As consequências do avanço das drogas no Brasil

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TEMA DA SEMANA
09 de setembro de 2016
As consequências do avanço das drogas no Brasil
PROPOSTA
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre
o tema: As consequências do avanço das drogas no Brasil. Apresente
proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 1
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), droga é toda “substância que, quando administrada ou consumida
por um ser vivo, modifica uma ou mais de suas funções, com exceção daquelas substâncias necessárias para a
manutenção da saúde normal”.
Para entender o mecanismo do vício, é preciso compreender os caminhos percorridos pela dopamina no cérebro. A
dopamina é o neurotransmissor da dependência. É ela que dispara a sensação de prazer – seja a advinda da ingestão
de um prato saboroso, seja a causada pelo uso de um entorpecente. Ao inalar cocaína, por exemplo, o usuário tem seu
cérebro inundado de dopamina – daí a sensação de euforia que, em geral, a droga produz. Até pouco tempo atrás,
acreditava-se que o vício era processado exclusivamente nas porções cerebrais associadas ao sistema de prazer e
recompensa, ativado em especial pela dopamina. Recentemente, descobriu-se que há outros circuitos envolvidos nesse
mecanismo e que a dopamina também os integra. “Graças ao aperfeiçoamento dos exames de neuroimagem,
constatamos que os efeitos neurobiológicos das drogas ultrapassam os centros de prazer e recompensa do cérebro e se
estendem ao córtex pré-frontal, região associada à analise dos riscos e benefícios, na qual se concentram as tomadas
de decisão”, afirma a psiquiatra Nora Volkow, diretora do Instituto Nacional de Abuso de Drogas, dos Estados Unidos, e
uma das principais autoridades mundiais no assunto. Isso significa que o vício se relaciona também à química envolvida
nos processos decisórios e mnemônicos. Em outras palavras, ele está associado tanto ao impulso quanto à memória.
O vício é fruto, em grande parte, de propensão genética. Não fosse assim, todos que algum dia experimentaram algum
tipo de droga – do álcool à heroína – se tornariam dependentes. É a genética, ainda, que estabelece o tipo de
dependência e a sua intensidade. Estima-se que os fatores genéticos respondam por algo entre 40% e 60% da
vulnerabilidade ao vício. Existe um gene específico associado à síntese da enzima monoaminoxidase A, uma das
substâncias responsáveis pelo equilíbrio de dopamina no cérebro. Quando há mutações nesse gene, a pessoa se torna
mais ou menos vulnerável ao vício. A genética explica também por que existem pessoas com baixos níveis de receptores
de dopamina – o que as faz mais suscetíveis ao vício e a achar mais prazerosa a experiência com drogas.
Há dois grupos de pessoas bastante vulneráveis ao vício – os adolescentes e os portadores de distúrbios psiquiátricos,
como esquizofrenia, depressão e ansiedade. Durante a adolescência, o cérebro sofre mudanças dramáticas. Uma das
áreas ainda em maturação é o córtex pré-frontal, associado à tomada de decisões e responsável pelo controle dos
desejos e emoções. O uso de substâncias químicas nesse momento de desenvolvimento tende a ter um impacto mais
profundo e duradouro no funcionamento cerebral. A maior parte dos dependentes químicos se iniciou no vício –
qualquer um deles – na juventude. Entre os usuários de drogas, isso ocorre, em geral, antes dos 21 anos. Quanto aos
alcoólatras, antes dos 15.
Retirado de: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/drogas/contexto1.html
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TEMA DA SEMANA
09 de setembro de 2016
TEXTO 2
O sentido de usar drogas varia de cultura para cultura e de momento para momento. Mas, por trás de todas as
nuanças, o interesse do usuário é sempre o mesmo e o mais óbvio possível: a busca do prazer. E droga dá prazer, não
há como negar. Por que, então, algumas pessoas usam drogas e outras não? E por que algumas pessoas usam uma
droga e viciam, e outras não?
“A droga dá prazer, mas não para qualquer um. Tem gente que não gosta da sensação de ficar com a consciência
alterada. Essas pessoas não voltarão a usar, porque ninguém fica dependente de algo que cause desprazer. O que
prova que não é o acesso à droga que gera o uso”, diz o psiquiatra Dartiu Xavier. Além disso, algumas pessoas se dão
bem com certas substâncias, mas não com outras. “A interação da química do usuário com a da droga é importante. O
prazer obtido com essa interação é que vai nortear o risco de a pessoa querer usar mais”, diz o médico Arthur Guerra de
Andrade.
O conhecimento humano ainda não permite saber, de antemão, quem vai virar dependente de uma substância. Mas as
pistas indicam que os dependentes de droga têm dificuldades em sentir prazer e encontram nas drogas um alívio para o
sofrimento que os atormenta emocionalmente.
O uso precoce é um dos fatores de risco mais importantes. Até os 16 ou 18 anos, a personalidade do jovem ainda não
está desenvolvida, ele ainda está tentando encontrar sua forma de se relacionar com o mundo. Oferecer a ele uma
fonte instantânea de prazer pode ofuscar sua visão para outros mecanismos saudáveis que, tanto quanto as drogas,
têm o poder de alterar sua consciência e seus sentimentos, como os esportes, os estudos e as atividades artísticas.
Famílias pouco afetivas também povoam o histórico de muitos usuários regulares. É como se o sujeito possuísse um
déficit afetivo, uma sede do prazer negado pela família. Essa lacuna ele vai ocupar de alguma maneira, muitas vezes
com drogas. Por fim, a prevalência de transtornos psíquicos entre usuários reforça a tese de que as drogas trazem alívio
a quem as consome. Depressão, pânico, distúrbio de atenção e quadros de ansiedade são mais comuns entre usuários
de droga. E, em geral, precedem o uso. Em São Paulo, uma pesquisa com 523 usuários de drogas identificou que 44%
tinham doença depressiva. Desses, 77% já sofriam de depressão antes do contato com drogas. Ou seja: o uso de
drogas é conseqüência e não causa desse desequilíbrio, desse desespero emocional.
A pressão social também favorece o uso de drogas. Mas não se trata, aqui, da influência de “más companhias” e, sim,
de algumas das mensagens transmitidas à sociedade. Entre outros recados, ensina-se às crianças que a felicidade está
ligada ao consumo e que a tristeza e a solidão devem ser eliminadas. “Estamos dizendo que a felicidade pode ser
comprada e que tristeza e solidão devem ser evitadas a qualquer preço. Se você parar para pensar, a relação doentia
entre consumidores e produtos é igual à que existe entre os dependentes e as drogas”, diz Dartiu Xavier.
Para Richard Davenport-Hines, que estudou a relação entre os homens e as drogas ao longo da história, o ser humano
consome drogas porque isso simplesmente faz parte da sua natureza. “Seres humanos precisam ocasionalmente de
momentos de fuga da sua existência costumeira. Alguns escalam montanhas, outros entram para monastérios, outros
ficam completamente bêbados e alguns usam drogas. Não há nada natural em estar sóbrio.”
Retirado de
http://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?c=206&msg=Por%20que%20as%20pessoas%20se%20drogam?
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TEMA DA SEMANA
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TEXTO 3
ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO TEXTO
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- Tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.
- A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo
dissertativo-argumentativo.
- Apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
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SOBRE O PROJETO REDAÇÃO
O Projeto Redação cá está para ajudá-lo a
realizar o seu sonho. Acreditamos na
colaboração mútua como meio de evolução
e nossa proposta é trabalhamos de forma a
orientar sua experiência com temas e
avaliações que sejam as mais próximas
possíveis do Enem.
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