Adubação Foliar A adubação foliar é um processo de nutrição mineral, que fornece os nutrientes através das partes aéreas das plantas cultivadas. Porém, não deve ser encarada como substituta da adubação radicular. Ela complementa, pois quase sempre no solo, não existe micronutrientes que são tão necessários, ao bom cultivo das plantas. Os estômatos, pequenos e diminutos poros existentes nas folhas, tanto na parte superior das folhas, quanto na parte inferior delas, estes chamados de estômatos abaxiais, sendo que os abaxiais são os grandes responsáveis pela maior parte da alimentação das plantas via foliar. Fatores que afetam a absorção As temperaturas elevadas favorecem a absorção e também a evaporação de solução na superfície das folhas, aumentando a concentração de sais aplicados, A evaporação da água pode ser as vezes excessiva, elevando a concentração de sais nas superfícies foliar a ponto de queimar as folhas. Em condições de alta umidade relativa do ar, as temperaturas baixas podem concentrar o orvalho e formar neblina, mantendo as folhas molhadas por muito tempo, favorecendo a lavagem de nutrientes das folhas. A absorção prossegue durante consideráveis períodos de tempo, mesmo quando a superfície foliar já estiver seca, a planta continua a “ metabolizar”. Além disso, a planta com boa disponibilidade de água no solo/mistura, mantém túrgidas as suas células e boa hidratação na cutícula(parede celular da epiderme), favorecendo a penetração foliar dos nutrientes(Pedras et al., 1989). A aplicação de nutrientes via foliar não deve ser feita nas horas mais quentes do dia, pois com a incidência solar, a tendência da planta é a desidratação, portanto as folhas ficam sensivelmente mais murchas, e a absorção diminui drasticamente, resultante do excesso de perda de água devido ao predomínio da transpiração sobre a absorção de água do solo/mistura. Alguns micronutrientes, como boro e molibdênio passam facilmente do nível deficiente para o tóxico. As pulverizações, devem umedecer a superfície das folhas e se possível a parte inferior delas (abaxial), no máximo até escorrer e pingar, se exagerar, o produto poderá se perder, tornando a aplicação anti-econômica. A parte que mais absorve é a nervura principal da folha e nas margens, sendo menos intensa no ápice e na base. Aumentando a idade da folha, diminui a absorção. Na parte inferior, Abaxial, o revestimento cuticular é mais delgado, e aí predominam as aberturas estomatais; por esse motivo, espera-se maior absorção das soluções nutritivas quando aplicadas nessa superfície. Durante a aplicação de adubos foliares deve-se levar em grande consideração a EVAPORAÇÃO, pois, durante a trajetória da solução entre o Pulverizador e a planta, as partículas de água se evaporam, com conseqüente diminuição de seu volume, o que acarreta um aumento na concentração. Portanto, o tipo do jato de ser em “cone”, para espalhar sobre toda a planta facilitando sua distribuição, evitando-se pequenas gotículas em partes concentradas em pequenos espaços das folhas, o que causaria concentrações indesejáveis. Enfim, como as plantas em cultivo doméstico se encontram fora de habitat natural, e se encontram em vasos, ou seja, pequenos espaços, deixam de ter capacidade de se alimentarem sozinhas, e passa ser nossa, a responsabilidade de alimentálas, de maneira regular e periódica(ideal-quinzenalmente), para que se mantenha saudável e menos susceptível a pequenas doenças e pragas. Tipos de Adubos Foliares Sólidos: granulados, farelados e em pó. Observar bem a sua formulação, concentração e composição. Siga a orientação do fabricante na hora de utilizar, nunca aumentando a quantidade indicada, em caso de dúvida, utilize sempre em quantidades menores do que as indicadas nos rótulos dos produtos. Fluidos: solução, suspensão ou emulsão. Também siga rigorosamente as orientações do fabricante, observando prazo de validade, etc. Sempre utilizo o Fertilizante Mineral Foliar – Biofert Plus, por conter os 14 macro e micronutrientes que são solúveis em água e a base de sais minerais, atóxico. Alguns adubos não devem ser utilizados sem orientação de Agrônomos, pois podem comprometer seriamente suas plantas. Exemplifico a uréia, que nunca deve ser utilizada via foliar, pois o Nitrogênio originado dessa matéria prima não é absorvido pelas folhas, podendo acarretar em danos irreparáveis. O Salitre, costuma ser cumulativo, e sua utilização em períodos curtos podem intoxicar suas plantas. Em dúvida, não utilize. Características: Sua absorção, torna-se mais rápida e eficaz. Porém, o metabolismo das plantas, por infindáveis pesquisas já realizadas, por inúmeros estudiosos, nos mostram dados interessantes, que devem ser levados em consideração. Em 1964, WITTWER já fazia a afirmação sobre ,a quantidade de tempo que a planta leva para absorver cada nutriente, citado por PEDRAS et al. em 1989 ....... Nutriente Tempo de absorção(horas) Nitrogênio(N) (Sulfatos) ½ a 2 Potássio(K) 10 a 24 Magnésio(Mg) 10 a 24 Cálcio(Ca) 10 a 94 Manganês(Mn) 24 a 48 Cloro(Cl) 24 a 96 Fósforo(P) 120 a 240 Enxofre(S) 120 a 240 Ferro (Fe) 240 a 480 Molibdênio(Mo) 240 a 480 Dados estes jamais questionados, portanto estes nutrientes que demoram mais a serem metabolizados pelas plantas são normalmente encontrados nas formulações/composições dos fertilizantes em quantidades extremamente ínfimas, por vários motivos, primeiramente, pela própria capacidade da planta de absorvelos, e em caso de repetições nas adubações, suas quantidades não intoxicarão as plantas. Mas, isto nos mostra, que para se chegar ao nível de tecnologia atual, muito já se fez, muito já se pesquisou e os produtos disponíveis no mercado são de excelente qualidade. Farinha de Osso Matéria Orgânica , proveniente , principalmente de osso bovino, levado ao forno, sofrendo processo de moagem. Rico em fósforo, utilizada em cultivo doméstico para ajudar as plantas na formação de seu sistema radicular. Usualmente coloca-se pequena quantidade na superfície do solo, para que em contato com a rega, vá-se decompondo naturalmente e liberando lentamente os nutrientes. È muito elogiada por diversos cultivadores de orquídeas e também inúmeros usuários domésticos, pelo resultados obtidos. Devido ao forte cheiro, atrai animais domésticos e sua ingestão por estes pode até mata-los, dependendo da quantidade, fato já bastante divulgado pela imprensa. No cultivo do Bonsai, um mês após o envase, sugfere-se a sua utilização para contribuir na formação do sistema radicular, pois funciona muito bem, mas lembrese , use quantidade bastante moderadas. OSMOCOTE PEQUENAS BOLINHAS DE LIBERAÇÃO LENTA, que em contato com o solo e água, vai lentamente liberando os nutrientes. É encontrado no mercado com duas formulações e com garantias diferentes entre elas, sendo que uma 14,14,14 a garantia é que durante 120 dias vai liberando os nutrientes, ou seja , pouco mais de 3% de Nitrogênio por mês. A outra é 17% de Nitrogênio , porém com garantia de liberação em até 14 meses,ou seja, se dividirmos , dará pouco mais de 1% de liberação de Nitrogênio por mês, o que é recomendado para o Bonsai. Observar bastante , pois algumas espécies de plantas se comportam diferentemente ao receber os nutrientes do OSMOCOTE, a temperatura elevada promove a liberação mais rápida, ocasionando em alguns casos, excesso de adubação. Algumas plantas , como as frutíferas em geral , aceitam muito bem . TORTA DE MAMONA Talvez hoje o mais conhecido e utilizado complemento orgânico do mercado nacional., extraído de uma planta nativa de fácil cultivo e manuseio. A torta libera lentamente por sua decomposição seus nutrientes. Como é utilizada aposta na parte superior, ou seja, sobre o solo, não se sabe sobre perda de nutrientes por volatização/evaporação, mas é largamente utilizada em cultivares domésticos, plantas envasadas e pequenas áreas verdes. Liberada lentamente, as raízes recebem durante todo o tempo de sua decomposição quantidades mínimas de nutrientes, que são absorvidos em sua totalidade, gerando excelentes resultados em cultivo de orquídeas, bromélias, bonsai e outras. Em análises realizadas , mostrou em sua composição aproximadamente: Nitrogênio-5,4% ; Fósforo-1,7% ; Potássio-1,4% e alguns micronutrientes em quantidades desprezíveis, salvo também o que se perde por lixiviação. Sua periodicidade eficaz é uma pequena quantidade aplicada sobre a parte superior do solo a cada 25 / 40 dias, sistematicamente. Com o passar do tempo, a parte superior do solo, tende a acumular partículas que poderão vir a impermeabilizar toda a superfície do vaso, o que acarretará a necessidade de promover o replantio ou a utilização de aeradores para provocar orifícios na superfície para facilitar a infiltração das regas. TURFA Decomposição de vegetação aquática. A Turfa, substancia naturalmente formada por vegetais em decomposição em terrenos alagadiços. Matéria orgânica de alta qualidade, desenvolvendo melhor a atividade microbiotica, reduzindo as perdas de nutrientes no solo, ajudando a manter o teor de umidade no solo por período mais prolongado. Além de não apresentar incidência de fungos, bactérias, vírus e inços indesejáveis. A Turfa pode ser agregada à mistura utilizada para o cultivo de plantas envasadas e Bonsai, para enriquecer com matéria orgânica, propiciando às plantas poder de resposta mais rápido quando do reenvase. Sua proporção deve ser considerada de 5% a 10% do total da massa a ser utilizada. Vermiculita A Vermiculita é um mineral expandido, inerte, insolúvel na maioria dos solventes, fisicamente estável, de baixa condutividade térmica e elétrica. Com essa característica, tem altíssima capacidade de absorção de líquidos, absorvendo até 400% de seu peso em água. Porisso, é condicionador e ativador de solos, melhorando a produditividade, pois retém água e nutrientes, além de manter onde aplicado aerando, com porosidade adequada para uma melhor distribuição das raízes. Propriedades particulares da Vermiculita Produto puramente mineral, inodoro e sem toxicidade; Essencialmente neutro(pH 7) Totalmente incombustível, quimicamente inerte; Densidade aparente bem baixa, de 80 a 180 kg/m3; Grande poder de absorção de água (cerca de 400% de seu peso); Elevada capacidade de troca catiônica(CTC), o que facilita a retenção de fertilizantes e nutrientes(macro e micronutrientes), possibilitando economia dos mesmos; Isolamento perfeito do solo, evitando bruscas variações de temperatura; Devido ao alto grau de retenção de líquidos, pode-se adequar a quantidade de regas; Evita a compactação do solo/mistura utilizada em vasos, deixando-o leve, arejado e poroso, permitindo perfeito desenvolvimento das raízes e melhor aproveitamento dos nutrientes, evitando que estes se percam por lixiviação; Uma vez integrado ao solo, permanece com suas funções indefinidamente, pois não é consumido pelas plantas e raramente é carregado pelas chuvas e ou regas; Por não apresentar nenhuma toxicidade, pode ser manuseado livremente sem nenhum risco para a pele e à saúde. A sua utilização em mistura/substrato no cultivo de Bonsai,vem ocorrendo com freqüência e com sucesso total, pois além de propiciar a retenção de umidade, mantém a mistura aerada, contribuindo sobremaneira para o melhor desenvolvimento das raízes, e principalmente pela retenção de nutrientes. Sem sua utilização a grande parte dos nutrientes são lixiviados, com as constantes regas; e, ainda naqueles nutrientes voláteis na presença de calor . Nos solos argilosos a vermiculita permeabiliza, e nos solos arenosos, corrige-os através da retenção da umidade e isolação térmica. Modo de utilização em cultivo de Bonsai e Plantas envasadas: Deve-se primeiramente, observar a região do País, umidade relativa do ar, temperatura média verificada em cada região, o tamanho do vaso e sua conseqüente capacidade de absorção/retenção de umidade. De maneira geral, deve-se misturar a Vermiculita, preferencialmente em tamanho de 2 a 3 mm, entre 5% e no máximo 10% do total da massa. Em cada região, deve-se realizar experiências, buscando o percentual adequado, que vale a pena, tenho certeza que sim. Frutíferas: Em Belo Horizonte e boa parte da Região Metropolitana, que se situam a aproximadamente 900 metros de altitude em relação ao nível do mar, com umidade relativa em média anual aproximada em 65%, e temperatura média 26º C, venho utilizando à cinco anos em: Jabuticaba, Pitanga, Acerola, Cambuí, Uváia, Seriguela, Tamarindo Araçá(mini goiaba) e outras. 10% do total da minha mistura é composta com vermiculita , substrato mais rico em matéria orgânica, pois utilizo 40% de composto orgânico(rendimax da Eucatex, ou, Mec Prec, ou qualquer outro composto sem terra), 30% de terra pura peneirada, 10% de pedriscos de 2 a 3 mm e 10% de cerâmica triturada de 2 a 3 mm. Até agora, felizmente, ainda não perdi nenhuma planta. Texto extraído de diversas literaturas especializadas, mais a prática pessoal e muita observação. Dados compilados por Luiz Carlos Marquez Valentini – 31 9983 4884