Moral, Ética e Deontologia

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Instituto Superior Técnico
Universidade Técnica de Lisboa
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura
Unidade Curricular
Competências Transversais - I
REVISÕES
Carlos Rouco
Revisões
1. A liderança como arte e ciência.
2. Evolução do conhecimento da liderança
através das diferentes teorias e modelos.
3. Estilos de liderança.
4. Estilos de liderança quanto à tomada de
decisão.
Carlos Rouco
Ética, Moral e Deontologia
Agenda
Ética e Moral
Caracterização da Ética Ocidental
Ética nas organizações –
deontologia profissional
Liderança pela ética
Carlos Rouco
Objectivos/ Competências
1. Definir a ética e a moral
2. Compreender e explicar os valores éticos na
tomada de decisão
3. Explicar a importância dos códigos
deontológicos e os seus valores.
4. Caracterizar a liderança pela ética
Carlos Rouco
Ética
A Ética é a ciência relativa aos costumes,
ciência da virtude,
ciência do bem, ciência da felicidade.
Finalidade a vida humana e os meios para a alcançar.
Objectivo o juízo de apreciação no intuito de distinguir o bem e o
mal.
Carlos Rouco
Ética – Assume como seu objectivo elaborar uma reflexão
sobre os problemas e princípios fundamentais da moral.
- Reflexão crítica: questiona as origens,
liberdades,valores, finalidades, objectivos de acção
e relações com os outros .
Carlos Rouco
Moral – A moral procura com que os indivíduos se
harmonizem voluntariamente, ou seja, de modo consciente e
livre, os “eu” interesse colectivos de determinados grupo
social ou da sociedade inteira. A moral tem uma dimensão
mais prática, liga-se ao agir quotidiano e às exigências
imediatas.
- Pragmatização das respostas
decorrentes da reflexão.
Carlos Rouco
ÉTICA
MORAL
Sublinha o desejável
Impositiva: obriga à prática do
bem, normas e interdições
Visão de uma vida de acções boas
Exigência de universalidade e
simultânea/ de coacção e restrição da liberdade
Escrutina os valores e investiga
os fundamentos das acções do
homem
Enuncia leis e conselhos
Paul Ricœur (Politique 1)
F. Quéré (L’Éthique et la Vie)
Carlos Rouco
“...reservo a palavra ética para a visão de uma vida
cumprida sob a égide das acções consideradas boas e a de
moral para a vertente obrigatória marcada pelas normas,
obrigações, interdições caracterizada, por um lado, pela
exigência de universalidade e por outro, pelo efeito de coacção.“
Paul Ricœur
Éthique et moral
Lectures 1
Carlos Rouco
Tipos de teorias de éticas
• Ética da Virtude
•
Ética do Dever/Kantismo
•
Utilitarismo
•
Principialismo
•
Ética da Responsabilidade
•
Ética do Cuidado
•
Ética Casuística
•
Ética Contratualista
Carlos Rouco
• ÉTICA DO CUIDADO
– Carol Gilligan: contrapõe o valor do cuidado (feminino) ao da
justiça (masculino).
• ÉTICA DA RESPONSABILIDADE
– Hans Jonas: “Devemos avançar de uma ciência eticamente
livre para uma ciência eticamente responsável: de uma
tecnocracia que domina o homem para uma tecnologia que
esteja ao serviço da humanidade do próprio homem”.
Carlos Rouco
• ÉTICA CASUÍSTICA
– Albert Jonsen e Stephen Toulmin: análise caso a caso
• ÉTICA CONTRATUALISTA
– Robert Veach: contrato médico-doente, médico-sociedade,
princípios orientadores da relação médico-doente
(beneficência, revelação-verdade, preservação da vida)
Carlos Rouco
Sócrates
(469 a.c. - 399 a.c.)
Carlos Rouco
Duas teses principais
E A possibilidade da virtude ser ensinada
E Relação entre as várias designações da aretê e a tese
socrática.
Através de cuidados humanos, podem tornar os homens bons, já,
tornar os maus em bons é uma tarefa desafiante.
Carlos Rouco
Platão
(427 a.c. - 347 a.c.)
Carlos Rouco
Conhecimento e realidade
Formas de Conhecimento
Tipos de Realidade
Razão
Saber, Ciência
Mundo Inteligível
Sentidos
Opinião, Crença
Mundo Sensível
Platão, segue o método socrático com duas distinções: A
confissão da ignorância e um argumento (com perguntas
e respostas) que se aproxima da verdade.
Carlos Rouco
Aristóteles
(384 a.c. - 322 a.c.)
Alexandre e Aristóteles
Carlos Rouco
O ensino da coragem, como de outras virtudes
morais, exige a prática continuada.
A ética é eudemonista, a moralidade consiste na procura da
felicidade, tida como bem supremo.
A felicidade associa-se ao Bem, à Virtude e à Alma e não ao
corpo ou bens exteriores.
Carlos Rouco
Mas o que é o Bem?
O Bem é agir de acordo com a razão.
A felicidade é acessível a todos os homens?
Mas o que é a educação ética para Aristóteles?
É cultivar nas pessoas traços capazes de viver o bem
e de realizarem vidas felizes.
O que distingue a educação moral em Aristóteles e Platão?
Aristóteles enfatiza o carácter e a conduta e Platão o
intelecto e o raciocínio.
Carlos Rouco
Virtudes morais
Aristóteles destaca a:
• Coragem justo equilíbrio entre o medo e a temeridade.
• Temperança justo equilíbrio entre o desregramento e a insensibilidade.
• Mansidão justo equilíbrio entre a prodigalidade e a avareza.
Carlos Rouco
Virtudes morais
Aristóteles destaca a:
• Magnificiência justo equilíbrio entre a falta de gosto e a mesquinhez.
• Magnanimidade justo equilíbrio entre a vaidade e a humildade.
• Afabilidade justo equilíbrio entre a obsequiosidade e o espírito conflituoso.
• Reserva justo equilíbrio entre a timidez e o descaramento.
Carlos Rouco
Quem deve fazer a Educação Ética?
pais para com os filhos?
Estado para com os cidadãos?
Mas o que é uma pessoa decente ou vil?
Educar o carácter de uma pessoa é subordiná-lo a preferir as
virtudes e a recusar tudo o que é vil.
Carlos Rouco
Jesus de Nazaré
Carlos Rouco
A ética de Jesus de Nazaré e de Paulo de Tarsus
Identifica-se com as suas vidas.
As ideias de subalternização da
lei face à fé
constituem um aspecto central
na ética de Paulo.
Como surgiu a ética de
Jesus e de Paulo?
A sua base é a fé
Só após a ressurreição é possível aceder ao
conhecimento perfeito.
Carlos Rouco
Qual é a grande novidade na ética de Jesus e
Paulo?
É a sua mensagem de
fraternidade e de igualdade
Carlos Rouco
Agostinho de Hipona
(354-430)
Carlos Rouco
A procura da felicidade depende?
A vida ética, iluminada por Deus e fertilizada pelo amor e
sentimentos.
A fé mais do que a razão,
é a essência da vida ética, o amor a base da ética.
Carlos Rouco
Tomás de Aquino
(1225-1274)
Carlos Rouco
A coragem
A prudência
As virtudes comuns
A justiça
A temperança
Tomás acrescenta as virtudes teologais da caridade, da fé e da esperança
Carlos Rouco
O que é então ser humilde?
Para compreendermos a ética de Aquino
Bens Interiores
=
Bens Exteriores
Carlos Rouco
D. António Ferreira Gomes
(1970-82)
Carlos Rouco
Das violências mais subtis,
lembrando apenas três
Quanto ao matematismo questiona
se soma de quebrados poderá dar um inteiro?
Ao esteticismo, não há dúvida
que serve de inspiração ás mais célebres obras de artes
Quanto ao militarismo admite que enquanto houver guerra haverá militares, mas
uma coisa é o militar, outra coisa a militarite.
Carlos Rouco
Visão integral da ética
Cumprimento
Tem relação com a norma
Excelência Humana
Com as virtudes
Integridade
Com os valores
Carlos Rouco
ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES
Carlos Rouco
O que dizer com ética nas organizações?
É fazer o que é correcto, justo, honesto e legal
Carlos Rouco
Alguns pensamentos
Não é quem está certo, mas o que é certo e
importante
Ética não é algo para “certos” dias. É algo para
todos os dias e reflecte-se em tudo o que se faz
Carlos Rouco
Tomar decisões éticas
Fortalece a segurança e satisfação no trabalho
Mantém abertas as suas opções de progressão
na carreira
Ajuda a construir equipas mais sólidas
Consolida a sua credibilidade – as pessoas
confiam em si e umas nas outras
Mantém os canais de comunicação abertos
Reduz significativamente o stress
Carlos Rouco
Determinar o que é correcto
Deixar que a lei seja o padrão de conduta:
- Conhecer as leis gerais
- Conhecer a legislação profissional específica.
- Conhecer a intenção que estão por detrás das palavras.
- Estabelecer normas, procedimentos e padrões de actuação.
- Partilhar valores de responsabilidade, integridade, respeito,
justiça e honestidade.
- Ouvir a nossa consciência.
Carlos Rouco
Determinar o que é correcto
Deixar que a lei seja o padrão de conduta:
- Cumprir as promessas e compromissos.
- Tomar condutas exemplares.
Carlos Rouco
Pilares fundamentais
1. Respeito
2. Responsabilidade
3. Desempenho
Carlos Rouco
Responsabilidades do líder
F A maior responsabilidade de um líder é modelar
o comportamento que ele espera dos outros
F Por isso, o líder, dá o exemplo aos seus
seguidores
F Os seguidores observam o líder de forma
constante, aprendem as suas atitude para
definirem o que podem fazer
Carlos Rouco
Triângulo dos deveres e dilemas
Código Deontológico
Defesa da segurança;
saúde e bem-estar do público
Interesses pessoais e familiares
Lealdade ao empregador;
dever de confidencialidade
REGO, Arménio e BRAGA, Jorge (2005). Ética para Engenheiros:
Desafiando a síndrome do vaivém challenger
Carlos Rouco
Código Deontológico
F Defesa da segurança, saúde e bem-estar do público
O engenheiro deve defender o ambiente e os recursos naturais.
O engenheiro deve garantir a segurança do pessoal
executante, dos utentes e do público em geral.
O engenheiro deve opor-se à utilização fraudulenta, ou contrária ao
bem comum, do seu trabalho.
O engenheiro deve contribuir para a realização dos objectivos
económico-sociais das organizações em que se integre, promovendo o
aumento da produtividade, a melhoria da qualidade dos produtos e das
condições de trabalho com o justo tratamento das pessoas.
Carlos Rouco
Código Deontológico
F Lealdade ao empregador e dever de confidencialidade
O engenheiro não deve divulgar nem utilizar segredos profissionais
ou informações, em especial as científicas a técnicas obtidas
confidencialmente no exercício das suas funções, salvo se, em
consciência, considerar poderem estar em sério risco exigências do
bem comum.
O engenheiro deve avaliar com objectividade o trabalho dos
seus colaboradores, contribuindo para a sua valorização e
promoção profissionais.
O engenheiro deve prestar aos colegas, desde
que solicitada, toda a colaboração possível.
Carlos Rouco
Código Deontológico
F Interesses pessoais e familiares
O engenheiro, na sua actividade associativa profissional,
deve pugnar pelo prestígio da profissão e impor-se pelo valor
da sua colaboração e por uma conduta irrepreensível,
usando sempre de boa fé, lealdade e isenção, quer actuando
individualmente, quer colectivamente.
O engenheiro não deve aceitar trabalhos ou exercer funções que
ultrapassem a sua competência ou exijam mais tempo do que
aquele de que disponha.
Carlos Rouco
Ética Organizacional
Deontologia Militar
Quadro de padrões, expresso em normas, princípios, orientação de
procedimentos ou regras de comportamento, definindo o que é
apropriado ou inapropriado
O militar, antes de ser profissional das armas, é um homem e um
cidadão. Os valores da profissão militar, como profissão ao serviço
de um Estado democrático, têm que ser consistentes com os
valores morais, espirituais e sociais que definem o carácter
fundamental da nação, tais como a verdade, a justiça, a
honestidade, a dignidade humana, a imparcialidade, a igualdade e a
responsabilidade pessoal.
Carlos Rouco
Valores
Deontologia Militar
? Lealdade
? Dever
?Integridade
?Dedicação ao serviço
Carlos Rouco
A liderança militar e o clima ético
Deontologia Militar
“o militar deve, em todas as situações, pautar o seu
procedimentos pelos princípios éticos e pelos ditames da
virtude e da honra”
Estatuto dos Militares das Forças Armadas
Carlos Rouco
Responsabilidade ética do líder
Deontologia Militar
A responsabilidade ética do líder reside na sua influência,
nomeadamente na persuasão, sobre o comportamento moral
dos seus subordinados
O desenvolvimento e a manutenção de
padrões éticos constitui a chave da
liderança militar, pelas responsabilidades
éticas de extrema gravidade susceptíveis de
implicar o sacrifício da vida.
Na influência interpessoal, um importante aspecto da
comunicação persuasiva é a credibilidade do comunicador, o
que requer do líder uma reconhecida integridade pessoal e
que as suas palavras e acções sejam congruentes.
Carlos Rouco
Elevado nível de responsabilização pessoal
F Os líderes éticos assumem responsabilidade pessoal por
todos os seus actos e acções e considerem -se a si próprios
responsáveis por demonstrar,diariamente, um
comportamento ético inequívoco.
F Não toleram violações aos valores porque sabem que
“basta uma maçã podre para estragar todo o cabaz”
Carlos Rouco
Tomadas de decisão éticas
- Os líderes que “fazem o que dizem” usam os valores e
princípios da organização no processo de tomada de
decisão, quer a decisão seja elevada e estratégica, ou
pequena e aparentemente insignificante.
- Percebem que a ética está em tudo o que fazem e que tudo
o que fazem é importante.
- Usam os valores em que acreditam para tomar decisões e
constroem uma rede de segurança para a organização para
poder prevenir aspectos que possam não correr pelo
melhor.
Carlos Rouco
Estabelecer políticas e práticas sincronizadas
- Criam normas e padrões que suportam os valores e a ética
da organização, a todos os níveis.
- Caso haja um dilema ético, aproveitam a ocasião para
examinar e resolver o assunto rapidamente e sem medo de
represálias.
- Ao fazerem o que dizem os seus valores e filosofia estão
na base das suas políticas e práticas.
- A implementação destes conceitos traduz-se em
resultados e percepções. Por outras palavras, “o que
dizem” torna-se “no que fazem” e resulta “no que obtêm”.
Carlos Rouco
Reconhecer e recompensar os comportamentos éticos
F Reconhecem e premeiam comportamentos e práticas
baseadas em valores. E arranjam tempo para comemorar
estes sucessos.
F Comunicam a sua expectativa positiva e encorajam a
iniciativa, reforçando o melhor que há em cada um.
Carlos Rouco
Reconhecer e recompensar os comportamentos éticos
F Exigem de cada indivíduo o compromisso para com a
actuação ética, construindo assim uma cultura interna
assente na integridade, o que lhes permite atrair e conservar
excelentes seguidores e contribuir para um sucesso
duradouro na organização.
F Mas o mais importante mesmo é que agem correctamente.
Isto é, fazem como dizem.
Carlos Rouco
Reflexões finais ...
As escolhas de natureza ética são feitas pelos
indivíduos, diariamente, através das suas acções e dos
seus comportamentos.
M. Euel Wade, Jr
... O comportamento ético requer coragem ...
Carlos Rouco
Reflexões finais ...
Não vale a pena ser honesto. As pessoas honestas não
vão a lado nenhum.
As pessoas que singram na carreira profissional não são
as que revelam preocupações éticas
REGO, Arménio e BRAGA, Jorge (2005). Ética para Engenheiros:
Desafiando a síndrome do vaivém challenger
Carlos Rouco
Carlos Rouco
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