Cultura de Pepino para Conserva

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Olericultura
Cultura de Pepino para Conserva
Cultura de Pepino para
Conserva
Informação Tecnológica
Produto
Outubro - 2002
Data
Preço
Olericultura
Linha
Informações resumidas
Resenha
sobre a cultura
Ildeu de Souza – Eng.
Autor
Agr.
Sinvaldo Gomes da Mata
Colaborador
– Téc. Agrícola
Nome
Olericultura
Cultura de Pepino para Conserva
Menu
Introdução
Clima
Variedades
Escolha de local
Análise de solo e correção da acidez
Preparo e conservação do solo
Rotação de culturas
Quebra-ventos
Método de plantio e sistema de condução das
plantas
Tutoramento
Irrigação
Adubação de cobertura
Controle de plantas daninhas
Controle fitossanitário
Colheita
Classificação e armazenamento
Comercialização
1. INTRODUÇÃO
O pepino é uma hortaliça muito consumida na forma de conserva.
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Trata-se de uma exploração adequada a agricultores familiares, pois
absorve muita mão-de-obra, especialmente na fase de colheita, sendo
sugerido o cultivo de 0,1 a 0,2 hectare por família.
2. CLIMA
É uma planta de clima quente, se desenvolve bem em temperaturas
superiores a 16ºC; não tolera geada; comporta-se melhor em locais
com temperaturas entre 20 e 30oC (mínimo de 20oC à noite e 24ºC
durante o dia) e umidade relativa entre 60 e 65%.
Exige fotoperíodo em torno de 11 horas/dia. Ventos diretos e
constantes são prejudiciais à produção.
.
3. VARIEDADES
São recomendadas as seguintes variedades, que devem ser testadas
em cada região, observando-se as características próprias de cada
uma:
Anuschka
Armada
Blitz
Brine Time
Boston Pickling
Cornichon
Cross Country
Colônia
Eureka
Flurry
Francypack
Galaxy
Igarapé AG 126
Imperial
Indaial
Itapema
Levina
Lucky Strike
Marinda
Mogi das Cruzes
Napoleon
Panorama
Perfecto Verde
Peto Triplemech
Ginga AG 77
Green Spear 14
Guaíra
Pik-hite
Pioneer
Pioneiro
Premier
Prêmio
Primepak
Samba AG 390
Score
SMR 18
SMR 58
Supremo
Toret
Transamérica
Triple Crow
Verde Pequeno
Paris
Winsconsin
Vlaspik
Vlasset.
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.
4. ESCOLHA DE LOCAL
Preferir terrenos profundos, medianamente leves, férteis, ricos em
matéria orgânica e permeáveis. Evitar locais sujeitos a ventos frios e
fortes. Sugerem-se terrenos planos ou ligeiramente inclinados.
.
5. ANÁLISE DO SOLO E CORREÇÃO DA ACIDEZ
Para se fazer uma adubação correta, recomenda-se a coleta de
amostras de solo para análise e, com base nos resultados, adubar e
corrigir a acidez; se necessária a calagem, usar de preferência o
calcário dolomítico. O pepino se desenvolve bem em terrenos com pH
entre 5,5 e 6,8.
6. PREPARO E CONSERVAÇÃO DO SOLO
Em terrenos inclinados e declivosos, há necessidade de se adotarem
práticas de conservação do solo, como plantio em curvas de nível.
Procure a orientação de um técnico.
O preparo da terra consiste em uma aração (30 a 40 cm de
profundidade) e uma gradagem, que deixam a terra bem destorroada e
os restos culturais incorporados para transformação em adubo.
Havendo necessidade de calcário, ele deve ser espalhado a lanço na
área toda; metade da quantidade recomendada distribuída antes da
aração e a outra metade antes da gradagem.
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7. ROTAÇÃO DE CULTURAS
É desejável que a lavoura seja conduzida com alternância de
diferentes culturas, não repetindo o plantio de pepino duas vezes
consecutivas na mesma área, o que propicia o maior benefício à
produção e o menor efeito negativo ao ambiente.
8. QUEBRA-VENTOS
Proteger a cultura com faixas de plantas mais altas, como
quebra-ventos. Para isto podem-se plantar fileiras de milho,
feijão-guandu ou outra, para impedir os ventos fortes.
9. MÉTODO DE PLANTIO E SISTEMA DE CONDUÇÃO DAS
PLANTAS
A semeadura direta no local definitivo é o principal método de plantio
do pepino conserva. Em pequena escala, usa-se também o transplante
de mudas formadas em recipientes (copinhos de papel ou bandeja de
isopor), sob cultivo protegido, para antecipar o início da cultura em
regiões frias e para melhor aproveitamento das sementes híbridas.
Havendo disponibilidade de grande quantidade de esterco de curral,
este deve ser distribuído a lanço e incorporado pela grade em toda a
área de plantio.
9.1. Marcação e sulcamento
Estando o terreno preparado, faz-se a marcação das linhas de plantio
com um sulcador de tração animal, abrindo-se sulcos de 20
centímetros de fundura, onde serão postos os adubos.
9.2. Espaçamento
Usar 1,10 a 1,20 metro entre as fileiras, por 17 a 20 centímetros entre
as covas, de modo a obter uma densidade final de 42.000 covas por
hectare, com uma planta por cova.
9.3. Adubação de plantio
A adubação de plantio deve ser baseada nos resultados da análise do
solo. Os sulcos abertos deverão ser adubados com esterco de curral
curtido, de acordo com a disponibilidade, no mínimo 15 toneladas, e
600 kg do adubo 4-30-16, mais 20 quilos de bórax por hectare ou 75
gramas da mistura por metro de sulco, para as condições do Norte de
Minas, na ausência da análise. Em solo deficiente, acrescentar
também 3 quilos de zinco e 2 a 5 quilos de cobre/hectare. Os adubos e
o esterco deverão ser misturados pelo sulcador.
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Sulfato de zinco? Sulfato de cobre?
9.4. Plantio
Para o plantio, passa-se o sulcador ao lado da linha de adubação,
onde serão colocadas as sementes; semear uma semente peletizada
por cova, a 2 cm de profundidade. A semente deverá ficar 5
centímetros ao lado da linha de adubação e bem coberta com terra.
Caso o terreno seja inclinado, a linha de plantio deverá localizar-se na
parte inferior em relação ao adubo. Gasta-se em média 1,2 a 1,5 kg de
semente por hectare.
10. TUTORAMENTO
A planta do pepino é uma trepadeira, possui hábito de crescimento
com gavinhas que sustentam a planta na posição vertical, com o uso
de tutores; isto possibilita a obtenção de frutos de maior qualidade,
facilita os tratos fitossanitários e a colheita.
O estaqueamento deve ser feito imediatamente após o plantio.
Usam-se, de 10 em 10 metros na linha de plantio, estacas fortes de
2,40 metros de comprimento, dos quais 60 centímetros serão
enterrados no chão, para firmar as extremidades e os pontos
intermediários das linhas, e varas nas partes intermediárias. O
tutoramento das plantas deverá ser na vertical, com um fio de arame
farpado ou liso n.º12 unindo o topo das estacas. As estacas das
extremidades devem ser mais fortes e ficarem bem fincadas e
escoradas, para evitar o tombamento do estaqueamento.
As plantas do pepino serão conduzidas por um fio de plástico esticado,
preso no chão e amarrado ao fio de arame; cada planta terá o seu fio
guia. O amarrio é feito à medida do crescimento das plantas. Para
prender o fio de plástico no chão, pode-se usar uma linha de náilon
paralela ao solo, presa nas estacas ao longo da fileira de plantas ou
fixar o fio em pequenas varas (30 cm) fincadas no terreno.
A condução das plantas no fio de plástico inicia-se uma semana após
o plantio.
11. IRRIGAÇÃO
Poderá ser utilizada irrigação por aspersão, gotejamento ou sulco,
dependendo do terreno, desde que não promova excesso nem falta de
água no solo. Têm sido utilizadas 2 a 3 irrigações semanais, por
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aspersão convencional, com aproximadamente 8 milímetros de água
por dia.
12. ADUBAÇÃO DE COBERTURA
Aos 15 dias após o plantio, fazer adubação de cobertura com sulfato
de amônio ou nitrocálcio, sendo 150 quilos por hectare ou 180 gramas
para 10 metros de linha de plantas, esparramando-a na fileira 20
centímetros ao lado das plantas. Repetir esta adubação aos 30 e 45
dias. Fazer 3 aplicações de calda viçosa ou similar, espaçadas de 15
dias.
13. CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
Manter a cultura no limpo durante todo o ciclo, para evitar a
concorrência de plantas daninhas por água, luz e fertilizantes. Por
ocasião da capina, fazer amontoa, a fim de aumentar a fixação da
planta.
Deve-se ter cuidado com terrenos que tenham recebido herbicidas em
cultivos anteriores, especialmente o simazina e a atrazina, os quais
não devem ser utilizados na plantação de pepino.
14. CONTROLE FITOSSANITÁRIO
Para o controle ou prevenção de pragas e doenças, usar somente
produtos registrados para a cultura, obedecendo-se ao período de
carência, às dosagens e aos cuidados nas aplicações (pH da solução,
horário de aplicação, EPI), para a proteção do operador, do
consumidor e do meio ambiente. Se possível, escolher variedade
resistente à mancha-angular, antracnose, mosaico do pepino TMV,
mancha de clamidosporium, míldio e oídio. Aplicações do
biofertilizante líquido (obtido pela fermentação anaeróbica de esterco)
e da calda viçosa são vantajosas na fase inicial da cultura, este último
principalmente se não tiverem sido aplicados boro e molibdênio na
adubação de plantio; esses dois produtos funcionam como fertilizantes
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e como defensivos.
Procure um técnico para maiores orientações.
Importância dos Insetos
As variedades de pepino cultivadas no Brasil possuem flores
monóicas, quer dizer, quase exclusivamente flores femininas ou flores
masculinas, havendo, portanto, necessidade de polinização cruzada
para que ocorram frutificação e produção; esse trabalho é feito pelas
abelhas e outros insetos. Portanto, se não houver interferência desses
insetos, não haverá produção. As abelhas desempenham papel
essencial para o sucesso da cultura. A criação de abelhas perto da
cultura constitui garantia de maior produtividade.
Recomenda-se executar pulverizações somente com inseticidas não
prejudiciais às abelhas e nos horários em que elas não estejam
trabalhando, de preferência na parte da tarde.
As variedades de pepino importadas, entretanto, são na maioria
ginóicas, ou seja, as plantas só formam flores femininas e frutos
partenocárpicos; elas normalmente são mais produtivas, e os frutos
são mais finos que os com sementes. As sementes de variedades
ginóicas já vêm misturadas com um pouco de sementes de variedade
monóica para garantir a polinização.
15. COLHEITA
Inicia-se por volta dos 28 dias após o plantio, estendendo-se até os 60
a 90 dias. A operação de colheita deverá ser realizada diariamente na
fase de maior produção.
O rendimento da colheita e a qualidade da produção obtida dependem
fundamentalmente da mão-de-obra empregada. As áreas de plantio
deverão estar ajustadas à capacidade de colheita de cada produtor,
pois este é um fator decisivo para o rendimento da cultura. O valor do
fruto é maior para o fruto menor. A resposta da planta à produção,
emitindo novas flores, é maior quando se colhem os frutos com menor
tamanho.
O pepino colhido deverá ser transportado para um local arejado e
sombreado, para a classificação e armazenamento.
16. CLASSIFICAÇÃO E ARMAZENAMENTO
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Logo que os frutos chegarem à recepção, deverão ser separados dos
pedúnculos e dos restos da flor. Em seguida, fazer a classificação, que
os separará em tipos.
O mercado é que determina o tipo do produto desejado, mas, de um
modo geral, adotam-se as seguintes classificações:
Tipo
Diâmetro
Obs.:
I
: 13,5 milímetros de . (aproximadamente
diâmetro
comprimento).
4,0
cm
de
II
: 15,0 milímetros de . (aproximadamente
diâmetro
comprimento).
4,5
cm
de
III
: 17,0 milímetros de . (aproximadamente
diâmetro
comprimento).
5,0
cm
de
IV
: 19,0 milímetros de . (aproximadamente
diâmetro
comprimento).
5,5
cm
de
Todo pepino colhido deve ser classificado e embalado no mesmo dia
ou, no máximo, 24 horas após a colheita. Depois da classificação,
fazer a lavagem em água corrente.
A seguir deverá ser feito o ensacamento, colocando-se primeiramente
um saco de plástico dentro de um tambor de 200 litros. Colocar dentro
do tambor 120 quilos de pepino e 75 litros da calda. Amarrar bem o
saco, para evitar o vazamento de calda do plástico para o tambor,
tampar e armazenar em lugar fresco.
Fazer a identificação do tambor segundo o nome do produto, tipo, data
e nome do produtor.
Composição da calda para 100 litros de solução:
. água potável
. sal refinado;
. metassulfito de potássio;
. acético glacial.
: 82 litros
: 10 kg
: 30 gramas
: 8 litros
17. COMERCIALIZAÇÃO
Freqüentemente o trabalho do produtor vai até a classificação dos
frutos, ficando as outras etapas do beneficiamento para o comprador.
A distribuição do produto beneficiado é feita nos tambores, para os
grandes centros do país.
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Os melhores preços ocorrem no período de junho a setembro, em
conseqüência da menor produção durante a época mais fria do ano.
A produtividade pode alcançar de 20 a 60 toneladas por hectare, no
Norte de Minas.
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