CARTAZES DE PROPAGANDA CHINESA

Propaganda
CARTAZES DE PROPAGANDA CHINESA - a arte ao serviço da política
O Museu do Oriente apresenta uma mostra de cerca de 100 cartazes
de propaganda chinesa, produzidos entre 1959 e 1981 e que
constituem um documento histórico do período que vai do Grande
Salto em Frente e da criação das Comunas Populares ao fim da
Revolução Cultural.
Nos 100 cartazes em exposição, seleccionados de um total de 200
que integram a Colecção Kwok On da Fundação Oriente, estão
bem ilustrados os temas mais correntemente abordados à época,
como a glorificação do presidente Mao e dos heróis comunistas, a
prosperidade da economia, a luta contra o imperialismo, a felicidade
do povo e o poder do exército.
Com tiragens que chegavam a atingir as dezenas de milhares de
exemplares, estes cartazes, cujo objectivo era o de mostrar ao povo
o caminho a seguir, viam-se em todo o lado e faziam parte do
quotidiano dos chineses. Na sua maioria, anteviam o futuro radioso
da China comunista com o super-herói Mao a conduzir o país à
felicidade e à glória. São também um espelho do design da época,
apresentando alguns deles um interesse estético que a função de
propaganda política não pode, naturalmente, ofuscar.
A exposição está organizada em nove núcleos, o primeiro dos quais
integrando cartazes alusivos ao novo ano chinês e a heróis de
contos e óperas clássicas populares que fazem parte do património
local. Os grandes “heróis” da revolução comunista chinesa,
sobretudo Mao Zedong e Zhou Enlai, mas também “heróis”
estrangeiros como Lenine e o médico canadiano Norman Béthune
(que, na Guerra Civil de Espanha, tratou os feridos da lado
republicano e que, na Guerra Sino-Japonesa combateu ao lado do
Exército de Mao), estão representados nos cartazes seleccionados
para o segundo núcleo. No núcleo seguinte figuram alguns cartazes
de propaganda das políticas do Partido Comunista da China
ocupando o quarto núcleo uma série de cartazes alusivos às classes
sociais consideradas fundamentais para a criação da nova China:
operários, camponeses e soldados. As minorias étnicas do interior
da China, num apelo à fraternidade entre os povos também não
foram esquecidas pela propaganda e ocupam aqui o quinto núcleo
sendo o sector seguinte ocupado por cartazes em que figuram todos
aqueles que se transformaram em heróis e que são modelos a seguir
pelas populações. Os cartazes do sétimo núcleo tinham como
finalidade explicar e promover as lutas revolucionárias levadas a
cabo no exterior da China. Segue-se um conjunto de cartazes cujos
autores se deixaram influenciar pelas pinturas feitas por camponeses
e pelas xilogravuras tradicionais. Brinquedos e jogos que também
tiveram o seu papel na propaganda política ocupam o último núcleo
da exposição.
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