Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, Há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE Excerto de “Procura da poesia” in A rosa do povo Drummond, mestre da poesia, nasceu há 100 anos, no dia 31 de outubro de 1902. Formou-se em Farmácia, mas começou sua carreira lecionando Geografia e Português em sua Itabira natal. Depois se tornaria jornalista, contista, cronista e, acima de tudo, um grande poeta. Mas a educação o acompanhava. Em 1928, ao mesmo tempo que seu poema “No meio do caminho” era publicado em São Paulo, pela Revista de Antropofagia , ele começava a trabalhar na Secretaria de Educação de Minas Gerais. Dali foi para o Rio de Janeiro, como chefe de gabinete do ministro da Educação, o também mineiro Gustavo Capanema. Trabalhou 35 anos como funcionário público, aposentando-se como chefe de seção na Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Morreu no Rio de Janeiro em 1987, consagrado como um dos maiores poetas da língua portuguesa. Uma pequena amostra de sua obra está ao alcance dos 8,5 milhões de alunos beneficiados pelo programa Literatura em Minha Casa, da Secretaria do Ensino Fundamental (SEF/MEC), nos livros De conto em conto e Cinco estrelas .