Prevenção das infecções/colonização por KPC e VRE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
HOSPITAL DE CLÍNICAS
COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
PROTOCOLOS DE CONTROLE DE INFECÇÃO
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO/COLONIZAÇÃO POR
KLEBSIELLA PNEUMONIAE RESISTENTE AOS CARBAPENÊMICOS (KPC)
E ENTEROCOCCUS RESISTENTE A VANCOMICINA (VRE)
1 – Introdução
Bactérias multirresistentes são aquelas que, por mecanismo diversos,
apresentam resistência ao tratamento com antibióticos utilizados na prática
clínica. Seu surgimento, motivado pelo uso pouco racional de antibióticos, bem
como sua disseminação através das mãos dos profissionais de saúde, tornam
o ambiente hospitalar susceptível a agravos decorrentes da presença destas
bactérias, sendo fundamentais as medidas que visem prevenir ou controlar as
infecções por germes multirresistentes. Quando ocorrem, elas estão implicadas
em maiores taxas de permanência no hospital (dias de internação), maior
necessidade de tratamento em unidades de cuidado intensivo, maior número
de procedimentos cirúrgicos e maior índice de desfechos desfavoráveis, visto
que as opções terapêuticas são limitadas nesses casos.
2 - Fatores de risco
Os pacientes mais sujeitos a adquirir germes patogênicos são listados a seguir:
contactantes no mesmo espaço físico a partir de um caso índice de
infecção;
pacientes internados em UTI, onde é frequente a utilização de múltiplos
dispositivos invasivos;
pacientes submetidos a cirurgia de grande porte;
Bactérias Multirresistentes
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imunocomprometidos (HIV, diabetes, neoplasia hematológica, corticoterapia
etc);
pacientes em terapia renal substitutiva, sobretudo hemodiálise;
pacientes institucionalizados;
pacientes hospitalizados no último ano ou que receberam antibioticoterapia
nos últimos 3 meses;
acamados com úlceras de decúbito.
3 – Investigação das Bactérias Multirresistentes
3.1- Como investigar?
Diante da suspeita de infecção por bactérias multirresistentes, sua
presença deve ser confirmada pelo isolamento dos agentes em líquidos ou
secreções estéreis (sangue, urina, líquido pleural etc) e instituída terapêutica
adequada.
As culturas de vigilância para colonização deverão ser colhidas dos
pacientes que apresentam algum fator de risco, a partir de Swab retal. Em caso
de positividade, as coletas deverão ser repetidas a cada semana, até que o
paciente apresente critério para que seja interrompido o protocolo de vigilância.
Diante da suspeita não confirmada de colonização (resultado negativo de
swab) o paciente poderá ser mantido sem as precauções adicionais de contato.
Após um resultado positivo, outros dois negativos, separados pelo intervalo de
uma semana, deverão ser alcançados antes da suspensão dessas precauções.
3.2- Quando investigar?
Em qualquer momento da internação, desde que o paciente suspeito tenha
sido contactante de outros comprovadamente infectados ou suspeitos para
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a colonização por bactérias multirresistentes (considerar contactante aquele
que esteve no mesmo ambiente por mais de 24 horas);
Pacientes no momento da admissão, vindos de outras instituições
hospitalares ou de cuidados prolongados, nas quais tenham sido
submetidos a procedimentos invasivos, ou ainda que apresentem outros
fatores de risco.
4- Precauções adotadas frente ao paciente colonizado ou infectado
Identificação do paciente como portador de ou infectado por bactérias
multirresistentes de forma acessível no prontuário;
Identificação próximo ao leito com a placa de PRECAUÇÃO DE
CONTATO;
Adoção de todas as medidas pertinentes às precauções PADRÃO:
- Higiene das mãos com água e antisséptico ou utilização de álcool em gel
quando não houver sujidade visível nas mãos.
- Uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) como luvas de
procedimento, máscara e óculos de proteção na realização de procedimentos
com risco de contato de fluidos com a face do profissional (intubação
orotraqueal, aspiração de vias aéreas) e aventais.
- Limpeza concorrente COM ÁGUA E SABÃO e desinfecção da superfícies
ambientais em contato com o doente, como cama, colchão, mobílias e
equipamentos (bombas de infusão, oxímetros e monitores multiparâmetros,
suportes de soro, saídas de ar e oxigênio), utilizando álcool a 70% (a cada
turno);
- Não utilizar brincos longos, anéis, pulseiras, sapatos abertos, cabelos soltos
ou unhas compridas durante a assistência ao paciente;
- Internação em quarto privativo ou em grupos separados pela presença de um
mesmo agente infeccioso (coorte).
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- Quando não houver disponibilidade de espaço físico para separar portadores
e infectados por bactérias multirresistentes, considerar profissionais exclusivos
para o manejo de tais indivíduos.
- Individualização dos equipamentos usados na atenção diária: termômetros,
oxímetros, estetoscópios e esfigmomanômetros devem estar disponíveis para
cada leito e não devem ser utilizados em outros pacientes; quando não for
possível, realizar desinfecção com álcool 70% antes de utilizar em outro leito.
- Evitar o excesso de materiais de consumo expostos ao ambiente, como
caixas de luvas, medicamentos de uso coletivo, produtos de higiene pessoal.
- Quando da transferência do paciente para outros setores, descartar ou enviar,
se possível, para a unidade de destino os materiais de consumo diário
(esparadrapo, fita, pacotes de gaze e compressa etc);
- Restringir a circulação de pessoas, sejam estudantes, estagiários, visitantes
ou acompanhantes; em casos em que se fizerem necessários, orientar sobre a
condição, estimular a higiene das mãos e o uso do EPIs;
- Manter as mesmas barreiras quando da necessidade de transporte do
paciente a outra unidade de cuidados ou para a realização de exames
- Não se deve tocar em portas, maçanetas e botões de elevador durante o uso
da luva, sendo recomendado carregar luvas extras caso a troca seja
necessária.
- Após o transporte, proceder limpeza e desinfecção da maca ou cadeira de
transporte utilizada com água e sabão (para remoção de sujidade
macroscópica) e álcool 70% após.
- Retirar os EPIs antes de sair do quarto, calçar novas luvas de procedimento
para descartar os materiais utilizados na limpeza e higienizar as mãos.
- Não postergar a alta hospitalar dos pacientes colonizados assintomático.
Bloquear a enfermaria em que o caso índice foi identificado. Não realizar
novas admissões e nem a transferência dos pacientes em rastreio para outras
enfermarias. As altas hospitalares poderão ser realizadas.
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Os leitos só serão liberados para novas admissões quando todos os
swabs apresentarem resultados negativos .
Referência
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Nota Técnica nº 01/2013:
Medidas
de
Prevenção
e
Controle
de
Infecções
por
Enterobactérias
Multiresistentes. Abril de 2013.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Nota Técnica n° 1/2010:
Medidas para Identificação, Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à
Assistência à saúde por Microrganismos Multirresistentes. Outubro de 2010
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Investigação e controle de
bactérias multirresistentes. Maio de 2007.
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