Belo Horizonte, 25 de março de 2011

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Belo Horizonte, 25 de março de 2011
Resultados de 2010 estimulam a produção de cebola deste ano em MG – Agrolink
Parte dos agricultores antecipou o plantio de olho nas boas cotações do produto
O plantio de cebola já começou em Minas Gerais e a colheita deve ser iniciada no final de junho e início
de julho. De acordo com a Emater-MG, vinculada à Secretaria da Agricultura, neste ano serão ocupados
700 hectares com a cultura em Rio Paranaíba (região do Alto Paranaíba), um dos principais municípios
produtores do Estado. As sementes já estão espalhadas em 34% dessa área, pois uma parte dos
produtores antecipou o plantio.
Segundo o técnico da Emater-MG Admilson da Costa e Silva, o período mais indicado para o plantio da
cebola é de fevereiro a maio. “Os produtores que anteciparam o lançamento das sementes para o final de
janeiro irão colher também à frente dos demais e esperam ter condições de aproveitar a cotação inicial
do produto, que geralmente é mais alta”, explica.
A cebola tem alcançado, no Estado, preços ao produtor entre R$ 22,00 e R$ 25,00 a saca de vinte quilos.
Conforme as estimativas de produção e produtividade confirmadas pelos agricultores familiares Welton
José Caetano e José Roberto das Chagas, os custos de suas lavouras (cada uma com cerca de 10
hectares), envolvendo desde o plantio até a colheita, oscilam entre R$ 30 mil e R$ 34 mil. As principais
despesas são por conta da mão-de-obra, sementes e adubos. O técnico da Emater informa que,
atualmente, para obter lucro na atividade, a saca de vinte quilos de cebola deve ser comercializada por
um valor superior a R$ 10,00.
Costa e Silva ainda diz que os agricultores integrados ao cronograma de plantio, e que fazem os
investimentos recomendados na aquisição de adubo e uso de tecnologia, podem contar com uma
produtividade média de 50 toneladas de cebola por hectare em Rio Paranaíba. “Há casos como o da
Cooperativa Agropecuária do Alto Paranaíba (Copadap) que colheu no ano passado até 120 toneladas
de cebola por hectare”, acrescenta o extensionista.
Liderança na produção
O superintendente de Política e Economia Agrícola (Spea) da Secretaria da Agricultura, João Ricardo
Albanez, informa que o Alto Paranaíba liderou a safra estadual de cebola em 2010. “A região respondeu
por 84,2% das 119 mil toneladas de cebola colhidas em Minas. O volume de cebola produzido pelo
Estado, no ano passado, supera em 7,6% o do período anterior e corresponde a quase 8% da safra
nacional do produto”, explica Albanez.
A relação dos municípios mineiros que mais contribuíram para os resultados de Minas Gerais na
produção de cebola é liderada por Santa Juliana (40,0 mil toneladas), Rio Paranaíba (27,9 mil toneladas)
e Perdizes (7,2 mil toneladas), todos localizados no Alto Paranaíba.
Governo municipal poderá dar kits de insumo para produtores de queijo – Jornal de
Uberaba
Representantes do IMA, da Emater, Secretaria de Agricultura, Sindicato Rural e vereadores discutem
adequação de pequenos produtores
Foi realizada ontem mais uma reunião para debater sobre legislação da produção do queijo Minas
Artesanal em Uberaba. Na reunião ficou determinada a elaboração de projeto de propostas que será
apresentada ao promotor Carlos Valera, com a intenção de que o Ministério Público faça o Termo de
Ajuste de Conduta, garantindo tempo ao pequeno produtor para adequação à legislação.
A reunião foi realizada entre representantes do IMA, da Emater, Secretaria de Agricultura, Sindicato Rural
e os vereadores Cléber Humberto Ramos e Marcelo Machado Borges – Borjão. Segundo Cléber, a
intenção é que o pequeno produtor legalize a sua situação, para isso irá solicitar ao prefeito Anderson
Adauto, que ofereça recursos para que este produtor possa adequar a sua queijaria.
“Estamos pensando em solicitar ao município meios de dar insumos ao produtor para que se adeque à
Legislação, através de kits. Esta ideia será anexada as propostas encaminhadas ao promotor, iremos
mostrar que estes produtores precisam de tempo e ajuda”, comenta Cléber.
Foi formada ainda a Comissão do Queijo, com representante da Emater, IMA, Secretaria de Agricultura,
Sindicato Rural e Vigilância Sanitária, que ficará responsável pela elaboração da proposta ao MP. Será
montada ainda, uma lista com todos os nomes de pequenos produtores, em que os membros da
Secretaria de Agricultura farão visitas para apresentar os programas de financiamentos oferecidos pelo
governo.
A próxima reunião está agendada para sexta-feira (25), em que será elaborado um cronograma de
atividades, para a entrega do projeto ao promotor. Além disso, Cléber comentou também sobre a
elaboração de uma lei municipal em relação ao queijo. A ideia será estudada através de leis relacionadas
em Belo Horizonte.
Brasileiros nunca consumiram tanto café como em 2010 – Agrolink
O consumo per capita de café torrado no Brasil atingiu marca histórica e quebrou o recorde registrado há
45 anos. Em 2010, o número foi de 4,81 kg por habitante. O volume supera os 4,72 kg registrados em
1965 pelo extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), até então, o maior índice. O aumento no consumo
individual fez com que a demanda total de café no Brasil chegasse a 19,1 milhões de sacas.
Em 2010, o consumo per capita foi 3,5% maior que o registrado em 2009, quando o número chegou a
4,65 kg. O consumo de 4,81 kg, registrado em 2010, equivale a quase 81 litros de café por pessoa por
ano. Com isso, o Brasil se aproxima da Alemanha, onde o consumo é de 5,86 kg por habitante/ano. O
país já supera os índices da Itália e França, grandes consumidores de café. Os campeões de consumo,
entretanto, ainda são os países nórdicos – Finlândia, Noruega, Dinamarca – com volume próximo dos 13
kg por pessoa/ano.
Esse resultado faz parte da avaliação anual realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Café
(Abic), com o estudo Indicadores da Indústria de Café no Brasil/2010 - Desempenho da Produção e
Consumo Interno, elaborado pela área de Pesquisas da entidade e que analisa dados do setor no
período compreendido entre novembro de 2009 a outubro de 2010.
“O setor cafeeiro do Brasil atravessa uma fase única em que o produtor pode se orgulhar de seu trabalho.
O Brasil está encostando-se ao maior consumidor mundial da bebida que são os Estados Unidos e ainda
consegue bater recordes de exportação com 33 milhões de sacas comercializadas no ano passado”,
avalia o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone. “Esses
resultados são consequência, em grande parte, de políticas adotadas pelo setor privado, que permitem
crescimento da produção, do consumo e das exportações”, completou.
Técnicos auditam plantas frigoríficas no MT – Agrolink
Duas equipes de técnicos da União Europeia (UE) estão em Mato Grosso desde esta quinta-feira (24)
para auditar plantas frigoríficas e propriedades rurais enquadradas no Sisbov (Sistema de
Rastreabilidade Bovina) e que já fazem parte da lista para exportar carne in natura aos países do bloco
europeu. As equipes são formadas por cinco integrantes da UE, além de técnicos da Superintendência
Federal da Agricultura, em Mato Grosso, e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa). As visitas começaram nesta quinta pela manhã e o objetivo é verificar em in loco se as
propriedades rurais e os frigoríficos continuam atendendo os padrões exigidos pela União Européia,
visando à manutenção da habilitação.
De acordo com o fiscal agropecuário Guilherme Reis Coda Dias, do Serviço de Saúde Animal da
SFA/MT, o trabalho de auditagem está sendo realizado simultaneamente nas propriedades rurais e
indústrias. A equipe que está auditando as propriedades é composta por três técnicos europeus e outros
cinco da SFA, que controla o Sisbov em Mato Grosso, e dois do Departamento de Saúde Animal do
Mapa. A visita no Estado começou nesta quinta-feira (24) pelo município de São José do Rio Claro (315
quilômetros ao norte de Cuiabá) e, nesta sexta-feira (25), a equipe estará auditando mais uma
propriedade no município de Campo Novo dos Pareci (396 quilômetros ao noroeste de Cuiabá). Entre os
representantes de Mato Grosso na comitiva européia que visita as fazendas estão o chefe do Serviço de
Saúde Animal da SFA, Ênio Arruda Martins, Isana Souza Silva, gestora estadual do Sisbov, e Alzira
Catunda, diretora da Divisão de Defesa Agropecuária.
“A finalidade da missão é conhecer a qualidade da carne que a União Européia está comprando de Mato
Grosso, desde a produção agropecuária, conhecendo a sanidade do rebanho, até ao final da cadeia, que
é o abate dos animais e, em alguns casos, a industrialização do produto”, explica Guilherme Dias.
FRIGORÍFICOS – Já os frigoríficos a serem visitados pela missão européia são a Sadia, de Várzea
Grande, e o BRF Foods (antigo Perdigão), em Mirassol D’Oeste (300 quilômetros ao oeste de Cuiabá).
Dois auditores da UE, acompanhados de um técnico de Brasília e outro de Mato Grosso - Sérgio Lobo,
chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal da SFA – realizam a auditagem das
plantas. “Os técnicos vêm para validar o trabalho que já está sendo feito no Estado e renovar a
habilitação das exportações para a Europa”, frisa a fiscal agropecuária federal Giovana Almeida.
As duas equipes ficam em Mato Grosso até domingo. Antes de retornar a Brasília, eles se reúnem no
sábado para fazer uma avaliação prévia das visitas realizadas no Estado.
FAZENDAS HABILITADAS – Guilherme Dias informou que além das 439 propriedades mato-grossenses
credenciadas a exportar carne para a UE dentro das normas da rastreabilidade, outras 130 fazendas com
certificação válida aguardam auditagem dos técnicos do Mapa para serem incluídas na lista européia. Em
Mato Grosso, 11 frigoríficos estão credenciados a exportar carne in natura para a União Européia, entre
eles as redes Marfrig, BR Foods, Frialto, Sadia e JBS/Friboi. Mato Grosso possui cerca de 100 mil
propriedades rurais voltadas para a criação de gado.
A auditagem passa pela avaliação da comissão estadual do Sisbov e, em seguida, encaminhada ao
Mapa, em Brasília. Lá é feita uma nova avaliação para posterior envio da documentação a uma comissão
veterinária de Bruxelas, que emite o parecer final sobre a liberação. A avaliação dos técnicos leva em
conta o controle de rastreabilidade das fazendas, levantamento do número de animais e a identificação
do rebanho, confrontando as informações com o banco de dados do Sisbov, bem como a entrada e
saída, nascimento e morte de animais.
DENÚNCIA: AFTOSA EXÓTICA AMEAÇA PECUÁRIA BRASILEIRA - Blog do Richard Jakubaszko
Almocei ontem com o meu amigo Sebastião Guedes, veterinário, e veterano idealista que desde tempos
imemoriais luta pela erradicação da febre aftosa, não apenas no Brasil, mas em todo o território latinoamericano. Fomos almoçar, ironicamente, no quase centenário restaurante Moraes, Rei do filé, ali no
largo Júlio Mesquita, no centro de São Paulo, onde se come o melhor filé com alho de todo o mundo,
podem crer.
A conversa girou em torno da pecuária, e Guedes mostrou-me umas fotos que estão circulando no
mercado, feitas em Taiwan, de autoria não identificada, e que comprovam a existência de um perigo
iminente contra a pecuária brasileira, ou seja, uma possível presença, ou retorno, da febre aftosa no
Brasil, porém com uma agravante, seria agora um vírus exótico - o O1 Taiwan - que anda sendo
manipulado na Argentina, vacina que está sendo importada pelo Brasil.
Pedi ao Guedes um artigo sobre o assunto, e ele me enviou uma manifesto, uma denúncia estarrecedora
que merece ser divulgada aos quatro ventos. Aqui no blog disponibilizo aos leitores, juntamente com as
citadas fotos das embalagens das vacinas, comprovando a fraude dos argentinos.
ELIMINAR RISCOS NA IMPORTAÇÃO DE VACINAS CONTRA AFTOSA É MEDIDA ESSENCIAL PARA
PROTEÇÃO DA PECUÁRIA BRASILEIRA Sebastião da Costa Guedes *
“O mundo não será salvo pelos caridosos, mas pelos eficientes.” Roberto de Oliveira Campos.
A pecuária brasileira tem enorme dimensão no mercado global, onde lideramos as exportações desde
2003. Esta liderança exige responsabilidade e competência para ampliar ao máximo os parâmetros de
nossa segurança sanitária. Estamos em constante luta contra barreiras injustas que os importadores nos
impõem. Qualquer dúvida ou achado diferenciado se transforma rapidamente em restrição às nossas
exportações.
Temos um grande mercado de insumos para saúde animal. Isto nos permite eliminar com muita
segurança fatores desnecessários de risco. Somos favoráveis à competição no mercado, porém com a
imprescindível obediência às regras estabelecidas para defender o interesse da pecuária nacional e até
mesmo continental.
Não podemos ser tolerantes com fornecedores que desrespeitam ou procuram desvios de pobre
criatividade para fugir de resoluções nacionais ou continentais aprovadas após infindáveis análises,
repetitivas discussões em fóruns técnicos específicos de notória credibilidade.
Um exemplo que exige rigor na análise é a proibição de manipulação de vírus de aftosa exóticos ao
continente. Não podemos mais ignorar ou fazer vista grossa ao assunto. Riscos existem e não são
poucos! Vão desde à possibilidade de escape desta cepa, com consequências desastrosas, até à
contaminação de partidas de vacinas destinadas ao Brasil com este antígeno exótico, o que exigirá
onerosos investimentos para provar que “focinho de porco não é tomada” em caso de futura sorologia
apontar eventual presença de anticorpos específicos.
Resoluções continentais aprovadas há 10 anos na Comissão Sul Americana de Luta contra a Febre
Aftosa - COSALFA e discutidas muitas vezes no âmbito deste grêmio foram muito claras pela quase
unanimidade dos países, que recomendavam a destruição de tais cepas.
Se o fabricante argentino em questão deseja continuar com esta atividade de risco é decisão dele, mas
impedir que nos exportem vacina manuseada na referida unidade é nosso dever. Dois milhões e
seiscentos mil proprietários de bovinos no Brasil não merecem correr os graves riscos desta manipulação
comercial de agentes extra continentais.
O Brasil tem hoje 5 grandes fabricantes desta vacina, com uma capacidade instalada superior a 700
milhões de doses anuais, o que nos dá uma margem de segurança de 100% sobre a atual demanda
nacional.
Diante deste quadro o Brasil tem todo o direito e as condições para impor restrições às importações que
nos trazem riscos. Se exportadores desejam participar do nosso mercado que sigam as resoluções
continentais defendidas e aprovadas nas COSALFAs desde 2001.
Cabe às autoridades brasileiras, reguladoras da fabricação e venda de produtos veterinários, fazer valer
esta resolução e também exigir o cumprimento do compromisso oficial deste fabricante argentino, que,
por ocasião do registro no Brasil, se comprometeu a não manipular cepas exóticas ao continente. Sabese que esta arriscada prática prossegue com exportações de vacinas com vírus O1 Taiwan à China.
Temos, pela segunda vez, informações concretas reveladoras desta perigosa produção para aquele país
asiático, o que vem sendo feito há anos e a partida mais recente foi elaborada em outubro de 2010,
conforme mostram as fotos exibidas neste blog, obtidas em Taiwan.
Solicitamos às autoridades de registro e controle de produtos veterinários do MAPA que encerrem esta
caridosa e incompreensível tolerância e iniciem a era da eficiente competência para a maior tranquilidade
do criador brasileiro. O Ministério da Agricultura tem agora a oportunidade de impedir novas importações
e reter os estoques desta vacina ainda não liberados, devolvendo-os ao país de origem. Comunicar ainda
a este fabricante que somente após a destruição inspecionada desta cepa exótica, poderão voltar a
produzir novas partidas destinadas ao mercado brasileiro.
* Sebastião Costa Guedes, médico-veterinário, membro do Grupo Inter americano para Erradicação da
Febre Aftosa – GIEFA e ex-presidente do CNPC.
Suspeita de vacina proibida contra aftosa põe sanidade animal em risco – Valor
Econômico
A sanidade animal da América do Sul pode entrar em estado de alerta. O Valor teve acesso a fotografias
de embalagens de vacina contra febre aftosa que indicam a manipulação, na Argentina, de uma
variedade exótica do vírus ao continente americano. As imagens dos frascos foram feitas em Taiwan,
com rótulos do laboratório argentino Biogénesis-Bagó, para a proteção contra a variedade "O Taiwan" do
vírus da febre aftosa, versão esta que não existe na região. Pela análise das fotos, fontes brasileiras
indicam que o laboratório argentino estaria manipulando a versão do vírus com objetivo de produzir
vacinas destinadas à exportação para países asiáticos, entre eles Taiwan.
As imagens mostram claramente o nome comercial da vacina do laboratório argentino - Aftogen Oleo -, a
variedade do vírus a qual ela é destinada, bem como a série do lote, data de fabricação e também de
vencimento. Pelas fotos obtidas pela reportagem, os produtos exportados para Taiwan foram fabricados
em junho e novembro de 2009, além da série 685, produzida em setembro de 2010.
Atualmente, existe um acordo sanitário entre os países da América do Sul para que não haja
manipulação de variedades exóticas do vírus da febre aftosa ao continente. A própria Comissão SulAmericana de Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa) convencionou que nenhum laboratório trabalhe com
versões que não tenham sido identificadas e registradas na região devido ao elevado risco de
contaminação por possíveis falhas na biossegurança dos laboratórios que manipulam o vírus. O
vazamento de um vírus exótico poderia comprometer todo o programa de controle e erradicação da febre
aftosa no continente.
Segundo Rodolfo Bellinzone, diretor técnico da Biogénesis-Bagó a empresa não está manipulando o
vírus exótico em seu laboratório na Argentina. As vacinas estão sendo produzidas a partir do banco de
antígeno inativo e congelado, criado antes de o vírus ter sido destruído em 2008. "Nosso laboratório é
constantemente avaliado pelos órgãos brasileiros e da Argentina e cumpre as exigências necessárias",
disse Bellinzone ao Valor.
Falhas na biossegurança de laboratórios são raras, mas acontecem. Em 2007, o erro em uma válvula de
um encanamento conectado a uma centrífuga permitiu que o vírus da febre aftosa alcançasse o sistema
de drenagem das instalações de um laboratório inglês, atingindo o meio ambiente. Os danos foram
minimizados porque, na época, a variedade que fugiu aos controles não era exótica ao Reino Unido.
Além da preocupação do continente, a Biogénesis-Bagó conseguiu autorização do governo brasileiro
para exportar vacinas contra febre aftosa ao país. Apenas em 2010, o Ministério da Agricultura aprovou
29,6 milhões de doses da vacina argentina. Para conseguir a autorização de exportação, a condição
imposta pelo governo brasileiro foi de que a empresa não manipulasse vírus exóticos e que qualquer
cepa existente fosse destruída.
"Ainda não recebemos nenhuma denúncia oficial sobre o assunto, mas se recebermos serão realizadas
auditorias e esclarecimentos", disse ao Valor Guilherme Marques, diretor do departamento de saúde
animal do Ministério da Agricultura do Brasil.
O diretor do ministério lembra que há cerca de dois anos uma missão brasileira foi à Argentina vistoriar o
laboratório e constatou a semente do vírus fora destruída. Existia, contudo, o antígeno inativado é
superconcentrado do vírus. Segundo fontes do mercado, é comum que países mantenham o antígeno
inativo e congelado para casos emergenciais. Ele, no entanto, possui vida útil que varia de seis a oito
meses e permite a produção de uma quantidade limitada de vacinas.
Para o Brasil, o risco de manipulação de um vírus exótico no continente é que no caso de um vazamento
e escape, as vacinas produzidas atualmente não controlam essas variedades. Hoje, os produtos
utilizados controlam as espécies "A 24 Cruzeiro", "O 1 Campos" e "C 3 Indaiau".
Apesar de ser possível manipular em um mesmo laboratório duas variedades diferentes de vírus, existe o
risco de que ocorra uma contaminação cruzada, dentro do próprio laboratório. Com isso, uma vacina
comercializada para combater determinadas espécies de vírus poderia conter o antígeno de outras.
Nessa hipótese, o anticorpo exótico poderia facilmente passar ao controle do governo, já que os
protocolos de fiscalização não levam em consideração a possibilidade de haver outro antígeno que não
aqueles esperados.
No Brasil, o Sindicato Nacional da Indústria de produtos para Saúde Animal (Sindan) informou apesar de
contribuir com o governo, apenas segue as regras determinadas pelo Ministério da Agricultura. Para o
membro do Grupo Interamericano para a Erradicação da Febre Aftosa (Giefa) e representante do
Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC), Sebastião Guedes, manter um vírus exótico é correr
um risco desnecessário.
Segundo Marques, do ministério brasileiro, no caso de se confirmar ã existência da variedade exótica do
vírus, existe a possibilidade de que as importações do laboratório argentino sejam suspensas. O governo
já prepara uma nova vistoria na Argentina.
UE registra 783 focos de doenças em seus rebanhos – Valor Econômico
A União Europeia (UE) registrou 783 focos de enfermidades animais em 2010, enquanto no Brasil
apenas três surtos foram notificados no ano passado, o que reflete um estado sanitário inquietante da
pecuária do velho continente.
Este ano, a União Europeia já viu surgir casos de febre aftosa no rebanho, depois de ter enfrentado
novos focos de doenças como a da "vaca louca", a língua azul e a gripe aviária em 2010, que a rigor
deveriam ser motivo para fechamento de mercados.
A imposição de requisitos sanitários cada vez mais rígidos na Europa parece ser mais por conta da
própria situação da pecuária local do que em razão de riscos decorrentes da importação de produtos de
outros países, apesar de campanhas de produtores europeus argumentarem com o contrário.
Os países mais atingidos pelas enfermidades são a Itália, com 284 focos, e a Espanha, com 138. Mas os
surtos se espalham pelo velho continente, inclusive na Irlanda, onde sempre surgem acusações contra a
carne brasileira.
Até hoje a Europa enfrenta novos focos de doença da "vaca louca", o nome popular da encefalopatia
espongiforme bovina (ou BSE, na sigla em inglês), uma doença degenerativa que atinge o sistema
nervoso central do gado adulto, é transmissível e progride lentamente, podendo afetar também seres
humanos.
Discretamente e sem abordar muito o problema, a UE notificou mais 44 focos de "vaca louca" - no ano
anterior, foram 71. Um foco pode representar um ou mais animais afetados. Este ano, mais cinco focos
foram divulgados.
O número tende a continuar baixando, mas, em parte, artificialmente. É que a Comissão Europeia decidiu
mudar a idade de controle de bovinos a partir de julho deste ano. O regulamento atual determina que a
partir da idade de 48 meses o animal deve ser testado para a doença da "vaca louca". Agora, a idade
passará para 72 meses, o que indica um relaxamento do controle.
Analistas em Bruxelas concordam que a Europa não vai conseguir erradicar pelos próximos 10 a 20 anos
a infecção, apesar dos investimentos feitos até agora.
A Europa continua sofrendo também com a epidemia doença da língua azul. O numero de focos da
infecção foi de 1.116 em 2009 e baixou para 176 no ano passado. Em comparação, o Brasil só teve um
caso notificado oficialmente: um cervo de zoológico, sem finalidades comerciais.
A doença com mais focos na Europa é a anemia equina, com 200 em 2010. Houve ainda 160 focos de
encefalomielite equina.
O velho continente registrou também nove casos de peste suína africana, um deles em javalis. Surgiram
outros quatro focos de doença vesicular de suínos.
Em decorrência desse cenário, a demanda europeia para poder exportar carne suína ao Brasil parece
estar fora de questão. Segundo fontes, Brasília não tem como aceitar o pedido diante do quadro sanitário
do rebanho europeu.
Por sua vez, a UE proíbe a entrada total da carne suína brasileira, não por razões sanitárias e sim causa
de resíduos de um aditivo alimentar (ractopamina) usado pelos produtores brasileiros para ganho de
eficiência na produção e que contaria com o respaldo técnico do Codex Alimentarium da Organização
Mundial da Saúde e da FAO.
Quanto às aves, a Europa registrou inclusive a grave gripe aviária, com dois focos em animais de granja
na Romênia e um em aves selvagens na Bulgária.
Igualmente foram notificados seis surtos da doença de Newcastle, altamente contagiosa que afeta aves
domésticas e selvagens. A enfermidade está entre as que leva países a fecharem seus mercados à
carne de frango de países afetados.
Este ano, de 42 novos focos de doença, Bruxelas notificou a volta da febre aftosa, doença viral altamente
contagiosa, na Bulgária. Foram quatro casos, atingindo bovinos, caprinos, ovinos e suínos.
Ao mesmo tempo, a UE mantém a exigência de rastreabilidade para a carne bovina do Brasil, que
registrou o último caso de febre aftosa no fim de 2005.
Na comparação, o Brasil em 2010 só notificou três focos de enfermidades em animais em geral, apesar
de seu enorme rebanho para fins comerciais. Além da doença de língua azul, houve um foco de
estomatite vesicular em bovinos e outro de mormo, em equinos, segundo fonte.
Secretários de Agricultura pedem a presidente da Câmara que novo Código Florestal
seja votado - FAEMG
Uma comitiva do Conseagri (Conselho Nacional de Secretários de Estado de Agricultura) reforçou junto
ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), a necessidade de atualização do Código
Florestal. Eles se reuniram na terça-feira (22), na Câmara, com o presidente da Casa e entregaram ao
deputado uma carta comunicando a importância de votação da proposta do deputado Aldo Rebelo
(PCdoB-SP), relator do Projeto de Lei 1.876/99, que atualiza o Código Florestal.
Os integrantes do
Conseagri pediram ao presidente da Câmara que a proposta de Aldo Rebelo seja votada antes de junho,
quando entram em vigor as regras do Decreto nº 7.029, de 2009, que estabelece que só terão acesso ao
Sistema Nacional de Crédito Rural os produtores rurais que averbarem a reserva legal ou aderirem ao
Programa Mais Ambiente, criado pelo governo federal para regularização de propriedades rurais.
A
presidente do Conseagri, Tereza Cristina Corrêa, enfatizou ao presidente da Câmara que a partir de
junho 90% dos produtores vão entrar na ilegalidade. “Por isso, a urgência da votação”, afirmou. Além da
presidente do Conseagri, estavam presentes na entrega da carta os secretários de Agricultura do Mato
Grosso, Gilson Francisco da Silva; de Minas Gerais, Elmiro Alves; e de Rondônia, Anselmo de Jesus
Abreu. A atualização do Código Florestal foi tema de audiência pública da Comissão de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável e de reunião da Frente Parlamentar da Assistência Técnica e Extensão
Rural, ambas realizadas nesta quarta-feira (23), na Câmara. Na audiência pública organizada pela
Comissão, representantes do governo de São Paulo apoiaram o substitutivo. Um documento assinado
por 30 deputados gaúchos foi entregue ao presidente da Comissão, Giovani Cherini (PDT-RS). Durante
a reunião da Frente, o deputado Aldo Rebelo defendeu a atualização do Código e argumentou que o
Brasil precisa proteger o meio ambiente, mas tem de produzir. “Há aumento da demanda por alimentos
sempre que se amplia a renda da população, principalmente a mais pobre, porque ela quer aumentar seu
gasto na feira”, afirmou. No encontro, ele destacou que, nos últimos anos, o Estado brasileiro “substituiu
o técnico que ia assistir o homem do campo pelo advogado do Ministério Público que vai multar e autuar”.
Seab fecha barreiras sanitárias por falta de funcionários – Agrolink
Motivo seria a falta de funcionários; alternativa é realizar fiscalizações volantes
Curitiba (PR) - A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) fechou três barreiras
sanitárias no Paraná por falta de funcionários para trabalharem nestes locais. Duas unidades localizadas
na divisa com Santa Catarina nas regiões de União da Vitória e de Francisco Beltrão deixaram de
funcionar na semana passada. Nesta quinta-feira (25) foi fechada a barreira na região de Jacarezinho, na
divisa com São Paulo. Para estes locais, segundo a Secretaria, a alternativa encontrada foi realizar
fiscalizações volantes.
O problema de falta de médicos veterinários e agrônomos já existia no ano passado e era considerado
pelo então secretário de Agricultura, Erikson Camargo Chandoha, como um dos maiores entraves para
que o Paraná conseguisse o status de área livre de febre aftosa sem vacinação. Hoje a Seab conta com
270 veterinários e agrônomos, mas seriam necessários pelo menos 600.
A Secretaria começou a convocar agora os aprovados em um concurso realizado em 2007 que teve a
data de validade prorrogada até 6 de maio. O diretor do Departamento de Fiscalização e Defesa
Agropecuária (Defis) da Seab, Marco Antonio Teixeira Pinto, disse que foram chamados 194
concursados, mas ainda não há um levantamento de quantos compareceram. Segundo ele, um dos
grandes entraves para a contratação é o salário inicial hoje em R$ 2.560 e considerado baixo pela
categoria. Nos dias 28 e 29 de março haverá mais uma chamada de concursados.
Segundo ele, hoje são 31 barreiras sanitárias. ''Não temos mais pessoal para todas as barreiras'', disse.
Por este motivo, foram fechadas três delas. A Secretaria ainda chamou outros 120 técnicos agrícolas
para atuarem nestes locais que devem começar a trabalhar até o final de março.
''A Secretaria de Agricultura vem fechando barreiras sanitárias porque não tem gente para trabalhar. As
que estão funcionando, operam precariamente por falta de profissionais'', disse o presidente da
Associação dos Fiscais da Defesa Agropecuária do Estado do Paraná (Afisa-PR), Rudmar Luiz Pereira
dos Santos.
Suspeita de vacina proibida contra aftosa põe sanidade animal em risco – Valor Econômico
A sanidade animal da América do Sul pode entrar em estado de alerta. O Valor teve acesso a fotografias
de embalagens de vacina contra febre aftosa que indicam a manipulação, na Argentina, de uma
variedade exótica do vírus ao continente americano. As imagens dos frascos foram feitas em Taiwan,
com rótulos do laboratório argentino Biogénesis-Bagó, para a proteção contra a variedade "O Taiwan" do
vírus da febre aftosa, versão esta que não existe na região. Pela análise das fotos, fontes brasileiras
indicam que o laboratório argentino estaria manipulando a versão do vírus com objetivo de produzir
vacinas destinadas à exportação para países asiáticos, entre eles Taiwan.
As imagens mostram claramente o nome comercial da vacina do laboratório argentino - Aftogen Oleo -, a
variedade do vírus a qual ela é destinada, bem como a série do lote, data de fabricação e também de
vencimento. Pelas fotos obtidas pela reportagem, os produtos exportados para Taiwan foram fabricados
em junho e novembro de 2009, além da série 685, produzida em setembro de 2010.
Atualmente, existe um acordo sanitário entre os países da América do Sul para que não haja
manipulação de variedades exóticas do vírus da febre aftosa ao continente. A própria Comissão SulAmericana de Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa) convencionou que nenhum laboratório trabalhe com
versões que não tenham sido identificadas e registradas na região devido ao elevado risco de
contaminação por possíveis falhas na biossegurança dos laboratórios que manipulam o vírus. O
vazamento de um vírus exótico poderia comprometer todo o programa de controle e erradicação da febre
aftosa no continente.
Segundo Rodolfo Bellinzone, diretor técnico da Biogénesis-Bagó a empresa não está manipulando o
vírus exótico em seu laboratório na Argentina. As vacinas estão sendo produzidas a partir do banco de
antígeno inativo e congelado, criado antes de o vírus ter sido destruído em 2008. "Nosso laboratório é
constantemente avaliado pelos órgãos brasileiros e da Argentina e cumpre as exigências necessárias",
disse Bellinzone ao Valor.
Falhas na biossegurança de laboratórios são raras, mas acontecem. Em 2007, o erro em uma válvula de
um encanamento conectado a uma centrífuga permitiu que o vírus da febre aftosa alcançasse o sistema
de drenagem das instalações de um laboratório inglês, atingindo o meio ambiente. Os danos foram
minimizados porque, na época, a variedade que fugiu aos controles não era exótica ao Reino Unido.
Além da preocupação do continente, a Biogénesis-Bagó conseguiu autorização do governo brasileiro
para exportar vacinas contra febre aftosa ao país. Apenas em 2010, o Ministério da Agricultura aprovou
29,6 milhões de doses da vacina argentina. Para conseguir a autorização de exportação, a condição
imposta pelo governo brasileiro foi de que a empresa não manipulasse vírus exóticos e que qualquer
cepa existente fosse destruída.
"Ainda não recebemos nenhuma denúncia oficial sobre o assunto, mas se recebermos serão realizadas
auditorias e esclarecimentos", disse ao Valor Guilherme Marques, diretor do departamento de saúde
animal do Ministério da Agricultura do Brasil.
O diretor do ministério lembra que há cerca de dois anos uma missão brasileira foi à Argentina vistoriar o
laboratório e constatou a semente do vírus fora destruída. Existia, contudo, o antígeno inativado é
superconcentrado do vírus. Segundo fontes do mercado, é comum que países mantenham o antígeno
inativo e congelado para casos emergenciais. Ele, no entanto, possui vida útil que varia de seis a oito
meses e permite a produção de uma quantidade limitada de vacinas.
Para o Brasil, o risco de manipulação de um vírus exótico no continente é que no caso de um vazamento
e escape, as vacinas produzidas atualmente não controlam essas variedades. Hoje, os produtos
utilizados controlam as espécies "A 24 Cruzeiro", "O 1 Campos" e "C 3 Indaiau".
Apesar de ser possível manipular em um mesmo laboratório duas variedades diferentes de vírus, existe o
risco de que ocorra uma contaminação cruzada, dentro do próprio laboratório. Com isso, uma vacina
comercializada para combater determinadas espécies de vírus poderia conter o antígeno de outras.
Nessa hipótese, o anticorpo exótico poderia facilmente passar ao controle do governo, já que os
protocolos de fiscalização não levam em consideração a possibilidade de haver outro antígeno que não
aqueles esperados.
No Brasil, o Sindicato Nacional da Indústria de produtos para Saúde Animal (Sindan) informou apesar de
contribuir com o governo, apenas segue as regras determinadas pelo Ministério da Agricultura. Para o
membro do Grupo Interamericano para a Erradicação da Febre Aftosa (Giefa) e representante do
Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC), Sebastião Guedes, manter um vírus exótico é correr
um risco desnecessário.
Segundo Marques, do ministério brasileiro, no caso de se confirmar ã existência da variedade exótica do
vírus, existe a possibilidade de que as importações do laboratório argentino sejam suspensas. O governo
já prepara uma nova vistoria na Argentina.
Cai incidência de casos de soja louca no Brasil – Agrolink
Canal Rural - Na safra deste ano a incidência da soja louca diminuiu em relação a 2010. Não existem
números precisos sobre a intensidade do ataque, porque os estudos não apontaram direito o motivo
dessa redução. Em Goiás, por exemplo, ainda não houve registros.
O fitopatologista e pesquisador da Embrapa Soja, Maurício Meyer, começou a estudar os primeiros casos
de Soja Louca II na década de 1990. A anomalia, de causa desconhecida, foi registrada com mais
intensidade nos últimos quatro anos e com maior incidência nos Estados de clima quente, como Pará,
Tocantins e Mato Grosso. O que chamou a atenção do pesquisador foi à severidade do problema.
Em determinadas regiões, o pesquisador da Embrapa Soja, verificou redução de até 40% na
produtividade da lavoura.
Até o momento, não há nenhuma recomendação específica para evitar ou controlar o problema, o correto
é seguir os manejos tradicionais fitossanitários.
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