Resistência Genética a Doenças em Plantas Profa. Rosana Rodrigues (LMGV, P4, Sala 110) 1807 – Prevost doenças: agente causal carvão do trigo - fungo Fins do séc. XIX – Smith doenças - bactérias O que é DOENÇA? Limite entre normal/sadio anormal/doente doença x injúria física ou química doença x praga (afetam o desenvolvimento) Fatores ambientais - causas de doença PepYMV Fenômeno biológico interfere em processos fisiológicos da planta Prejudicial Processo contínuo ≠ injúria Controle $ O que é RESISTÊNCIA? Doença= produto interação planta-patógeno Planta resistente x baixo nível de doença R e S - termos arbitrários (Padronização para diferentes patossistemas) Planta Ambiente Patogeno Conceitos e sinonímia Resistência raça-específica Resistência raça não-específica Resistência poligênica Resistência de campo Resistência de planta adulta Resistência de seedling Resistência Vertical – Reação diferencial Resistência Horizontal – Reação não-diferencial Resistência x herança da resistência – Herança monogênica (qualitativa) – Herança poligênica (quantitativa) Um pouco de historia… 1905, 1911 - Biffen – Redescoberta das Leis de Mendel* – Trigo x ferrugem amarela - r recessiva – variedades suscetíveis: ‘Michigan Bronze’ e ‘Red King’ – variedade resistente: ‘Rivit’ – Polêmica - gerou outros trabalhos – Herança monôgenica: maioria dos resultados Interpretação dos resultados 1902, 1911 - Orton – Primeiro relato de sucesso – Incorporação de genes de resistência – Resistência à murcha-de-Fusarium em melancia cv. Eden x espécie silvestre → cv. Conqueror S dominante - análise em F1 (R x S) Herança da R: – caupi x fusariose – caupi x nematóide – R → dominante ou recessiva BRIGGS (1926) – Resistência do trigo à cárie ‘Martin’ x ‘White Federation’ (Resistente) (Suscetível) 0% Plantas doentes (PD) 71,8% PD Geração F1 ....... 0% de PD Geração F2 ........ 17,2% PD Geração F3 ........ 73 famílias ATÉ 7,5% PD ....... 147 famílias 7,5 a 50% PD ....... 79 famílias > 50% PD Proporção teórica: 1:2:1 (MM, Mm, mm) Variação do patógeno - raças Exemplos: – Barrus (1911) antracnose x feijoeiro - 1o caso conhecido – McRostie (1921) - Tabelas herança da R à C. lindemuthianum (raças) – Flor (1942) linho x Melampsora lini (Teoria gene-a-gene) – Van der Plank (1963) ‘R Vertical’: efetiva contra uma ou poucas raças ‘R Horizontal’: efetiva contra todas as raças Estudar RESISTÊNCIA A DOENÇAS EM PLANTAS ?? – – – – – – Trigo resistente à ferrugem Arroz resistente à brusone Feijão resistente à antracnose Milho resistente à helminthosporiose Tomate resistente à fusariose Café resistente à ferrugem Resistência a múltiplas doenças: – Arroz cv. Maravilha – Trigo cv. EMBRAPA 120 – Soja cv. Patos de Minas Genética da interação patógeno-hospedeiro Doença biótica = patógeno x hospedeiro x ambiente Caracteres patógeno e hospedeiro – DNA Reação hospedeiro ao patógeno ( R ou S)→ genética →permite melhoramento → plantas R Década de 40: estudos sobre o grau de vir ou avr (herança do tipo de infecção) Patógenos → várias raças → diferem na habilidade de infecção Variedade ‘A’ + raça ‘x’ = Suscetível Variedade ‘A’ + raça ‘y’ = Resistência Raça ‘x’ →habilidade para infecção → genética Variedade ‘A’ + raça ‘x’ = Suscetível Variedade ‘B’ + raça ‘x’ = Resistência Var ‘B’ → apta a se defender → característica genética Tabela 6-2 (Agrios,1997) Fonte: Agrios, 1997 Fonte: Borem, 2000 Conceito gene-a-gene (Teoria de Flor) “Para cada gene que confere avirulência no patógeno há um gene correspondente no hospedeiro que confere resistência e vice-versa.” Patossistema: linho x ferrugem – Demonstrado em outros patossistemas – Fungos, bactérias, vírus, nematóides – Insetos (!) O conceito gene-a-gene Co-existência: – Plantas hospedeiras e seus patógenos → evolução conjunta – Mudanças na vir → balanceadas por alterações na R do hospedeiro e vice-versa ↓ Mantém o equilíbrio dinâmico (R-vir) Patógeno e hospedeiro sobrevivem certo tempo Geralmente (nem sempre!): – R são dominantes; – S (= ausência de R) são recessivos ( r ) – Avirulência (A) – Virulência ( a ) – Exemplos Tabela 6-3 Figura 6-7 Tabelas de Flor Genes de avirulência Identificados por H. H. Flor (anos 50) Isolado de bactéria (1984) Isolado de fungo (1991) Vários genes avr identificados Fazem um patógeno incapaz de induzir doença numa variedade específica do hospedeiro – determinam o “alcance” de hospedeiros: espécie e variedade Exemplos de genes R 1992 - primeiro gene R – Localizado – Isolado – Sequenciado – Função descrita (nível molecular) – Gene Hm1 (milho) – Resistência à raça 1 do Cochliobolus carbonum Em 1995: – Doze genes R (gene-a-gene) → isolados, sequenciados, transferidos e expressos em outras plantas suscetíveis gene Pto - R à P. syringae pv. tomato (tem avrPto) Cf2, Cf4 e Cf9 Quebra da Resistência Novo gene de virulência ↓ surge por mutação de um gene de avr ↓ Evita o reconhecimento gene-a-gene ↓ R é quebrada→Melhoristas → Novos genes R (reconhece o novo gene para virulência) →Gerar variedades R a todas as raças que têm gene de avr correspondente ao gene R... – Até que novo gene vir surja Melhoristas aplicam o conceito gene-a-gene (sempre que introduzem R) Novos genes R precisam ser identificados e introduzidos com freqüência Outros genes conferem R por vários anos Resposta Hipersensível: corresponde ao sistema gene-agene ( R x avr ) Programas de Melhoramento Sistema reprodutivo Variabilidade genética Escolha do método Modelos Biométricos Parâmetros genéticos: – Herdabilidade, no. genes Herança da resistência Fontes de Resistência Cvs. Resistentes Custo/benefício (US): US$1.00/US$300.00 Aumento da produtividade média Tecnologia acessível - barata Não polui nem contamina o meio ambiente Contribui para reduzir o uso de agrotóxicos Tecnologia de fácil adoção - semente Compatível com outras formas de controle Possibilita a produção - doença limitante Exemplo – Etapas (Programa de melhoramento – classico+molecular • Seleção dos parentais (Contrastantes, polimórficos....) • População segregante (Retrocruzamentos, F2, Linhas recombinadas) • Genotipagem (RAPD, AFLP, RFLP, SSR) • Fenotipagem (ambientes, épocas, isolados....) • Associação Fenótipo x Genótipo ANOVA Mapeamento