ORIENTACAO PARA DIALISE PERITONEAL AUTOMATIZADA (DPA).

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Centro de Tratamento de Doenças Renais
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Cartilha
DP 003
15/06/2011
04/02/2015
01
Orientação para Diálise Peritoneal Automatizada (DPA)
1. Diálise Peritoneal
A Diálise Peritoneal é uma terapia de substituição da função renal para pacientes portadores
de Insuficiência Renal Aguda ou Crônica (IRC/IRA), sendo também um processo de filtração do
sangue onde ocorre a retirada do excesso de água e substâncias que não são mais aproveitadas
pelo corpo, e que deveriam ser eliminadas através da urina. Esta modalidade de terapia aproveita o
revestimento interior do abdômen chamado membrana peritoneal para que a filtragem do sangue
possa ser realizada.
2. Como funciona a Diálise Peritoneal
A membrana peritoneal tem muitos vasos sanguíneos. O sangue que circula na membrana
peritoneal, assim como o sangue de todo o corpo, está com excesso de potássio, uréia e outras
substâncias que devem ser eliminadas. Na diálise peritoneal, um liquido especial, chamado solução
para diálise, entra no abdômen através de um cateter. As substâncias tóxicas passarão, aos poucos,
através das paredes dos vasos sanguíneos da membrana peritoneal para a solução de diálise.
Depois de algumas horas, a solução é drenada do abdômen e a seguir volta-se a encher o abdômen
com uma nova solução de diálise para que o processo de purificação seja repetido. Alguns dias antes
da primeira diálise, o cateter que permite a entrada e a saída da solução de diálise da cavidade
abdominal é colocado através de uma pequena cirurgia. O cateter fica instalado permanentemente.
3. Diálise Peritoneal Ambulatorial (DPA)
A Diálise Peritoneal Automatizada – DPA consiste no uso da membrana peritoneal, do cateter
flexível, de bolsas plásticas contendo solução de diálise peritoneal e uma máquina cicladora,
permitindo a realização da diálise no seu domicílio em todo o território nacional, sem restrição de
raça, idade ou condição social.
A DPA permite drenar e infundir automaticamente, a solução de diálise na cavidade peritoneal.
O equipo cassete é utilizado para a infusão e o líquido drenado é levado diretamente ao ralo sanitário
através de uma extensão de drenagem.
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4. O sistema de DPA
O médico de equipe clínica renal prescreve a diálise peritoneal conforme as características do
paciente: peso, altura e capacidade própria do peritônio em filtrar as toxinas para realização eficiente
da DPA.
A enfermeira da equipe insere na máquina cicladora do paciente, de acordo com a prescrição
médica, os dados relativos à sua diálise: volume de infusão da solução de diálise, volume total da
terapia e tempo total da diálise.
Com base nos dados inseridos, a máquina de DPA monitora e controla automaticamente os
ciclos da diálise peritoneal: número de infusões da solução, tempo de permanência na cavidade
peritoneal e volume do líquido de cada drenagem.
No procedimento de DPA todas as bolsas de solução que serão utilizadas na terapia são
conectadas ao sistema que permite a infusão precisa de volumes que variam de 60 a 3000mL, graças
ao uso da cicladora automática. Geralmente o paciente se conecta a máquina e inicia a diálise. A
cicladora controla automaticamente a infusão, permanência e drenagem da solução, guardando na
sua memória os registros das últimas terapias realizadas.
Normalmente o volume de infusão da solução por ciclo para um paciente adulto é em torno de
2 litros e o volume total utilizado varia de 8 a 16 litros que podem ser infundidos de 8 a 12 horas
durante a noite. Alguns pacientes podem ficar com a cavidade seca durante o dia, outros
permanecem com o líquido na cavidade peritoneal. Em alguns casos se faz necessário o acréscimo
de uma ou duas trocas manuais por dia.
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5. Benefícios da Diálise Peritoneal Contínua Domiciliar – DPAC e DPA

Preserva a função renal residual por mais tempo, promovendo uma melhor qualidade de vida,
e remoção mais eficiente das substâncias tóxicas e de líquidos;

Diálise mais lenta e estável, promovendo maior estabilidade cardíaca, maior controle da
anemia e da pressão arterial;

Maior liberdade e independência;

Maior flexibilidade de horários para realizar a diálise;

Menor necessidade de deslocamento para comparecer ao hospital ou à clínica de diálise para
consultas mensais e exames laboratoriais;

Menor necessidade de deslocamento para comparecer ao hospital ou à clínica de diálise para
consultas mensais e exames laboratoriais;

Possibilidade de retorno das atividades profissionais, escolares e do lar, bem como de lazer (ir
à praia, andar de bicicleta, jogar bola, etc.);

Maior convívio social e familiar devido ao tratamento domiciliar;

Maior possibilidade de desenvolvimento físico nas crianças;

Via de acesso permanente e indolor devido à flexibilidade do cateter peritoneal;
Maior liberdade para passeios e viagens longas.
6. Benefícios relacionados principalmente à Diálise Peritoneal Automatizada – DPA
 Redução do número de trocas ao dia;
 Ciclos de diálise controlados automaticamente, permitindo maior precisão e segurança;
 Possibilita a prescrição de pequenos e grandes volumes de infusão.
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7. Vivendo com a Diálise Peritoneal
A Diálise Peritoneal Domiciliar é uma opção dialítica para quase todos os pacientes com a
Doença Renal Crônica. Muitos paciente em Diálise Peritoneal retornam às suas atividades sociais e
profissionais.
A equipe clínica renal pode orientar o paciente em relação aos diferentes locais de troca
(trabalho, escola, domicílio). Desde que o local esteja limpo, as trocas de bolsas de DPAC podem ser
realizadas e os pacientes em DPA podem carregar sua máquina cicladora para o local de férias.
Provisoriamente, os pacientes em DPA podem desejar mudar para CAPD durante sua estada
longe de casa ou em circunstâncias especiais. Não é necessário procurar outro centro de diálise se
desejar ou precisar viajar. A Baxter e a Fresenius possuem o sistema Travel Club que está disponível
para assegurar a entrega do seu material na localidade que você indicar suas férias.
Esportes e exercícios são importantes também para os pacientes em Diálise Peritoneal, e
todos são encorajados a ter uma atividade física. Recomenda-se sempre seguir orientação da equipe
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clínica antes de iniciar uma nova rotina de exercícios. Como em qualquer doença crônica, podem
existir momentos em que os pacientes se sintam cansados em realizar a diálise.
O mais importante é lembrar que nunca se está sozinho. A doença renal acomete várias
pessoas em toda a parte do mundo e sempre existirá uma equipe clínica especializada pronta para
dar suporte e orientação, tanto para os pacientes como para seus familiares.
A diálise Peritoneal é um tratamento simples e flexível. Qualquer modalidade escolhida, CAPD
ou DPA, é de fácil aprendizado e logo se torna parte de uma rotina diária.
Muitos pacientes são capazes de levar uma vida completamente independente, longe do
ambiente hospitalar e se sentem seguros porque sabem que, caso necessitem, sempre há ajuda e
orientação de profissionais especializados.
8. Cuidados com Seu Cateter
A realização da diálise peritoneal domiciliar envolve o cumprimento das rotinas e cuidados de
higiene ensinada durante as fases de treinamento, como:

Não molhar nos primeiros 7 dias;

Preparar o ambiente durante a troca das bolsas;

Colocar a mascara adequadamente;

Realizar a lavagem correta das mãos usando sabão neutro;

Secar as mãos com uma toalha limpa ou papel toalha;

Tomar banho diariamente;

Lavar ao redor do local de saída do cateter com água corrente e sabão neutro e secar com
uma toalha limpa.

Não usar cremes, talcos ou outros não indicados no local de saída;

Manter ventilado e seco;

Não traumatizar (torcer/puxar);

Não utilizar banheiras;

Não usar cintos apertados;

Cuidar com objetos cortantes
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Seguindo estes cuidados, estará evitando a presença de infecções e da interrupção do
tratamento. Se preferir, na hora do banho lave ao redor do local de saída do cateter com sabonete
antiseptico líquido e enxague com água em abundância, secando em seguida com uma toalha
limpa,e fixar o cateter sem tracionar.
Mantenha longe do Cateter: Tesoura, gilete, estilete e agulhas.
9. Intercorrências e limitações da Diálise Peritoneal –DPA

Risco de infecção peritoneal (peritonite) devido a alterações no procedimento da técnica de
troca de bolsas e/ou cuidados precários com o cateter;

Dependências de familiares ou outras pessoas para a realização das trocas no caso de
limitações motoras e visuais do paciente;

Possibilidade de ganho de peso;

Necessidade de espaço para estocar o material em casa.
10. Intercorrências relacionadas à Diálise Peritoneal – CAPD
Sinais e Sintomas
Fator Relacionado
Dor nas omoplatas
Pode estar relacionada à entrada de ar na cavidade abdominal ou à
distensão do diafragma.
Falta de apetite
Em geral no início do tratamento, pode estar relacionado à absorção de
glicose do efluente.
Efluente hemático
Em mulheres está geralmente relacionada à menstruação, ou de
maneira geral, secundária a lista de pequenas bridas. A conduta
consiste em realizar trocas em temperatura ambiente.
Cefaléia e tonturas
Pode estar relacionado à alteração da pressão arterial.
Cansaço e dispnéia
Relacionado à hipervolemia (tosse seca, dor abdominal intensa, mal
estar geral e agitação).
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Sinais e Sintomas
Fator Relacionado
Obstipação Intestinal
Em geral decorrente da falta de atividade física e baixa ingestão de
alimentos ricos em fibra. Nestes casos, tomar medicação laxativa
diariamente conforme prescrição médica.
Demora na infusão
Secundário à perfuração incompleta da bolsa pelo "spike" ou por
translocação do cateter.
Há a possibilidade também do cateter estar obstruído por fibrina.
Drenagem insuficiente
ou inexistente.
Semelhante ao item anterior.
Retenção de volume
Se retenção de volume por mais de duas trocas consecutivas e o
volume de efluente drenado inferior há 1800 ml, procurar o Serviço de
Diálise com urgência ou ao Pronto Socorro em horários não comerciais.
Hiperemia ou drenagem
de pus pelo orifício da
saída do cateter
peritoneal.
Pode estar relacionada à inflamação devido a contaminação da ponta
do cateter, ou infecção da saída do cateter ou do túnel, ou outras
infecções devido à falta de cuidados com a higiene das mãos ou
ambiente, e a falta do uso da máscara.
Líquido turvo de aspecto
leitoso; Dor abdominal;
Febre; Náuseas;
Vômitos; Diarréia
Pode estar relacionada à inflamação da membrana peritoneal, e pode
acontecer por contaminação da ponta do cateter ou da bolsa, infecção
da saída do cateter ou do túnel, ou outras infecções devido à falta de
cuidados com a higiene das mãos ou ambiente, e a falta do uso da
máscara.
Hipoglicemia
Sintomas como sudorese fria, cefaléia e sonolência em paciente
diabético tratados com hipoglicemia ou insulina, devem fazer com que o
paciente tome um copo de água com açúcar e procurar o serviço de
diálise.
Extravasamentos do
liquido pelo orifício de
saída do cateter.
Procurar imediatamente a unidade de diálise ou ao Pronto Socorro em
horários não comerciais.
Hipertensão/
Hipotensão
Quando o paciente apresenta cefaléia na região da nuca, sonolência,
mal estar geral, náuseas e vômitos verificar a pressão arterial. Se
estiver alta tomar a medicação corretamente e caso estivar baixa
procurar a unidade de diálise ou ao Pronto Socorro em horários não
comerciais.
11. O que fazer quando surgir um dos sintomas acima?

Entrar em contato imediatamente com a Unidade de Diálise.

Vir até a unidade para que o médico possa avaliar e encaminhar para a coleta de
exames, a fim de que possa realizar o diagnóstico correto e o tratamento possa ser
iniciado, ou procurar o Pronto Socorro em horários não comerciais.
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LEMBRETE

Não faltar a consulta mensal.

Qualquer um dos problemas relacionados acima entrar em contato com a Unidade de
Diálise.

Realizar o curativo do local de saída do cateter diariamente. Se houver prescrição
médica, fazer o uso da pomada conforme prescrição.

Desprezar o líquido drenado no vaso sanitário, e as bolsas de infusão e coletora em saco
preto separado das caixas de papelão.

Conferir a quantidade de material entregue em sua residência com a quantidade
especificada na nota fiscal.

O equipo de transferência entregue junto com os demais materiais (bolsas de diálise,
máscaras, tampinhas), deve ser trazido na unidade para a realização da troca do mesmo.
NÃO DEVE SER TROCADO EM CASA.


Atentar para a quantidade de concentração das bolsas de diálise:
o
1,5% - tarja na cor amarela
o
2,5% - tarja na cor verde.
o
4,25% - tarja na cor vermelha.
Quando houver problemas com a entrega de material, entrar em contato com uma das
Centrais de Atendimento abaixo, conforme o tipo de fornecedor:
o
BAXTER - SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE (SAC): 0800 – 012 55 22
o
FRESENIUS - SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE (SAC): 0800 - 012 34 34
o
CONTATO COM A UNIDADE DE DIÁLISE PERITONEAL: (47) 3434-2090.
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