os alunos conheçam as
principais marcas do passado na cultura timorense e valorizem a sua importância no
desenvolvimento do território.
Timor-Leste não se encontra fechado ao mundo, pelo que se torna importante analisar as
relações socioculturais que o território estabelece com diferentes espaços (ex.: Austrália,
Indonésia, China, etc.) e com os países da CPLP. Deste modo, pode aumentar a visibilidade
nacional, regional e global das suas tradições e práticas criativas contemporâneas e da imagem
e identidade gerais do território. Isto contribuirá para um sentimento de identificação e de
orgulho nacional, para o desenvolvimento de uma economia criativa virada para as
exportações e para o turismo, que podem contribuir para o desenvolvimento sustentável do
território timorense.
No desenvolvimento do programa de Geografia para o 11.º ano de escolaridade serão
apresentadas tabelas com a unidade temática que se pretende que seja abordada, os
subtemas e os conteúdos programáticos a lecionar, as metas de aprendizagem que se
[26]
pretende que os alunos atinjam, algumas sugestões de atividades práticas e os tempos letivos
previstos para a lecionação de cada temática. Os tempos letivos previstos para a lecionação de
cada temática poderão ser reajustados tendo em conta as estratégias implementadas pelo
professor e/ou o ritmo das aprendizagens dos alunos. Caso tal aconteça, os tempos letivos
previstos para as temáticas seguintes devem ser reajustados, de modo a que todos os
conteúdos previstos sejam tratados neste ano de escolaridade. Também se apresentam
algumas sugestões de questões orientadoras das aprendizagens dos alunos e de abordagem
dos conteúdos programáticos para as temáticas que integram o programa de Geografia do
11.º ano de escolaridade.
Na Figura 5 apresentam-se exemplos de questões orientadoras para as temáticas do programa
previstas para serem abordadas no 11.º ano de escolaridade.
Questão orientadora
Qual o futuro dos recursos de Timor-Leste?
Unidade Temática 3
Os recursos de Timor-Leste: características,
potencialidades e
ameaças – Recursos
humanos e recursos
culturais
Subquestão orientadora
Que potencialidades podem ter os recursos humanos e culturais no desenvolvimento de
Timor-Leste?
Que importância têm os recursos
humanos no desenvolvimento de Timor-Leste?
Que impactes podem ter os recursos
culturais no desenvolvimento de Timor-Leste?
Como evoluiu a população em Timor-Leste a
partir da 2ª metade do século XX?
Que características apresentam os grupos
etnolinguísticos em Timor-Leste?
Que características apresentam as estruturas
sócio demográficas de Timor-Leste?
De que modo as marcas do passado estão presentes
na cultura timorense?
Como se distribui a população no território
timorense?
Que relações socioculturais existem entre os países
da CPLP?
Figura 5 – Exemplos de questões orientadoras para as temáticas do programa de Geografia previstas
para serem abordadas no 11.º ano de escolaridade.
[27]
5.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS
Unidade Temática 3: Os recursos de Timor-Leste: Características, potencialidades e ameaças
Subtema 2: Os recursos humanos – situação atual e cenários futuros
Na Unidade Temática 3 – Os recursos de Timor-Leste: características, potencialidades e ameaças – perspetiva-se a procura de respostas para a seguinte questão
orientadora: Qual o futuro dos recursos de Timor-Leste?
No 10.º ano de escolaridade abordou-se o subtema Os recursos naturais, onde as aprendizagens dos alunos foram estruturadas pela seguinte subquestão
orientadora: Como podemos explorar os recursos naturais de Timor-Leste? Deste modo, procurou-se dotar os alunos de conhecimentos no domínio dos recursos
naturais, não renováveis e renováveis, existentes no território timorense, bem como das formas da sua potencialização através de uma exploração sustentável.
No 11.º ano de escolaridade com a abordagem do subtema Os recursos humanos – situação atual e cenários futuros pretende-se que os alunos procurem respostas
para a questão orientadora: Que importância têm os recursos humanos no desenvolvimento de Timor-Leste? e compreendam que a população é o recurso que
pode conduzir a uma apropriação racional dos recursos naturais, tornando-os bens económicos que contribuam para o bem-estar e para a qualidade de vida dos
grupos humanos.
Subtema 2: Os recursos humanos – situação atual e cenários futuros
Conteúdos
Metas de aprendizagem
Evolução da população desde
a 2ª metade do século XX
 O crescimento natural
 Conhece os conceitos de natalidade, de
mortalidade e de mortalidade infantil.
 Distingue taxa de natalidade de taxa de
mortalidade.
 Apresenta uma noção de crescimento
natural.
 Indica fatores responsáveis pela
variação da taxa de natalidade e da
taxa de mortalidade.
 Identifica fatores responsáveis pela
Atividades práticas
Tempos letivos
previstos
 Análise e interpretação de esquemas/gráficos/mapas/censos sobre:
* evolução da população mundial e timorense a partir da 2ª metade
do século XX;
* crescimento natural.
 Realização de exercícios de lápis e papel sobre a taxa de natalidade, de
mortalidade e de mortalidade infantil de uma população.
 Análise e interpretação de esquemas/gráficos/mapas sobre os fatores
responsáveis pela variação da taxa de natalidade, de mortalidade e de
mortalidade infantil.
 Realização de exercícios de aplicação sobre os fatores que influenciam a
variação da taxa de natalidade, de mortalidade e de mortalidade infantil
de uma população.
[28]
16
manutenção e pela redução da taxa de
mortalidade infantil.
 Conhece as fases da evolução da
população mundial.
 Indica fatores responsáveis pela
evolução da população mundial.
 Análise de notícias de Imprensa sobre:
* as principais características dos recursos humanos;
* a evolução da população nos países desenvolvidos e nos países
subdesenvolvidos;
* as consequências da taxa de natalidade e de mortalidade na
evolução da população mundial e da população timorense.
 Realização de atividades de debate/reflexão sobre as consequências do
crescimento da população no planeamento eficaz da construção de
equipamentos sociais, de redes viárias e de redes de abastecimento de
água potável e de saneamento básico.
 Realização de uma atividade interdisciplinar com o professor de Biologia,
onde este pode apresentar aos alunos fundamentos sobre os agentes
que podem provocar alterações no controlo da natalidade e da
mortalidade (ex.: agentes que provocam a malária, o dengue, a febre
amarela, etc.).
 Discussão sobre os fatores responsáveis pela evolução da população
mundial.
 Realização de trabalhos de pesquisa e organização de informação sobre
formas de conciliar o crescimento da população com o desenvolvimento
sustentável das cidades.
 Realização na escola de um debate dinamizado por um técnico de saúde,
onde este venha falar sobre métodos utilizados no controlo da
natalidade.
 Realização de uma visita de estudo a uma clínica médica, de modo a que
os alunos se apercebam das consequências de algumas doenças na
variação da taxa de mortalidade.
 Desenvolvimento de um pequeno projeto de sensibilização junto da
comunidade (ex.: palestra, posters, folhetos, etc.), sobre medidas a
tomar para controlar as taxas de natalidade, de mortalidade e de
mortalidade infantil.
 Construção de um mapa organizador de conceitos que sintetize os
principais conceitos abordados no estudo do crescimento natural da
população.
 O saldo migratório
 Conhece o conceito de migração.
 Distingue
migração
interna
de
migração externa.
 Distingue emigração de imigração.
 Apresenta um conceito de saldo
 Análise e interpretação de esquemas/gráficos/mapas/censos sobre:
* o conceito de migração;
* migração interna e migração externa;
* emigração e imigração;
[29]
17
 O crescimento efetivo




migratório.
Apresenta a noção de crescimento
efetivo.
Indica causas das migrações.
Indica consequências positivas e
negativas das migrações nas áreas de
partida e de chegada.
Conhece a evolução da população
timorense a partir da 2ª metade do
século XX.
Relaciona diferentes cenários de
crescimento demográfico com a
sustentabilidade
do
território
timorense.
 Os cenários de
crescimento demográfico
e a sustentabilidade do
território timorense

 As políticas demográficas
 Distingue política demográfica natalista
de política demográfica antinatalista.
 Problematiza as políticas demográficas
adequadas a diferentes cenários de
evolução da população.
As estruturas sócio
demográficas
 A estrutura etária
 A estrutura profissional

O nível de instrução e de
qualificação
 Apresenta o conceito de estrutura
etária da população.
 Caracteriza a estrutura etária da
população de vários países.
 Analisa diferentes pirâmides etárias.
 Caracteriza a estrutura etária da
população timorense.
 Caracteriza a estrutura profissional da
população timorense.
 Analisa o nível de instrução e de
qualificação dos recursos humanos
timorenses.
* saldo migratório.
 Realização de exercícios de lápis e papel sobre a migração interna e
externa, sobre o saldo migratório e sobre a emigração e a imigração.
 Análise de notícias de Imprensa sobre:
* as principais causas das migrações;
* as consequências das migrações nas áreas de partida e de chegada;
* as políticas demográficas.
 Análise de documentos de referência que permitam prever cenários de
crescimento demográfico e de sustentabilidade do território timorense.
 Realização de atividades de debate/reflexão sobre as vantagens e as
desvantagens da migração interna e externa e sobre cenários de
crescimento demográfico no território timorense.
 Realização de atividades de debate/discussão sobre as políticas
demográficas adequadas a diferentes cenários de evolução da população
timorense.
 Desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e organização de informação
sobre as consequências da emigração e da imigração para o
desenvolvimento de Timor-Leste e sobre cenários de crescimento
demográfico e de sustentabilidade do território.
 Interpretação de documentos oficiais sobre políticas demográficas
timorenses.
 Construção de um mapa organizador de conceitos que sintetize os
principais conceitos abordados no estudo do saldo migratório, do
crescimento efetivo da população, dos cenários de crescimento
demográfico e das políticas demográficas.
 Análise e interpretação de esquemas/gráficos/mapas/censos sobre:
* a estrutura etária da população timorense;
* diferentes pirâmides etárias;
* a estrutura profissional da população timorense;
* o nível de instrução e de qualificação dos recursos humanos
timorenses.
 Realização de exercícios de lápis e papel sobre a estrutura etária da
população timorense.
 Realização de exercícios de aplicação que permitam construir diferentes
pirâmides etárias.
 Conceção e aplicação de questionários na população timorense que
[30]
17
 Os recursos humanos:
potencialidade ou
ameaça?
 Reflete sobre as potencialidades e
ameaças dos recursos humanos.
permitam caracterizar a estrutura etária de alguns sucos.
 Realização de exercícios de aplicação sobre a estrutura etária da
população de alguns países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
 Construção de documentos de divulgação (ex.: cartazes, posters, etc.)
sobre as potencialidades e as ameaças dos recursos humanos
timorenses.
 Análise de notícias de Imprensa sobre:
* a estrutura etária e profissional da população timorense;
* o nível de instrução e de qualificação dos recursos humanos
timorenses.
 Interpretação de documentos oficiais sobre o nível de instrução e de
qualificação dos recursos humanos timorenses.
 Realização de atividades de debate/reflexão sobre a importância do nível
de instrução e de qualificação dos recursos humanos timorenses no
desenvolvimento do território.
 Desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e organização de informação
sobre as consequências da estrutura etária e profissional da população
timorense no desenvolvimento do território.
Distribuição espacial da
população no território
 Os fatores condicionantes
da distribuição da
população
 As áreas mais povoadas
 As áreas despovoadas
 Conhece o conceito de densidade
populacional.
 Apresenta
fatores
naturais
condicionantes da distribuição da
população.
 Indica fatores económicos, históricos e
sociais condicionantes da distribuição
da população.
 Refere as áreas mais povoadas do
mundo e do território timorense.
 Menciona
consequências
da
concentração da população em áreas
urbanas.
 Identifica as áreas despovoadas de
Timor-Leste.
 Análise e interpretação de esquemas/gráficos/mapas sobre:
* a densidade populacional;
* os fatores naturais que condicionam a distribuição da população;
* os fatores económicos, históricos e sociais que condicionam a
distribuição da população;
* a localização das áreas mais povoadas no mundo e no território
timorense;
* a localização das áreas menos povoadas no território timorense.
 Realização de exercícios de lápis e papel sobre: os fatores que
condicionam a distribuição da população; a distribuição do povoamento
no mundo; e as consequências da concentração da população em áreas
urbanas.
 Localização, recorrendo a mapas de diferentes escalas de Timor-Leste,
das áreas mais povoadas e mais despovoadas do território.
 Discussão dos fatores que terão condicionado a distribuição da
população em Timor-Leste.
 Realização de exercícios de aplicação sobre fatores naturais e fatores
económicos, históricos e sociais condicionantes da distribuição da
[31]
17
população.
 Análise de notícias de Imprensa sobre:
* a distribuição da população timorense;
* os fatores que condicionam a distribuição da população timorense.
 Realização de atividades de debate/reflexão sobre as vantagens e as
desvantagens da distribuição desigual da população no território
timorense.
 Desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e organização de informação
sobre as consequências da distribuição desigual da população no
território timorense.
 Construção de um mapa organizador de conceitos que sintetize os
principais conceitos abordados no estudo da distribuição espacial da
população no território timorense.
Subtema 3: Os recursos culturais – uma explicação do presente à luz do passado
Com a abordagem do subtema Os recursos culturais – uma explicação do presente à luz do passado pretende-se que os alunos procurem respostas para a questão
orientadora: Que impactes podem ter os recursos culturais no desenvolvimento de Timor-Leste? e compreendam que a cultura do povo timorense é um recurso
que pode conduzir ao desenvolvimento sustentável, assente na valorização das raízes culturais de Timor-Leste.
Neste sentido, torna-se importante que os alunos conheçam as principais características dos grupos etnolinguísticos timorenses e reconheçam o seu papel no
desenvolvimento do território. Importa, também, que através da realização de trabalhos de pesquisa e de recolha de informação os alunos identifiquem as marcas
do passado que permitem caracterizar a cultura timorense. Torna-se, ainda, importante que os alunos analisem as relações socioculturais que Timor-Leste pode
estabelecer com diferentes espaços, incluindo os países que integram a CPLP, e perspetivem as potencialidades das mesmas no desenvolvimento sustentável do
território timorense.
[32]
Subtema 3: Os recursos culturais – uma explicação do presente à luz do passado
Conteúdos
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Define grupos etnolinguísticos.
 Apresenta as principais características
dos grupos etnolinguísticos (ex.: a
origem, os rituais, as características
linguísticas, os costumes, a gastronomia,
a organização social, o sagrado e as artes,
a atividade profissional).
 Reconhece
a
importância
das
características linguísticas na definição
dos grupos etnolinguísticos.
 Identifica
os
principais
grupos
etnolinguísticos existentes em TimorLeste.
 Localiza, em mapas, a distribuição dos
principais grupos etnolinguísticos no
território timorense.
 Identifica marcas dos principais grupos
etnolinguísticos na cultura timorense.
 Reconhece a importância dos grupos
etnolinguísticos no desenvolvimento do
território timorense.
 Análise e interpretação de esquemas/fotografias/mapas sobre:
* as características dos grupos etnolinguísticos (ex.: a origem, os rituais, as
características linguísticas, os costumes, a gastronomia, a organização
social, o sagrado e as artes, a atividade profissional);
Tempos letivos
previstos
Os grupos etnolinguísticos
– identificação e
características
 Os grupos
etnolinguísticos –
definição e
características
 Grupos etnolinguísticos
timorenses – origem e
principais características
 Importância dos grupos
etnolinguísticos
timorenses no
desenvolvimento do
território
* os grupos etnolinguísticos timorenses;
* as características dos grupos etnolinguísticos timorenses;
* a localização dos principais grupos culturais timorenses.
 Discussão acerca da importância das características linguísticas na
definição dos grupos etnolinguísticos.
 Análise de notícias de Imprensa sobre:
* as características dos grupos etnolinguísticos timorenses;
* a importância da diversidade cultural existente em Timor-Leste.
 Realização de exercícios de lápis e papel sobre as principais características
dos grupos etnolinguísticos timorenses.
 Localização, recorrendo a mapas de diferentes escalas de Timor-Leste, da
distribuição dos principais grupos etnolinguísticos no território.
 Discussão dos fatores que terão condicionado a distribuição dos grupos
etnolinguísticos em Timor-Leste.
 Realização de exercícios de aplicação sobre fatores naturais e fatores
económicos, históricos e sociais condicionantes da distribuição dos grupos
etnolinguísticos.
 Realização de atividades de debate/reflexão sobre a importância dos
grupos etnolinguísticos timorenses no desenvolvimento sustentável do
território.
 Desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e organização de informação
sobre os principais grupos etnolinguísticos existentes no território
timorense.
 Construção de documentos de divulgação (ex.: cartazes, posters, etc.)
sobre os principais grupos etnolinguísticos existentes no território
[33]
11
timorense e sobre a sua importância no desenvolvimento de Timor-Leste.
 Construção de um mapa organizador de conceitos que sintetize os
principais conceitos abordados no estudo dos grupos etnolinguísticos.
As marcas do passado na
cultura timorense
 Os filhos do Grande
Crocodilo
 As marcas culturais da
colonização portuguesa
 As marcas culturais a
partir de meados do
século XX
 As marcas culturais da
ocupação indonésia
 As marcas culturais do
pós independência de
Timor-Leste
 Relata a história “Os filhos do Grande
Crocodilo”.
 Apresenta marcas do dia a dia que
valorizam a história “Os filhos do Grande
Crocodilo”.
 Reconhece a importância cultural da
história “Os filhos do Grande Crocodilo”
no desenvolvimento de Timor-Leste.
 Indica marcas culturais da colonização
portuguesa em Timor-Leste.
 Reconhece a importância das marcas
culturais
portuguesas
no
desenvolvimento sustentável de TimorLeste.
 Indica marcas culturais ocorridas em
Timor-Leste a partir de meados do século
XX.
 Indica marcas culturais da Indonésia em
Timor-Leste.
 Reconhece a importância das marcas
culturais
da
Indonésia
no
desenvolvimento de Timor-Leste.
 Indica marcas culturais recentes de
Timor-Leste.
 Reconhece a importância das marcas
culturais recentes no desenvolvimento
de Timor-Leste.
 Analisa a importância da diversidade
cultural no desenvolvimento sustentável
de Timor-Leste.
 Indica formas de potenciar as marcas
culturais do passado no desenvolvimento
do território timorense.
 Análise e interpretação de esquemas/fotografias/mapas/textos sobre:
* a história “Os filhos do Grande Crocodilo”;
* as marcas culturais da colonização portuguesa;
* as marcas culturais da ocupação indonésia;
* as marcas culturais do pós independência de Timor-Leste.
 Discussão acerca das marcas do dia a dia que valorizam a história “Os filhos
do Grande Crocodilo”.
 Análise de notícias de Imprensa sobre:
* a diversidade de marcas culturais existentes em Timor-Leste;
* a importância da diversidade das marcas culturais no desenvolvimento
de Timor-Leste.
 Realização de atividades de debate/discussão acerca de possíveis formas
de potenciar a diversidade das marcas culturais no desenvolvimento
sustentável de Timor-Leste.
 Realização de exercícios de lápis e papel sobre as marcas do passado na
cultura timorense.
 Interpretação de documentos oficiais sobre marcas do passado na cultura
timorense.
 Realização de exercícios de aplicação sobre a diversidade cultural existente
em Timor-Leste e sobre as marcas do passado na cultura timorense.
 Desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e organização de informação
sobre as marcas do passado na cultura timorense.
 Construção de documentos de divulgação (ex.: cartazes, posters, etc.)
sobre as marcas do passado na cultura timorense.
 Desenvolvimento de um pequeno projeto de sensibilização junto da
comunidade (ex.: palestras, posters, folhetos, exposição, etc.) que
permitam dar a conhecer a importância das marcas culturais do passado no
desenvolvimento de Timor-Leste.
 Construção de um mapa organizador de conceitos que sintetize os
principais conceitos abordados no estudo das marcas do passado na
cultura timorense.
[34]
12
Relações socioculturais
com diferentes espaços
 Relações socioculturais
estabelecidas com
diferentes espaços (ex.:
Indonésia, Austrália,
China, etc.)
 Relações socioculturais
estabelecidas com os
países da CPLP
 Analisa o tipo de relações socioculturais
que Timor-Leste estabelece com
diferentes países (ex.: Indonésia,
Austrália, China, etc.).
 Identifica vantagens das relações
socioculturais com a Indonésia, com a
Austrália e com outros países.
 Indica formas de potenciar as relações
socioculturais com a Indonésia, a
Austrália e outros países.
 Caracteriza o tipo de relações
socioculturais
que
Timor-Leste
estabelece com os países que constituem
a CPLP.
 Identifica vantagens das relações
socioculturais com os países da CPLP.
 Indica formas de potenciar as relações
socioculturais com os países da CPLP.
11
 Análise e interpretação de esquemas/fotografias/mapas/textos sobre:
* as relações socioculturais que Timor-Leste estabelece com diferentes
países (ex.: Indonésia, Austrália, China, etc.);
* as relações socioculturais que Timor-Leste estabelece com a CPLP.
 Discussão acerca das vantagens para Timor-Leste das relações
socioculturais estabelecidas com a Indonésia, a Austrália, com outros
países e com a CPLP.
 Análise de notícias de Imprensa sobre o tipo e a importância das relações
socioculturais que Timor-Leste estabelece com outros países e com a CPLP.
 Realização de atividades de debate/discussão acerca de possíveis formas
de potenciar as relações socioculturais com a Austrália, com outros países
e com a CPLP.
 Realização de exercícios de lápis e papel sobre as relações socioculturais
estabelecidas por Timor-Leste com a Indonésia, a Austrália, com outros
países e com a CPLP.
 Interpretação de documentos oficiais sobre relações socioculturais
estabelecidas entre Timor-Leste e a Indonésia, a Austrália, outros países e a
CPLP.
 Realização de exercícios de aplicação sobre as relações socioculturais
estabelecidas por Timor-Leste com a Indonésia, a Austrália, com outros
países e com a CPLP.
 Desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e organização de informação
sobre as relações socioculturais estabelecidas por Timor-Leste com a
Indonésia, a Austrália, com outros países e com a CPLP.
 Construção de documentos de divulgação (ex.: cartazes, posters, etc.)
sobre as relações socioculturais estabelecidas por Timor-Leste com a
Indonésia, a Austrália, com outros países e com a CPLP.
 Desenvolvimento de um pequeno projeto de sensibilização junto da
comunidade (ex.: palestras, posters, folhetos, etc.) que permitam dar a
conhecer a importância das relações socioculturais estabelecidas por
Timor-Leste com a Indonésia, a Austrália, com outros países e com a CPLP.
 Construção de um mapa organizador de conceitos que sintetize os
principais conceitos abordados no estudo das relações socioculturais
estabelecidas por Timor-Leste com a Indonésia, a Austrália, com outros
países e com a CPLP.
[35]
GEOGRAFIA | 11.º ANO
PROGRAMA DA DISCIPLINA
GEOGRAFIA
12.º ANO DE ESCOLARIDADE
6.1 APRESENTAÇÃO
Os conteúdos do programa de Geografia propostos para o 12.º ano de escolaridade integramse: na Unidade Temática 3 – Os recursos de Timor-Leste: características, potencialidades e
ameaças, iniciada no 10.º ano de escolaridade, com a abordagem dos recursos naturais, e que
teve continuidade no 11.º ano de escolaridade, com o estudo dos recursos humanos e
culturais; e na Unidade Temática 4 – Ordenamento do território e gestão sustentável de
Timor-Leste.
No 12.º ano de escolaridade, e numa perspetiva de continuidade, pretende-se abordar alguns
recursos económicos que contribuem para o desenvolvimento económico e para a criação de
riqueza, a qual, distribuída de forma equitativa e justa, pode permitir a redução da pobreza, a
erradicação da fome e a satisfação das necessidades básicas da população.
Com o estudo da temática “As atividades agropecuárias – situação presente e projeção futura”
procura-se dotar os alunos de conhecimentos gerais relativos às atividades agrícolas,
analisando o conceito de agricultura, as principais diferenças existentes entre a agricultura
tradicional e a agricultura moderna e a importância deste tipo de atividades no contexto da
economia nacional e mundial. As paisagens agrárias, que resultam de fatores naturais,
históricos, económicos e sociais, são tratadas numa perspetiva global e local. Como em TimorLeste a agricultura é a atividade económica principal, sendo a fonte de subsistência para cerca
de 67% da população ativa, torna-se importante conhecer as culturas dominantes, e, que
representam uma média de 90% das exportações, entre as quais se destaca o café "Híbrido de
Timor" e o sândalo, que encontraram no território as condições ideais para se desenvolverem.
O aumento das necessidades das populações justifica a preocupação de fazer alterações nas
culturas agrícolas, onde as de baixo valor comercial poderão ser substituídas pelas de maior
valor, como é o caso do cajú, da manga, das especiarias, da baunilha, do sândalo, do ananás,
do maracujá, da goiaba e das flores de corte. A expansão destas culturas agrícolas deve, no
entanto, ter em conta o tipo de solos e as suas fragilidades, evitando a sua destruição. O
desenvolvimento da agricultura leva, também, à necessidade de expandir as culturas
associadas a formas de processamento de produtos agrícolas, que criem agroindústrias, de
incrementar a agricultura biológica e de promover a construção de estruturas que minimizem
as consequências das adversidades do clima. A aposta no armazenamento e na
comercialização dos produtos agrícolas poderá contribuir para a sustentabilidade do setor
agrícola, que deverá basear-se no desenvolvimento rural integrado, promotor do crescimento
económico. Esta temática procura, também, dotar os alunos de conhecimentos relativos à
pecuária. A pecuária está associada à agricultura e pode contribuir para promover o
crescimento económico de Timor-Leste, na medida em que pode garantir o desenvolvimento
de pequenas e médias indústrias ligadas ao setor da carne, do leite, da manteiga e do queijo,
quer para consumo interno, quer para exportação. Importa, por isso, que os alunos conheçam
as principais espécies pecuárias criadas no território timorense, analisem as dificuldades que
existem na exploração da pecuária e reflitam sobre formas de potenciar este recurso.
A temática “A atividade piscatória – uma estratégia para o desenvolvimento” será abordada
tendo como ponto de partida alguns conteúdos lecionados no 10.º ano de escolaridade em
concreto aquando do estudo da temática “O mar – características, potencialidades e
ameaças”. Recordar-se-ão os fatores que influenciam a riqueza piscatória da plataforma
continental e que contribuem para que as atividades piscatórias apresentem um maior ou
[36]
menor desenvolvimento. São estudados os tipos de pesca a nível global e nacional, que podem
ocorrer dentro e fora da Zona Económica Exclusiva. Em Timor-Leste a pesca adquire, por vezes,
um caráter mítico, o que impede o consumo de algumas espécies (ex.: tubarão). A maioria dos
timorenses não se dedica à pesca, embora haja um grande número de timorenses que,
sobretudo da costa norte, pratica esta atividade utilizando apetrechos variados e técnicas
diversificadas com recurso a redes, arpões, anzóis, armadilhas de cestaria e espingardas-fisga.
A posição insular de Timor-Leste pode permitir que as atividades piscatórias tenham grande
impacto na sociedade e na economia nacional. No entanto, para que a economia esteja em
equilíbrio com o meio marinho deve evitar-se a sobre-exploração dos recursos para que estes
não venham a escassear no futuro.
Com o aprofundamento da temática “A indústria – uma necessidade para o crescimento
económico”, pretende-se que os alunos analisem diferentes conceitos de indústria e
caracterizem formas de indústria tradicional e de indústria moderna, através de exemplos
timorenses. A indústria artesanal, dependente da mão de obra, e a moderna indústria
extrativa, baseada na tecnologia, coexistem no território timorense e são passíveis de criar
emprego para a população ativa. Relativamente aos fatores de localização industrial enfatiza-se a importância das matérias-primas, como o petróleo, na promoção do crescimento
económico. Apesar da taxa de crescimento da produção industrial se manter mais ou menos
inalterada, a produção de petróleo tem aumentado, o que contribui para o incremento das
exportações que, no entanto, não são suficientes para acabar com a deficitária balança
comercial. Em Timor-Leste, o petróleo e o crescimento económico são indissociáveis: em 2009
o país apresentou uma taxa de crescimento de 12,9%. No entanto, a extração de petróleo e o
seu transporte não devem comprometer as características ambientais do território, a ponto de
causar danos nos ecossistemas, já que estes podem ser a base de outras atividades
económicas.
Na abordagem da temática “As atividades turísticas – uma estratégia para o desenvolvimento”
estuda-se a importância dos recursos turísticos timorenses como uma mais-valia para o
desenvolvimento sustentável do território. São analisadas diversas formas de turismo
possibilitadas pela morfologia do território, pela insularidade, pelo tipo e configuração da
costa e pelos recursos marítimos, e, que podem constituir-se como uma força de atração para
os fluxos turísticos regionais e internacionais. A beleza das paisagens naturais timorenses, bem
como o exotismo de algum património edificado podem tornar-se num cartão de visita para
quem viaja para o oriente. As potencialidades do território de Timor-Leste podem levar ao
aparecimento de infraestruturas de apoio às atividades turísticas como a construção de hotéis,
de restaurantes e de outros serviços responsáveis pela criação e diversificação da oferta de
emprego. O ecoturismo encontra em Timor-Leste um espaço ideal para se instalar. O
ecoturismo pode contribuir para: promover a educação ambiental; preservar e valorizar o
património natural, histórico e cultural; garantir a participação ativa das comunidades locais
no apoio a uma forma de turismo preocupada com a sustentabilidade das regiões;
consciencializar todos os utentes do espaço para a necessidade de proteção do património
natural e construído. O ecoturismo é uma nova forma de turismo, destinada aos amantes da
natureza, da história e da cultura de um povo e deve ser encarado como um recurso
económico que pode gerar riqueza e beneficiar as comunidades locais timorenses. Atividades
como percursos pedestres na praia ou na montanha, escalada, ciclismo, observação de
paisagens de palmeiras, de mangais e de arrozais, observação e catalogação de aves, mergulho
e contacto com os corais e outras espécies marinhas, podem alavancar o turismo e torná-lo
rentável para as populações e para a economia do país.
[37]
As atividades comerciais, integradas no setor terciário, são estudadas na temática “O comércio
– um setor em desenvolvimento”. São abordadas as formas de comércio tradicional e as
principais formas de comércio desenvolvidas pelos países ocidentais. Timor-Leste tem
registado, nos últimos anos, uma aumento do número de pessoas que se dedicam ao setor
terciário, o que tem conduzido a um crescimento urbano progressivo, com implicações no
desenvolvimento acelerado do comércio grossista e a retalho. As principais receitas de TimorLeste provêm do petróleo e do gás natural, com as Receitas Domésticas (impostos, taxas de
utilização e pagamentos) a representarem uma pequena parte das receitas totais.
Com a Unidade Temática 4 – Ordenamento do território e gestão sustentável de Timor-Leste
– pretende-se que os alunos desenvolvam uma atitude crítica em relação à gestão dos
recursos, uma vez que o crescimento económico do território parece processar-se de uma
forma que se afasta da ordem de funcionamento dos sistemas naturais, provocando-lhes
desequilíbrios que perturbam o funcionamento das estruturas sociais e económicas.
O conceito de ordenamento do território deve ser abordado na vertente urbanística e
ecológica, porque o ordenamento do território desempenha um papel fundamental enquanto
instrumento de gestão do ambiente. O processo de ordenamento do território apoia-se em
instrumentos legais no domínio ambiental e territorial, que regulamentam as ações no sentido
de preservar e conservar os recursos, estabelecendo critérios e prioridades que são condições
necessárias à formulação de estratégias sustentáveis.
As medidas e as ações de ordenamento do território pretendem responder de forma eficaz à
sensibilidade e à resistência à transformação das variáveis biofísicas naturais, ou seja, dos
recursos não renováveis. No entanto, no processo de ordenamento do território não podem
negligenciar-se as variáveis biofísicas e as antrópicas, que podem ser observadas e
influenciáveis à escala humana, nem as variáveis sócio económicas, que influenciam ou
conduzem a dinâmica do próprio ordenamento do território.
Na Figura 6 apresentam-se exemplos de questões orientadoras para as temáticas do programa
previstas para serem abordadas no 12.º ano de escolaridade.
[38]
Questão orientadora
Qual o futuro dos recursos de Timor-Leste?
Unidade Temática 3
Os recursos de Timor-Leste: características,
potencialidades e
ameaças – Recursos
económicos
Subquestão orientadora
Que importância podem ter os recursos económicos no desenvolvimento de Timor-Leste?
De que modo as atividades agropecuárias podem contribuir para o
desenvolvimento de Timor-Leste?
De que modo a atividade piscatória se pode constituir como estratégia para o
desenvolvimento de Timor-Leste?
Como é que a indústria pode contribuir para o desenvolvimento económico de
Timor-Leste?
Como é que as atividades turísticas se podem constituir como uma estratégia
para o desenvolvimento de Timor-Leste?
De que forma o comércio pode contribuir para o desenvolvimento de Timor-Leste?
Questão orientadora
De que modo pode ser efetuado o ordenamento do território e a
gestão sustentável de Timor-Leste?
Unidade Temática 4
Ordenamento do
território e gestão
sustentável de Timor-Leste
Subquestão orientadora
Que ordenamento do território deve ser
valorizado em Timor-Leste?
Subquestão orientadora
De que modo se pode promover a gestão
sustentável em Timor-Leste?
Que instrumentos de ordenamento do território
são utilizados em Timor-Leste?
Que medidas de ordenamento do território e do
ambiente devem ser implementadas em Timor-Leste?
Qual a importância do ordenamento do
território na gestão sustentável de Timor-Leste?
Que importância têm as medidas de
ordenamento do território na gestão sustentável
de Timor-Leste?
Figura 6 – Exemplos de questões orientadoras para as temáticas do programa de Geografia
previstas para serem abordadas no 12.º ano de escolaridade.
[39]
6.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS
Unidade Temática 3: Os recursos de Timor-Leste – características, potencialidades e ameaças
Subtema 4: Os recursos económicos
Com a abordagem do subtema Os recursos económicos – pretende-se que os alunos procurem respostas para a questão orientadora: Que importância podem ter
os recursos económicos no desenvolvimento de Timor-Leste? e compreendam que a valorização dos recursos económicos timorenses pode contribuir para o
desenvolvimento sustentável do território. Os recursos económicos produzem-se a partir das potencialidades naturais e humanas existentes no território
timorense. A sua exploração sustentada contribui, numa primeira fase, para o crescimento económico e, posteriormente, para o desenvolvimento socioeconómico,
que conduzirá ao bem-estar e à qualidade de vida da população timorense.
Subtema 4: Os recursos económicos
Conteúdos
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
Tempos letivos
previstos
As atividades
agropecuárias – situação
presente e projeção futura
 Organização do espaço
rural
 Culturas dominantes
 Apresenta um conceito de agricultura.
 Distingue agricultura tradicional de
agricultura moderna.
 Justifica a importância da agricultura na
economia mundial.
 Caracteriza o espaço rural.
 Caracteriza diferentes paisagens agrárias.
 Identifica
as
paisagens
agrárias
dominantes em Timor-Leste.
 Indica as culturas dominantes no
território timorense.
 Justifica
a
importância
da
sustentabilidade das culturas dominantes
em Timor-Leste para a economia local.
 Justifica a importância das culturas
dominantes nas exportações de TimorLeste.
 Análise e interpretação de fotografias/mapas/textos/gráficos sobre:
* a agricultura tradicional e a agricultura moderna;
* a agricultura e a sua importância mundial e local;
* as características do espaço rural;
* as características de diferentes paisagens agrárias mundiais e
timorenses;
* a pecuária intensiva e a pecuária extensiva;
* as principais espécies pecuárias do território timorense.
 Discussão acerca da importância da agricultura e da pecuária na economia
mundial e na economia local.
 Análise de notícias de Imprensa sobre:
* as culturas dominantes e as espécies pecuárias de Timor-Leste;
* a importância das culturas dominantes e das espécies pecuárias para a
economia timorense;
* a importância das culturas dominantes e das espécies pecuárias nas
[40]
20
 Da pecuária tradicional à
pecuária moderna
 Desenvolvimento rural
integrado e
sustentabilidade em
Timor-Leste
 Distingue pecuária tradicional de
pecuária moderna.
 Caracteriza a pecuária intensiva e a
pecuária extensiva.
 Conhece as principais espécies pecuárias
do território timorense.
 Justifica
a
importância
do
desenvolvimento
das
atividades
pecuárias na economia timorense.
 Justifica
a
importância
do
desenvolvimento rural integrado na
sustentabilidade de Timor-Leste.
A atividade piscatória –
uma estratégia para o
desenvolvimento
 Valor económico e social
da atividade piscatória
 Principais áreas de
produção de pescado e
de pesca em meio
marítimo
 Tipos de pesca
predominantes
 Atividades piscatórias
 Identifica os fatores condicionantes da
riqueza piscatória da
plataforma
continental.
 Justifica o valor económico e social da
atividade piscatória.
 Identifica as principais áreas de produção
de pescado e de pesca em meio marítimo
 Caracteriza diferentes tipos de pesca.
 Indica os tipos de pesca predominantes
em Timor-Leste.
 Justifica a importância das atividades
exportações de Timor-Leste.
 Realização de atividades de debate/discussão acerca de possíveis formas
de potenciar as culturas dominantes e as espécies pecuárias no
desenvolvimento da economia local e das exportações de Timor-Leste.
 Realização de exercícios de lápis e papel sobre a organização do espaço
rural e sobre a importância das culturas dominantes e das espécies
pecuárias no território timorense.
 Realização de exercícios de aplicação sobre a organização do espaço rural e
sobre a importância das culturas dominantes e das espécies pecuárias no
território timorense.
 Desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e organização de informação
sobre a organização do espaço rural e a importância das culturas
dominantes e das espécies pecuárias no território timorense.
 Construção de documentos de divulgação (ex.: cartazes, posters, etc.)
sobre a organização do espaço rural e a importância das culturas
dominantes e das espécies pecuárias no território timorense.
 Desenvolvimento de um pequeno projeto de sensibilização junto da
comunidade (ex.: palestras, posters, folhetos, etc.) que permitam dar a
conhecer a organização do espaço rural timorense e a importância das
culturas dominantes e das espécies pecuárias no território de Timor-Leste.
 Construção de um mapa organizador de conceitos que sintetize os
principais conceitos abordados no estudo das atividades agropecuárias.
 Análise e interpretação de fotografias/mapas/textos/gráficos sobre:
* os fatores condicionantes da riqueza piscatória da plataforma
continental;
* os diferentes tipos de pesca;
* os tipos de pesca predominantes em Timor-Leste.
 Realização de uma atividade de debate/discussão acerca da importância
económica e social da atividade piscatória.
 Análise de notícias de Imprensa sobre:
* os tipos de pesca predominantes em Timor-Leste;
* a importância das atividades piscatórias sustentáveis no
desenvolvimento do território timorense.
 Realização de atividades de debate/discussão acerca de possíveis formas
de aumentar sustentadamente a atividade piscatória no território
[41]
10
sustentáveis e
desenvolvimento de
Timor-Leste
piscatórias
sustentáveis
no
desenvolvimento do território timorense.






A indústria – uma
necessidade para o
crescimento económico
 Organização do espaço
industrial
 O futuro das atividades
industriais
 O desenvolvimento
industrial de Timor-Leste
 Apresenta um conceito de indústria.
 Distingue indústria tradicional de
indústria moderna.
 Indica os fatores de localização industrial.
 Classifica os tipos de indústria existentes.
 Identifica as indústrias predominantes
em Timor-Leste.
 Justifica a importância das atividades
industriais para a sustentabilidade
económica do território timorense.
timorense.
Realização de exercícios de lápis e papel sobre os fatores condicionantes da
riqueza piscatória da plataforma continental, os diferentes tipos de pesca e
da sua importância no desenvolvimento do território.
Realização de exercícios de aplicação sobre a atividade piscatória como
estratégia para o desenvolvimento do território timorense.
Desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e organização de informação
sobre a atividade piscatória timorense e a sua importância no território
timorense.
Construção de documentos de divulgação (ex.: cartazes, posters, etc.)
sobre a atividade piscatória em Timor-Leste.
Desenvolvimento de um pequeno projeto de sensibilização junto da
comunidade (ex.: palestras, posters, folhetos, etc.) que permita dar a
conhecer os diferentes tipos de pesca existentes em Timor-Leste e a sua
importância para o desenvolvimento sustentável do território.
Construção de um mapa organizador de conceitos que sintetize os
principais conceitos abordados no estudo da atividade piscatória.
 Análise e interpretação de esquemas/gráficos/mapas/fotografias sobre:
* a organização do espaço industrial;
* o futuro das atividades industriais.
 Realização de atividades de debate/discussão acerca dos possíveis fatores
de localização das indústrias e das suas consequências para as regiões onde
estão implantadas.
 Realização de exercícios de lápis e papel sobre o conceito de indústria, a
distinção entre indústria tradicional e indústria moderna e os tipos de
indústria existentes.
 Análise de notícias de Imprensa sobre:
* as indústrias predominantes em Timor-Leste;
* a importância das atividades industriais para a sustentabilidade
económica do território timorense.
 Realização de exercícios de aplicação sobre as indústrias predominantes
em Timor-Leste e sobre a importância destas atividades para a
sustentabilidade económica do território timorense.
 Realização de atividades de debate/reflexão sobre a importância das
atividades industriais no desenvolvimento sustentável de Timor-Leste.
 Realização de trabalhos de pesquisa e organização de informação sobre
formas de conciliar o aumento das atividades industriais com o
[42]
13
desenvolvimento sustentável de Timor-Leste.
 Desenvolvimento de um pequeno projeto de sensibilização junto da
comunidade (ex.: palestra, posters, folhetos, etc.) sobre as medidas a
tomar para conciliar o aumento das atividades industriais com o
desenvolvimento sustentável de Timor-Leste.
 Construção de um mapa organizador de conceitos que sintetize os
principais conceitos abordados no estudo da indústria.
As atividades turísticas –
uma estratégia para o
desenvolvimento
 Recursos turísticos
 Distribuição das
atividades turísticas em
Timor-Leste
 Potencialidades do
turismo para o
desenvolvimento
sustentável de Timor-Leste
 Apresenta um conceito de atividade
turística.
 Indica diferentes recursos turísticos.
 Identifica
os
potenciais
recursos
turísticos de Timor-Leste.
 Localiza os recursos turísticos no
território timorense.
 Justifica a importância dos fluxos
turísticos para o desenvolvimento
económico de Timor-Leste.
 Análise e interpretação de esquemas/gráficos/mapas/fotografias sobre:
* os recursos turísticos;
* a localização dos recursos turísticos no território timorense;
* as potencialidades dos recursos turísticos para o desenvolvimento
económico de Timor-Leste.
 Realização de atividades de debate/discussão acerca da importância dos
recursos turísticos para o desenvolvimento económico de Timor-Leste.
 Realização de exercícios de lápis e papel sobre o conceito de atividade
turística, os diferentes tipos de recursos turísticos existentes e a sua
importância no desenvolvimento económico das regiões.
 Análise de notícias de Imprensa sobre:
* os potenciais recursos turísticos em Timor-Leste;
* a importância dos recursos turísticos como promotores do crescimento
económico de Timor-Leste.
 Realização de exercícios de aplicação sobre os recursos turísticos e a sua
importância na sustentabilidade da economia timorense.
 Realização de atividades de debate/reflexão sobre a necessidade do
incremento dos fluxos turísticos em Timor-Leste.
 Realização de trabalhos de pesquisa e organização de informação sobre
formas de conciliar o aumento das atividades turísticas com o
desenvolvimento sustentável de Timor-Leste.
 Desenvolvimento de um pequeno projeto de sensibilização junto da
comunidade (ex.: palestra, posters, folhetos, exposições, etc.) sobre a
importância das atividades turísticas para o desenvolvimento sustentável
de Timor-Leste.
 Construção de um mapa organizador de conceitos que sintetize os
principais conceitos abordados no estudo dos recursos turísticos.
[43]
12
O comércio – um setor em
desenvolvimento
 Conceitos de comércio
 O comércio interno de
Timor-Leste
 O comércio externo de
Timor-Leste
 Outro tipo de comércio
– o comércio justo
 Timor-Leste – comércio
justo e economia
solidária
 Apresenta um conceito de comércio.
 Distingue comércio local de novas formas
de comércio.
 Distingue comércio interno de comércio
externo
 Justifica a importância do comércio
interno.
 Reconhece a importância do comércio
externo na sustentabilidade da economia
timorense.
 Caracteriza o comércio justo.
 Justifica a importância do comércio justo
e
da
economia
solidária
no
desenvolvimento sustentável de Timor-Leste.
 Análise e interpretação de esquemas/gráficos/mapas/fotografias sobre:
* o comércio local e novas formas de comércio;
* o comércio interno e o comércio externo.
 Realização de atividades de debate/discussão acerca da importância do
comércio interno e do comércio externo na sustentabilidade da economia
timorense.
 Realização de exercícios de lápis e papel sobre o conceito de comércio, a
distinção entre comércio local de novas formas de comércio e a
importância do comércio interno e externo.
 Análise de notícias de Imprensa sobre:
* o comércio local em Timor-Leste;
* a importância do comércio interno e externo na sustentabilidade da
economia do território timorense.
 Realização de exercícios de aplicação sobre a importância do comércio
interno e do comércio externo na sustentabilidade da economia timorense.
 Realização de atividades de debate/reflexão sobre a necessidade do
aumento do comércio interno e externo com vista ao desenvolvimento
sustentável de Timor-Leste.
 Realização de trabalhos de pesquisa e organização de informação sobre
formas de conciliar o aumento do comércio interno e externo com o
desenvolvimento sustentável de Timor-Leste.
 Desenvolvimento de um pequeno projeto de sensibilização junto da
comunidade (ex.: palestra, posters, folhetos, exposições, etc.) sobre as
medidas a tomar para aumentar o comércio interno e externo em TimorLeste.
 Construção de um mapa organizador de conceitos que sintetize os
principais conceitos abordados no estudo do comércio.
[44]
12
Unidade Temática 4: Ordenamento do território e gestão sustentável de Timor-Leste
A Unidade Temática 4 – Ordenamento do território e gestão sustentável de Timor-Leste – permite o estudo dos instrumentos de ordenamento do território.
Abordam-se, ainda, as potencialidades dos instrumentos de ordenamento do território na gestão sustentável de Timor-Leste.
Subtema 1: Os instrumentos de ordenamento do território como promotores da gestão sustentável
Conteúdos
Metas de aprendizagem
Os instrumentos de
ordenamento do território
como promotores da
gestão sustentável
 Indica os instrumentos de ordenamento
do território timorense.
 Justifica a importância dos instrumentos
de ordenamento do território na gestão
sustentável de Timor-Leste.
 Reconhece
a
importância
do
ordenamento do território na gestão
sustentável de Timor-Leste.
 Indica formas de promover a gestão
sustentável de Timor-Leste.
Atividades práticas
Tempos letivos
previstos
 Análise e interpretação de fotografias/mapas/textos/gráficos sobre:
* os instrumentos de ordenamento do território timorense;
* a importância dos instrumentos de ordenamento do território na gestão
sustentável de Timor-Leste.
 Discussão acerca da importância dos instrumentos de ordenamento do
território na gestão sustentável de Timor-Leste.
 Análise de notícias de Imprensa sobre:
* o ordenamento do território em Timor-Leste;
* a importância do ordenamento do território na gestão sustentável de
Timor-Leste.
 Realização de exercícios de aplicação sobre os principais instrumentos de
ordenamento do território timorense.
 Realização de atividades de debate/reflexão sobre a importância dos
instrumentos de ordenamento do território na gestão sustentável de
Timor-Leste.
 Realização de trabalhos de pesquisa e organização de informação sobre os
instrumentos de ordenamento do território timorense.
 Desenvolvimento de um pequeno projeto de sensibilização junto da
comunidade (ex.: palestra, posters, folhetos, exposições, etc.) sobre a
importância do ordenamento do território na gestão sustentável de TimorLeste.
 Construção de um mapa organizador de conceitos que sintetize os
principais conceitos abordados no estudo do ordenamento do território e
da gestão sustentável de Timor-Leste.
[45]
17
Subtema 2: Medidas de ordenamento do território e do ambiente
Conteúdos
Medidas de ordenamento
do território e do
ambiente:
 Gestão de:
* Água
* Solo
* Agricultura
* Áreas urbanas e
industriais
* Transportes e
comunicações
* Resíduos
Metas de aprendizagem
 Identifica medidas de ordenamento do
território relativamente à gestão:
* Água – menciona medidas de
proteção e tratamento da água de
abastecimento público e dos efluentes
urbanos.
* Solo – indica usos do solo e formas de
o gerir.
* Agricultura – menciona medidas
concretas para a prática da agricultura
biológica.
* Áreas urbanas e industriais – indica
soluções para o rápido crescimento
urbano e para o desenvolvimento da
indústria.
* Transportes e comunicações –
apresenta medidas atenuadoras dos
efeitos dos transportes e das
comunicações.
* Resíduos – analisa criticamente a
introdução da política dos R’s no
território timorense.
 Reconhece a importância das medidas do
ordenamento do território e do ambiente
no desenvolvimento sustentável de
Timor-Leste.
Tempos letivos
previstos
Atividades práticas

Análise e interpretação de fotografias/mapas/textos/gráficos sobre:
* a água, o solo, a agricultura, a floresta e a sua importância no contexto
timorense;
* as áreas urbanas e industriais, os transportes e as comunicações e a sua
importância no contexto timorense;
* os resíduos e as medidas a tomar para diminuir as suas consequências
sobre o ambiente.
17
 Discussão acerca das medidas de ordenamento do território e do ambiente
a tomar no que diz respeito à gestão da água, do solo, da agricultura, da
floresta, das áreas urbanas e industriais, dos transportes e comunicações e
dos resíduos, com vista à gestão sustentável de Timor-Leste.
 Análise de notícias de Imprensa sobre:
* a gestão da água, do solo, da agricultura, da floresta, das áreas urbanas
e industriais, dos transportes e comunicações e dos resíduos em TimorLeste;
* a importância a gestão da água, do solo, da agricultura, da floresta, das
áreas urbanas e industriais, dos transportes e comunicações e dos
resíduos em Timor-Leste.
 Realização de exercícios de aplicação sobre medidas de ordenamento do
território e do ambiente.
 Realização de trabalhos de pesquisa e organização de informação sobre
medidas de ordenamento do território e do ambiente na promoção do
desenvolvimento sustentável do território timorense.
 Desenvolvimento de um projeto de sensibilização junto da comunidade
(ex.: palestra, posters, folhetos, exposições, etc.) sobre medidas de
ordenamento do território e do ambiente, visando a promoção do
desenvolvimento sustentável no território timorense.
 Construção de um mapa organizador de conceitos que sintetize os
principais conceitos abordados no estudo das medidas de ordenamento do
ordenamento do território e do ambiente.
[46]
GEOGRAFIA | 12.º ANO
7. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Os professores desempenham um papel fundamental na seleção das abordagens
metodológicas que melhor podem contribuir para o desenvolvimento nos alunos das
competências explicitadas no programa da disciplina de Geografia e para as metas definidas
para cada escola.
No entanto, a autonomia de seleção das abordagens metodológicas que os professores de
Geografia podem fazer deve ter em conta os seguintes aspetos:
 A abordagem integradora dos conceitos geográficos deve ser privilegiada, no sentido
de garantir um ensino e uma aprendizagem da Geografia que valorize a compreensão e
a interpretação dos fenómenos naturais.
 O nível de aprofundamento dos conceitos deve ter conta os contextos das escolas e
dos alunos que as frequentam, devem ser valorizadas situações do dia a dia e questões
de âmbito local, nacional e internacional.
 O trabalho prático deve ser valorizado e considerado como parte integrante e
fundamental dos processos de ensino e de aprendizagem dos conteúdos programáticos
de cada unidade temática. O trabalho prático deve ser entendido como um conceito
abrangente que engloba atividades de natureza diversa, que vão desde as que se
concretizam com recurso a papel e lápis, às que pressupõem a realização de atividades
laboratoriais e/ou atividades experimentais, à realização de saídas de campo, às
atividades de pesquisa, de organização e de apresentação de assuntos diversos, às de
realização de debates e de jogos de simulação, entre outras. Nas atividades práticas o
professor deve assumir um papel de dinamizador e facilitador e os alunos devem
desempenhar um papel ativo na realização das atividades propostas.
 As atividades práticas sugeridas poderão ser substituídas por outras que o professor
considere mais adequadas, desde que se tenha em conta as competências que as
mesmas pretendem desenvolver.
Salienta-se a importância do professor, no decorrer da lecionação dos conteúdos
programáticos, valorizar os conhecimentos prévios dos alunos, as suas vivências e objetivos,
pois estes aspetos podem condicionar as suas aprendizagens.
O professor deverá sempre integrar as dimensões teórica e prática da Geografia, assim como o
trabalho cooperativo entre os alunos. O professor ao estimular o trabalho cooperativo, deve
promover um clima de diálogo e de participação de todos os alunos, dar-lhes a oportunidade
de apresentarem as suas ideias e de tomarem consciência das suas conceções e das dos
colegas. Ao professor caberá decidir o grau de abertura das tarefas que propõe aos alunos,
ponderando as competências que os alunos já possuem, o tempo e os recursos disponíveis.
Estas orientações metodológicas visam a formação integral dos alunos, valorizando a
possibilidade de se tornarem cidadãos capazes de assumirem posturas críticas e responsáveis,
face ao desafio de participarem nos processos democráticos de tomada de decisão, quando
estão em jogo questões de natureza científico-tecnológica com impacte social e/ou ambiental.
[47]
8. RECURSOS DIDÁTICOS
O ensino da Geografia deve apoiar-se em recursos didáticos diversificados, contextualizados
no espaço e no tempo, tendo em consideração as características dos alunos, que devem
encarar esses recursos como ferramentas que irão proporcionar aprendizagens significativas
no domínio da análise geográfica.
Os recursos didáticos, quando usados criteriosamente em quantidade e em qualidade, podem
auxiliar os professores e os alunos na concretização de estratégias na sala de aula e no
trabalho individual.
Os equipamentos específicos da disciplina de Geografia deveriam, se possível, permanecer na
sala de aula, de forma a serem rentabilizados por todos. Seria conveniente que existissem na
sala de aula os seguintes equipamentos e materiais:
Equipamentos
 Retroprojetor
 Projetor ligado ao computador
 Computador
 Écran
 Armário com cabides para mapas
Materiais
 Mapas temáticos a diferentes escalas
 Censos de Timor-Leste
 Relatórios internacionais anuais
 Coleções de rochas
Magmáticas: granito, basalto, pedra-pomes, gabro, andesito, diorito, riolito.
Sedimentares: balastros, areias (fina, média e grosseira), siltes, argilas,
conglomerados, arenitos, siltitos, argilitos, margas, calcários, tufo calcário, carvões.
Metamórficas: corneanas, quartzitos, mármores, xistos, ardósias, filitos, micaxistos e
gnaisses.
 Coleções de minerais
(Alguns exemplos: Quartzo, pirite, galena, talco, malaquite, gesso, calcite, hematite,
moscovite, biotite, olivina).
[48]
9. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS
A avaliação deve refletir o modelo pedagógico implementado, tendo em conta a situação do
aluno enquanto ser único, que tem a sua aprendizagem associada a fatores de caráter
individual e social. A avaliação deve assumir um caráter contínuo e formativo ao longo do ano
letivo, para que o aluno tome consciência não só das suas potencialidades mas, também, das
suas dificuldades, de modo a poder tomar medidas que ajudem a ultrapassá-las. A avaliação
deverá ter um caráter interativo, centrar-se nos processos cognitivos dos alunos e estar
associada a processos de feedback que incidam não apenas no produto mas no processo,
promovendo a autoavaliação consciente como mecanismo de autorregulação do ensino e das
aprendizagens dos alunos.
De acordo com as propostas apresentadas no programa de Geografia, os processos de
avaliação devem integrar as dimensões teórica e prática do ensino da Geografia. Assim, é
fundamental que se diversifiquem as estratégias facilitadoras da aprendizagem, as técnicas e
os instrumentos de avaliação, de modo a que o professor consiga avaliar os alunos no âmbito
dos conhecimentos (saber), das competências (saber fazer) e das atitudes (saber ser). Para tal,
o professor deve recorrer a instrumentos de avaliação diversificados, tais como: testes de
avaliação; fichas de trabalho; questionários; fichas de atividades; relatórios; portfolios; mapas
de conceitos; lista de verificação de conceitos; grelha de observação; entre outros. Salienta-se,
no entanto, que as opções tomadas deverão, sempre, salvaguardar os objetivos definidos para
o Ensino Secundário.
A avaliação deve revestir-se de funções diagnóstica, formativa e sumativa, interdependentes e
devidamente articuladas com as atividades de ensino e de aprendizagem propostas. A
avaliação diagnóstica, ao permitir diagnosticar o ponto de partida dos alunos, pode orientar o
professor na análise do programa e na seleção das estratégias mais adequadas para a sua
implementação.
A avaliação formativa possibilita o acompanhamento permanente da qualidade dos processos
de ensino e de aprendizagem, fornecendo elementos que o professor deve utilizar para
reforçar, corrigir e incentivar a aprendizagem dos alunos. Esta avaliação pretende ser
reguladora e tem como objetivos a adequação do tratamento didático à natureza das
dificuldades encontradas no momento do diagnóstico, bem como a obtenção de uma dupla
retroação: indicar ao aluno as etapas que venceu e as dificuldades que deve superar e indicar
ao professor de que forma a sua atividade pedagógica se desenvolve e quais os obstáculos que
encontra. A avaliação formativa deve prevalecer durante o processo educativo, permitindo aos
alunos receber feedback dos seus desempenhos, bem como informações que os ajudem a
identificar as suas dificuldades e as suas potencialidades, o que será fundamental para a sua
preparação para a avaliação sumativa. Esta terá lugar no final de cada período escolar e tem
como função principal o certificar das aprendizagens dos alunos, mas pretende, também,
classificar, situar e informar acerca da evolução das referidas aprendizagens.
Torna-se, então, necessário que o professor construa instrumentos de registo da avaliação
claros, que permitam quantificar e aferir, no âmbito da avaliação diagnóstica, formativa e
sumativa, os resultados de todo o processo de aprendizagem dos alunos.
[49]
10. BIBLIOGAFIA DE REFERÊNCIA
CUNHA, J. M. da Silva (1995). Timor: O Território e a População. In Africana. Porto. n.º 15, p. 9-14.
Neste capítulo são apresentados aspetos relativos à história, à geografia, à demografia e às
características das populações de Timor-Leste.
DURAND, F. (2010). Timor-Leste, País no Cruzamento da Ásia e do Pacífico – Um Atlas HistóricoGeográfico. Lisboa: Lidel – Edições Técnicas, Lda. [ISBN 978-972-757-643-2]
Este atlas geográfico e histórico apresenta as raízes timorenses sustentadas na geografia física e
humana e na história do território de Timor-Leste. Com o apoio a mapas, a informação
demográfica, económica e política, apresenta informações muito relevantes que ajudam a
compreender as dinâmicas do território timorense. Pode constituir-se como um excelente
instrumento de consulta para os professores e para os alunos elaborarem trabalhos de pesquisa.
ESTRELA, Albano & NÓVOA, António. Avaliações em Educação. Porto Editora. Porto, 1999.
Neste livro apresenta-se uma perspetiva fundamentada das avaliações em educação, em termos
gerais, e no contexto educativo de modo particular.
FACULDADE DE ARQUITETURA (UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA) & GERTIL (GRUPO DE ESTUDOS
DE RECONSTRUÇÃO DE TIMOR-LESTE) (2002). Atlas de Timor-Leste. Lisboa: Lidel – Edições Técnicas,
Lda. [ISBN 972-757-225-1]
Este atlas de Timor-Leste apresenta uma vasta documentação cartográfica, estatística e de
suporte visual sobre diferentes aspetos geográficos do território timorense. Pode constituir-se
como um excelente instrumento de consulta para os professores e para os alunos elaborarem
trabalhos de pesquisa.
FERNANDES, Domingos. Avaliação das Aprendizagens: Desafios às Teoria, Práticas e Políticas. Lisboa:
Texto Editores, 2005. ISBN: 972-47-2470-0
Neste livro são apresentados aspetos relativos à forma como deve ser efetuada a avaliação das
aprendizagens dos alunos, quer em termos de fundamentação teórica, quer em termos de
exemplos de operacionalização prática. O conceito de avaliação formativa como elemento chave
e regulador dos processos de ensino e de aprendizagem.
FERNANDES, Domingos. Para uma Teoria da Avaliação Formativa. In Revista Portuguesa de Educação,
2006. Braga: Universidade do Minho. p. 21-50.
Neste artigo são apresentados aspetos relativos à avaliação formativa, que podem ser úteis para
fundamentar os instrumentos de avaliação elaborados pelos professores.
GALVÃO, C.; REIS, P.; FREIRE, A. & OLIVEIRA, T. Avaliação de Competências em Ciências – Sugestões
Para Professores dos Ensinos Básico e Secundário. Porto: Edições ASA, 2006. 167 pp.
Neste livro é apresentada uma fundamentação teórica bastante clara sobre a forma como se
deve planear, ensinar, desenvolver e avaliar em competências. São apresentados exemplos de
intervenção em contextos educativos que podem ajudar os professores no processo de avaliação
dos alunos em diferentes tipos de atividades práticas.
GARCIA, J. Sacadura (1985). Os Solos de Timor. In Garcia de Orta (1985). Série de Estudos Agronómicos.
Lisboa. Vol. 12, n.º 1/2, p. 5-18.
Neste documento são apresentados aspetos relativos à pedologia, ao solo, à taxinomia e à
cartografia dos solos de Timor-Leste.
[50]
GONÇALVES, M. Mayer (1999). Aspetos do Desenvolvimento Agrário em Timor-Leste. Lisboa: [s.n.], 17
pp.
Neste documento são apresentadas informações relativas à agricultura, ao solo, às aptidões da
terra, à produção de alimentos e ao desenvolvimento agrícola de Timor-Leste.
PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO (2011-2030) (2011). Plano estratégico
desenvolvimento (2011-2030) -Versão Submetida ao Parlamento Nacional. Díli: Timor-Leste.
de
Neste documento são apresentadas as linhas orientadoras do plano estratégico de
desenvolvimento de Timor-Leste para o período compreendido entre 2011 e 2030 e que podem
ser utilizadas como ponto de partida para reflexões acerca das medidas que cada cidadão deve
implementar para contribuir para a sua consecução.
RIBEIRO, Lucie Carrilho. Avaliação da Aprendizagem. Texto Editora. 4ª Edição. Lisboa, 1993.
Neste livro é apresentada uma fundamentação teórica sobre a avaliação da aprendizagem dos
alunos e exemplos concretos que a ajudam a efetivar no contexto educativo.
SALDANHA, J. M. de Sousa (1994). The Political Economy of East Timor Development. Jakarta: Pustaka
Sinar Harapan, 414 pp. [ISBN 979-416-306-6]
Este documento apresenta dados relativos à política económica, ao desenvolvimento económico
e agrícola de Timor-Leste. Aborda, também, aspetos relativos ao crescimento da população no
território.
STRAHLER, A. N. (1981). Geografía Física. Barcelona: Ediciones Omega.
Trata-se uma obra bastante completa que aborda conceitos fundamentais da geografia física e
que se pode constituir como um excelente instrumento de consulta para os professores.
STRAHLER, A. N. (1992). Geología Física. Barcelona: Ediciones Omega.
Este livro apresenta os principais fundamentos da geologia física e pode constituir-se como um
excelente instrumento de consulta para os professores.
VALADARES, J. & GRAÇA, M. Avaliando Para Melhorar a Aprendizagem, 1998. Lisboa: Plátano.
Este livro apresenta a problemática da avaliação da aprendizagem numa perspetiva
construtivista. Fornece, também, uma fundamentação teórica sobre a avaliação e apresenta
exemplos que podem facilitar a sua compreensão e aplicação no contexto educativo.
[51]
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