O JARDINEIRO INFIEL: UMA HISTÓRIA DO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA, TERRAS E COLONIZAÇÃO NA GESTÃO FLORESTAL DO SERTÃO PARANAENSE, 1934-1964 Ely Bergo de Carvalho1 O interior do Estado do Paraná, durante o século XX, passou por um grande processo de colonização, no qual vastas áreas do inteiro foram (re)ocupadas e desflorestadas. A bibliografia sobre o tema afirma que, neste processo, a legislação florestal foi “mera decoração”. No presente trabalho questiono tal interpretação. O Código Florestal de 1934 é o marco inicial da pesquisa, sendo que no Paraná o Departamento de Geografia, Terras e Colonização foi o órgão responsável por fazer cumprir tal lei. Nesta pesquisa busco avaliar a estratégia de gestão das florestas promovidas pelo DGTC, partindo de uma leitura a contra pelo dos relatórios governamentais. Argumento que a legislação e a conservação florestal foram utilizadas para excluir milhares de posseiros que tentavam ter acesso à terra. Ademais, dos 944.774 ha de florestas, legalmente reservadas, apenas 5.104 ha foram “realmente preservadas”. Mostrando, com isto, os limites do regime de apropriação e de gestão Estatal de recursos florestais. Palavras-chave: florestas, gestão, apropriação estatal, colonização. 1 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e bolsista do CNPq. E-mail: [email protected].