Painel: A Expressão Gráfica como Linguagem Transversal A EXPRESSÃO GRÁFICA E SEUS AXIOMAS LATERAIS: por que a Graficacia pode ser útil à sociedade industrial brasileira Luiz Antonio Vidal de Negreiros Gomes Universidade Estadual de Feira de Santana [email protected] Resumo Este painel defende que as representações gráficas de ideias são frutos dos processos que envolvem ações como a de debuxar esquemas, diagramas e leiautes; e de desenhar bosquejos, esboços e ilustrações, requisitos fundamentais ao Desenho industrial. O que aqui se denomina “Axioma Graficacia”, primeiro de uma Axiologia do Desenho, pode ser assim formulado: debuxar e desenhar são condições para projetar produtos industriais. Mas o que quer dizer axioma? No caso do Desenho industrial, do que trata a ciência que estuda essas máximas, i.é, a Axiologia? Axioma, palavra que pode ser pronunciada acsioma ou assioma, é, na Filosofia, a premissa, a máxima, a sentença imediatamente evidente que se admite universalmente verdadeira, sem exigência de demonstração. Para a Lógica, refere-se à proposição que se aceita como verdadeira porque dela se deduzem as hipóteses de uma teoria ou de um sistema matemático e, por isso, trata-se de norma, princípio evidente que não precisa ser demonstrado. No campo da Matemática, é uma afirmação autoevidente aceita como verdade. Denotativamente, então, um axioma é uma regra ou princípio universalmente aceito; uma proposição assumida sem prova, para o bem do estudo das consequências que decorrem a partir dela. No caso do Desenho industrial, os axiomas seriam proposições ou princípios aceitos e ratificados pela experiência, sem necessidade de comprovação. A inexistência de uma Axiologia do Desenho, contudo, tem prejudicado as formulações de diretrizes para a Pedagogia, a Filosofia e a Epistemologia do Desenho industrial, campos que, desde os anos 1970, foram examinados por estudiosos como Leonard Bruce Archer (1978), Manuel Caetano de Andrade (1978) e William Henry Mayall (1979). Se, conforme o Axioma Graficacia, debuxar e desenhar são condições para projetar produtos industriais, deve-se esclarecer se essa condição é duplamente necessária e suficiente. Diferentemente do que ocorre com o Desenho artístico, no qual o debuxar e o desenhar podem ser tanto não-necessários quanto não-suficientes, por causa do pintar e do colorir, em Desenho de produtos industriais debuxar e desenhar são condições necessárias, porém nãosuficientes. Por isso, deixa-se claro que, na Axiologia do Desenho, outros axiomas precisam ser formulados, corroborados pela inteligência acadêmica e pela experiência profissional. Neste painel, usou-se o método da observação e análise das representações gráficas tomadas como referência ao fabrico de produtos industriais. Através desses debuxos e desenhos procurou-se organizar a teoria de apoio ao Axioma Graficacia e formular algumas hipóteses para a fundamentação da Pedagogia do Desenho. Perfil do palestrante É Bacharel em Desenho Industrial (BDi, UFPE, 1980), Mestre em Ciências (MSc, COPPE/UFRJ, 1986) e Doutor em Filosofia, PhD (IEUL, 1991). Entre 1977 e 1983, trabalhou na Multi Design, Olinda, PE, e na Refinaria de Açúcar Amorim Primo, Recife, PE. Há quase 30 anos, trabalha como professor auxiliar, assistente, adjunto e titular em cursos de graduação (bacharelado e licenciatura) em Desenho Industrial - UFPE (1983-1993), pós-graduação em Engenharia de Produção - UFSM (1993-2004), graduação em Design de Produto na UCS (2003-2005). Entre agosto de 2004 até fevereiro de 2011, foi professor titular do Curso de Design e assessor da Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão, e Coordenador do Curso de Especialização e de Mestrado em Design do UniRitter, Porto Alegre, RS. Desde primeiro de julho de 2011, é professor concursado do Programa de Pós-Graduação em Desenho, Cultura e Interatividade da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Bahia. Tem textos acadêmicos apresentados no Brasil, Inglaterra, Índia e África do Sul.