O câncer é uma doença marcada por sentimentos de medo, angústia e ansiedade, decorrentes do estigma que o acompanha ou do sofrimento que cerca seu tratamento. A ansiedade é uma condição presente, especialmente, durante o processo da quimioterapia que, atrelada aos seus efeitos colaterais e ao ambiente hospitalar, gera um profundo sofrimento ao paciente. O enfermeiro está presente e convive com o paciente durante todo o processo de diagnóstico, de tratamento e/ou de reabilitação do câncer; portanto desempenha um papel importante na busca de estratégicas que possam minimizar sua ansiedade e os agravos resultantes da mesma. Uma das formas de terapia alternativa que visa à assistência à saúde do indivíduo com câncer, de forma holística e integral, é a prece que, por sua vez, é uma intervenção de enfermagem proposta pela Nursing Interventions Classification (NIC). A prece é uma prática não convencional com reconhecida ausência de efeitos danosos ao organismo, que pode ser empregada como coadjuvante, tanto ao tratamento paliativo, como ao tratamento quimioterápico. O estudo deste estudo foi avaliar o efeito da prece sobre a ansiedade de pacientes com câncer em tratamento de quimioterapia. A metodologia utilizada foi quase experimental com análise quantitativa e comparativa dos dados, com pré e pós- intervenção, realizado, no período de fevereiro a dezembro de 2012, com 25 pacientes em tratamento de quimioterapia endovenosa contínua, em um setor de internação. Os instrumentos utilizados foram: questionário de características sociodemográficas, clínicas e espirituais; Índice de Religiosidade da Universidade de Duke – DUREL; Inventário de Ansiedade (IDATE) Traço-Estado e formulário com registro dos valores de sinais vitais e cortisol salivar, todos aplicados por meio de entrevista pela pesquisadora. A coleta de dados ocorreu em quatro momentos: primeira coleta (basal), préintervenção, intervenção e pós-intervenção, em que pré e pós foram repetidos mais duas vezes. Na intervenção, foi aplicada a prece de intercessão pela pesquisadora e a prece de petição, por meio de um fone de ouvido. Para análise dos dados, foi utilizado o programa estatístico BioEstat 5.0, com teste t, de Wilcoxon, Shapiro-Wilk, Mann-Whitney, de Pearson, Spearman e Kruskal Wallis. A caracterização dos sujeitos de estudo deu-se por: sexo masculino (75%); faixa etária de 51 a 60 anos (55%); casado (75%); baixo nível de escolaridade (80%); alto índice de religiosidade (religiosidade organizacional de 2,95; não organizacional, 2,3 e religiosidade intrínseca, 3,7). O traço de ansiedade foi de 36,2, considerado grau mediano. O estudo resultou em diferenças significativas entre as coletas pré e pós-intervenção para o estado de ansiedade (<0,00), pressão arterial (sistólica, 0,00; diastólica, <0,00) e frequência respiratória (0,04). Portanto, a prece demonstrou ser estratégia eficiente na redução da ansiedade do paciente em tratamento de quimioterapia. A prece é uma prática simples, sem custos, que pode ser utilizada pelo enfermeiro durante a aplicação do cuidado holístico uma vez que não acarreta mudança na rotina do serviço hospitalar e proporciona benefícios para o paciente.