Curso: Integração Metabólica Aula 7: Suprarrenal e tireoide Prof. Carlos Castilho de Barros Algumas pessoas podem apresentar distúrbios que provocam a obesidade. Estórias como “Eu como pouco mas continuo engordando” podem ter um fundo biológico. Estresse é causa da Obesidade? Fígado Estômago e Intestino delgado Localização Córtex da Adrenal Pâncreas Glândula ou célula? Glândula Córtex da Adrenal Medula da Adrenal Classe química Esteróide Hormônios Rins Pele Gônodas MineralocorticoidesAldosterona Glicocorticoides-Cortisol Andrógenos O córtex adrenal é subdividido em 3 zonas, cada uma com características anatômicas específicas. A zona glomerulosa, mais externa, secreta um hormônio mineralocorticóide conhecido como aldosterona. A zona fasciculada vem logo a seguir e produz o glicocorticóide cortisol e, por fim, a zona reticular que produz os hormônios sexuais ou esteróides androgênicos. É conhecido que em pessoas normais os níveis de cortisol é alto e diminui com o passar das horas Em pessoas deprimidas é alto durante a manhã mas não diminui durante o decorrer do dia. O agente que leva a depressão é desconhecido, entretanto estudos demonstram que o cortisol pode ter um papel preponderante. A secreção de cortisol varia individualmente e as pessoas reagem diferentemente ao stress. Uma pessoa pode secretar muito cortisol frente a uma determinada situação e outra liberar menores quantidades. Estudos têm mostrado que pessoas que produzem muito cortisol tendem a comer mais comida, principalmente carboidratos, durante esse período se comparadas com aquelas que secretam quantidades menores de cortisol. Muriai, e cols, 2004 Determinantes Endócrinos da Obesidade Função Adrenocortical – cortisol A concentração plasmática de cortisol, seu padrão circadiano, concentração urinária de cortisol livre estão normais em indivíduos obesos. Mas essa normalidade é obtida por aumento na secreção de cortisol uma vez que o degradação desse hormônio está aumentada nesses indivíduos (Migeon et al, 1963; Galvão-Tales et al, 1976). Acredita-se que a maior degradação ocorre em função do aumento da interação com o receptor de cortisol. Determinantes Endócrinos da Obesidade Função Adrenocortical - cortisol Os adipócitos do tecido adiposo visceral apresentam densidade aumentada de receptores para glicocorticóides (Cigolini e Smith, 1979). Indivíduos com síndrome de Cushing, produção excessiva e continuada de glicocorticóides (hipercortisolismo) pelo córtex adrenal, apresentam várias similaridades clínicas com portadores de obesidade visceral. Esses indivíduos tem a atividade da LPL (lipoproteína lípase ou lipase lipoproteica: é uma enzima que facilita o armazenamento de gordura dentro dos adipócitos) de adipócitos aumentada. Estudos in vitro demonstram que adipócitos cronicamente expostos ao cortisol aumentam a atividade dessa enzima mas apenas na presença de insulina. Síndrome de Cushing - Distúrbios na suprarrenal. - ↑ Adrenocorticotrófico (ACTH) - ↑ catabolismo muscular Determinantes Endócrinos da Obesidade Função Adrenocortical - cortisol Indivíduos com obesidade visceral e Cushing apresentam redução nas fibras do tipo I e aumento nas fibras do tipo IIb. Foi observada um correlação entre a proporção de fibras do tipo I e a sensibilidade à insulina e entre fibras do tipo II e a resistência à insulina (fibras do tipo I são mais sensíveis à insulina). Note que em condições normais a insulina e o cortisol apresentam funções metabólicas opostas. No indivíduo obeso portador de obesidade visceral esses hormônios parecem atuar como sinergistas. Esteróides Sexuais na Obesidade O córtex adrenal é subdividido em 3 zonas, cada uma com características anatômicas específicas. A zona glomerulosa, mais externa, secreta um hormônio mineralocorticóide conhecido como aldosterona. A zona fasciculada vem logo a seguir e produz o glicocorticóide cortisol e, por fim, a zona reticular que produz os hormônios sexuais ou esteróides androgênicos. Determinantes Endócrinos da Obesidade Esteróides Sexuais na Obesidade Associações significativas têm sido verificadas na endocrinologia reprodutiva entre o excesso de gordura corporal e disfunções ovulatórias, hiperandrogenismo e carcinomas sensiveis a hormônios (Kirschner et al, 1982). As diferenças na distribuição de gordura estão relacionadas à diferença em androgenicidade e às variações na ação da insulina nas obesidades andróide e ginóide. Normalmente as concentrações de testosterona e androstenediona estão aumentadas em mulheres obesas. Determinantes Endócrinos da Obesidade Função Adrenocortical - andrógenos A produção de andrógenos 17-cetoesteróides (etiocolananolona, androsterona, dehidroepiandosterona, dehidroepiandosterona [DHEA], DHEA-S) está aumentada em indivíduos obesos (Simkin, 1961). Kurtz et al (1987) demonstrou turnover aumentado de DHEA em mulheres com obesidade central. Isso sugere que esse andrógeno tenha 1 papel importante na distribuição de gordura. ♀ (pré-menopausa) apresentaram correlação positiva entre a [ ] DHEA e a gordura do tronco. Para a quantidade de gordura nas pernas a correlação foi negativa (Williams et al, 1993; Usiskin et al, 1990) Determinantes Endócrinos da Obesidade Função Adrenocortical - andrógenos Em ♀ (pós-menopausa) saudáveis a [ ] DHEA está negativamente correlacionada com a glicemia e prediz a obesidade central 10-15 anos depois (Khaw et al, 1991). O DHEA pode estar associado a um círculo vicioso na obesidade visceral. A maior [ ] desse hormônio promoveria o acúmulo de adipócitos na região central e isso causaria hiperglicemia/hiperinsulinemia. Essa mudança metabólica por sua vez aumenta a concentração de testosterona livre esta promoveria o aumento de gordura visceral. Glândula Pineal Localização Hipotálamo Hipófise Anterior Hipófise Posterior Hipófise Anterior Tireóide Paratireóide Timo Coração Fígado Estômago e Intestino delgado Pâncreas Glândula ou célula? Glândula Classe química Peptídeo Hormônios Prolactina Hormônio do Crescimento (somatotropina) Corticotropina (ACTH) Triodotropina (TSH) Hormônio Folículo (FSH) Estimulante Hormônio Luteinizante (LH) Alvo Glândula Pineal Hipotálamo Hipófise Posterior Hipófise Anterior Tireóide Paratireóide Timo Coração Fígado Estômago e Intestino delgado Pâncreas Mamas Muitos tecidos Córtex da Adrenal Tireóide Gônodas Gônodas Efeito principal Produção de leite Crescimento e Metabolismo Liberação de Cortisol Síntese de Hormônios Tireoidianos Gameta ou produção de esperma, produção de hormônios sexuais Produção de hormônios sexuais, gameta ou produção de esperma Determinantes Endócrinos da Obesidade GH e Obesidade O GH é um importante regulador da massa corporal ao longo da vida: a gordura subcutânea é marcadamente aumentada em crianças deficientes em GH bem como em adultos deficientes nesse hormônio (Tanner e Whitehouse, 1967). Curiosamente, esses indivíduos apresentam deposição de gordura predominantemente no tronco. Essas evidências sugerem que a deficiência relativa de GH ou a insensibilidade a este pode exercer um papel na perpetuação da obesidade. Determinantes Endócrinos da Obesidade GH e Obesidade O ganho de peso diminui a resposta do GH para todos os tipos de estímulos provocativos enquanto a resposta do GH a hipoglicemia aumenta significativamente em indivíduos obesos após a perda de peso (Sims et al, 1973). Determinantes Endócrinos da Obesidade GH e Obesidade A explicação para a produção diminuída de GH na obesidade não está clara. Tem sido sugerido que o quadro ocorre em função do IGF-1 e suas proteínas de ligação. A síntese de IGF-1 é estimulada pela insulina e a hiperinsulinemia da obesidade pode aumentar diretamente a produção de IGF-1 e suprimir a produção de GH por meio de feedback negativo hipotalâmico (o aumento de IGF-1 seria mais em função da redução da IGFBP 1 e 2 que do aumento do hormônio). Os hormônios tiroidianos T3 e T4 T3 é mais potente e grande parte da T4 é convertida em T3 nos tecidos periféricos. Estimulam o metabolismo celular (são hormônios anabólicos) através de estimulação das mitocôndrias. Efeitos sistêmicos importantes são maior força de contração cardíaca, maior atenção e ansiedade e outros devido maior velocidade do metabolismo dos tecidos. A sua carência traduz-se em déficit mental e outros distúrbios. Os problemas endócrinos, inclusive da tireóide, são responsáveis por menos de 5% dos casos de obesidade O hipotiroidismo é um distúrbio do funcionamento da glândula, onde esta não produz a quantidade de hormônio necessário para o metabolismo normal. Por isto, as manifestações estão correlacionadas à uma diminuição global do funcionamento dos diversos órgãos - cansaço fácil, inchaço nas mãos, face e extremidades, fraqueza, ganho de peso (este geralmente pequeno e sem o aumento do apetite), diminuição da memória, sonolência, dores nas juntas, formigamentos, intolerância ao frio, diminuição da sudorese, câimbras, etc. As manifestações clínicas não dependem da causa do hipotiroidismo e sim do grau de deficiência do hormônio da tireóide. O hipotiroidismo é geralmente progressivo, e deve ser tratado com reposição dos hormônios da tireóide, já que estes são essenciais à vida BALANÇO ENERGÉTICO E CONTROLE DE PESO (Glein e Glace, 2001) Se a ingestão energética não é pelo menos igual à utilização, o crescimento e reprodução não são possíveis. Hormônios tiroideanos sensíveis a ingestão excessiva ou insuficiente e ingestão de carboidratos aumento abrupto no T4 – aumenta a taxa metabólica basal, mas o efeito não corre até 1 semana e meia após a aplicação metabolismo periférico do T4 ajustado à ingestão e gasto calórico, a conversão à T3 só é afetada quando há um desequilíbrio de energia a diminuição do carboidrato da dieta resulta em menores concentrações no T3, se o carboidrato é fornecido de modo satisfatório durante a restrição então, a concentração de T3 pode ser mantida