Monografia - Serviço Florestal Brasileiro

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III Prêmio Serviço Florestal Brasileiro em Estudos de Economia e Mercado
Florestal
Categoria Profissional
Tema Mercado Florestal
EVOLUÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA E SUA INFLUÊNCIA NO SETOR
FLORESTAL, COM ÊNFASE NO SEGMENTO DE CELULOSE
____________________________________________________
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
ABRAF – Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas.
ADVFN – Advanced Financial Network.
BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento.
BRACELPA – Associação Brasileira de Celulose e Papel.
CDI – Conselho de Desenvolvimento Industrial .
FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.
FEE - Fundação de Economia e Estatística
FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
Ibá – Indústria Brasileira de Árvores
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
PFM – Produtos Florestais Madeireiros.
PFNM – Produtos Florestais Não-madeireiros
PIB – Produto Interno Bruto
SBS - Sociedade Brasileira de Silvicultural
SFB - Serviço Florestal brasileiro.
SNIF – Sistema Nacional de Informações Florestais.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4
2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 7
2.1 Setor florestal brasileiro .......................................................................................... 7
2.2 Setor de celulose .................................................................................................... 9
2.3 Economia .............................................................................................................. 11
2.3.1 Balança comercial........................................................................................... 12
2.3.2 Produto interno bruto (PIB) ............................................................................. 13
2.3.3 Salário mínimo ................................................................................................ 13
2.3.4 Taxa de inflação (IPCA) .................................................................................. 14
2.3.5 Taxa de desemprego ...................................................................................... 14
2.3.6 Custo médio de vida do brasileiro ................................................................... 15
2.3.7 Taxa de juros Selic ......................................................................................... 15
2.3.7 Taxa de câmbio .............................................................................................. 16
2.3.8 Produção da indústria ..................................................................................... 16
3 MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................... 18
3.1 Indicadores Macroeconôm icos ............................................................................ 18
3.2 Indicadores de desenvolvimento do setor florestal ............................................... 19
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 22
5
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 55
6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 56
4
1 INTRODUÇÃO
A conjuntura brasileira mudou drasticamente nos últimos anos. A população
cresceu, a democracia foi consolidada e os índices de desenvolvimento como taxas de
mortalidade infantil, expectativa de vida e escolaridade melhoraram significativamente.
Do ponto de vista econômico, os indicadores brasileiros alcançaram crescimento
médio anual próximo a 4% ao ano entre 2000 e 2011, valor superior aos 2% ao ano,
observado nas duas décadas anteriores. Entre 2004 e 2011, quando a economia
apresentou melhor desempenho, a inflação também se manteve sob controle, e durante
esse período foi possível perceber uma substancial melhoria na renda e na qualidade
de vida das famílias mais pobres, uma queda quase contínua da taxa de desemprego e
forte expansão do crédito (CRUZ et al., 2013).
No entanto, segundo o Ibá (2014), o Brasil, não soube tirar vantagem do positivo
ciclo econômico visualizado para realizar as reformas estruturais e os investimentos em
infraestrutura tão necessários para a manutenção do bom desempenho da economia do
país, no longo prazo. O efeito colateral desse processo, portanto, é a situação de
fragilidade que a economia brasileira se encontra atualmente.
Assim
sendo,
a
comprovada
ausência
da
formação
de
políticas
de
desenvolvimento e estruturação econômica frente a recente evolução de produtividade
industrial são, atualmente, objetos de controvérsia entre os analistas que se dedicam ao
estudo destes temas, uma vez que a magnitude dos ganhos econômicos e sociais
vinculados ao atual período de desenvolvimento ainda não está bem estabelecida.
5
Fundamental para o alcance dos resultados econômicos observados, a
participação do setor florestal na economia do Brasil vem alcançando ampla mudança
estrutural na última década, motivada, principalmente, pela posição assumida pelo
governo brasileiro em relação à importância que os recurso naturais renováveis
possuem para o adequado desenvolvimento do país (VALVERDE et al., 2005).
Segundo Valverde et al. (2012), o Brasil tem despontado como a maior potencia
mundial no fornecimento de produtos florestais madeireiros (PFM) e não-madeireiros
(PFNM) e ainda referência como fornecedor de serviços ambientais, graças às funções
ecossistêmicas de suas florestas. De acordo com os dados da BRACELPA (2014) o
segmento florestal apresentou no último ano saldo comercial de US$ 4,7 bilhões,
recolheu R$ 3,5 bilhões em impostos, promoveu plantio de 2,2 milhões de hectares de
florestas para fins industriais e incentivou o desenvolvimento econômico e social em
regiões distantes dos grandes centros urbanos investindo em projetos e iniciativas em
áreas como saúde e programas de educação ambiental.
Entretanto, apesar dos excelentes resultados obtidos pelo segmento de
produção florestal, o atual cenário socioeconômico, político e ambiental brasileiro,
apresenta muitos desafios as empresas do setor. De acordo com Fiesp (2013), o
segmento florestal precisa melhorar muito sua competitividade para cumprir as metas
vinculadas às crescentes demandas de infraestrutura, tecnologia e das questões
sociais atreladas à produção.
Finalmente segundo Tomaselli (2014a), o setor florestal vem passando por
grandes mudanças nos últimos anos, e, portanto, analisar suas macrotendências de
mercado é importante para definir as perspectivas e apoiar-se na decisão de
investimentos. Nesse sentido, estudos que demonstram as vantagens competitivas dos
6
diferentes segmentos do setor florestal e evidenciam o crescimento econômico
vinculado às suas atividades, são de fundamental importância para elaboração de
políticas voltadas ao favorecimento do pleno desenvolvimento de suas atividades.
Dessa forma, o presente estudo tem por objetivo analisar a evolução da
economia brasileira buscando compreender sua influência no desempenho do setor
florestal, com ênfase na área de produção de celulose.
7
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Setor florestal brasileiro
Iniciada em 1511 através do corte do pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam), a
exploração florestal brasileira constitui-se, até o século XVII, como principal fonte de
divisas da Coroa Portuguesa no território nacional (SANTOS, 2007). Dessa forma, a
cultura extrativista com exploração indiscriminada de madeira de florestas nativas
prevaleceu durante muito tempo como prática majoritária no território brasileiro, com as
matas vistas como entrave à expansão das fronteiras agrícolas.
O descaso frente às questões vinculadas a preservação de recursos naturais
permaneceu durante todo período de Império e grande parte da Primeira República,
com a ausência de qualquer repartição governamental com a finalidade de administrar
as atividades florestais, suas dimensões, ou consequências práticas (IPEF, 2002).
Historicamente, os primeiros passos frente à busca por métodos exploratórios
florestais alternativos, são datados a partir de 1903, quando Navarro de Andrade
começou suas atividades de pesquisa para substituição de espécies nativas por
Eucalipto, objetivando uso para fins energéticos e estruturais nas estradas de ferro
(SEPLAN/CNPq, 1982). Porém, o setor florestal começou verdadeiramente a se
destacar no país com a aprovação da legislação de incentivos fiscais ao
reflorestamento, de 1966, que possibilitou às empresas abaterem parte do valor do
imposto de renda para aplicação em projetos florestais. Com a aprovação da medida
legislativa, o crescimento da área reflorestada no país passou de 100 a 250 mil
8
hectares anuais no período entre 1968 a 1973, para 450 mil hectares anuais entre 1974
e 1982 (LEÃO, 2000).
Após determinado período de vigência, os incentivos fiscais ao reflorestamento
foram extintos. No entanto, o setor florestal continuou a se expandir através da
aplicação de recursos próprios e empréstimos de longo prazo por parte de empresas do
segmento (ANTONANGELO & BACHA, 1998; LEÃO, 2000).
Segundo SFB (2012) o Brasil possui atualmente a segunda maior cobertura
florestal total e a maior extensão de florestas tropicais do planeta. Além disso, situa-se
entre os 10 maiores países em florestas plantadas, contando com 6,4 milhões de
hectares que tornam o setor florestal reconhecido como segmento potencial na
economia. De acordo com ABRAF (2011), a silvicultura brasileira ocupa lugar de
destaque no cenário mundial pelos excelentes índices de produção e crescimento do
setor. As condições naturais como intensa insolação, abundância de recursos hídricos e
presença de solos propícios ao cultivo, associadas ao desenvolvimento de técnicas
silviculturais adequadas proporcionaram o alcance de resultados referência em
produtividade.
O setor florestal brasileiro contribui com uma parcela importante para a
economia, gera produtos para consumo direto e para exportação, impostos e emprego
para a população e, ainda, atua na conservação e preservação dos recursos naturais
(LADEIRA, 2002). De acordo com dados do relatório do Ibá (2015), em 2014 a
participação do setor de árvores plantadas no PIB brasileiro fechou o ano
representando 1,1% de toda a riqueza gerada no País e 5,5% do PIB industrial. Isso
significa, em termos marginais, que cada hectare de árvores plantadas adicionou R$
7,8 mil ao PIB nacional. O setor foi responsável ainda pela geração de R$ 10,23 bilhões
9
em tributos, formação de US$ 8,49 bilhões em receita de exportações e pelo
mantimento de 610 mil empregos de forma direta.
Apesar do incentivo de crescimento econômico do Brasil com base no
desenvolvimento da atividade florestal ser uma alternativa de grande viabilidade, ainda
existem muitos fatores a serem desenvolvidos para a promoção de maior estabilidade
do setor. Entraves como a excessiva tributação, impedimentos burocráticos, taxas de
juros incompatíveis e falta de recursos para investimentos do setor público impedem o
aproveitamento pleno das vantagens comparativas inerentes às atividades do setor,
implicando em limitação da competitividade.
2.2 Setor de celulose
No Brasil, 37,5% de toda a madeira produzida é utilizada para a produção de
celulose. A produção de serrados, painéis e compensados consome 15,8%, 7,8% e
3,5%, respectivamente. O restante (35,4%) é destinado à produção de lenha, carvão
vegetal e outros produtos florestais (REMADE, 2013). Além disso, o crescimento da
demanda mundial por celulose de fibra curta, o menor custo de matéria-prima e a
grande rentabilidade das indústrias do setor, trazem ao segmento celulósico destaque
no mercado brasileiro. Em função de tamanha importância deste ramo na economia
brasileira, suas atividades foram analisadas de forma prioritária no presente estudo.
Conforme dados da Associação Brasileira de Celulose e Papel, aconteceu em
1838 na Alemanha, pela primeira vez a produção de pasta celulósica branqueada,
10
sendo o pinheiro e o abeto as primeiras espécies utilizadas no processo produtivo. A
partir de 1960 o eucalipto começou a ser amplamente utilizado como principal fonte de
fibra para a fabricação de papel, promovendo uma grande transformação na indústria
(BENAION, 2009).
No Brasil a produção industrial de celulose deu-se, primeiramente com uso do
pinheiro, tendo em Monte Alegre, no Paraná, se instalado na década de 1950 a primeira
fábrica pelo processo Kraft. Já a produção em grande escala de celulose de eucalipto,
também pelo processo Kraft, se iniciou em 1957, no Estado de São Paulo,
estabelecendo caminho para a grande etapa de industrialização da celulose que, em
pouco tempo, levou o Brasil a ser um dos maiores produtores do mundo (OSÓRIO,
2007).
De acordo com BNDES (2010), a vantagem brasileira na atividade florestal se
traduz, diretamente, na grande competitividade do segmento de celulose de mercado.
No ano de 2014, por exemplo, a produção nacional de celulose de fibra curta e longa, e
pasta de alto rendimento, foi de 16,46 milhões de toneladas, 8,8% maior do que em
2013. Com esse resultado, o Brasil manteve-se no quarto lugar no ranking dos países
produtores de celulose de todos os tipos e como primeiro produtor mundial de celulose
de eucalipto. Tamanha produtividade promoveu um total de 10,61 milhões de toneladas
de volume exportado (IBÁ, 2015).
A indústria brasileira de celulose e papel exporta seus produtos para os
principais mercados mundiais, sendo os países da Europa, a China e os Estados
Unidos os principais destinos para a celulose, enquanto os países da América Latina
são os maiores compradores do papel nacional (BRACELPA 2014).
11
De maneira geral, as indústrias de celulose brasileiras apresentam como
características: grande porte; localização geográfica relativamente descentralizada;
pequeno número de unidades de produção; operação sob economia de escala e capital
intensivos; e alto grau de profissionalização (OSÓRIO op. cit).
Finalmente, de acordo com Funchal (2014), o país vive hoje um momento
importante tanto na indústria baseada na fibra branca como na fibra marrom. Há maturação
de novos projetos industriais, expansão e atualização tecnológica de projetos existentes,
consolidação de negócios entre grupos econômicos e diversos estudos para ampliação e
modernização dos negócios no Brasil.
2.3 Economia
De acordo com Bernardes (2014), a relação entre setores financeiros e o
desenvolvimento econômico de sociedades é objeto de análise há um longo tempo na
história. Desde então, essa relação vem sendo cada vez mais estudada, com modelos
teóricos e empíricos. Matos (2002) por exemplo, realizou uma análise histórica no Brasil
no período compreendido entre 1947 e 2000, verificando a relação entre o
desenvolvimento financeiro de segmentos econômicos específicos, mensurado por
diferentes indicadores macroeconômicos, e desenvolvimento econômico do país.
Analistas afirmam que empresas e segmentos econômicos além de olhar para a
própria situação para definir rumos e tendências de desenvolvimento também precisam
prestar atenção especial nas oscilações da economia nacional e mundial. Segundo
Lourenço & Romero (2002) os empreendedores precisam entender quais são os
12
indicadores macroeconômicos capazes de modelar o comportamento do cenário
econômico e entender de maneira integral a real influência que estes têm sobre seus
negócios, delinear as tendências de curto prazo da economia e subsidiar o processo de
tomada de decisões estratégicas dos agentes públicos (governo) e privados (empresas
e consumidores).
O ponto de partida é, portanto, identificar quais são as variáveis econômicas que
afetam, de maneira direta ou indireta, o desempenho de segmentos produtivos e buscar
as fontes de informações adequadas. Algumas variáveis contribuem mais diretamente
para a formação do cenário econômico no país, pois influenciam diretamente na lei da
oferta e demanda dos produtos e serviços que são colocados à disposição dos
consumidores, entre elas destacam-se: balança comercial, produto interno bruto, salário
mínimo, taxa de inflação, taxa de desemprego, taxa de juros, taxa de câmbio, produção
da indústria e custo de vida.
2.3.1 Balança comercial
O termo econômico balança comercial refere-se à diferença monetária total entre
exportações e importações realizadas por um país em um determinado período de
tempo. Os resultados dessa operação, portanto, podem ser positivos ou negativos,
dependendo do desempenho comercial observado (PAIVA, 2010). Segundo Fonseca
(2006), uma economia é caracterizada com superávit comercial quando os valores
relacionados à exportação são maiores do que as cifras relativas à importação de bens
e serviços. A situação contrária, marcada por índices de importação superiores à
13
exportação é denominada déficit comercial, e quando os parâmetros avaliados se
igualam, obtém-se o chamado equilíbrio comercial.
2.3.2 Produto interno bruto (PIB)
PIB, sigla para Produto Interno Bruto, é um dos indicadores mais utilizados na
macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade econômica de uma região.
Mensurado desde 1990 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o
índice representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços finais
produzidos numa determinada região, durante um período específico (FEE, 2012).
Segundo Meneguin & Vera (2012), o PIB é uma das estatísticas mais
importantes de um país, por destinar-se ao estudo dos valores agregados da produção,
da renda, do consumo e da acumulação de riquezas. Ainda segundo o autor, existem
padrões internacionais sobre a forma pela qual o índice é computado, permitindo
comparações entre países.
2.3.3 Salário mínimo
Instituído no Brasil pelo presidente Getúlio Vargas, em 1936, o salário mínimo é
caracterizado como valor mínimo de remuneração exigido por legislação pago aos
empregados pelo tempo e esforço gastos na produção de bens e serviços. Reajustado
de acordo com a situação econômica do país, esses valores baseiam-se no preceito
14
constitucional de que este deve ser suficiente para garantir as despesas familiares
básicas, tais como alimentação, moradia e saúde (ADVFN, 2015).
2.3.4 Taxa de inflação (IPCA)
Mensurado desde 1979 pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) é considerado o índice oficial de inflação do país. Esse parâmetro
objetiva medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no
varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40
salários mínimos, independente da fonte monetária. (JUNIOR, 2013). Uma de
nominação mais simples é designada por Fortuna (2005), que determina tal indicativo
como aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços, que por sua vez
acarreta em depreciação do valor real da moeda, diminuindo o poder de compra da
sociedade.
2.3.5 Taxa de desemprego
Definido e calculado pelo IBGE, a taxa de desemprego refere-se à relação entre
o número de pessoas procurando trabalho e de pessoas economicamente ativas num
determinado período de referência no país. São considerados, como desempregados
os indivíduos, com idade mínima de 15 anos que, no período de referência, se
encontram simultaneamente sem trabalho remunerado, porém disponíveis para
15
trabalhar e que tenham efetivamente procurado um trabalho, remunerado ou não
(IBGE, 2000).
2.3.6 Custo médio de vida do brasileiro
Segundo IBGE (2014) o custo de vida da população brasileira é medido através
de cálculos com base nos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos
pela população. Para isso, o Instituto produz Índices de Preços ao Consumidor,
medidas utilizadas para estimar, de forma aproximada, a variação do custo de vida das
famílias, ou dos preços de produtos e serviços por elas consumidos segundo
determinadas faixas de renda. Para o cálculo desse índice são realizadas pesquisas
mensais de preços em onze diferentes áreas urbanas.
2.3.7 Taxa de juros Selic
Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira utilizada como
referência para o cálculo das demais taxas de juros cobradas pelo mercado e para
definição da política monetária pelo Governo Federal do Brasil (ADVFN, 2014).
De maneira prática, a taxa Selic é o instrumento utilizado pelo Banco Central
para manter a inflação sob controle. Quando a taxa é muito reduzida, os investimentos
em aquisição de títulos públicos tornam-se menos atrativos à população, que com
maiores sobras de dinheiro, tem mais acesso ao crédito e ao consumo. Com o maior
16
consumo e aumento da demanda, os preços tendem a subir, encadeando o processo
inflacionário da moeda (PAIVA, 2010)
2.3.7 Taxa de câmbio
A Taxa de câmbio é caracterizada como preço de uma moeda estrangeira
medido em unidades da moeda nacional. No Brasil, devido à alta negociação
envolvendo produtos cotados em dólar, a moeda americana é a utilizada como padrão
para as comparações de cálculo. Assim, quando esse parâmetro atinge o valor de
2,30, por exemplo, significa que um dólar americano custa 2,30 reais (BANCO
CENTRAL, 2012).
A variável em questão é extremamente importante para as relações de comércio
internacional, visto que as negociações entre países exige a conversão cambial para
valoração de ativos. Além disso, de acordo com Mazzi (2013), a taxa de câmbio afeta
diretamente a inflação e os preços dentro da economia nacional, pois além da
quantidade de bens de consumo importados, muitas máquinas e matérias primas têm
seus preços cotados em moeda americana.
2.3.8 Produção da indústria
Produzida pelo IBGE desde a década de 1970, a Pesquisa Industrial Anual
produz indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das
17
indústrias no Brasil, sendo uma das principais fontes de informações sobre a situação
econômico-financeira do país (IBGE, 2012).
Os resultados desta pesquisa apresentam a avaliação do comportamento da
produção real mensal nas indústrias extrativa e de transformação do país, servindo
como índice avaliativo das condições de mercado e desenvolvimento produtivo
(ADVFN, 2014).
18
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Indicadores Macroeconômicos
Considerando o objetivo de analisar a evolução da economia brasileira e
compreender sua influência no desempenho do setor florestal, com ênfase na área de
produção de celulose, foram recolhidos os principais parâmetros componentes do
cenário econômico no país, capazes de influenciar diretamente na lei da oferta e
demanda dos produtos e serviços e, portanto, desenvolvimento do segmento produtivo
de florestas.
As variáveis econômicas avaliadas foram:
a)
Balança comercial;
b)
Produto interno bruto;
c)
Salário mínimo;
d)
Inflação (IPCA);
e)
Taxa de desemprego;
f)
Taxa de juros Selic;
g)
Taxa de câmbio;
h)
Produção anual da indústria;
i)
Custo médio de vida do brasileiro.
A fim de garantir a obtenção de dados confiáveis e concisos, todos os
indicadores econômicos foram extraídos dos relatórios anuais de desempenho do
19
Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa, do Fórum de informação da Bolsa de
Valores de São Paulo, Receita Federal do Brasil, Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos e da CIA World Factbook.
O período de análise deu-se entre os anos 2002 e 2012, intervalo importante e
de grande relevância para realização de avaliações científicas, pois compreende
períodos de crise, estabilidade e desenvolvimento econômico no Brasil.
Quanto à obtenção e manipulação dos dados, algumas considerações fazem-se
necessárias. O Produto interno bruto, por exemplo, é apresentado segundo a variação
percentual de valores ao longo dos anos, e não através das taxas monetárias. Buscouse com isso, expressar a variação específica da variável, proporcionando sua
comparação com as informações a respeito da produção industrial no Brasil, que segue
o mesmo padrão de apresentação. A mesma ideia é válida para a análise da Inflação
em território nacional, expressa segundo o índice anual IPCA acumulado, da taxa de
desemprego, e, finalmente do custo médio de vida do brasileiro no período estudado.
Quanto aos valores da Taxa de juros Selic, realizou-se a média anual dos
valores mensais da taxa, com posterior cálculo de sua variação ao longo do período de
estudo.
3.2 Indicadores de desenvolvimento do setor florestal
Com relação às variáveis de desempenho do setor florestal, buscou-se formar
um grupo de parâmetros capaz de ilustrar o cenário do segmento em sua totalidade de
maneira simples, e possibilitando o estabelecimento de relação com os indicadores
20
econômicos brasileiros analisados. Os dados foram obtidos exclusivamente dos
relatórios da Associação Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA) - atual Indústria
Brasileira de Árvores (Ibá) - Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas
(ABRAF), dos relatórios da FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura-, relatórios da CI Florestas, do Sistema Nacional de Informações Florestais,
e finalmente dos relatórios anuais do IBGE.
Os indicadores do segmento florestal analisados foram:
a) Produção e consumo de celulose no Brasil;
b) Balança comercial do setor de celulose no Brasil;
c) Desembolsos para financiamentos do setor florestal no Brasil;
d) Custo médio da produção da tonelada de celulose no Brasil;
e) Preço da tonelada de celulose no Brasil;
f) Preço médio da tora de madeira destinada a produção de celulose e
papel no Brasil;
g) Saldo de empregos do setor florestal brasileiro;
h) Plantio e produtividade anual de culturas florestais no Brasil;
i) Arrecadação de tributos em segmentos associados a florestas
plantadas no Brasil;
j) Quantidade de madeira em tora produzida para papel e celulose no
Brasil;
k) Número total de empresas relacionadas à fabricação de celulose e
outras pastas para fabricação de papel;
l) PIB do setor florestal.
21
Algumas observações a respeito dos métodos de extração e manipulação das
informações vinculadas às análises do desenvolvimento do segmento florestal devem
ser feitas. Com relação aos desembolsos para financiamentos do setor florestal no
Brasil, foram utilizados dados econômicos de fornecimento de crédito por parte do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma das mais
importantes vias de concessão monetária no Brasil, com dados acessíveis e confiáveis,
considerado por Maceron Filho & Quintairos (2014) como principal agente financiador
das políticas públicas, e dos financiamentos de longo prazo para o setor privado.
O custo médio de produção da tonelada de celulose no Brasil é uma variável
muito importante, porém indisponível em relatórios do IBGE, ou dos principais
segmentos e associações vinculadas ao setor. Portanto, para fins de análise no
presente trabalho, foram utilizados dados das empresas Suzano Papel e Celulose e
Fibria, importantes produtoras, referências internacionais no setor florestal com dados
confiáveis e publicados anualmente através de relatórios de sustentabilidade entre os
anos 2002 e 2012.
Enfim, assim como para as variáveis econômicas, o período de analise dos
indicadores silviculturais se deu entre 2002 e 2012, buscando-se relacionar as
principais variáveis econômicas capazes de influenciar o comportamento de cada um
dos parâmetros de desempenho do setor florestal.
22
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Primeiramente serão apresentadas as informações a respeito do comportamento
das variáveis econômicas, para posteriormente desenvolver as explicações de sua
relação com os dados sobre o setor de celulose. Dessa forma, O primeiro resultado do
estudo é apresentado através do gráfico 1, que trata da evolução da Inflação e das
taxas de juros no Brasil. As análises a respeito da inflação indicam queda nos valores
de 2002 até 2006, com acentuado crescimento em 2007 e ápice em 2008, período
marcado pelo inicio da grande crise econômica de caráter internacional. Após pequena
recuperação em 2009, 2010 e 2011 há novo incremento nos valores, com redução no
último ano e análise.
Valor percentual (%)
14,00
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Inflação
Taxa de Juros Selic
Gráfico 1 - Evolução da inflação e da taxa de juros no Brasil (2002-2012)
Fonte: ADVFN (2015b), Receita Federal do Brasil (2015). Elaboração dos autores.
23
Segundo Junior (2013), a crise de 2009 atingiu seu ápice na segunda metade de
2008, se caracterizando como a mais grave e severa desde a crise de 1929. Apesar de
ser inicialmente uma crise de inadimplência no mercado imobiliário americano, os
problemas econômicos logo tomaram proporções mundiais, tonando-se uma crise
sistêmica com forte impacto na economia real.
Estudos de Gomez (2012) seguem a mesma linha de pensamento de Junior
(2013) e afirmam ainda que, em 2011, a crise econômica iniciada em 2008 adentra uma
nova fase, marcada pela ameaça iminente de colapso da dívida soberana grega e suas
repercussões em toda a zona do euro, da União Europeia e, por elevação, na economia
mundial. Nos dois momentos, uma crise de natureza financeira afetou a economia real
do mundo inteiro, diminuindo taxas de crescimento e de produção, reduzindo o
comércio e aumentando o desemprego.
Com relação aos Juros, após pequeno aumento nas taxas em 2002, verifica-se
redução dos valores em 2003 e 2004 e no período 2006-2007, intercalado por ligeiro
crescimento em 2005. Em períodos de crise, como verificado em 2008/2009 e
2010/2011 em resposta ao aumento das taxas de inflação, as taxas de juros também
apresentam acréscimos. Essa é uma estratégia político-econômica de contenção dos
índices inflacionários através do aumento de juros para desestimular o consumo.
Machado (2008) confirma essa ideia, afirmando que a taxa de juros Selic é
definida e alterada pelo Comitê de Política Monetária do País, sendo usada pelo
governo como instrumento de combate a inflação. Dessa forma, se o Banco Central tem
expectativas de que a inflação irá crescer, a tendência é que aconteça uma elevação na
taxa de juros, capaz de ocasionar a restrição do consumo e dos investimentos. Com a
24
redução no nível de consumo, tem-se uma redução dos preços dos produtos, que
causa uma redução nos índices de inflação, conduzindo à meta estipulada.
O gráfico 2 apresenta a evolução da taxa de câmbio da moeda brasileira.
Verifica-se, neste, uma continua desvalorização do real sobre a moeda americana a
partir de 2003 e até 2008, quando se observa o menor valor na relação dólar/real dentro
do período analisado. Após recuperação em 2009, nos anos de 2010 e 2011
novamente o real passa a ter menor valor sobre o dólar, finalizando com o período com
valores crescentes de valorização monetária em 2012, o que demonstra que o país foi
menos afetado pela crise econômica mundial ocorrida nesse ano.
Relação Dólar/Real
3,5
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Gráfico 2 - Taxa de Câmbio Média anual Brasileira (2002-2012).
Fonte: IBGE (2013). Elaboração dos autores.
Com relação ao desenvolvimento e evolução das taxas de crescimento anual do
PIB e da Produção industrial no Brasil, conforme indicam os dados apresentados no
gráfico 3, verifica-se um comportamento bastante independente das variáveis. Quando
25
a produção industrial atingiu significativas taxas de crescimento em 2004 e 2010, o PIB
brasileiro apresentou redução em seus valores. Da mesma forma, quando a produção
industrial mostrou-se decrescente em 2003, e negativa em 2009 e 2011, o PIB
observado é crescente. Esse panorama evidencia que, apesar de ser de grande
importância para o somatório de riquezas e bens produzidos no Brasil, o segmento
industrial não é o único e nem o fator majoritário de representação das riquezas do
país, e, portanto, mesmo em momentos de alta produção, não foi capaz de tornar
positivo o Produto Interno Bruto de uma economia tão complexa e variada, como a
brasileira. Outros setores como a agricultura e prestação de serviços, por exemplo,
também influenciam de maneira muito expressiva a economia do país, explicando tal
fenômeno.
Valor percentual (%)
26
14
12
10
8
6
4
2
0
-2
-4
-6
-8
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
PIB
Produção Industrial
Gráfico 3 - Taxa de Crescimento anual do PIB e da produção industrial brasileira (2002-2012).
Fonte: ADVFN (2015c), CIA World Factbook (2015). Elaboração dos autores.
A Balança Comercial brasileira é certamente um dos indicativos que melhor
define o panorama econômico do país no período analisado, demarcando claramente
os diferentes estágios de desenvolvimento ocorridos, conforme indica o gráfico 4. Os
valores referentes às exportações e importações no país tem comportamento idêntico,
com crescimento contínuo e evidente de 2002 até 2007, diminuições muito marcadas
das transações em 2008 e 2009, novos incrementos em 2010, e finalmente reduções
em 2011-2012, decorrente das severas crises econômicas mundiais.
27
300
Bilhões de dólar
250
200
150
100
50
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Exportação
Importação
Saldo
Gráfico 4 - Balança Comercial Brasileira no período 2002-2012.
Fonte: ADVFN (2015d). Elaboração dos autores.
As análises gráficas referentes à balança comercial tornam evidente a relação do
desempenho de exportações e importações no Brasil e os índices de inflação, taxa de
juros e taxa de câmbio, extremamente desfavoráveis nos períodos de baixa na
atividade comercial brasileira. Prova disso é a valorização das transações visualizada
no ano de 2010. Segundo Matos et. al (2012) nesse período o governo baixou as taxas
de juros, o que indica aquecimento econômico de mercado nacional e maior quantidade
de dinheiro em circulação. Essa medida, aliada ao controle de inflação produziu
crescimento na economia, favoreceu investimentos e proporcionou condições ao país
para produzir mais e com preços mais estáveis, conforme visualizado na balança
comercial.
28
Com relação ao salário mínimo aprovado em território nacional, observa-se,
através do gráfico 5, um crescimento regular dos valores ao longo dos anos. A análise
dos índices indica que de 2002 a 2012, a remuneração salarial brasileira cresceu 210%,
evidenciando a valorização da mão-de-obra e também uma possível resposta ao
contínuo crescimento do custo de vida relativo no país.
700
600
Reais (R$)
500
400
300
200
100
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Gráfico 5 - Evolução do Salário Mínimo mensal no Brasil (2002-2012)
Fonte: ADVFN (2015). Elaboração dos autores.
Realizados no Brasil anualmente desde a implantação do plano real, os reajustes
do salário mínimo baseiam-se no preceito constitucional de que este deve ser suficiente
para garantir as despesas familiares básicas e cobrir a variação da inflação, desde o
último reajuste, para melhorar o poder de compra e distribuir riquezas entre a classe
trabalhadora (ADVFN, 2015).
29
A análise do índice acumulado do custo médio de vida no Brasil, apresentada no
gráfico 6, permite verificar um relativo decréscimo desta variável entre 2002 e 2005,
decorrente dos proporcionais decréscimos da inflação no país. A resposta dos
aumentos inflacionários no Brasil é visualizada também nos acréscimos do custo médio
de vida do brasileiro entre 2006 e 2008, e posteriormente em 2010, com recessão a
partir de 2011.
14
Valor Percentua (%)
12
10
8
6
4
2
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Gráfico 6 - Evolução do custo médio de vida no Brasil (2002-2012)
Fonte: DIEESE (2015). Elaboração dos autores.
Segundo ADVFN (2015), a inflação está intimamente ligada ao custo de vida no
país, pois esta variável é capaz de distorcer preços relativos, reduzir investimentos,
atrapalhar o planejamento de longo prazo e redistribuir a renda. Os autores afirmam
ainda que a inflação dificulta o cálculo econômico e cria ineficiência, pois prejudica a
30
tomada de decisão num ambiente de incerteza. Assim, as pessoas deixam de assumir
crédito, porque não sabem como estará sua renda no futuro, dificultando o
planejamento familiar e financeiro.
Finalmente, a comparação entre a evolução do custo de vida médio no país e do
salário mínimo em território nacional permite verificar o cumprimento da meta política de
formação de remuneração condizente as despesas e variações inflacionárias no Brasil,
visto que mesmo em períodos de redução do custo de vida e inflação o salário mínimo
mostrou-se crescente.
A taxa de desemprego, apresentada no gráfico 7, é um dos principais
indicadores das condições internas de mercado e demonstra de maneira muito clara a
situação econômica no Brasil durante o período analisado. Enquanto em períodos de
aquecimento econômico com baixos índices de inflação, como os observados em 20032004 e de alta na produção industrial brasileira, como em 2006-2007 e 2010, os índices
percentuais de desemprego apresentam-se baixos, em períodos de crise econômica,
como visualizado em 2009, como alternativa de contenção de gastos verificam-se
acentuados valores de demissões, gerando grande número de profissionais
desempregados.
31
Valor Percentual (%)
14
12
10
8
6
4
2
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Gráfico 7 - Evolução da Taxa de desemprego no Brasil (2002-2012)
Fonte: IBGE (2015). Elaboração dos autores.
A análise a respeito da evolução do Preço médio da tora de madeira destinada à
produção de celulose e papel no Brasil, apresentada no gráfico 8, evidencia
crescimento dos valores em todo o período compreendido entre os anos de 2002 e
2008, alcançando o valor máximo em 2009, com crescimento de cerca de 50% em
relação ao ano anterior. Após uma queda no preço deste produto no ano de 2010, em
2011 e 2012 os valores voltam a crescer.
O comportamento visualizado entre 2002 e 2008 de valorização sobre o preço de
toras certamente não foi influenciado pelas taxas de inflação da economia brasileira até
2006, cujos índices foram exclusivamente decrescentes. Nesse período o preço do
produto certamente foi influenciado pelas relações de oferta e demanda, pela cotação
do dólar, e por possíveis aumentos de custos de produção. Porém, em 2008, com o
pico inflacionário observado no cenário econômico do país, o preço da matéria prima
32
madeireira foi influenciado de maneira marcante e extrema. O mesmo ocorre no ano de
2011, onde houve aumento de inflação proporcional ao crescimento do preço de toras.
80
70
Reais (R$)
60
50
40
30
20
10
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Gráfico 8 - Evolução do preço médio da tora de madeira destinada a produção de celulose e papel
no Brasil (2002-2012)
Fonte: CIFlorestas (2013). Elaboração dos autores
Valverde et. al (2005) ressalta, no entanto, que os elevados custos de transporte,
as barreiras à entrada no segmento produtivo e a instabilidade econômica vinculada a
atividade madeireira dificultam a existência de outros produtores e consumidores de
madeira próximos as unidades industriais, eliminando as possibilidade de concorrência
e de maiores aumentos nos preços desse produto, que foram historicamente
controlados e formados pelas grandes empresas florestais nas suas regiões de
atuação.
33
A Quantidade de madeira em tora produzida para fins industriais nos segmentos
de celulose e papel não foi completamente influenciada pelo crescimento no preço
deste produto, visto que mesmo em período de instabilidade econômica, como em 2008
e anos de incremento de preços, como 2002, 2005, 2007, e 2008-2009 a quantidade de
madeira produzida foi crescente, evidenciando demanda pelo produto, conforme dados
apresentados no gráfico 9.
80
75
Milhões de m³
70
65
60
55
50
45
40
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Gráfico 9 - Quantidade de madeira em tora produzida para papel e celulose no Brasil (2002-2012)
Fonte: FAO (2016). Elaboração dos autores.
É possível verificar ainda que o comportamento dessa variável é semelhante em
muitos períodos às taxas de crescimento da produção industrial brasileira, com
recessão em 2008 e, posteriormente 2012, onde a indústria brasileira apresentou taxas
negativas de crescimento.
34
Tais resultados demonstram a importância do setor madeireiro na produção
industrial brasileira, com demanda constante mesmo em cenários econômicos
desfavoráveis, e evidencia o fato de que essa indústria é diretamente influenciada pelos
mesmos fatores que determinam a evolução e comportamento da indústria brasileira de
modo geral.
Apesar das oscilações observadas nos indicadores da quantidade de madeira
produzida para uso industrial, as análises do gráfico 10, demonstram que a produção
final de celulose somente cresceu de 2002 a 2012, não sendo afetada de maneira
expressiva pelas dificuldades econômicas do país. Esse resultado demonstra a
segurança do segmento produtivo, que aparenta ter reservas de matéria-prima e força
interna para desenvolvimento durante períodos de instabilidade na disponibilidade de
toras de madeira e de crise econômica.
35
16
MIlhõe de toneladas
14
12
10
8
6
4
2
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Produção
Consumo
Gráfico 10 - Evolução da produção e consumo interno de celulose no Brasil (2002-2012)
Fonte: ABRAF (2013). Elaboração dos autores.
O crescimento considerável na produção de celulose o Brasil pode ser explicado
pelos grandes investimentos realizados nas últimas décadas, iniciados com o
desenvolvimento de uma tecnologia específica para produção de celulose com
eucalipto na década de 50, pela política de incentivos fiscais ao reflorestamento, pela
atuação do Conselho de Desenvolvimento Industrial (CDI) e pelos investimentos com
participação do Banco Nacional de Desenvolvimento, na década de 70, cujos
resultados refletem nos atuais cenários do setor (SOARES ET. AL, 2010; REZENDE &
NEVES, 1988).
MDIC (2010) corrobora tais afirmações e indica ainda que apesar de o segmento
fornecedor de celulose ter sofrido com a crise econômica mundial, a forte demanda
advinda de países em desenvolvimentos, tais como a China, Índia e a América Latina
36
como um todo, ajudou a manter o ritmo de produção do setor. Segundo o autor, no
período entre 2008-2010, em que o mundo ainda sofria muito com as consequências da
crise econômica mundial, o setor de celulose brasileiro foi o único em caráter
internacional que cresceu em termos de produção.
Tais valores indicam a flexibilidade do setor, com resultados positivos e
crescentes na produção mesmo frente ao crescimento nos índices inflacionários em
anos como 2007, 2008 e 2010, e das taxas de juros em 2002, 2005 e 2007. A partir de
2009, com a marcada crise econômica mundial, no entanto, a produção brasileira
apresenta reduções de crescimento, muito provavelmente em função de menores
demandas e redução do poder aquisitivo dos países importadores da celulose
brasileira, também afetados pela recessão econômica do período em questão.
A figura 1 permite ainda verificar que o Brasil manteve, durante período de
análise, grande estabilidade e excelentes resultados, com menores recessões devido
às crises econômicas. Até 2004 o país era o 6º maior produtor de celulose de todos os
tipos. Em 2005, o Brasil alcança a 5ª posição do ranking, caindo no ano seguinte e
retornando em 2007. De 2009 a 2012, no entanto, a indústria brasileira se fixa
definitivamente como 5º maior produtor mundial de celulose.
37
1.EUA
1.EUA
1.EUA
1.EUA
1.EUA
1.EUA
2.Canadá
2.Canadá
2.Canadá
2.Canadá
2.Canadá
2.Canadá
3.China
3.China
3.China
3.China
3.China
3.China
4.Suécia
4.Suécia
4.Suécia
4.Suécia
4.Suécia
4.Suécia
5.Finlândia
5.Brasil
5.Finlândia
5.Brasil
5.Finlândia
5.Brasil
6.Brasil
6.Finlândia
6.Brasil
6.Finlândia
6.Brasil
6.Finlândia
2002-2004
2005
2006
2007
2008
2009-2012
Figura 1 - Evolução do ranking dos seis maiores produtores mundiais de celulose no mundo
(2002-2012)
Fonte: FAO (2016). Elaboração dos autores.
A análise do comportamento produtivo dos demais países líderes no segmento
de celulose, apresentada no gráfico 11, demonstra a resiliência das indústrias
brasileiras e os bons resultados no setor, mesmo em períodos de dificuldade
econômica. Canadá e Finlândia, por exemplo, tiveram decréscimos produtivos de 2002
até 2008, com redução acentuada dos índices em 2009 e pequenos índices de
crescimento de 2010 a 2012. A Suécia também teve brusca redução produtiva a partir
de 2007, com fortes decréscimos em 2008 e 2009, e pequenas ascensões de 2010 a
2012. Os EUA, maiores produtores absolutos de celulose em caráter mundial também
demonstraram recessão em 2009, em função da instabilidade internacional de
mercado. A China apresenta comportamento semelhante ao brasileiro até 2008, com
38
franca expansão produtiva. Porém, o país foi fortemente influenciado pelas crises de
2009 e 2012, enquanto o Brasil teve pequenas reduções dos valores.
80000
70000
Mil toneladas
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
EUA
China
Canadá
Brasil
Suécia
Finlândia
Gráfico 11 - Evolução da produção dos maiores produtores mundiais de celulose (2002-2012)
Fonte: FAO (2016). Elaboração dos autores.
Segundo Soares et. al (2010) entre os fatores que alavancam a produção
brasileira de celulose, se destacam principalmente as condições favoráveis de terras e
de clima, que proporciona elevada produtividade das florestas, especialmente de
eucalipto, que possibilita ciclos de rápido crescimento e alta qualidade; baixo custo de
produção em relação a outros países; e avanço tecnológico na área da genética,
biotecnologia e manejo florestal.
A superior produção das florestas nacionais é evidenciada através de
comparações que indicam que em 2007, por exemplo, a produtividade das plantações
39
de eucalipto no Brasil alcançou em média 40 m³/ha/ano, enquanto na África do Sul,
Chile e Espanha esse valor corresponde a 20, 25 e 10 m³/ha/ano respectivamente.
Acrescenta-se, ainda, que no Brasil a rotação da espécie é de sete anos, inferior à de
países como África do sul (8-10 anos), Chile (10-12 anos) e Espanha (12-15 anos)
(BRACELPA, 2009).
No entanto, Tomaselli (2014b) destaca que maiores índices de produção florestal
não são alcançados porque no Brasil, apenas 10% da área florestal total é formada por
floresta de produção, enquanto na Finlândia, por exemplo, esse índice corresponde a
87% da área total. Na França o valor é de 75%. Esse fato está associado basicamente
a extensas áreas florestais brasileiras com limitações de uso, destinadas à proteção
(34% da área total) e para fins sociais (30%). A consequência disso é que mesmo com
a alta produtividade das florestas plantadas no Brasil, a produção anual de madeira
industrial por unidade de área é praticamente igual nos três países. Siqueira (2002)
indica ainda que o Brasil não ocupa melhores posições no ranking dos principais
produtores mundiais porque não possui adequadas políticas governamentais de
incentivo a indústria como os demais países líderes.
O Consumo interno de celulose no Brasil, também apresentada no gráfico 10,
demonstra comportamento consideravelmente crescente até 2008, com queda em
2009, recuperação em 2010, e novos decréscimos em 2011 e 2012, resultados de
menor incremento produtivo e prováveis recessões por parte das indústrias brasileiras,
afetadas pela inflação e aumento das taxas de juros.
Em resposta ao aumento na produção de madeira em tora e de celulose,
observou-se de acordo com os dados do gráfico 12, no período analisado um
comportamento crescente dos plantios de eucalipto no Brasil a fim de cobrir a demanda
40
produtiva do setor florestal. Além das áreas de plantio dessa espécie, observa-se no
gráfico 13 um aumento na produtividade das florestas dessa composição na grande
maioria do período de análise. Tamanho incremento produtivo nas espécies florestais
pode ser explicado pelo investimento em pesquisa de métodos e materiais adequados
às necessidades de mercado.
6000
Hectares
5000
4000
3000
2000
1000
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Eucalipto
Pinus
Gráfico 12 - Evolução do plantio de Eucalipto e Pinus no Brasil (2002-2012)
Fonte: ABRAF (2013); BRACELPA (2014). Elaboração dos autores.
41
45
m³.ha/ano
40
35
30
25
20
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Eucalipto
Pinus
Gráfico 13 - Evolução da produtividade de Eucalipto e Pinus no Brasil (2002-2012)
Fonte: ABRAF (2013); BRACELPA (2014). Elaboração dos autores.
Lourensoni (2015) indica que o aumento das áreas de plantio no país é esperado
e fundamental para o desenvolvimento econômico brasileiro, visto que as florestas
plantadas são responsáveis por abastecer importantes cadeias produtivas, como a
construção civil, geração de energia, produção de carvão, papel e celulose e indústria
moveleira. A autora indica ainda que, por conta dessa forte demanda já se observam no
Brasil casos de produtores rurais que estão substituindo o cultivo de cana-de-açúcar em
área de encosta pelo plantio de eucalipto nos estados de Pernambuco e Alagoas, visto
que os custos de plantio da cana nessas áreas são mais elevados e a substituição
garante o aumento do lucro dos produtores.
Para o caso específico do segmento de celulose, Soares (2010) indica que a
instalação de uma indústria desse setor requer altos investimentos iniciais. Para que
sejam diluídos os custos por unidade produzida torna-se necessário um nível elevado
42
de produção. Consequentemente, as empresas são obrigadas a formar grandes áreas
florestais no seu entorno a fim de reduzir os custos de transporte.
Seguindo essa tendência, a Indústria Brasileira de Árvores já projeta
investimentos de quase R$ 53 bilhões até 2020 para ampliar as áreas de florestas
plantadas no Brasil. A tendência é que o país continue crescendo e seja uma das
maiores referências em produtividade e manejo de florestas plantadas (IBA, 2014).
Contrariamente ao fato observado para o eucalipto as espécies de pinus
demonstraram considerável redução nas áreas de plantio, decorrentes principalmente
da restrição de uso e maior rotação necessária para a espécie (gráfico 12).
Outra possível explicação para a redução nos plantios de pinus nesse período é
o incremento produtivo observado para a espécie no gráfico 13. Assim, tornam-se
necessárias menores áreas para a produção de uma mesma quantidade de madeira.
Os aumentos nos plantios de eucalipto, na produção de madeira em tora para
fins industriais e na celulose, observados no período de estudo podem ser diretamente
relacionados com a crescente evolução dos financiamentos realizados para o setor
florestal, apresentados no gráfico 14. Verifica-se de 2005 a 2012 um constante aumento
no montante total investido para esses fins, o que indica desenvolvimento geral do
setor, que se demonstra mais atrativo e procurado em âmbito nacional.
43
600
Milhões de Reais (R$)
500
400
300
200
100
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Gráfico 14 - Evolução dos desembolsos para financiamentos do setor florestal no Brasil (20022012)
Fonte: ABRAF (2013). Elaboração dos autores.
Deve-se destacar, no entanto, que os aumentos inflacionários e nas taxas de
juros também exerceram influência nos maiores desembolsos para financiamentos.
Frente aos aumentos tributários, torna-se mais caro produzir floresta, o que acarreta em
aumentos nos valores básicos de empréstimos.
Assim como o preço da tora de madeira, o preço final de celulose também
apresentou comportamento predominantemente crescente a partir de 2002, com maior
valor observado em 2008, redução de custos em 2009 e novo crescimento até 2011,
quando os valores se reduzem, conforme apresentado no gráfico 15.
O comportamento crescente do preço de venda da tonelada de celulose no
Brasil é resultante do aumento no custo de produção desse produto (gráfico 15), nos
44
períodos 2003-2004, 2006-2007 com ápice em 2008, e 2010 a 2012. Sendo a madeira
a principal matéria-prima de valor agregado para a produção celulósica no país, o
comportamento similar para esse insumo e o preço de produção final de celulose era
esperado. Entende-se, portanto, que os materiais e métodos empregados na produção
da celulose foram diretamente afetados pelos aumentos de inflação e taxa de juros no
território nacional.
Reais/tonelada (R$/t)
2100
1800
1500
1200
900
600
300
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Preço de venda
Custo Produção
Gráfico 15 - Custo médio da produção e preço de venda da tonelada de celulose no Brasil (20022012)
Fonte: FIBRIA (2013); SUZANO (2014). Elaboração dos autores.
Finalmente, conclui-se que em períodos como 2002, 2005 e 2008, em que o
preço da madeira foi crescente e o custo da celulose reduzido, o setor produtivo fez uso
de estratégias econômicas de contenção de gastos a fim de manter custos competitivos
e rentáveis.
45
Tomaselli (2014c) em estudo sobre a inflação de custos e a competitividade da
indústria florestal brasileira, afirma que com o aumento do preço de madeira em tora
visualizado nos últimos anos, o setor usa como alternativa a busca por ganhos através
do aumento da produtividade, em especial na produtividade da mão-de-obra e no
rendimento do processo de transformação. Coraça (2015) corrobora tais afirmações, e
aponta um significativo aumento na produtividade de trabalhadores florestais, que
evoluíram de 600 m³/pessoa/ano na década de 90 para produção de 1.500
m³/pessoa/ano em 2014.
Além disso, Soares et. al (2010) afirma que a considerável estabilidade do setor
produtivo, e seus custos nos períodos de recessão econômica são garantidos graças a
vantagens do setor como a existência de empreendimentos industriais com escalas de
produção adequadas, dentro do padrão das melhores práticas mundiais, emprego dos
fatores de produção terra, capital e trabalho racionalmente e uso intensivo de capital, o
que garante flexibilidade produtiva, atualização de produtos, redução de custos e
amento da qualidade, permitindo que a indústria de celulose nacional se destaque.
Com relação à Balança comercial dos produtos de celulose no Brasil,
apresentada no gráfico 16, verifica-se um crescente avanço das exportações de 2002
até 2007, com redução em 2008, novo crescimento dos resultados entre 2009 e 2011, e
finalmente nova redução em 2012.
46
6000
Milhões de dolar
5000
4000
3000
2000
1000
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Exportações
Importações
Gráfico 16 - Evolução da balança comercial do setor de celulose no Brasil (2002-2012)
Fonte: ABRAF (2013). Elaboração dos autores.
O IPEA- Instituo de Pesquisa Econômica Aplica - (2010) aponta que um dos
principais fatores que favorecem a exportação da celulose brasileira é seu custo de
produção, inferior a de diversos países concorrentes. Em 2009, por exemplo, enquanto
o custo da produção de uma tonelada do produto registrado foi de US$494 no Brasil, no
Canadá, Suécia e Finlândia, este valor foi de US$626, US$ 604 e US$ 560/tonelada
respectivamente.
A análise dos principais destinos da celulose brasileira exportada permite uma
melhor compreensão do comportamento observado, de acordo com o gráfico 17.
Enquanto a Europa demonstra comportamento regular de importação em todo o
período analisado, a Ásia, grande importadora da celulose brasileira sofreu drástica
47
redução de compra do produto brasileiro em 2008 e 2012, o que certamente prejudicou
as vendas externas do Brasil, que não foi amenizada nem mesmo pelo aumento das
importações por parte dos países da América do Norte. Reduções maiores nas
exportações brasileiras de celulose não foram observadas devido à desvalorização
econômica e aumento dos índices de inflação decorrentes das crises econômicas
mundiais, que tornaram a celulose brasileira desvalorizada no mercado interno e com
menores preços no mercado internacional.
30000
Mil toneladas
25000
20000
15000
10000
5000
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
América do Norte
Ásia
Europa
Gráfico 17 - Principais destinos das exportações brasileiras de celulose (2002-2012)
Fonte: FAO (2016). Elaboração dos autores.
Segundo dados da Confusor (2010), com cerca de 60% da produção de celulose
voltada ao mercado externo, a expectativa era que o setor sofresse um impacto muito
maior com a crise financeira internacional do que realmente foi observado. Os autores
destacam ainda que, como a crise atingiu todos os produtores mundiais, a
48
competitividade da indústria nacional, já conhecida internacionalmente, ficou ainda mais
aparente. Dessa forma, apesar de toda a retração da economia mundial, o segmento de
celulose conseguiu manter os níveis de produção e exportação.
Com relação à Arrecadação de tributos pelo setor de celulose e papel,
apresentado no gráfico 18, é possível verificar um comportamento linear de pouco
crescimento entre 2003 e 2007, e então um desenvolvimento acentuado a partir de
2008 e até 2011, com final retração. A análise do número de empresas vinculadas a
esse setor, apresentada no gráfico 19, no entanto, revela um contingente cada vez
menor de companhias no segmento. Essa informação indica que o total de tributos
arrecadados com empresas do setor vem sofrendo um aumento nos últimos anos,
provavelmente como estratégia política para arrecadação de fundos.
Milhões de Reais (R$)
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Gráfico 18 - Evolução da arrecadação de tributos pelo setor de celulose e papel no Brasil (20022014)
Fonte: ABRAF (2013); BRACELPA (2014). Elaboração dos autores.
49
100
Número de empresas
95
90
85
80
75
70
65
60
55
50
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Gráfico 19 - Evolução do número de empresas relacionadas à fabricação de celulose e outras
pastas para fabricação de papel
Fonte: IBGE (2015b). Elaboração dos autores.
Tomaselli (2015) afirma que a carga tributária é um dos fatores supra setoriais
mais importantes do segmento produtivo florestal. Segundo o autor esse item tem forte
efeito na competitividade dos produtos brasileiros, e vem apresentando aumento na
última década, como resposta a necessidade de arrecadação de fundos para equilibrar
as contas do governo.
Quanto ao total de empresas vinculadas à produção de celulose, pode-se inferir
ainda, que a instabilidade econômica que resultou em aumentos na inflação, taxa de
juros e mesmo no total de tributos recolhidos pelo governo federal influenciaram no
desenvolvimento das empresas produtoras de celulose, que usaram de técnicas de
junção empresarial para se manter competitivas no mercado então instável.
50
Resultados similares foram encontrados por Soares et. al (2010) em estudo a
respeito da cadeia produtiva de celulose e papel no Brasil. O autor indica uma
diminuição do número de empresas de celulose no país e aumento de desigualdade
entre o tamanho delas, provavelmente devido às fusões empresariais e aquisições
ocorridos nos últimos anos, destacando como exemplos a aquisição da Riocell pela
Aracruz em 2003, a compra da Ripasa pela VCP e Suzano Bahia Sul em 2004 e a
aquisição da Vison Industria de Papel e Empreendimentos pela Estora Enso em 2006.
Ouchi (2006) atribui ainda a restrição à inserção de novas empresas no setor de
produção de celulose a necessidade de altos investimentos e de uma área de ponta em
pesquisa e desenvolvimento e as fortes exigências ambientais e empresariais para a
correta gestão ambiental e produtiva.
O saldo geral de empregos, apresentado no gráfico 20, também foi diretamente
influenciado pelo número total de indústrias vinculadas a produção de celulose e pelos
efeitos das recessões econômicas ocorridas nos últimos anos.
Após aquecimento do mercado florestal em 2003, conforme observado na
produção de celulose no país, o número de empregados tem um significativo
crescimento, e então, após algumas oscilações de pequena ordem entre 2004 e 2006,
a partir de 2007 e até 2009, verifica-se uma grande redução de mão-de-obra no setor,
como reflexo da crise econômica e da redução das empresas do segmento.
51
50,0
40,0
Mil Pessoas
30,0
20,0
10,0
0,0
-10,0
-20,0
-30,0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
Gráfico 20 - Saldo de empregos do setor florestal brasileiro (2002-2012)
Fonte: SNIF (2013). Elaboração dos autores.
Em 2009 tem-se um novo aquecimento do mercado, com a recuperação póscrise. Porém, em 2010 e até 2012, tem-se novas restrições comerciais, reduzindo
drasticamente o número de trabalhadores do setor florestal.
Outro fator que explica a redução do número de empregados do setor é o alto
grau de especialização e tecnologia necessário em grande parte das atividades
produtivas do setor. Maquinários especializados de plantio e colheita, por exemplo,
dispensam os grandes contingentes de operários aplicados nas funções através do uso
de métodos manuais, observados até a última década.
A última análise realizada, apresentada no gráfico 21, diz respeito às variações
no PIB do setor florestal e no PIB da indústria brasileira de maneira geral. Segundo o
Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF) (2009), em 2007, por exemplo, a
contribuição do segmento florestal e suas atividades corresponderam a 3,5% do PIB
52
brasileiro. Tamanha importância do setor pode ser observada através dos gráficos, que
indicam grande similaridade entre os dois indicadores em diversos períodos de análise.
Após oscilações para os dois casos entre 2002 e 2006, verifica-se grande incremento
em 2007 e até 2008, quando, devido as consequências da crise econômica as
produções e rendimentos brasileiros sofreram considerável redução até o ano de 2010,
quando o país saiu da crise, com resultados positivos em 2011. Observa-se, porem,
que um novo período de recessão afetou o mercado brasileiro que apresentou nova
baixa até 2012.
Valor percentual (%)
53
100
80
60
40
20
0
-20
-40
-60
-80
-100
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ano
PIB
PIB Setor Florestal
Gráfico 21 - Evolução do PIB do setor florestal em comparação com o PIB brasileiro (2002-2012)
Fonte: CI Florestas (2012). Elaboração dos autores.
Ressalta-se, portanto, que as condições de mercado nos períodos de
instabilidade, com altos índices inflacionários e taxas de juros elevadas desfavorecem a
produção dos produtos florestais e demais setores, portanto, na geração de riquezas no
país.
Um fator muito importante a respeito da geração de riquezas no setor florestal, e
especialmente da contribuição das atividades vinculadas à produção de celulose no
Produto Interno Bruto brasileiro é o fato de esse segmento produtivo ser intimamente
ligado a outros setores, promovendo, portanto, demandas específicas em diferentes
indústrias. Valverde et. al (2004) afirma que aumentos na produção de celulose no
Brasil acarretam em incremento no consumo de insumos químicos do processo
produtivo, o que significa impacto no setor petroquímico e também aumentos em
prestação de serviços para transporte de adicional produzido, comercialização,
54
manutenção e reparo de máquinas, e todo um aparato envolvido na cadeia de produção
do setor florestal.
55
5 CONCLUSÃO
O presente trabalho percorreu a evolução da economia brasileira no período
compreendido entre 2002 e 2012 evidenciando que o desempenho do país foi
fortemente afetado pelas crises econômicas de âmbito internacional com ápices
ocorridos em 2009 e 2012. As análises permitem inferir ainda que, apesar do segmento
florestal ser diretamente influenciado pelas diretrizes e desempenho do cenário
econômico do país, o setor de produção de celulose tem considerável independência e
fortes bases que garantem bom desempenho mesmo frente a momentos de
instabilidade financeira e política no cenário econômico mundial. Finalmente, as
análises indicam que taxa de juros e variação de inflação são as duas variáveis que
mais influenciaram o comportamento e desenvolvimento do setor.
56
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