IDENTIFICAÇÃO DOS SUBGRUPOS A E B DO VÍRUS RESPIRATÓRIO SINCICIAL, A PARTIR DE AMOSTRAS ISOLADAS EM LINHAGENS DE CÉLULAS HEP-2. GUILHERME RAMOS OLIVEIRA E FREITAS1; ORLANDO CÉSAR MANTESE2 Resumo: O vírus respiratório sincicial (VRS) constitui a principal causa de infecções do trato respiratório inferior em crianças, produzindo anualmente surtos epidêmicos de bronquiolite e pneumonia. Virtualmente todas as crianças têm a primeira infecção pelo VRS nos primeiros dois anos de vida, sendo que o pico de incidência ocorre nos primeiros seis meses. Estudos mostram que os isolados do VRS podem ser divididos em dois subgrupos antigênicos, A e B, e a identificação desses subgrupos pode ser feita pelo uso de anticorpos monoclonais (MAbs) contra as glicoproteínas F e G do envelope viral. Atualmente muitos estudos correlacionam a gravidade da doença ao subgrupo do VRS, porém até hoje não existem dados suficientes para afirmar se os dois subgrupos diferem em virulência. Assim, 29 espécimes de nasofaringe coletados de crianças menores de cinco anos de idade, atendidas no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU) de 2001 a 2004, com doença respiratória aguda causada pelo VRS, foram inoculadas em cultura de células HEp-2, e submetidas à técnica de imunofluorescência indireta (IFI) para serem subgrupadas. Dentre estas, 16 apresentaram efeito citopático e nove foram positivas para VRS pela IFI. Porém, apenas cinco foram subgrupadas, sendo quatro amostras pertencentes ao subgrupo A e um ao subgrupo B. Os resultados apresentados sugerem que os monoclonais, produzidos na década de 80, e utilizados na IFI para subgrupagem, podem não ter reagido com as cepas circulantes nesta região devido à variabilidade antigênica deste vírus causada pelo acúmulo de mutações, sendo estes monoclonais dirigidos contra epítopos ausentes nas cepas atuais, justificando assim, a baixa sensibilidade do método. Abstract: Syncytial respiratory virus (RSV) constitutes the main cause of lower respiratory tract infections in children, producing yearly epidemic outbreaks of bronchiolitis and pneumonia. Virtually all the children have the first infection for RSV in the firsts two years of life, and the incidence peak occurs in the first six months. Studies show that the RSV isolated can be divided in two antigenic subgroups, A and the B, and the identification of them can be made by the use of monoclonal antibodies (MAbs) against glycoproteins F and G of the viral 1-Iniciação Científica PIBIC/UFU/CNPq; 2-Laboratório de Virologia, Faculdade de Medicina (FAMED) – Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Av. Pará, 1720, Bloco 4C,Campus Umuarama, Uberlândia MG. CEP 38400-902. e-mail [email protected] 1 envelope. Nowadays, many studies correlate the severity of the illness with the subgroup of RSV, however, until today doesn’t exist enough data to affirm if the two subgroups differ in virulence. Thus, 29 nasopharyngeal aspirates of children less than five years old, taken care of the Hospital de Clínicas of the Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU) between 2001 and 2004, with acute respiratory illness caused by the VRS, were inoculated in HEp-2 cells, and submitted to the technique of indirect immunofluorescence (IFI) to be subgrouped. Among these, 16 had presented cytophatic effect and nine of them had been positive for RSV by IFI. However, only five had been subgruped, being four samples of subgroup A and one of subgroup B. The presented results suggest that the monoclonal, produced in the decade of 80, and used by IFI for subgruped, can not react with strains circulating in this region due the antigenic variability of this virus caused for the accumulation of mutations, being these monoclonal directed against absent epitopes in current strain, thus justifying low sensitivity of this method. Palavras chave: Vírus Respiratório Sincicial; Subgrupos A e B; Imunofluorescência Indireta; Linhagem Celular HEp-2. Keywords: Respiratory Syncytial Virus; Subgroup A and B; Indirect Immunofluorescence; Cellular Lineage HEp-2. linear e de polaridade negativa. As 1. Introdução partículas virais apresentam envelope O vírus respiratório sincicial (VRS) derivado da membrana plasmática da constitui a principal causa de doenças do célula hospedeira (COLLINS et al., 1996; trato respiratório inferior (DTRI) em DOMACHOWSKE; crianças (COLLINS et al., 2000; CANE, 1999). 2001; VIEGAS et al., 2004), produzindo nucleotídeos anualmente de identificação de 11 genes: NS1, NS2, N, P, bronquiolite e pneumonia, tanto em países M, SH, G, F, M2-ORF1, M2-ORF2 e L. desenvolvidos quanto em desenvolvimento Esses (QUEIRÓZ et al., 2002; CALEGARI etal., seqüencialmente 2005). mensageiros, surtos epidêmicos O VRS é um membro da família ROSEMBERG, Análises traduzidos de do seqüências VRS genes permitiram são em e em Paramyxoviridae, gênero Pneumovirus e (DOMACHOWSKE; possui genoma do tipo RNA de fita simples 1999). de a transcritos distintos RNAs subseqüentemente 11 proteínas ROSEMBERG, 2 Virtualmente todas as crianças têm a et al., 2003), à resposta imune do primeira infecção pelo VRS nos primeiros hospedeiro dois anos de vida (GLEZEN; DENNY, SINHA et al., 2003) e ao próprio vírus 1973), sendo que o pico de incidência (PAPADOPOULUS et al., 2004). ocorre nos primeiros seis meses, a despeito da presença de anticorpos maternos (QUEIRÓZ et al., 2002; Estudos mostram que os isolados do VRS podem ser divididos em dois transferidos passivamente (QUEIRÓZ et subgrupos antigênicos, A e B, que por sua al., 2003). vez se dividem em outros diferentes Aproximadamente 40% dessas crianças subtipos (PERET et al., 1998; PERET et apresentam sintomas de envolvimento do al., 2000). A identificação dos subgrupos trato respiratório inferior (OTTOLINE; se HEMMING, na anticorpos monoclonais (MAbs) contra as maioria dos casos pode levar à internação, glicoproteínas F e G do envelope viral sendo que alguns requerem ventilação (MUFSON et al., 1985; GIMENEZ et al., mecânica devido a falência respiratória 1986). 2002; MOURA 1997). et A al., gravidade (FLETCHER et al., 1997). Além disso, dá principalmente Também pelo existem uso estudos de que aproximadamente 10% dos que requerem correlacionam a gravidade da doença ao ventilação subgrupo mecânica podem morrer (BUCKINGHAM et al., 2001). durante a vida VRS, onde indivíduos infectados pelo subgrupo A apresentam Apesar de as infecções pelo VRS serem comuns do toda, a uma sintomatologia clínica mais severa (STRALIOTTO et al., 1994; al., 2004). sintomatologia clínica em crianças mais PAPADOPOULUS velhas e adultos geralmente é de natureza Entretanto, outros estudos sugerem que a mais branda (HALL et al., 1991) e embora gravidade no trato respiratório superior o homem constitua o único reservatório do relaciona-se com a infecção pelo subgrupo VRS humano, não se sabe onde esse vírus B, sendo a otite média aguda a principal reside após os surtos epidêmicos, quando manifestação clínica (HEIKKINNEN et al., as 1995; DENNY, 1995). Já Martinello et al. infecções são raras (OTTOLINE; HEMMING, 1997). (2002) Diversos fatores de risco são referidos como agravantes para as infecções respiratórias causadas pelo VRS (SIMOES, não et observaram diferença significante quanto à gravidade causada por infecções dos subgrupos do VRS. Surtos epidêmicos geralmente ocorrem 2003; WELLIVER, 2003) sendo eles anualmente inerentes ao meio ambiente (AVENDAÑO embora picos difiram nas diferentes partes em intervalos regulares, 3 do mundo (JACKSON; MULDOOM, novo vírus contribua para uma transmissão 1975). Esses surtos são causados por mais eficiente do mesmo ou para uma subgrupos e subtipos distintos do vírus, que maior gravidade da doença respiratória conseguem co-circular em uma mesma (PERET et al., 1998). região, predominando um subtipo a cada epidemia (PERET et al., No Brasil, estudos já detectaram a co- 2000; circulação dos dois subgrupos do VRS RAFIEFARD et al., 2004; SATO et al., durante um mesmo surto (STRALIOTTO 2005). et al., 2001; MOURA et al., 2003). Em Existem diversos estudos (MENTEL et trabalho realizado na cidade de Porto al., 2005; ARBIZA et al. 2005) relatando Alegre/RS de 1990 a 1995 e 1998, além da que o subgrupo A do VRS é predominante confirmação da co-circulação dos dois durante o surto epidêmico. Na cidade de subgrupos, foi observada a predominância Montevidéu, Uruguai, foi realizado um do subgrupo A durante os meses de estudo inverno, enquanto que o subgrupo B investigando-se 17 picos consecutivos do VRS, onde foi constatado predominou que na maioria dos surtos houve a co- (STRALIOTTO et al., 2001). Entretanto, circulação B, esse tipo de investigação ainda precisa ser predominando entretanto, o subgrupo A em desenvolvida em outras regiões, uma vez 13 desses anos. Pôde-se observar também que que a predominância do subgrupo A territorial, há indícios que os surtos de ocorreu por até quatro anos consecutivos, VRS sejam de ocorrência regional e não enquanto que o subgrupo B conseguiu um fenômeno nacional (ANDERSON et predominar apenas por um ano (ARBIZA al., 1990). Porém a existência de poucos et al. 2005). Thomas et al. (1994) também dados no Brasil ainda não permite uma relataram predominância do subgrupo B conclusão. dos subgrupos A e sobre o A em apenas um dos cinco surtos epidêmicos estudados. Essa alternância em no países verão de de grande 1998 extensão A detecção dos subgrupos do VRS circulantes em uma determinada região anual entre os constitui informação importante para a diferentes subgrupos e diferentes cepas do compreensão VRS é considerada uma conseqüência da epidemiológicos desse vírus. Assim, foi pressão imune, realizada neste estudo a identificação dos desenvolvida pela população em um surto subgrupos do VRS presentes em secreções anterior. É sugerido também, que a falta de de nasofaringe de crianças menores de imunidade numa população contra um cinco seletiva da resposta anos de de aspectos idade, com clínico- doença 4 respiratória aguda, atendidas no Hospital A coleta foi realizada após o pais ou de Clínicas da Universidade Federal de consentimento Uberlândia (HC/UFU), por meio da técnica responsável e preenchimento de ficha de Imunofluorescência Indireta. clínica pelo pediatra responsável. Consistiu 2. expresso dos na instilação de 0,5 mL de soro fisiológico Material e Métodos estéril (0,9%) em cada narina da criança, seguida de aspiração da secreção de 2.1. Antecedentes Desde 2001 coletadas nasofaringe com um catéter, utilizando-se amostras de secreção de nasofaringe de um sistema de vácuo (VIEIRA et al., crianças menores de cinco anos de idade, 2001). As amostras clínicas “in natura” com doença respiratória aguda (DRA), foram transportadas em gelo para o atendidas no Pronto Socorro de Pediatria Laboratório (PSPED), Atendimento processadas no período máximo de quatro Pediátrico (PAP), internadas na Enfermaria horas após a coleta, conforme previamente de Pediatria (EP), na Unidade de Terapia descrito (COSTA et al., 2006), sendo Intensiva Pediátrica (UTIPED) ou na divididas em três alíquotas: (i) para reações Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de IFI, (ii) para inoculação em cultura de (UTIN), do Hospital de Clínicas da células e (iii) para PCR. Os espécimes Universidade foram armazenados em nitrogênio líquido no vêm sendo Pronto Federal de Uberlândia (HC/UFU). A coleta desses espécimes clínicos foi aprovada pela Comissão de de Virologia/UFU ou freezer –70ºC (Figura 1). Amostras SNF (Hospital de Clínicas-UFU) Ética da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós- Processamento Graduação da UFU, atendendo a resolução n° 196/1996/CNS. Até dezembro de 2004 PCR foram coletadas e processadas 379 amostras, investigadas pela técnica de imunofluorescência indireta (IFI) para a presença de vírus respiratório sincicial (VRS), influenzavírus A e Negativo ou Inconclusivo IFI Triagem Positivo VRS CC Positivo para outros vírus respiratórios Isolamento CC (HEp-2) B, parainfluenzavírus 1, 2 e 3 e adenovírus, Subgrupagem (IFI - MAbs) sendo que 46% (174/379) foram positivas para algum desses vírus. Do total de amostras, 26,4% (100/379) foram positivas para o VRS. Subgrupo A SNF- Secreção de Nasofaringe PCR- Reação em Cadeia da Polimerase IFI- Imunofluorescência Indireta CC- Cultura de Células MAbs- Anticorpos Monoclonais Subgrupo B e 5 Figura 1: Fluxograma da Investigação detectado, a amostra foi coletada para Os espécimes clínicos foram submetidos montagem de novas lâminas de IFI, porém á técnica de IFI para detecção dos sete aquelas vírus Foram identificar ECP, foram sub-cultivadas em tratados com uma mistura de anticorpos mais duas passagens para confirmação da monoclonais (MAbs) anti-vírus respiratório negatividade. referidos anteriormente. do “Respiratory Panel 1 Viral Screening and Identification International, Inc., Kit” (Chemicon Temecula, CA), conforme instruções do fabricante nas quais não foi possível Subgrupagem do VRS tipos A e B – após o aparecimento e identificação do ECP, as amostras isoladas em HEp-2 foram centrifugadas 1390 rpm durante 10 minutos a 4°C e lavadas duas vezes em PBS 2.2 – Proposta Atual: (Phosphate-Buffered Saline) 0,01 M (pH Isolamento do VRS em cultura de 7,2). Após a última lavagem, o sedimento células - os espécimes de nasofaringe, foi ressuspenso em 100 µL de PBS, sendo positivos para VRS pela IFI e armazenados que 8 µL dessa suspensão foram colocados em meio de congelamento em freezer – nos anéis delimitados por teflon de duas 70ºC, foram inoculados em linhagem lâminas, uma para a reação com os contínua de células HEp-2, provenientes de anticorpos monoclonais (MAbs) e a outra carcinoma de laringe humano (ATCC para estoque. As lâminas foram secadas CCL-23), crescidas em microplacas de dentro do fluxo laminar e o sedimento foi poliestireno de 24 orifícios, para fins de fixado com acetona gelada por 10 minutos. isolamento do vírus, conforme Queiróz et Não sendo possível a realização imediata al. (2002). Resumidamente, um volume de do teste, as lâminas foram armazenadas a 125µL do aspirado de nasofaringe foi -20°C até que a investigação pudesse ser inoculado em duas ou mais monocamadas realizada. Para a caracterização antigênica sub-confluentes de células Hep-2. Após 30 dos isolados de VRS, foram utilizados minutos de incubação em estufa de CO2 a MAbs específicos, contra a proteína F de 5% e 37°C, para a adsorsão viral, foram cada um desses subgrupos virais, MAbs acrescentados 375 µL de meio completo 92-11c (Long) e 102-10 (18537), conforme DMEM com 2% de Soro Fetal Bovino, previamente descrito (ANDERSON et al., seguido 1985). A leitura das lâminas foi realizada de nova incubação. Uma observação diária foi realizada durante sete em dias para verificação do aparecimento de (Olympus BX50), sendo o espécime efeito citopático (ECP). Quando este foi considerado positivo quando pelo menos microscópio de epi-fluorescência 6 uma célula, por campo, apresentou padrões, resultando em uma visualização fluorescência específica e negativo se fracamente positiva. Já a reação para o nenhuma subgrupo B não apresentou fluorescência. fluorescência específica foi observada. Entretanto quando tais amostras foram Controles Padrão) - positivos O (Amostras Laboratório de submetidas Reversa da à técnica Reação de Transcrição em Cadeia da Virologia/UFU recebeu cepas padrão dos Polimerase (RT-PCR), subgrupos A e B, LONG e CH18537 positividade, ou respectivamente, confirmou o crescimento dos padrões do vírus respiratório sincicial (VRS) do Laboratório de Vírus seja, observou-se esta técnica subgrupo A e B. Respiratório e Sarampo - Fiocruz/RJ, que De um total de 100 espécimes clínicos foram utilizadas como controle positivo positivos para o VRS obtidos entre os anos tanto no isolamento em cultura de células de 2001 e 2004, foram inoculados 29 em quanto na reação de Imunofluorescência células Hep-2. A inoculação de um número Indireta (IFI). Estes vírus foram inoculados maior de amostras não foi possível devido e crescidos em cultura de células HEp-2 e a após a detecção de efeito citopático (ECP), microrganismos de origem bacteriana e foram coletados e montadas lâminas para fúngica, que ocorreram nos primeiros reação de IFI. meses do estudo. Desse total de 29 episódios de contaminações por amostras inoculadas, aproximadamente 16 3. Resultados e Discussão (55%) apresentaram ECP, conforme Após a leitura das lâminas de IFI feitas exemplificado pela Figura 2. Entretanto, a partir das amostras padrão, constatou-se apenas nove foram confirmadas como que apesar da reação com anticorpo positivas para VRS. Dessas, cinco foram monoclonal (MAbs) do kit comercial subgrupadas, sendo quatro pertencentes ao (Chemicon International, Inc., Temecula, subgrupo A, e uma ao subgrupo B (Gráfico CA) específico para VRS, ter apresentado 1). uma fluorescência bem característica, a reação com o MAb específico para o subgrupo A não apresentou os mesmos 7 a) b) Figura 2: Células HEp-2. (A) Efeito Citopático causado pelo VRS subgrupo A – setas. (B) Controle Negativo – células não infectadas. Aumento 400x VRS A pequena sensibilidade apresentada identificado em amostras coletadas de pela cultura de células, pode ser atribuída crianças ao tipo de amostra clínica inoculada, que Gráfico 1: Subgrupo menores de do 5 anos, no foi previamente armazenada por longo HC/UFU, pela IFI. Nº de amostras período em meio de congelamento 5 (aproximadamente 3 ou 4 anos), e sabe-se 4 3 que o inóculo da amostra “in natura” 2 aumentaria a chance de isolamento do 1 0 VRS A VRS. Outra possibilidade, seria o fato de a VRS B linhagem de células Hep-2 utilizada, ter Subgrupo do VRS perdido parte da sensibilidade para isolar A inoculação das amostras em cultura e/ou permitir o desenvolvimento do VRS, de células foi utilizada no intuito de durante aumentar o número de partículas virais laboratório (COLLINS et al., 1996). Além aumentando assim a sensibilidade da IFI. disso, sabe-se que o manuseio de amostras Foram coletadas também alíquotas que nos clínicas, durante o processamento e o permitirá futuramente classificar estas armazenamento, pode ser responsável pela amostras e/ou rápida perda da capacidade infecciosa de molecularmente por meio da RT-PCR e partículas virais do VRS (COLLINS et al., seqüenciamento genético. 1996). antigenicamente a propagação seriada no 8 número ANDERSON, L. J.; PARKER, R. A.; reduzido de amostras clínicas subgrupadas STRIKAS, R. L. Association between pela IFI específica para cada um dos respiratory syncytial virus outbreaks and subgrupos do VRS. Esse fato pode ter lower respiratory tract deaths of infants and ocorrido devido os MAbs utilizados na young children. Journal of Infectious subgrupagem, Disease, 161(4): 640-646, 1990. Pode-se notar também, terem sido o produzidos contra epítopos de cepas circulantes no ano de 1985 (ANDERSSON et al., 1985), e que ARBIZA, J.; DELFARO, A.; devido à mutações as cepas de VRS FRABASILE, S. Molecular epidemiology circulantes nos anos deste estudo poderiam of human respiratory syncytial virus in não mais apresentar tais epítopos. Uruguay: Estudos desta natureza vêm contribuindo para o fornecimento de 1985-2001- A Review. Memórias do Instituo Oswaldo Cruz, 100(3): 221-30, 2005. informações a respeito das características clínicas e epidemiológicas deste vírus na AVENDAÑO, L. F.; PARRA, J.; nossa região. Assim faz-se necessário, dar PADILLA, continuidade às inoculações das amostras Impacto en salud infantil del invierno clínicas na tentativa de subgrupar um 2002: maior número de espécimes. Também a ambientales y virus respiratorio sincicial, aplicação de uma técnica complementar en Santiago. Revista Medica del Chile, que apresente uma maior sensibilidade, 131: 902-08, 2003. como a RT-PCR, nos auxiliará C.; PALOMINO, disociación entre M. A. factores na BUCKINGHAM, S. C.; QUASNEY, conclusão deste trabalho. M.W.; BUSH, A.J.; DE VINCENZO, J.P. 4. Referências Bibliográficas Respiratory syncytial virus infections in the pediatric intensive care unit: clinical ANDERSON, L. J.; HIERHOLZER, J. caracteristics and risk factors for adverse C.; TSOU, C.; HENDRY, R. M.; FERNIE, outcomes. Pediatric Crit Care Medicine, B. F; STONE, Y; MCINTOSH, K. 2:318-23, 2001. Antigenic characterization of respiratory syncytial virus strains with monoclonal antibodies. Journal of Diseases, 151: 626-33, 1985. 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