Auditoria externa

Propaganda
OPSS
Observatório Português
dos Sistemas de Saúde
Planos de contingência aplicados a doenças infecciosas Análise de estratégias de prevenção para a disseminação do
vírus da varíola
Data: 01/22/2004
Autor: Vitor Miguel Nogueira Antunes ([email protected])
Relatório de investigação para obtenção do grau de mestre em Saúde Pública pela ENSP.
No seguimento de algumas ameaças de bioterrorismo ocorridas em 2001 com esporos de
Bacillus anthracis, diversos países decidiram iniciar uma avaliação, tão exaustiva quanto
possível, sobre o seu grau de preparação e resposta para este tipo de eventos. Nesta estratégia
global, também em Portugal se desenvolveram diversas esforços para avaliação das
capacidades instaladas e identificação das áreas a desenvolver no sentido de minimizar os
efeitos adversos de um ataque bioterrorista nacional, de que este relatório é um exemplo.
Resumo
O vírus da varíola, por diversas razões aqui apresentadas, era, à data de realização deste
trabalho de investigação, um dos melhores candidatos à utilização em acções de bioterrorismo.
Actualmente, e apesar de muitas dessas características ainda se manterem, a estratégia de
vacinação iniciada nos E.U.A. em 2002/2003 aumentou a imunidade de grupo contra a infecção
variólica no país que se pensa ser o alvo preferencial para este tipo de acções.
Consequentemente, este facto terá, certamente, diminuido, a nível global (até porque outros
países também efectuaram campanhas de vacinação anti-variólica), a probabilidade de utilização
de este agente com finalidades bélicas ou bioterroristas.
Após os eventos de Outubro de 2001, quando foram enviados por correio esporos de Bacillus
anthracis a vários cidadãos americanos, os restantes países aumentaram os seus
procedimentos de segurança e iniciaram (ou continuaram) os seus planos contra acções
terroristas em que sejam utilizados agentes biológicos (Bioterrorismo).
Um dos mais temidos destes agentes (quer pelos peritos quer pela generalidade da população) é
o vírus da varíola, devido às elevadas taxas de mortalidade e morbilidade que estão associadas
à infecção, bem como à inexistência de um tratamento eficaz. O planeamento cuidadosos e
eficaz parece ser a única forma de minimizar os prejuízos de tal utilização.
Este trabalho centrou-se na análise de diferentes cenários que poderiam ser usados para
aumentar a preparação portuguesa para conter uma libertação malévola deste vírus numa
população actualmente susceptível à infecção.
Foi coligida e analisada muita da documentação não-confidencial existente sobre o planeamento
www.observaport.org
1
OPSS
Observatório Português
dos Sistemas de Saúde
para a guerra ou terrorismo biológicos em Portugal e no estrangeiro e foram entrevistados
diversos peritos portugueses sobre o assunto.
Foram estudadas as tendências da vacinação antivariólica na década de 70 (de forma a poder
estimar a actual imunidade de grupo para o vírus) e foram analisadas as consequências
epidemiológicas de duas estratégias de vacinação diferentes: vacinar a totalidade da população
ou vacinar a subpopulação dos profissionais de saúde. A investigação foi concluída com a
estimativa grosseira dos custos da resposta portuguesa às ameaças de carbúnculo e das
estratégias de vacinação previamente referidas.
Os resultados revelaram que as estratégias de vacinação em estudo acarretariam um elevado
número de efeitos adversos graves, além do custo monetário inerente ser elevado.
O baixo grau nacional de imunidade de grupo para o vírus da varíola confere maior urgência à
necessidade de desenvolver alguns pontos que não foram cobertos pelo plano existente, como o
armazenamento de vacinas e imunoglobulina da vacina (VIG) e a necessidade de melhorar os
mecanismos existentes de limitação do acesso a produtos biológicos perigosos.
É necessária investigação adicional para a construção de modelos que permitam simular a
disseminação deste (e outros) agente biológico em Portugal.
Anexos:
Planos de contingência aplicados a doenças infecciosas - Índice
Planos de contingência aplicados a doenças infecciosas - Volume 1
Planos de contingência aplicados a doenças infecciosas - Volume 2 anexos
Portal dos CDCs (Centers for Disease Control and Prevention) sobre Bioterrorismo
Homeland Security Information Center
CSB (Center for the Study of Bioterrorism) da School of Public Health da Saint
Louis University
APIC (Association for Professionals in Infection Control and Epidemiology)
Plano de contingência nacional para a saúde (DGS)
www.observaport.org
2
Download