Peso molecular: 236,1 Fórmula molecular: C6H8N2O8 CAS: 87-33-2 DCB: 05104 1. Introdução: o dinitrato de isossorbida, produzindo a liberação de óxido nítrico a nível vascular, ativa a guanilato ciclase nas células musculares lisas. O aumento do GMPc intracelular no músculo liso vascular produz a desfosforilação da cadeia leve de miosina, que é a reguladora do estado contrátil desse músculo, levando ao relaxamento da parede vascular. Os efeitos farmacológicos e bioquímicos dos nitratos são idênticos aos do fator relaxante derivado do endotélio, que é o próprio óxido nítrico. O nitrato endógeno é derivado da transformação da Larginina em citrulina, pela óxido nítrico sintetase existente no endotélio. Os nitratos produzem o relaxamento vascular em artérias e veias. Baixas concentrações de nitratos produzem uma vasodilatação predominantemente mais venosa do que arteriolar. A venodilatação predominante produz diminuição do volume das câmaras cardíacas e da pressão diastólica final, ocorrendo pouca alteração na resistência vascular sistêmica. A pressão arterial pode cair pouco e a freqüência cardíaca normalmente se mantém inalterada ou pouco aumentada por ação reflexa. A resistência vascular pulmonar diminui, bem como o débito cardíaco. Mesmo doses que não alterem a pressão arterial, levam a dilatação arteriolar em face e nos vasos meningeos, levando a flush facial e a cefaléia. Doses elevadas podem causar um maior seqüestro venoso, hipotensão e baixo débito. Tem a capacidade de causar vaso dilatação das artérias epicárdicas mesmo que acometidas por aterosclerose. Promove a redistribuição do fluxo coronariano para áreas isquêmicas. Produz principalmente a diminuição da demanda de oxigênio miocárdico indiretamente através do seu efeito hemodinâmico. A redução do volume e da pressão diastólica final dos ventrículos leva a uma redução da tensão da parede ventricular. A tensão da parede é um dos principais determinantes do nível de consumo de oxigênio pela fibra miocárdica e sua redução parece ser o principal mecanismo antianginoso dos nitratos. Outro uso do dinitrato de isossorbida é na fissura anal; os nitratos agem como doadores de óxido nítrico, reconhecido neurotransmissor responsável pelo relaxamento do esfíncter interno do ânus. O tratamento tópico com nitratos resulta em diminuição das pressões anais de repouso e melhora da microcirculação na anoderme. Desde as experiências iniciais, diversos autores já publicaram seus resultados na literatura. -1- IT_Din. Isossorbida_07/05/10 O tratamento é realizado com o emprego de creme de dinitrato de isossorbida 0,2% por meio de aplicações na região anal duas ou três vezes ao dia em quantidade que pode ser descrita como "meia ervilha" aproximadamente 200mg- por pelo menos quatro semanas. Existem descritas na literatura significativas variações de dose, freqüência do uso, tempo de tratamento e até de concentração da droga. 2. Indicação: angina pectoris (ataque agudo: via sublingual; profilaxia: via oral). Insuficiência cardíaca aguda crônica, com ou sem antecedentes de enfarte do miocárdio, como terapêutica coadjuvante. 3. Posologia: na angina pectoris – ataque agudo, profilaticamente, em situações que provoquem ataques, 5 a 10mg sublinguais a cada 2 horas, ou conforme requerimento; profilaxia, 40 a 120mg/dia; em casos especiais até 240mg/dia. As doses devem ser individualizadas de acordo com as necessidades do paciente, sua resposta e tolerância. Insuficiência cardíaca congestiva – sublingual, 5 a 10mg a cada 2 ou 3 horas; dose usual, 10mg a 60mg em 4 ingestões diárias. 4. Reações adversas: cefaleias (diminuem com a continuação do tratamento), tonturas, hipotensão postural e exantema. 5. Contra indicações e precauções: não se deve parar repentinamente o tratamento após administração prolongada. Hipersensibilidade aos nitratos ou nitritos. Hipotensão arterial. Enfarte do miocárdio com baixa pressão de enchimento do ventrículo esquerdo. 6. Interações: os anti-hipertensivos (antagonistas dos canais de cálcio, vasodilatadores), antidepressivos tricíclicos ou o álcool podem potencializar a ação hipotensora do dinitrato de isossorbida. Pode potencializar a ergotamina. Substâncias que reduzem a ação do dinitrato de isossorbida: Fenobarbital e Indometacina. Risco de hipotensão aumentado com a administração conjunta com Sildenafil. 7. Sugestões de fórmulas: Dinitrato de Isossorbida ................................... 1 à 2% Creme ou pomada ........................................... 50g Modo de usar: 2 a 3 aplicações ao dia. 8. Referências Bibliográficas: DEF, Dicionário de Especialidades Farmacêuticas, 2007/2008. BATISTUZZO, J.A.O.; ITAYA, M.; ETO, Yukiko. Formulário Médico Farmacêutico, 2ª edição, São Paulo, Tecnopress, 2002. -2- IT_Din. Isossorbida_07/05/10 P.R, Vade-Mécum. 9ª edição, São Paulo, 2003. Abcarian H. Surgical correction of chronic anal fissure: results of lateral internal sphincterotomy and fissurectomy – midline sphincterotomy. Dis Colon Rectum 1980. Araujo SEA, Atuí FC, Sato Jr NH, Habr-Gama A. Fissura anal: tratamento medicamentoso. In: Habr-Gama A, Gama-Rodrigues J, Cecconello I, Zilberstein B, Machado MCC, Saad WA, Moura EGH, Bresciani C, eds. Atualização em Cirurgia do Aparelho Digestivo e em Coloproctologia, São Paulo, 2.000, Frôntis Editorial. -3- IT_Din. Isossorbida_07/05/10