Lied: Poesia, Filosofia e Música Cristiane de Lima Quadros Faculdade de Filosofia, FFLCH, USP-SP 1.Objetivos O tema da pesquisa consiste em investigar a questão do Lied (canção popular), na medida em que se articula e se apresenta na estética romântica, ou melhor, entender por um viés filosófico como acontece a união entre música e poesia. Pretende-se, na primeira etapa da investigação, analisar como Goethe criava ou gerava as suas poesias a partir de uma relação íntima com a natureza e verificar como a subjetividade era o objeto principal de sua obra. Em seguida, entender como esses elementos característicos do período romântico estão fundamentados na filosofia de Hegel, entre outros autores. Por fim, tentar compreender como o compositor Franz Schubert transforma os poemas do Goethe em música sem prejudicar a intenção do poeta. 2.Material e Métodos Este trabalho inclui audições de Lieder, leituras de poemas e análises de textos. A pesquisa divide-se em 3 etapas: 1- O Lied em Goethe 2- A poesia Lírica segundo Hegel 3- Os Lieder musicados por Franz Schubert. 3.Resultados e discussão Os Lieder de Goethe nascem de momentos de sublime criação e reflexão nos quais ele se une com a natureza e com o mundo para compor os seus poemas em forma de canção. O ciclo de canções, representado pelo Lied, caracteriza essa arte de combinar música e poesia, como por exemplo os Lieder: “O Pescador” (Der Fischer) e o “Rei dos Elfos” (Erlkönig). Esses são apenas dois poemas de muitos outros musicados por Franz Schubert. O compositor clássico compôs vários Lieder baseados em textos diversos, tanto de poetas conhecidos, como Goethe, como também de amigos escritores, dos quais nada ou pouco se sabe. O interessante era que Franz Schubert sabia depreender belezas e valores dos textos não percebidos por quem os lia. Foi assim que notou os temas de Müller, “ A Bela Moleira” e “Viagem de Inverno”, eles eram musicáveis não só pela rítmica e estrutura, mas também devido ao seu caráter dramático. A estética romântica revela uma poesia fundamentada na subjetividade, isto é, não se trata mais de um texto épico ou de uma epopéia, mas de um poesia lírica na qual o poeta é o próprio objeto do poema. Pretendemos ao longo desta pesquisa aprofundar sobre este movimento da poética. 4.Conclusões Goethe relutou por muito tempo em aceitar a proposta de Schubert musicar os seus poemas, mas posteriormente reconheceu a genialidade artística deste compositor que conferiu às suas poesias um outro nível de expressividade muito apreciado pelos críticos da época e inclusive pelo próprio Goethe. 5.Referências Bibliográficas GOETHE, J.W. Memórias: Poesia e Verdade. Brasília. Universidade de Brasília, 1986. ___________, Poemas. Antologia, versão portuguesa, notas e comentários de Paulo Quintela. São Paulo, por ordem da Universidade, 1949. HEGEL, G.W.F. Cursos de Estética, v. IV, V. São Paulo, Edusp,2004. ROSEN, C. A Geração Romântica. São Paulo, Edusp,2000. SCHUBERT, F. P. Erlkönig. Philips.