CRM/MG-25684 Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica RITIDOPLASTIA – LIFTING FACIAL (CIRURGIA DE REJUVENESCIMENTO FACIAL FEMININA) Se os olhos são as “janelas para alma”, a face é a “porta de entrada” para beleza. A busca pela beleza eterna e pelo “elixir da juventude”, é alvo de várias civilizações, vários povos. A ciência ainda não conseguiu desvendar este mistério, mas já é capaz de retardar o processo natural de envelhecimento. O ritmo frenético e a competitividade do mundo moderno, impõem padrões em diversas esferas da sociedade, inclusive na manutenção de uma aparência jovem e bela. O aumento na expectativa de vida é um dos fatores mais importantes na busca por uma melhor qualidade de vida, tanto no aspecto físico quanto psíquico. Na face, as manifestações da idade começam ao nascimento e acabam no fim da vida. A busca por procedimentos não cirúrgicos e cirúrgicos começa quando o auto retrato entra em conflito com a imagem real. As alterações ou imperfeições faciais e corporais ocorrem devido a vários fatores: características familiares, efeitos cumulativos da exposição solar, hábitos de vida (alimentares, práticas esportivas, sono, cigarro, etc.), informações genéticas pré estabelecidas, idade e saúde geral. Estas alterações se manifestam em diversos planos: 1) Pele (rugas, queda e flacidez decorrente da perda da elasticidade, perda do turgor, perda do tônus, atrofia dos anexos, etc.), 2) Tecido celular sub cutâneo (modificações no volume e contornos), 3) Músculos (queda, atrofia em algumas regiões e hipertrofia em outras, etc.), 4) Ligamentos Faciais (perda da elasticidade levando a frouxidão), 5) Ósseo (absorção alveolar na boca, crescimento e diminuição em áreas específicas, etc.), 6) Cartilaginoso (crescimento nasal e auricular) e 7) Anexos cutâneos ( Queda e branquamento dos cabelos, atrofia de glândulas sudoríparas, hiperplasia de glândulas sebáceas no nariz, etc.). A cirurgia plástica consegue retardar o processo natural de envelhecimento mas não interrompe o nosso relógio biológico da idade, isto é, seus efeitos não são definitivos. Os métodos não cirúrgicos não são melhores que os métodos cirúrgicos. Devem ser utilizados em conjunto para se alcançar um melhor resultado. A Ritidoplastia ou Lifting Facial Moderno não deixa a sensação de “Pele Esticada”. O fundamento da cirurgia se baseia no reposicionamento das estruturas internas (ao local de origem, como observado na idade jovem) e depois retorno da pele sobre estas estruturas internas modificadas. O excesso de pele se apresenta neste momento, não necessitanto tração excessiva, o que deixa um semblante natural e harmônico. INDICAÇÕES A insatisafação com a aparência da face pode se manifestar de diversas formas. Algumas vezes ocorre apenas o aparecimento de rugas. Outras vezes é a queda da pele sobre os olhos, nas bochechas, ou no pescoço. Geralmente as manifestações cutâneas são as primeiras a aparecer. Surgem linhas de expressão em região frontal, lateral dos olhos e entre as sobrancelhas. A flacidez da pele aprofunda estas linhas formando sulcos e dobras. A perda de volume na metade superior da face se contrapõem ao acúmulo de gordura na região mandibular e pescoço. A queda da “papada” no pescoço surge numa fase mais adiantada, quando as alterações em todos os planos já ocorreram. SIMETRIA E ASSIMETRIA Nosso corpo apresenta duas metades distintas. Um braço é diferente do outro; uma perna é diferente da outra. Assim sendo, a metade direita do rosto é diferente da metade esquerda do rosto. As sobrancelhas, os olhos, as orelhas também são assim. Pequenas assimetrias de forma, posição e altura são observadas em todos os exames detalhados do rosto. A configuração da estrutura óssea facial, o volume muscular e depósitos de gorduras, etc., guardam medidas distintas de um lado para o outro no rosto. A pele (revestimento destas estruturas) denuncia estas alterações. A cirurgia de ritidoplastia não é capaz de corrigir esta assimetria, mas amenizar bastante algumas diferenças. QUANDO OPERAR Estas alterações costumam a aparecer em torno dos 40 anos de idade. No entanto, determinadas condições (fatores genéticos, exposição prolongada ao sol, etc.) podem antecipar a necessidade desta cirurgia. Quanto mais tarde se realiza o Lifting Facial, mais profundas as rugas podem se tornar e, por isso, mais difícil é o tratamento desta região. AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA Durante a primeira consulta serão questionados todos os dados sobre a sua saúde como doenças prévias ou em tratamento, uso de medicamentos, tabagismo, alergias medicamentosas, alimentares, cirurgias prévias, história familiar, etc. Fotografias são tiradas e as alterações são discutidas mediante a análise das imagens. Neste momento serão apontadas todas as opções de tratamento disponíveis específicas para o seu caso. OPÇÕES DE TRATAMENTO Existem atualmente dois tipos principais de tratamento. Métodos não cirúrgicos e métodos cirúrgicos. Cada um deles apresenta vantagens e desvantagens. Cabe ao paciente, sob orientação médica, definir qual é aquele tratamento que melhor se encaixe às suas necessidades. O tratamento não cirúrgico está melhor indicado quando existe a presença de rugas dinâmicas (futuras rugas estáticas) na região frontal, glabelar (entre as sobrancelhas) e peri orbital (“pés de galinha”). Na presença de alguma flacidez de pele (sobrancelhas, pálpebras, bochechas, pescoço, etc.), pode se formar um resultado desastroso se utilizado Botox. O tratamento cirúrgico é melhor indicado quando já ocorreu esta ptose (queda) gravitacional dos tecidos moles da face, além da formação das rugas, aprofundamento de sulcos, perda de volume facial, etc. Não existe um tratamento ideal. O que existe é um tratamento que mais se aproxima às suas expectativas, de acordo com as vantagens e desvantagens de cada um. A associação dos dois métodos (cirúrgico e não cirúrgico) produzem os melhores efeitos e alcançam os melhores resultados. Tratamento não cirúrgico: Toxina Botulínica (Botox, Dyspor, Prosigme): produzem a paralisação temporária e seletiva dos músculos. Vantagens: realizado no consultório; tecnicamente simples; efeitos colaterais raros; “trata” rugas dinâmicas; Desvantagens: duração do efeito temporário (4 a 6 meses); não eleva as sobrancelhas efetivamente, mas neutraliza a ação muscular sobre elas; não corrige rugas estáticas; custo elevado (aplicações repetidas). Melhor indicação: rugas dinâmicas da expressão. Não substitui nenhum procedimento cirúrgico. Contra indicado no caso de flacidez de pele com queda de sobrancelhas e ptose palpebral. Preenchimento Facial (Ácido Hialurônico, Hidroxiapatita, Ácido Polilático, etc.): produzem o preenchimento de rugas restaurando o volume superficial, médio e profundo de linhas, rugas, sulcos ou dobras cutâneas. Vantagens: materiais biologicamente compatíveis com o organismo. Desvantagens: tempo de ação curto (8 a 12 meses), custo elevado, etc. Lasers: atuam em diversas camadas da pele estiulando a renovação do colágeno, clareamento da pele, recuperação da textura e firmeza cutânea. Vantagens: recuperação rápida; Desvantagens: custo elevado, exigem mais de uma sessão, não podem ser executados em todos os tipos de pele, etc. Outros: Peelings químicos, dermoabrasão, endermologia, etc. Tratamentos cirúrgicos: O Lifting Facial está indicado para tratamento do terço médio-inferior da face. As alterações mais observadas são: perda do volume na “maçã do rosto” muitas vezes acompanhada de uma projeção das bolsas de gordura orbital; uma queda da bochecha sobre a linha da mandíbula levando a formação do chamado “bulldog ball”, um aumento da dobra cutânea nos sulcos (bigode chinês). No pescoço, há uma presença de “papada” as custas de aumento de volume, projeção das “bandas platismais” (flacidez muscular) e flacidez cutânea. Estas alterações não se iniciam subitamente. Pequenas alterações podem começar por volta dos 40 anos de idade, e aumentar gradativamente ao longo dos anos. A agressividade do tratamento é tanto maior quanto mais pronunciados forem os efeitos do envelhecimento. 1) Lifting Facial com cicatrizes reduzidas: O paciente ideal é o paciente de meia idade com manifestações iniciais da queda da pele, perda de volume facial, aprofundamento discreto dos sulcos, mas com rugas estáticas ainda leves. O pescoço ainda mantém uma pele de boa a razoável qualidade, não exigindo grandes trações e nem reparos musclares. O acesso cirúrgico é realizado com um corte a frente da costeleta (pé do cabelo), no contorno anterior da orelha até pequena porção posterior do lóbulo da orelha. 2) Lifting Facial com cicatriz pré-capilar: Pacientes com as mesmas alterações acima, um aprofundamento ainda maior dos sulcos, algumas rugas ou pés de galinha evidentes, um pescoço já denunciando um certo envelhecimento com alguma flacidez muscular. O acesso cirúrgico é realizado com um corte a frente da costeleta (pé do cabelo), no contorno anterior da orelha até pequena porção posterior do pavilhão da orelha. Normalmente a cicatriz porterior fica camuflada pela dobra posterior da orelha e o cabelo. 3) Lifting Facial com cicatriz temporal: Pacientes com alterações mais profundas da pele, com rugas mais profundas, dobras cutâneas mais evidentes, sulcos nasolabiais e naso julgal bem marcados, perda do volume com depressão abaixo dos olhos, todas alterações decorrentes da queda da musculatura e tecidos internos, frouxidão ligamentar, etc. O acesso cirúrgico é realizado com uma cicatriz que se inicia dentro do cabelo, em região temporal, desce anteriormente na orelha, contorna o lóbulo e entra novamente no cabelo posteriormente ao pavilhão auricular. 4) Lifting Facial com cicatriz abaixo do queixo: Indicada para pacientes que apresentam um envelhecimento facial avançado semelhante ao quadro anterior acompanhado de uma queda pronunciada da pele no pescoço, este último decorrente de uma flacidez muscular importante formando as chamadas “bandas platismais” ou pregas cervicais verticais, parecidas com cordões. O acesso é o mesmo que o anterior só que acrescentado de um corte abaixo do queixo com um tamanho de 4,0 cm apenas. O Lifting Frontal pode ser associado ao Lifting Facial. Dependendo das alterações na região frontal, pode ser utilizado o lifting com incisão coronal, lifting com incisão pré capilar reduzida, lifting frontal endoscópico, lifting com fios, lifting com incisão supra ciliar, entre outros. Tratamentos Combinados: Tratamentos cirúrgicos e não cirúrgicos potencializam seus efeitos se associados. Tanto no pré quanto no pós-operatório, os procedimentos estéticos coadjuvantes constituem um benefício interessante para se adquirir melhores resultados. Da mesma forma, a associação com outras cirurgias também pode trazer uma melhoria no resultado final. É comum a associação do Lifting Facial com a Blefaroplastia, Rinoplastia, Lipoaspiração Cervical, Rinoplastia, etc. CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS Basicamente as mesmas de qualquer cirurgia. Não usar, por 10 dias antes, medicamentos à base de AAS (Melhoral, Aspirina, Doril, Coristina, Superist, Sonrisal, Sal de Frutas, Buferin, etc.), Ginko Biloba, corticóides de uso prolongado, medicamentos para emagrecer, anti depressivos, anti concepcionais orais, entre outros. Abstinência do fumo por 30 dias antes da operação; não usar cremes faciais a partir da véspera da cirurgia. O jejum será de acordo com a recomendação médica (10 horas antes da cirurgia). Comunicar ao médico qualquer anormalidade ou uso recente de medicamentos, alergias medicamentosas ou alimentares e alguma outra recomendação que venha a ser pertinente. Caso utilize tintura ou qualquer outra química em cabelos, utilizá-los até uma semana antes da cirurgia. Guardar em casa objetos pessoais como jóias e bijuterias. Acordar de jejum no dia da cirurgia, tomar banho completo e chegar ao Hospital 1 hora antes da cirurgia com acompanhante levando consigo todos os exames, risco cirúrgico, Termo de Autorização para cirurgia e Declaração de Recebimento dos termos. CICATRIZES A ritidoplastia sempre deixa cicatrizes. No entanto, dependendo da técnica, ficam bem camufladas como dentro da primeira linha de implantação dos cabelos, no contorno pré-auricular e posteriormente nas orelhas. Numa evolução normal, todas as cicatrizes passarão por uma evolução natural até sua completa maturação (por volta de 12 a 18 meses), mudando do róseo ao tom semelhante da pele. O comportamento de qualquer cicatriz é IMPREVISÍVEL. Isto porque cada organismo reage de uma forma diferente, mesmo se já possui um histórico de “boa cicatrizacão”. Portanto, alterações como quelóides, hipertrofia, alargamento, depressão, retração, escurecimento, clareamento, etc., podem ocorrer independente de já conter uma cicatriz “boa”. Este comportamento imprevisível cicatricial se deve, na maioria das vezes, a fatores relacionados com a predisposição genética do indivíduo. Felizmente, na grande maioria das vezes, as cicatrizes internas ou externas (visíveis) se tornam imperceptíveis, quase sumindo totalmente. COMO É REALIZADA A CIRURGIA A cirurgia inicia-se com o preparo dos cabelos. Eles devem ser devidamente amarrados e fixados para diminuir a contaminação durante o procedimento. Com o paciente sedado, é realizada a anestesia local ou, a critério médico, anestesia geral. Tudo será discutido antes da cirurgia, observando a indicação do anestesista, a preferência do cirurgião e a conformidade com a paciente. As incisões são específicas aos tipos de tratamentos cirúrgicos inicialmente propostos e (futuras cicatrizes) são posicionadas de forma a camuflar ao máximo sua aparência. Dependendo da técnica utilizada, o procedimento pode ter uma duração de quatro a seis horas. Deve-se sempre considerar um tempo maior de permanência no centro cirúrgico (cerca de 2 horas) em função do período que antecede a cirurgia para a preparação do campo operatório e anestesia, bem como do período de recuperação pós-anestésica. PÓS-OPERATÓRIO 1) Controle da dor O pós-operatório do lifting facial apresenta um quadro de dor variável de paciente para paciente. Independente da técnica, na maioria das vezes, a dor é leve e pode ser controlada com analgésicos fracos (Dipirona). Para técnicas com cicatrizes grandes (Incisão coronal dentro do couro cabeludo), pode ser necessário a utilização de analgésicos mais fortes (Codeína + Paracetamol). Na grande maioria das vezes é suficiente. Independente da técnica empregada, a dor tende a melhorar muito após o terceiro dia de pós-operatório. 2) Postura: Na postura deitada de barriga para cima (decúbito dorsal), deve-se apoiar com três travesseiros a região posterior das costas, deixando a cabeceira elevada a 30 graus. Recomenda-se não apoiar a região das orelhas sobre o travesseiro sob risco de compressão do retalho e consequente necrose. NÃO DEITAR DE BARRIGA PARA BAIXO OU DE LADO POR 03 DIAS. Caso necessário, utilizar um travesseiro de pescoço em forma de “U” (travesseiro de viagem), durante este período. Na postura em pé andando, evitar caminhadas longas, de preferência ir e voltar a algum lugar não muito distante. Caminhadas longas e esteira após 30 dias. 3) Curativos: Independente do tipo de cirurgia o banho deve ser tomado no dia seguinte. Pode molhar as cicatrizes e utilizar um sabonete antisséptico (não utilizá-lo no restante do corpo). Dependendo da técnica, haverá a cobertura com gazinhas. Nesta situação, a gazinha deverá ser retirada , deixando livre para massagem cicatricial. Lembrar de massagear as cicatrizes toda vez em que houver esta limpeza, utilizando creme cicatrizante próprio. 4) Controle do Inchaço: Para controle do edema, recomenda-se utilizar compressas geladas na região frontal, nos primeiros dois a três dias, durante dois minutos, descansando por dez minutos. Um modelador cervical pode ser necessário, principalmente durante o período noturno, por pelo menos 7 dias. 5) Retornos e retirada de Pontos: Os retornos para a retirada de pontos e avaliação pós-operatória são feitos de acordo com a evolução pós cirúrgica. Retornos adicionais serão comunicados pelo cirurgião e devem ser seguidos para uma completa recuperação e avaliação dos resultados. Numa evolução normal os pontos são retirados entre 7 e 15 dias. 6) Drenagem linfática: A drenagem linfática facial pode ser iniciada após o terceiro dia de cirurgia e assim realizada em dias alternados, até completar 10 sessões, no mínimo. 7) Modelador Cervical: Independente da técnica, o descolamento cervical faz parte do tratamento de lifting facial. Para conter o edema (inchaço) cervical é necessário a utilização de um modelador de pescoço. Este deve permanecer no mínimo por 03 dias, por 24 horas. Outras orientações: -Pode lavar os cabelos normalmente no dia seguinte a cirurgia; -Usar maquiagem somente após uma semana de cirurgia; -Não dirigir por um período mínimo de 1 semana; -Não praticar qualquer atividade esportiva que possibilite queda no período de 30 dias; -Exposição ao sol com o filtro solar FPS 30 (mínimo) somente após 30 dias; -Vida sexual, com moderação estará liberada após uma semana de cirurgia; -Pode trabalhar no computador, digitar, ler livros, escrever, etc., três dias após a cirurgia. -Evitar uso do secador de cabelo por 14 dias; -Voltar a usar tintura nos cabelos somente 21 dias após a cirurgia; -Evitar coçar ou arrancar crostas das cicatrizes; -Retorno com os cremes faciais hidratandes normais, após uma semana de cirurgia; -Outros cremes faciais como esfoliantes e despigmentantes somente devem ser utilizados após a retirada dos pontos; Lembre-se que nenhum resultado cirúrgico deve ser avaliado antes dos três meses da intervenção, considerando a redução do inchaço. O nosso organismo trabalha dentro de uma forma ordenada e um tempo certo. Temos que controlar nossas ansiedades e aguardar a evolução natural pois aqui não podemos interferir para mudar o curso do processo cicatricial. INTERCORRÊNCIAS As intercorrências são situações que surgem no período pós-operatório e podem interferir no resultado. São exemplos comuns: equimoses (manchas roxas na pele), edema (inchaço), pequenos hematomas que podem drenar espontaneamente ou necessitar drenagem cirúrgica, deiscência de pontos (abertura do corte), etc. É comum a paciente observar assimetrias e pequenas irregularidadesna superfície do rosto que são absolutamente normais, pois a metade direita da face é diferente da esquerda, inclusive na maneira de reagir à cirurgia. Assim, de um lado poderá haver mais edema que o outro, ou um lado pode absorver mais rapidamente o inchaço que o outro. Um endurecimento ou granulação abaixo da pele é percebido em 100% dos casos e representa a formação da fibrose ou “cola interna” do subcutâneo. A sensibilidade da face também é diferente nesta fase. É comum o relato da sensação de que a pele parece papel. Isto tudo vai retornando ao normal com o passar do tempo, pois o organismo precisa esquecer que foi agredido e isso leva algum tempo. Outras intercorrências indesejáveis e mais complexas, que felizmente são raras: infecção, feridas, grande deiscência de pontos, necrose parcial ou total da pele da face, grandes hematomas que precisam ser drenados, paresias temporárias (paralisação motora da musculatura da face) produzindo desvios ou assimetrias, parestesias (dormência na área operada; mais frequente na técnica de incisão coronal), perda de cabelo próximo a cicatriz, cicatrizes patológicas (hipertrófica, quelóide, hiper ou hipocromia, alargamento, retração, depressão), irregularidades da superfície e as intercorrências pertinentes a qualquer procedimento cirúrgico. Nestas eventualidades é fundamental manter a calma e conversar profundamente com seu médico que cuidará atentamente do seu caso. A paciente não deve transmitir a existência destas intercorrências a seus amigos e familiares. Eles poderão deixá-a insegura, nada podendo fazer efetivamente para ajudar. Isto gera angústia dúvidas e insegurança. Continuar confiando no seu médico ainda é o melhor caminho. As intercorrências podem interferir no resultado final em maior ou menor grau independente da técnica cirúrgica e da condução do tratamento das mesmas pelo cirurgião. EVOLUÇÃO EM LONGO PRAZO A ritidoplastia não é cirurgia para o resto da vida. A qualidade dos resultados sofre alterações contínuas ao longo dos anos. Dependendo do tipo de técnica escolhida, os resultados podem ter um tempo de duração maior ou menor. Alguns fatores como idade, variação do peso corporal, qualidade e textura da pele, influências hormonais, exposições prolongadas ao sol, estilo de vida, etc, também interferem de forma incisiva na face, independente de ter ou não sido operada. No entanto, há sempre a defasagem da correção cirúrgica realizada. Assim, nova cirurgia poderá ser indicada quando, com o passar do tempo, estas alterações se reapresentarem, alterando a aparência e a flacidez dos tecidos faciais. IMPORTANTE: Resultados definitivos somente devem ser considerados após 12 a 18 meses da cirurgia. As cirurgias de retoques, quando necessárias, serão aconselhadas pelo cirurgião, devendo-se respeitar o tempo necessário para a adequação dos tecidos e acomodação das cicatrizes. Quando realizadas em momento inoportuno, podem não alcançar os resultados desejados. Os retoques não significam incapacidade técnica mas sim uma revisão cirúrgica para se alcançar resultados ainda melhores. Os custos destes possíveis retoques serão cobrados somente em relação às despesas hospitalares e de anestesista. Não serão cobrados honorários da equipe cirúrgica desde que estes retoques sejam realizados no período sugerido pelo cirurgião. Para fins de honorários, será considerado retoque, todo procedimento seguinte à primeira cirurgia, num período subseqüente de 12 meses. Após este período, qualquer intervenção cirúrgica será considerada como um novo procedimento, independente do primeiro, mesmo que nas mesmas áreas.