Considerações da SBP em relação às indicações de Palivizumabe

Propaganda
Considerações da SBP em relação às indicações de Palivizumabe em populações de
risco
Essa recomendação tem o objetivo e atualizar e substituir a publicada em
documento anterior, “Diretrizes para o manejo da infecção causada pelo vírus sincicial
respiratório”, de 2011. É resultado de revisão de literatura e, sua aplicação deve
considerar o perfil epidemiológico de distribuição do VSR no Brasil, o qual publicado
em nota técnica do Ministério da Saúde, referente aos dados de 2007 à 27a semana
epidemiológica de 2014 1,2,3,4.
Como o país tem um território muito vasto, a sazonalidade nas diferentes
regiões geográficas deve orientar o período de aplicação do Palivizumabe. Assim, na
região Norte, com sazonalidade do VSR maior entre fevereiro a junho, o período de
aplicação situa-se ente janeiro e junho; nas regiões Nordeste, Centro Oeste e Sudeste, o
VRS predomina entre março a julho, a aplicação deverá ocorrer dentro do período de
fevereiro a julho e finalmente para a região Sul, a sazonalidade é predominante entre
abrilea gosto, devendo o palivizumabe ser aplicado entre março a agosto3,4.
As principais recomendações estão destacadas a seguir:

Dosagem e administração – Palivizumabe deve ser administrado de
forma intramuscular 15 mg/Kg/dia, a cada 30 dias iniciando nos
períodos de aplicação acima discriminados5.

O número de doses é de até cinco e para as crianças cujo nascimento
ocorre dentro do período de aplicação, poderá ser necessário um
número menor de 5 doses (a profilaxia finda ao término do período
de aplicação).

Palivizumabe está indicado para lactentes nascidos com 28 semanas
ou menos de idade gestacional (até 28 semanas e 6 dias), durante a
primeira sazonalidade do VSR, quando esta ocorre durante os
primeiros 12 meses de vida 1,3,4.

Palivizumabe está indicado para crianças menores de 2 anos de
idade (até 1 ano 11 meses e 29 dias) com doença pulmonar crônica
da prematuridade (displasia broncopulmonar) ou doença cardíaca
congênita com repercussão hemodinâmica. Os critérios para
indicação são 1,3,4:
o crianças com doença pulmonar crônica que necessitem de
oxigênio
suplementar,
corticoterapia nos
broncodilatador,
diurético
6 meses anteriores ao
ou
início da
sazonalidade do VSR.
o Dentre as crianças com doença cardíaca congênita (DCC), as
que mais se beneficiarão com a profilaxia com palivizumabe
são as portadoras de cardiopatia acianótica em uso de
medicamentos para controle de insuficiência cardíaca.
congestiva e necessitam de correção cirúrgica e também as
crianças com hipertensão pulmonar moderada a grave.
Outras indicações devem ficar a critério do cardiologista
infantil quando a redução do risco de hospitalização é menor
como nas crianças com DCC cianótica.

A profilaxia deve ser indicada em crianças no primeiro ano de vida
portadoras de anormalidades pulmonares ou neuromusculares que
alterem a capacidade de clarear as secreções das vias áereas
superiores1.

Também deve ser indicada a profilaxia para as crianças menores de
24
meses
que
estão
ou
estarão
com
imunossupressão/
imunodeficiência profunda durante a estação de VSR 1,2.

Recém-nascidos hospitalizados durante o período de aplicação, que
preencham os critérios de uso, devem receber Palivizumabe a partir
de 7 dias de vida, desde que tenham condição clínica estável. Após a
alta, completar o esquema 1,3,4.

A profilaxia com Palivizumabe deve ser suspensa se a criança for
internada com doença com diagnóstico confirmado de VSR1.

Os relatos atuais indicam muito pouco benefício da profilaxia com
palivizumabe para pacientes portadores de fibrose cística ou
Síndrome de Down, sem cobormidades que aumentem o risco de
hospitalização 6,7,8.

Os dados atualmente disponíveis não dão mais suporte à
recomendação do uso universal de profilaxia com palivizumabe para
crianças prematuras com 29 ou mais semanas de gestação 9,10,11.

A análise de dados de estudos de coorte revelaram que alguns dos
fatores de risco potencial como a presença de irmãos no domicílio, a
frequência a creches não estão associados a aumento significante de
risco de hospitalização por VSR12.

Palivizumabe pode ser usado concomitante com a administração das
vacinas do calendário rotineiro1.

O Ministério da Saúde do Brasil estabeleceu o Protocolo de Uso do
Palivizumabe para todo o território nacional, a partir de 2013 e
também é o responsável pelo monitoramento da sazonalidade do
VSR. Há protocolo específico definido por portarias e notas técnicas
atualizadas 3,4.
Referências bibliográficas
1.American Academy of Pediatrics. Committee on Infectious Diseases and
Bronchiolitis. Guidelines Committee. Updated guidance for palivizumab prophylaxis
among infants and young children at increased risk of hospitalization for respiratory
syncytial virus infection. Pediatrics. 2014;134:415---20.
2. Public Health England. Respiratory syncytial virus. In: Green Book. London,
England: Public Health England;
2013:1–13. Available at:
https://www.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/
file/148494/Green-Book-Chapter-27a-dh_130131.pdf. Accessed April 24, 2014
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Portaria 522 de 13 de
maio de 2013. Protocolo do uso do palivizumabe. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, 15 de maio de 2015, seção 1, p. 43.
4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção á saúde. Secretaria de Ciência e
Tecnologia e insumos estratégicos. Nota técnica conjunta no. 05/2015. Estabelecer a
sazonalidade do vírus respiratório sincicial no Brasil e oferecer esclarecimentos
referentes ao protocolo de uso do palivizumabe. Fevereiro de 2015, 5 pg.
5.
Bula
do
Palivizumabe
aprovada
pela
ANVISA
disponível
em
htpp://www.abbvie.com.br/ content/ dam/BU07 SYNAGIS AGO14 VP.PDF
6. Megged O, Schlesinger Y. Down syndrome and respiratory syncytial virus infection.
Pediatr Infect Dis J. 2010;29(7):672–673
7. Zachariah P, Ruttenber M, Simões EA. Down syndrome and hospitalizations due to
respiratory syncytial virus: a population based study. J Pediatr. 2012;160(5):827–831.
8. Giusti R. North American synagis prophylaxis survey. Pediatr Pulmonol.
2009;44(1):96–98.
9. Boyce TG, Mellen BG, Mitchel EF, Jr, Wright PF, Griffin MR. Rates of
hospitalization for respiratory syncytial Virus infection among children in Medicaid. J
Pediatr.2000;137(6):865–870
10. Stevens TP, Sinkin RA, Hall CB, Maniscalco WM, McConnochie KM. Respiratory
syncytial virus and premature infants born at 32 weeks’ gestation or earlier:
hospitalization and economic implications of prophylaxis. Arch Pediatr Adolesc Med.
2000; 154(1):55–61
11. Winterstein AG, Knox CA, Kubilis P, Hampp C. Appropriateness of age thresholds
for respiratory syncytial virus immunoprophylaxis in moderate-preterm infants: a cohort
study. JAMA Pediatr. 2013;167 (12):1118–1124
12. Hall CB, Weinberg GA, Blumkin AK, et al. Respiratory syncytial virus-associated
hospitalizations among children less than 24 months of age. Pediatrics. 2013; 132(2).
Elaborado por Heloisa Helena S Marques em 10/06/2015
Download