Biotecnologia de Bactérias Fixadoras de Nitrogênio Profa Fabiana G. da S. Pinto CICLO DO NITROGÊNIO Fabiana G. S. Pinto Ciclo do Nitrogênio: Fonte: atmosfera (79% de N). O nitrogênio é importante porque faz parte das proteínas e ácidos nucleicos. Fixação (Rhizobium sp.): fixam o N transformando-o em NH4+ (amônia). Os decompositores transformam matéria orgânica em NH4+. Nitrificação (bactérias nitrificantes): transformação da amônia em nitrito (pelas bactérias Nitrosomona sp.) e posteriormente em nitrato (pelas bactérias Nitrobacter sp.). Incorporação do nitrato pelas plantas. A predação “leva” o nitrogênio através da cadeia alimentar. Com a formação de compostos nitrogenados pelos animais (amônia, ácido úrico e úreia) o nitrogênio volta para o ambiente. Desnitrificação: reotrno do nitrogênio para a atmosfera através das bactérias desnitrificantes (Pseudomonas sp.). Elas transformam nitrato e amônia em N. Fabiana G. S. Pinto IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA Ciclo do nitrogênio: fixação N2 @ captação do nitrogênio atmosférico e incorporação à cadeia alimentar @ absorvem o N2 e transformam-no em nitrato (NO3−) e amônia (NH3) @ formas utilizadas pelas plantas: bactérias do gênero Rhizobium: (Fixação Simbiótica) associação mutualística com raízes de plantas leguminosas. bactérias do solo @ gênero Azotobacter. (Fixação não simbiótica) Fabiana G. S. Pinto Ciclo do nitrogênio: Desnitrificação @ transformação de matéria nitrogenada em N2 @ bactérias desnitrificantes: utilizam nitrato como aceptor final de elétrons na respiração anaeróbia @ liberação de N2 para a atmosfera. - Agricultura é processo indesejável → empobrece o solo - ↑ Desnitrificação: ↑ quantidade material orgânico, ↑ T (25 -60ºC), pH neutro a alcalino. Ex.: Agrobacterium, Alcaligenes, Bacillus, Thiobacilus e Pseudomonas Glicose + NO3− (nitrato) Î CO2 + H2O + N2 + energia Amonificação @ transformação do nitrogênio presente na forma orgânica no corpo de organismos mortos em amônia (NH3) por bactérias decompositoras: retorno do nitrogênio para o meio @ disponível para bactéria e plantas. Conversão nitrato a amônia: bactérias fazem redução assimilativa de nitrato - Objetivo: amônia para biossíntese aas Fabiana G. S. Pinto Ciclo do nitrogênio: nitrificação @ transformação da amônia a nitrato @ bactérias nitrificantes @ energia liberada usada na síntese de compostos orgânicos a partir de CO2 e H2O (quimiossíntese): bactérias amônia-oxidantes:oxidam a amônia a nitrito @ Nitrosomonas e Nitrosococcus; bactérias nitrito – oxidantes: oxidam nitrito a nitrato @ Nitrobacter e Nitrococcus, Nitrospina nitrato liberado no meio @ diretamente utilizado pelas plantas: convertido para a forma orgânica @ aminoácidos e nucleotídeos. Fabiana G. S. Pinto CICLO DO NITROGÊNIO Fabiana G. S. Pinto Fixação Biológica do Nitrogênio em Sistemas Agrícolas Fabiana G. S. Pinto • Estima-se que, nas últimas cinco décadas, cerca de 2 dos 8,7 bilhões de hectares de terras agricultáveis, pastagens permanentes e florestas do mundo tenham sido degradadas; • A degradação química, física e biológica do solo é relevante para a sustentabilidade agrícola, particularmente nas regiões tropicais; • A degradação química, com a perda da fertilidade do solo, pode ser acentuada pelo custo elevado dos fertilizantes, em especial fontes de N, grande parte deles importados. Nesse contexto, a FBN é um processo “chave” para a sustentabilidade dos agroecossistemas Fabiana G. S. Pinto O que nos aguarda? 1960 2000 20302040 1,8 3,5 5,5 3 6 8-10 Área cultivada (ha x 109) 1,3 1,5 1,8 Uso de fertilizante nitrogenado (Tg/1012g) 10 88 120 9 40 55-60 Produção de alimentos (Mt x 109) População (bilhões) Uso de fertilizante fosfatado Tg/1012g) Fabiana G. S. Pinto Fixação biológica do N2 N N N2 NH3 NH4+ Nitrogenase Nódulos Leghemoglobina Cultura % N da fixação N total fixado Soja 0-95 0-450 Feijão 0-70 0-165 Amendoim campo Grão-de-bico 22-92 32-206 0-82 0-141 Lentilha 28-87 5-191 Ervilha 5-95 4-244 Unkovich & Pate, Field Crops Res., 2000. Fabiana G. S. Pinto 5.600 kg/ha 2.750 kg/ha C fóssil C biológico Atmosfera - CO2 CO2 Energia de fontes fósseis CO2 Energia de fontes biológicas C CO2 Biomassa da planta e dos microrganismos 1 ton amônia = 6 barris de petróleo Não-renovável Fabiana G. S. Pinto Renovável Soja (Glycine max) 46% da área cultivada no país; 16% da economia. Feijoeiro (Phaseolus vulgaris) 1/3 das proteínas consumidas pela população. Fabiana G. S. Pinto Histórico da soja na América do Sul • Cultura exótica introduzida no final do século XIX na Argentina (1880) e no Brasil (1882); • Solos isentos de bactérias capazes de nodular a soja de modo efetivo; • Inoculantes foram trazidos de outros países durante a expansão da cultura (1950s, 1960s); • Programa de seleção de estirpes iniciou concomitantemente. Inoculada Não inoculada Fabiana G. S. Pinto Ano Brasil Hoje Estirpes (SEMIA) 1956 500 504 505 512 513 516 517 519 521 1957 504 505 509 512 513 516 519 521 525 1958 504 505 509 512 515 517 519 534 535 1961 519 521 526 531 534 535 1962 504 510 513 519 527 531 1964 504 513 527 531 1965 504 513 519 532 1966 532 543 566 1968-1975 543 566 587 1976 527 532 566 1977 527 566 586 1978 527 532 566 1979-1991 587 5019 1992-........ 587 5019 5079 5080 + 90% das áreas cultivadas População estabelecida com ≥ 103 células de Bradyrhizobium/g solo Fabiana G. S. Pinto Reinoculação Ponta Grossa, 97/98, 98/99 S/Reinoc. C/Reinoc. 4000 Médias de 8 combinações de estirpes 3500 3000 Rendimento (kg/ha) + 498 kg/ha + 15,2% rendimento + 81% massa nódulos Campo & Hungria, Simpósio sobre Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas no Sistema Plantio Direto, 2000. Fabiana G. S. Pinto Reinoculação NI IP NI+ 200 kg N 3100 3050 3000 2950 + 8% 2900 (P<0.05) 2800 • 29 ensaios conduzidos em solos com 103 a 106 células/g solo, em oito estados, de 1992/93 a 2001/02. • Rendimentos >2.400 kg/ha, rendimento máximo de 4.700 kg/ha, incrementos de até 1.950 kg/ha. 2850 2750 b a b 2700 Rendimento (kg/ha) Fabiana G. S. Pinto Hungria et al., Nitrogen Nutrition and Sustainable Plant Productivity, 2005. Reinoculação na Argentina • 74 ensaios; • Tratamento não inoculado ~ 2.950 kg/ha; • Rendimento máximo: 6.070 kg/ha; • Incremento médio pela reinoculação de 14%, com rendimento médio de 3.250 kg/ha. Fabiana G. S. Pinto Hungria et al., Nitrogen Nutrition and Sustainable Plant Productivity, 2005. • Na China, rendimentos máximos não são conseguidos exclusivamente com a FBN (Gan et al., Nutr. Cycl. Agroecosyst., 2003). • Maiores rendimentos com 50 kg N/ha em V4, V6 ou R1 (Gan et al., Field Crops Res., 2002, Nutr. Cycl. Agroecosyst., 2003). • Rendimentos inferiores aos do Brasil e Argentina. No Brasil, a recomendação de apenas 30 kg de N/ha implicaria em um custo de US$ 13,3/ha para o agricultor, e de US$ 280 milhões/safra para o país Fabiana G. S. Pinto A 14 NI NI+200N SI SI+30N SOW N-NH3 kg ha-1 12 10 Volatilização da NH3 SI+50N R2 SI+50N R4 8 6 4 2 0 0 20 40 60 80 100 120 Time (DAS) 15 a 25% de perdas por volatilização 60 B N-NH3 kg ha-1 50 40 30 20 10 0 0 20 40 60 80 100 Time (DAS) Hungria et al., Can. J. Plant Sci., 2005. Fabiana G. S. Pinto 120 Perda de Nfertilizantes por volatilização: Argentina Uréia - 35,7%. Uréia - amônio nitrato - 9,5%. Nitrato de amôniocalcáreo - 1,1%. Potencial de aquecimento global CO2 CH4 N20 1 23 296 Fontanetto et al., INTA, 2002. Fabiana G. S. Pinto Brasil e Argentina – Governo respostas à inoculação Rede mesmo em solos comde 1 ensaios milhão de células/g solo Governo + Privado Vários ensaios, anos, repetições EUA – Populações tão Vários ensaios ???????? baixas quanto 10 a 100 células/g de solo podem Procedimentos de inoculação limitar a resposta à cuidadosos? inoculação (Dunigan et al., 1984; Singleton and Tavares, 1986; Thies et al., 1991; Nazih and Weaver, 1994) Fabiana G. S. Pinto Seleção de estirpes para maior eficiência de FBN e competitividade SEMIA 5079 (=CPAC 15) SEMIA 566 (1992) Novas estirpes (1966) variantes Sorogrupo 566 (USDA 123) 100 80 60 40 20 0 Hungria & Vargas, Field Crops Res., 2000 mg N/pl 1 2 3 4 5 Fabiana G. S. Pinto 6 7 8 9 Desempenho das estirpes variantes. Médias de quatro ensaios conduzidos no Paraná. Tratamento Nodulação (mg/pl) Ocupação (%) antes dos nódulos depois Rendimento (kg/ha) NI 80 b - - 2.322 c NI + N 17 c - - 3.548 a SEMIA 566 132 a 28 52* 2.927 b Variante 146 a 28 70* 3.559 a CB 1809 98 b 8 18 2.926 b Variante 145 a 8 42* 3.580 a Hungria & Vargas, Field Crops Res., 2000 Fabiana G. S. Pinto GL 1 encontrados seis marcadores GL 2 Já foram moleculares GL Satt416 relacionados à nodulação e um Satt233 marcador relacionado à 12,0 Satt187 produção deSatt304 biomassa nas populações F2:3 de BRS 133 (baixa) 21,5 x Embrapa 20 (média) e F2:7 de Bossier (alta) 34,1 X Embrapa Satt066 20 (média) (Nicolás et al., 2005; Santos et al., 2005) GL 5 (Satt126)* GL 4 12,7 8,7 Satt251 Satt539 Satt558 Satt216 (Sat_099) (Satt373) Satt232 Satt551 GL 9 21,8 Satt306 GL 10 Satt523 29,0 GL 8 23,4 Satt192 40,4 Satt197 Satt242 Sct_001 GL 6 Satt509 19,3 GL 7 Satt296 3 GL 11 Sct_189 Sat_123 25,8 Satt332 Os marcadores podem ser utilizados em programas de 21,8 Satt440 melhoramento visando o incremento na contribuição da FBN em soja Fabiana G. S. Pinto 3) Transferência lateral de genes simbióticos 11 87 96 (A) 5 44 67 73 Jaccard (Opt:0.50%) (Tol 2.0%-2.0%) (H>0.0% S>0.0%) [0.0%-100.0%] RPO1 1 00 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 RPO1 45 BOX 40 10 0 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 Box 35 Box 30 Jaccard (Opt:0.50%) (Tol 2.0%-2.0%) (H>0.0% S>0.0%) [0.0%-100.0%] 25 1) Dispersão de estirpes 20 Ecologia de Rizóbios: Importante para predizer respostas à inoculação RPO 1 47 95 31 79 45 68 21 89 84 23 94 13 19 6 39 16 15 57 59 61 93 14 22 1 12 10 27 91 RN PI 81 83 PB AC 17 PE RO TO 29 53 9 AL SE MT 7 18 20 BA 80 72 3 5019 98 GO 97 4 25 35 MG MS 26 85 ES 90 28 SP 79 95 RJ 64 88 PR 70 24 32 30 SC 38 42 RS 43 2) Variabilidade morfológica, fisiológica, genética e simbiótica pela adaptação ao solo 28 15 63 39 5079 16 53 55 21 41 68 84 100 94 49 89 96 6 13 19 87 86 99 44 66 45 52 73 50 77 17 587 4 9 64 65 67 88 43 74 98 46 27 26 25 14 70 83 18 40 51 57 72 3 22 24 29 36 81 82 91 90 80 59 36 97 586 30 49 93 55 7 56 20 62 35 65 32 82 38 74 60 40 1 51 5 31 58 78 85 Nishi et al. Symbiosis, 1996. Hungria et al. Plant Soil 1996, Biol. Fertil. Soils, 1998. Boddey & Hungria. Biol. Fertil. Soils, 1997. Santos et al. FEMS 1999. Ferreira & Hungria. Field Crops Res., 2002. Galli-Terasawa et al. World J. Microbiol. Biotechnol., 2003. Fabiana G. S. Pinto 42 12 50 CE 61 46 52 MA 62 587 41 PA 586 99 100 AM 11 86 77 AP 5019 66 63 RR 56 Entender a ecologia dos rizóbios é importante para delinear novas estratégias de substituição de estirpes estabelecidas e competitivas por estirpes mais eficientes 100 Importância da reinoculação 80 Anos Ocupação dos nódulos (%) 60 2 3 4 6 40 20 0 29w 587 CPAC 15 CPAC 7 Sorogrupos Mendes et al., Biol. Fertil. Soils, 2004. Fabiana G. S. Pinto Feijoeiro • Origem: Mesoamerica, Andes, centro secundário no noroeste da Argentina; • Área cultivada no Brasil: 2003/04 – 4,223,000 ha; • Rendimento médio nacional – 826 kg/ha; • Em geral cultivado por agricultores pobres e com baixo nível tecnológico Fabiana G. S. Pinto Microssimbiontes do feijoeiro • 5 espécies Rhizobium: - R. leguminosarum bv. phaseoli (Jordan, 1984) - R. tropici (Martínez-Romero et al., 1991) - R. etli bv. phaseoli (Segovia et al., 1993) - R. gallicum (Amarger et al., 1997) - R. giardinii (Amarger et al., 1997) • Brasil: • R. etli, R. leguminosarum: altas porcentagens diluições solos • R. tropici: predomina plantas isca cultivares feijão mesoamericano R. tropici Elevada competitividade Estabilidade genética Tolerância à acidez e altas temperaturas Fabiana G. S. Pinto Paraná • Conhecimento sobre diversidade rizóbios é pequeno • Poucos estudos • Seleção estirpes rizóbios para o feijão (1994) grande variabilidade fenotípica e genotípica - R. tropici PRF 81: suplementar N2 906 Kg. ha -1 - Recomendação para uso em inoculantes comerciais 1998 • Desenvolver estudos genéticos com estirpes brasileiras Fabiana G. S. Pinto Seleção de estirpes para os trópicos Tolerância a 1. Estabilidade genética 2. Temperaturas elevadas R. tropici 3. Acidez Competitiva Alta eficiência de FBN Fabiana G. S. Pinto 4000 3000 Rendimento (kg/ha) a a a ab ab c c a PRF 81 CIAT 899 C - N C + N 2000 1000 0 Ponta FabianaGrossa G. S. Pinto Londrina Hungria et al. (2000) Tratamento de sementes Em + 93% das áreas semeadas com soja as sementes são tratadas com fungicidas (Henning, Patologia e Tratamento de Sementes: Noções Gerais, 2004). 1 Semeadura o mais rápido possível 2 Concentração elevada de células/semente 3 Mas o desejável seria… compatibilidade Fabiana G. S. Pinto Inoculação no sulco Pelo menos seis vezes a dose recomendada 4400 300 4300 280 PC 4200 PD PC 260 4100 PD 240 4000 Rendimento (kg/ha) 220 NDff (kg N/ha) 100 80 60 19 milhões sob PD PC 40 PD 20 0 NDff (%) Londrina, PR Plantio Direto Fabiana G. S. Pinto Plantio Convencional 84% dos 3,1 milhões de ha de áreas novas são cultivadas com soja /www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2005/mai/18/210.htm Fabiana G. S. Pinto Primeira companhia de inoculante (EUA): 1898 Beijerinck (1888) isolou bactérias dos nódulos: Bacillus radicicola Argentina Brasil 30 25 20 15 10 2003/ 2004 2002/ 2003 2001/ 2002 2000/ 2001 1999/ 2000 98/ 99 97/ 98 95/ 96 93/ 94 90/ 91 85/ 86 80/ 81 75/ 76 0 70/ 71 5 No Brasil, 26.096.949 milhões de doses de inoculantes comercializadas em 2003/04 Fabiana G. S. Pinto Em Londrina, rendimento de 5.980 kg/ha e Ndf 300 kg N/ha Estimativas no Brasil de Ndf – 72-94% (50% EUA) zEconomia nacional estimada pela FBN z(21 milhões ha, 2.737 kg/ha) ~US$ 3 bilhões/ano Fabiana G. S. Pinto Origem da Diazotrofia • Idade da Anaerobiose (Era Arqueana) - Primeiras formas de vida: 3700nifH m.a. nifD e nifK - Aparição sistemas informativos primitivos e processos metabólicos - Rotas fixação de N2 • Diazotrofia - Procariotos - Complexo enzimático : Nitrogenase 8H+ + 8e-O+216ATP → 2NH3 + 16ADP + 16 PO4- + H2 - NitrogenaseNé2 +inativada - Reduz N2, acetileno, azidas e cianetos - Função ancestral: Detoxificação de derivados do HCN • A FBN em simbiose com plantas deve ter se originado depois diazotrofia e conviveram na rizosfera da planta como epífitos e endófitos (400m.a) Fabiana G. S. Pinto Biodiversidade dos Diazótrofos • Distribuídos em grupos com diferentes metabolismos e estilos de vida - Aeróbios, anaeróbios, autótrofos, heterótrofos, metanotrófos - Vida livre ou em simbiose • FBN Bacteria 6 Filos - Bactérias verdes sulfurosas - Cianobactérias - Gram positivas de baixo e alto conteúdo de GC - Spirochaetes - Firmicutes - Proteobacteria Rizóbios • • FBN Testes bioquímicos Presença operon nifHDK nitrogenase FBN surgiu apenas uma vez na evolução Fabiana G. S. Pinto Discrepância genes nifD e nifK de Methanobaterium e Bradyrhizobium japonicum evento de duplicação antes da divergência das linhagens de Bacteria e Arquea Ampla distribuição da diazotrofia é explicada por 2 teorias: • 1ª - Todas as bactérias possuíam a capacidade de FBN e foram perdendo essa característica depois das mudanças da atmosfera anoxígena para oxígena; 2ª - Transferência horizontal genes FBN entre linhagens, que integraram ao genoma conferindo vantagem adaptativa Ex: Chlorobium tepidum (Bactéria verde sulfurosa) e Methanobacterium thermoautotrophicum (Arquea) = ordenação similar operon • FBN em associações simbióticas - Cianobactérias tecidos de plantas - Frankia nódulos com plantas não leguminosas - Rizóbios nódulos leguminosas Fabiana G. S. Pinto Coevolução de Rizóbio-Leguminosa • gene rbcL filogenia molecular leguminosas • A predisposição a formação nódulo surgiu apenas 1 vez em angiosperma (caráter ancestral) que tem sido conservado ou perdido nas linhagens • Família Leguminosae 650 gêneros, 18000 espécies - 3 subfamílias Caesalpinioideae, Mimosoideae e Papilionoideae • Presença ou ausência de espécies nodulantes • Nodulação surgiu várias vezes na filogenia das Leguminosas e se perdeu em algumas linhagens • Houve coevolução rizóbio-leguminosa mutualística Fabiana G. S. Pinto relação simbiose • Rizóbios • Estabelecimento simbiose: Rizóbio-Leguminosa → Simbiose com leguminosas → nódulos Deformação e curvatura do pêlo radicular Quimiotaxia Formação do cordão de infeccção Adesão e troca de sinais Diferenciação em bacteróides Bactérias no nódulo em formação Fabiana G. S. Pinto Divisão céls córtex e formação primórdio nodular Intercâmbio de sinais específicos entre os simbiontes. Phaseolus CH2OH HO HO CH2OH O O HO N R CH2OSO3H O NHAc CH3 O O HO NHAc 2 CH2OH HO OH HO R CH2OH HO HO CH2OH O O HO N R O HO CH3 CH2OSO3H O NHAc O O HO NHAc 2 CH2OSO3H O NHAc CH3 CH2OH O N O HO 2 O NHAc OH Fatores de nodulação O O CH2OH HO CH2OH O N O NHAc O=C CH3 (CH2)9 O CH2OSO3H O O HO HO O HO 2 O NHAc OH P HC HC (CH2)5 CH3 O B Nod D O C A O O Flavonóid es O S U I H P Q J pSym D1 Rhizobium tropici Fabiana G. S. Pinto Q OH • Estrutura Fatores Nod genes nodABC • Modificações atribuem especificidade ou promiscuidade interação com seu hospedeiro • Coevolução rizóbio-leguminosa especialização fatores Nod gerando ampla gama de modificações para se adequar ao hospedeiro • Simbionte específico por Leguminosa - Alta especificidade: Azorhizobium caulinodans (Sesbania rostrata) - Baixa especificidade: Rhizobium NGR234 (232 leguminosas) • Leguminosa específica por Simbionte - Vicia faba: R. leguminosarum bv. viceae (poliinsaturação fator Nod) oligômeros N-acetil-D-glucosamina • Promiscuidade caráter ancestral • Planta prosmícua hierarquia de preferências tipo de modificação do fator Nod Fabiana G. S. Pinto Origem Genes Simbióticos • Genes FBN mais antigo que os genes nod, e ambos coevoluíram com rizóbios, integraram suas funções e agruparam em operons localizados cromossomo ou plasmídeos • Genes de nodulação e Genes de fixação de nitrogênio genes nod, nol e noe • Localização • genes nif e fix Extracromossomal (plasmídeos simbióticos) Cromossomal (ilhas simbióticas) Organização genes em rizóbios - Operons Rhizobium e Sinorhizobium: plasmídeos Bradyrhizobium: cromossomo Mesorhirhizobium: 2 formas Fabiana G. S. Pinto Mobilidade Genética • Evolução de genoma: perda ou aquisição de material genético • Genoma básico Genoma móvel • Plasmídeos ou ilhas simbióticas • Perda ou aquisição de plasmídeos • Exs: Plasm. R. tropici funções essenciais úteis adaptação (genes simbióticos) veículos transferência genética fenótipo simbiótico (Phaseolus) Agrobacterium tumefaciens Sinorhizobium adhaerens Fabiana G. S. Pinto Evolução e Filogenia de Rizóbios • Moléculas conservadas tempo de divergência linhagens em função alterações nas sequencias • Taxa evolução em todas a linhagens é parecida • Estimativa Tempo Divergência de rizóbios α-Proteobacteria 1-) Glutamina sintetase (GSI e GSII): * GSII: Rhizobium e Sinorhizobium (+ recentes); Mesorhizobium e Bradyrhizobium * GSI: Rhizobium- Sinorhizobium- Mesorhizobium (+ recentes); e Bradyrhizobium 2-)Taxa de substituição de aa genes ortólogos • Separação linhagens rizóbios: 553m.a. Bradyrhizobium 203 m.a. Sinorhizobium * Fabiana G. S. Pinto Localização rizóbios • Gene rrs (16S) • Carl Woese (1970) • Filo Proteobacteria • α- Proteobacteria foi estabelecidacomo padrão em estudos de filogenia e taxonomia Archea, Bacteria e Eucarya com 5 Classes αβγδε 7 gêneros (48 sp) - Rhizobium; Sinorhizobium; Mesorhizobium; Bradyrhizobium; Azorhizobium; Methylobacterium e Devosia • β- Proteobacteria 2 gêneros (3 sp) - Burkholderia e Wautersia • 5 rizóbios genoma sequenciado • Árvore filogenética gene 16S dos rizóbios Fabiana G. S. Pinto Gene rrs bom marcador molecular ??? • Bom marcador até Gênero? • É muito conservado e pode não ser informativo para inferir relações filogenéticas • Pode sofrer eventos de recombinação por transferência lateral • Pode haver mais de uma cópia e essas serem diferentes EXCELENTE marcador filogenia de rizóbios Fabiana G. S. Pinto Inferências Filogenéticas com outros genes • Genes cromossomais: • rrl 23S rRNA glnA e glnII glutamina sintetase GSI e GSII atpD subunidade ATP sitetase recA recombinação rpoB subunidade RNA polimerase dnaK processos celulares : montagem das ptn • • • • • • Construções filogenéticas coincidem com 16S rRNA - diferenças nível intragenérico Fabiana G. S. Pinto Incongruências Filogenéticas Genes Simbióticos • Genes simbióticos • • nifH nitrogenase redutase (FBN) nodABC estrutura básica fator Nod nodD regulação • Filogenias genes simbióticos são incongruentes com 16S • Construções filogenéticas genes simbióticos • relações com hospedeiro Nodulação - Relacionada com planta hospedeira e/ou região biogeográfica Exs: nodABC e nodD; nodC e nifH Fabiana G. S. Pinto 6Estudos genômicos com rizóbios 6Sequenciamento plasmídeo Rhizobium NGR 234 (Freiberg et al, 1997) 6Kaneko et al, 2000 Sequenciamento completo Mesorhizobium loti 1 cromossomo (7Mb) pMLa (351 Kb) e pMLb (208 Kb) Ilha simbiótica (611 Kb) 6Galibert et al, 2001 Sequenciamento completo Sinorhizobium meliloti 1021 1 cromossomo (3,7 Kb) pSymA (1,4 Kb) genes FBN e pSymB (1,7 Kb) Fabiana G. S. Pinto Göttfert et al., 2001 Sequenciamento região cromossômica eficiência simbiótica 410 Kb Bradyrhizobium japonicum 6 Kaneko et al., 2002 Sequenciamento completo B. japonicum 1 cromossomo (9Mb) sem plasmídeos (8317 genes) 681 Kb→ilha simbiótica Genes para transposases Young et al., 2006 Sequenciamento R. leguminosarum biovar viceae estirpe 3841 1 cromossomo (5,05Mb) e 6 plasmídeos (7263 genes) González et al., 2006 Sequenciamento R. etli CFN42 1 cromossomo (4,38Mb) e 6 plasmídeos 4287 genes similares a outros rizóbios Fabiana G. S. Pinto Região Comparação entre genomas S. meliloti, M. loti, região cromossomal 410 Kb B. japonicum e plasmideo simbiótico 536Kb Rhizobium sp NGR 234 * 35% genes M. loti diferentes S. meliloti * M. loti ilhas simbióticas que não apresentam equivalente S. meliloti * As informações pSymA e pSymB S. meliloti dispersas em M. lotti * Os genes de FBN de B. japonicum (crom) semelhantes a M. loti Todas estas observações indicam que rizóbios diferem significativamente quanto ao conteúdo e organização gênica, independentemente de suas relações taxonômicas e hábitos simbióticas Fabiana G. S. Pinto Fabiana G. S. Pinto Genes Ortólogos Genes Parálogos Filogenia espécies Filogenia de genes “Genes Homólogos” Fabiana G. S. Pinto