Seminario_parte3

Propaganda
3 – OS DESAFIOS DO LÍDER NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL
3.1 – O líder e a relação Público/Privado
São muitos os desafios do administrador no ambiente organizacional, mais ainda
são os desafios do líder administrador, que além de atender os requisitos exigidos no
desempenho da administração (planejar, coordenar, controlar, entre outros) precisa ter
habilidades (como o poder de influencia e a comunicação) e ainda ser uma pessoa de
conduta ética e moral, pois o exercício da profissão cobra que ele seja ético e também
por ser um líder deve ser uma pessoa de boa conduta moral.
A discussão a cerca da moral e da ética são antigas e procuram compreender o
comportamento humano. Embora sejam sinônimas em seu sentido, elas são
diferenciadas. A ética está voltada para a vida pública e a moral para a vida privada das
pessoas (ASSMANN, 2009). Embora haja essa diferenciação, imagina-se que uma
pessoa moral é também uma pessoa ética.
Essa discussão envolve todas as pessoas que vivem em sociedade e
principalmente aquelas que exercem cargos e funções, seja em empresas públicas,
privadas, associações, grupos religiosos, a questão da ética é mais visivelmente cobrada
quando se ocupa um cargo público. Para Assmann, o serviço público é, cada vez mais,
visto como “corrupto e mau moralmente” (2009, p. 137). Ele observa o seguinte,
geralmente as pessoas trabalham sob um código de ética profissional; no caso do
serviço público esse código está subordinado “à legislação pública, cujo objetivo
sempre visa, ou deveria visar à realização de atividades de interesse público” (p. 143).
O comportamento vivenciado pelas empresas e até mesmo pelas pessoas na
sociedade atual é de competitividade. Chiavenato (2004) observa que as necessidades
das pessoas desenvolvem o espírito empreender e assim, a competitividade entra em
cena na busca do empreendedorismo. Este, para ele, geralmente faz uso da
individualidade. Mas, o sucesso das organizações depende do espírito de equipe e
cooperação. Ao empreendedor cabe “trazer mudanças e inovações, assumir
responsabilidades e riscos” (p. 178). Para que isso seja possível, é preciso incentivar o
trabalho integrado e cooperado, ou seja, o espírito de equipe.
Mas, acima de tudo, esperam-se comportamentos éticos dos envolvidos nas
organizações, principalmente dos administradores, e, de acordo com Chiavenato (2004,
p. 178), “a cultura que predomina da organização influencia poderosamente o
comportamento ético de seus membros”. Assim, “ética profissional é o comportamento
moral na atividade administrativa e na condução dos negócios da organização” (p. 179).
A relação público/privado é considerada como oposição, onde um irá excluir a
outra. O que não fizer parte da esfera pública será esfera privada e vice-versa
(COELHO, 2009). Para ele, “na esfera pública os indivíduos são concebidos como
cidadãos”, sejam eles usuários, servidores ou simplesmente subordinados às leis. “Na
esfera privada, os indivíduos são concebidos como pessoas particulares, a procura de
satisfação de seus interesses particulares (p. 17).
Aos olhos de Roberto DaMatta, a sociedade brasileira vive os resquícios de uma
tradição autoritária, herança do colonialismo, da presença de senhores e escravos.
Acrescenta-se ainda que a herança deixada pelos colonizadores no Brasil foi o de querer
se dar bem ás custas do outro (nota de rodapé para exemplificar). Onde a lógica que se
desenvolveu foi a do favorecimento, o uso da relação de poder através do “você sabe
com quem está falando” como sinônimo de hierarquia e autoridade, como forma de
“identidade” e de “identificação”. Nesse tipo de tratamento, “o que se evita é a
igualdade perante a lei e o conseqüente tratamento individualizado” (DaMATTA, 1990,
p. 178). Além disso, o favorecimento por parte do “jeitinho”, ou seja, por meio da
cordialidade, do “quebra o meu galho”, que ao contrário do “você sabe com quem está
falando” pode ser usado por todos. Além desses DaMatta ainda utiliza o termo
“malandragem” que nada mais é do que um jeito esperto de se conseguir “driblar” as
burocracias e se dar bem.
Alguns comportamentos aceitos na sociedade brasileira podem ser levados à
vida profissional, seja ela na esfera pública ou privada. Porém, como se pode notar, essa
prática é bem mais vivenciada na esfera pública, uma vez que o público geralmente é
confundido com o particular. Isso, para DaMAtta (1990) se faz porque o serviço público
está ligado ao poder político e este por sua vez é totalmente desacreditado pela
sociedade. Para ele, “todo político brasileiro se aristocratiza (...). Ele toma posse do
cargo, mas ele não é possuído pelo cargo”, (DaMatta em entrevista ao jornal Agencia
Brasil). Isso pode ser relacionado com outros cargos ou funções públicas, onde se faz
uso do cargo para atender necessidades particulares.
Diante dessas práticas vivenciadas, e muitas vezes aceitas na sociedade
brasileira, é um desafio para administradores e líderes não se deixarem levar por elas.
Pelo contrário, buscar desenvolver a ética profissional, arraigados nos valores morais
que se deveria esperar de um representante da sociedade. A tarefa é árdua, uma vez que
se vive numa sociedade onde, cada vez mais as pessoas buscam o próprio favorecimento
e, para isso, acabam atropelando os valores éticos e morais.
3.2 – Solucionando problemas organizacionais com Responsabilidade Social
A discussão acerca a responsabilidade social vem ganhando, cada vez mais,
destaque no cenário mundial. Fala-se muito em ética profissional e principalmente em
sustentabilidade como responsabilidade social. Essa discussão ganhou força diante da
depredação dos ecossistemas naturais. Espera-se que as organizações cumpram o papel
de ser socialmente corretas, pois elas têm responsabilidades sociais.
Segundo Maximiniano (2006, p. 406/407), muito da discussão sobre a ética na
administração tem sua origem na opinião de que as organizações têm responsabilidades
sociais – “elas têm obrigação de agir no melhor interesse da sociedade”. Ele acrescenta
ainda: “O princípio da responsabilidade social baseia-se na premissa de que as
organizações são instituições sociais que existem com autorização da sociedade,
utilizam os recursos da sociedade e afetam a qualidade de vida da sociedade” (Idem, p.
407) e por isso o retorno deve ser positivamente.
Responsabilidade social para Chiavenato é uma forma que as organizações têm
para contribuir com a melhora da sociedade, à medida que busca seus próprios
interesses. Nota-se que a responsabilidade social é um comprometimento com a
sociedade, à medida que as organizações buscam contribuir para o desenvolvimento
econômico. No caso das instituições públicas, apesar de já existirem com o propósito de
atender demandas sociais, precisa está atentas para atender as demandas crescentes para
a sustentabilidade.
Sabe-se que o objetivo das empresas privadas é justamente o lucro financeiro.
Tempos atrás essa era sua única preocupação. Mas agora, todas as organizações são
cobradas a adotarem a responsabilidade social. Nas últimas décadas têm se falado muito
em responsabilidade social corporativa. Ela, por sua vez,
É plural. Empresas não devem satisfações apenas aos seus acionistas. Muito
pelo contrário. [...] É distributiva. A responsabilidade social nos negócios é
um conceito que se aplica a toda a cadeia produtiva [...] É sustentável.
Responsabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de
desenvolvimento sustentável. Uma atitude responsável em relação ao
ambiente e à sociedade, não só garante a não escassez de recursos, mas
também amplia o conceito a uma escala mais ampla [...]. É transparente. A
globalização traz consigo demandas por transparência. Não mais nos bastam
os livros contábeis. Empresas são gradualmente obrigadas a divulgar sua
performance social e ambiental, os impactos de suas atividades e as medidas
tomadas
para
prevenção
ou
compensação
de
acidentes.
(Portal
responsabilidade social)
De acordo com Soares (2004) embora se fale tanto em responsabilidade
corporativa, é preciso se atentar para as razões que realmente levam as organizações a
adotarem essas práticas sociais, pois em alguns casos elas não são assumidas
publicamente, tampouco questionadas no mundo acadêmico. Em outras palavras,
publicamente elas podem adotar campanhas dão algum retorno à sociedade, mas em
contrapartida não adotam, de fato, as práticas de sustentabilidade. Na atualidade, ser
uma organização com responsabilidade social é uma garantia de ser bem vista na
sociedade, ou seja, de ter crédito social.
Para desempenhar bem seu papel, o administrador/líder tem um grande desafio.
Precisa conseguir resolver os problemas da organização visando o melhor não só para
ela, mas para seus funcionários – seus grandes colaboradores internos, seus
colaboradores externos, seus usuários/clientes e, sobretudo está atento às crescentes
demandas sociais, como é o caso da responsabilidade social.
3.3 – O líder e sua relação com o grupo na Gestão organizacional.
Os seres humanos são seres sociais, e, por isso sentem a necessidade de estarem
formalmente em sociedade, de fazerem parte de comunidades ou de grupos, seja no
trabalho ou fora dele. Mas, por que formar grupos? Segundo Kwasnicka (2006), formase grupos principalmente, porque as pessoas buscam apoio e segurança, e elas
encontram isso neles. Em grupo, as pessoas têm sentimento de fortaleza. Sentindo-se
apoiadas e seguras elas se fortalecem para lutar pelo que desejam, como melhores
salários, e também contra algum tipo de ameaça na organização. Essa autora destaca
alguns pontos muito positivos nos grupos, como a diminuição da competitividade entre
os funcionários e a melhora na distribuição das tarefas executadas. Em grupo, as
pessoas passam e recebe confiança (
Os grupos podem ser formais ou informais. “Os grupos formais são criados e
delineados para alcançar objetivos específicos e realizar tarefas especificas para a
organização, buscando atingir seus objetivos” (KWASNICKA, 2006, p. 80). Ela
observa que os membros do grupo realizam tarefas especificas e recebem influencia de
do chefe/líder. “A interação é intensa e de todas as direções” (p. 81). Ela acrescenta
ainda que são dois os tipos de grupos formais: o permanente, que estão presente no diaa-dia organizacional e que são importantes para a sua eficiência. Já os grupos formais
temporários são formados para desenvolver atividades especiais, que não são
costumeiras. Ao fim das atividades esses grupos se desfazem e caso haja a necessidades
de formação de grupos para realizar atividades semelhantes não há a necessidade de que
seja constituído pelos mesmos membros.
Esta autora acrescenta ainda que para que os grupos tenham uma boa interação e
contribua positivamente para a organização, é preciso que haja coesão. Quanto mais os
membros do grupo vêem seus objetivos pessoais próximos ao do grupo, maior é o nível
de coesão. E, quanto diversos são os objetivos, menor será a coesão. Um grupo com
pouca coesão aspira a competitividade e não tem um bom desempenho dentro da
organização. Se não os objetivos dos membros não são os mesmos, a produtividade
tende a diminuir.
Como visto, os grupos surgem da necessidade de integração, do não sentimento
de solidão, porém para que tenha bons resultados é, de fato, preciso que seus membros
busquem por objetivos comuns. Para Kwasnicka (2006), a ação administrativa pode ter
impactos sobre a coesão do grupo, onde a liderança pode usar o “sistema de recompensa
grupal”, como forma positiva ou o grupo pode ter sua interação comprometida com uma
liderança centralizadora.
Download