©2007/2 Braz, A.M. S. Estabilidade..de 1 Projeto PLUPH Subprograma 3.5.4 (RESUMO) Estabilidade de Agregados do Solo em Diferentes Sistemas de Uso da Terra na região do Médio Tapajós, Amazonia oriental. Anderson Martins de Souza Braz(Candidato) F. de Assis Oliveira (UFRA) & Robert Davidson (UQM) (Orientadores) INTRODUÇÃO Nos últimos anos tem-se procurado desenvolver sistemas de manejo do solo mais adequados às condições edafoclimáticas de distintas regiões. Naturalmente, não se deve esperar que solos em agroecossistemas mantenham os atributos físicos e químicos do solo iguais aos que ocorrem em ecossistemas não alterados, mas deve-se procurar manejá-los de modo que suas propriedades não sejam modificadas no sentido de aumentar a vulnerabilidade à erosão e a degradação ou diminuir sua capacidade produtiva. O processo erosivo é a conseqüência maior das modificações que os sistemas de manejo provocam no solo, principalmente aquelas relacionadas com a sua estrutura, como densidade do solo, porosidade, agregação, que atuam diretamente na infiltração e retenção de água (KLEIN; LIBARDI, 2002; TORMENA et al., 1998). Segundo Queiroz Neto (1988), quando o solo é apropriado de uma maneira inadequada, pode ser degradado de modo intenso, chegando a sofrer modificações que alteram o comportamento e a dinâmica das paisagens. Diferentes práticas de manejo e sucessões de culturas induzem alterações nas propriedades do solo. A estabilidade dos agregados tem mostrado variação dependente do tipo de manejo do solo e das culturas (CAMPOS et al., 1995). A formação e a estabilização dos agregados do solo ocorrem mediante a atuação de processos físicos, químicos e biológicos que, por sua vez, atuam por mecanismos próprios, nos quais são envolvidas substâncias que agem na agregação e na estabilização (SILVA; MIELNICZUK, 1997a). A predominância do íon cálcio no complexo de troca, além de promover floculação adequada das argilas, contribui para intensa atividade biológica que favorece a formação de agregados. Por outro lado, com a predominância de sódio ou potássio no complexo de troca, ocorre dispersão excessiva dos colóides e, conseqüentemente, perda da estabilidade dos agregados (FASSBENDER, 1986). Carpenedo; Mielniczuk (1990), avaliando a estabilidade e a qualidade dos agregados em água, de um Latossolo Roxo distrófico e um Latossolo Roxo álico, em condições naturais e sob diferentes manejos, constataram que o solo submetido ao preparo convencional apresentou menor ©2007/2 Braz, A.M. S. Estabilidade..de 2 agregação do que o sob mata nativa, e o plantio direto melhorou a agregação do solo e que as frações menores que 0,50 mm de diâmetro foram agregadas em frações maiores. SILVA; MIELNICZUK (1997b) também encontraram menor agregação para o solo sob cultivo convencional com culturas anuais. O conhecimento do estado de agregação do solo permite uma série de inferências relacionadas com a estruturação, retenção e disponibilidade de água, difusão de gases, resistência à erosão, penetração de raízes, movimento de solutos no solo e com outros fatores que afetam o crescimento das plantas. Os principais fatores que influenciam na agregação e estrutura do solo são: matéria orgânica, microrganismos, alternância de umedecimento e secagem, tipo de argila, ação mecânica do sistema radicular e ação biológica da fauna do solo, principalmente as minhocas, que agregam os materiais do solo após sua ingestão e excreção (Russel e Russel (1954). A alteração na temperatura do solo, com a mudança da cobertura vegetal, também modifica o estado de agregação, uma vez que altera o comportamento dos agentes cimentantes do solo (COSTA PINTO, 1980). Muitas vezes, a porosidade total do solo e a distribuição do tamanho de poros são utilizadas para se definir qualitativamente a estrutura do solo. A distribuição da porosidade é uma característica do solo altamente modificada pelo seu uso uma vez que depende da variação de outras características também dinâmicas. A determinação do equivalente de umidade é feita em materiais de solo com estrutura deformada, não se levando em conta a estrutura natural do solo e suas implicações na distribuição e forma de poros e estado de agregação. A retenção de água no solo é função da distribuição e forma de poros, que, por sua vez, dependendo de outros fatores, tais como: textura, agregação, densidade aparente, teor de matéria orgânica e outros (BAVER et al., 1956). Então, qualquer alteração em um desses parâmetros, possivelmente, também acarretará em alteração na relação solo/água. A matéria orgânica exerce sobre as propriedades do solo uma influência positiva muito grande, se consideradas as suas diminutas quantidades presentes. Aumento na agregação, na capacidade de retenção de água, na CTC, são alguns efeitos positivos exercidos pela matéria orgânica do solo (BRADY; WEIL, 2004). Além disso, fornece nutrientes para as plantas, sendo que, em alguns Latossolos extremamente intemperizados, a matéria orgânica constitui-se na principal fonte de nutrientes, pela reciclagem. ©2007/2 Braz, A.M. S. Estabilidade..de 3 Em razão da alteração estrutural do ecossistema do solo, elaborou-se a seguinte questão: Quais os fatores dos sistemas pedoquímicos, nos diferentes ecossistemas [SAFs e Agroecossistemas (pastagem e cutivos de ciclo curso ou longo)] , que influenciam na produção de agregados no ecossistema do solo ? Admite-se a hipótese: se o teor de Fe livre desempenha papel importante, e favorece a fixação de P, associado à retenção de umidade pode aumentar a estabilidade de agregados, Como explicação, admite-se que desempenho de minerais de argila dominantes, associados a adição diferencial de matéria orgânica na conversão e manejo no ecossistemas (agroecossistemas) poderá influir, decisivamente, nas propriedades do sistema pedoquímico importantes na minimização da vulnerabilidade do ecossistema do solo, e sua degradação. INTEGRAÇÃO A integração desta ação de pesquisa, está ligada aos estudos de alteração do solo pelos ecossistemas sucessionais (vegetação local), agroecossistemas (pastagem, cultivos etc), e sistemas agroflorestais (SAFs). CRONOGRAMA TENTATIVO: O cronograma de execução do presente sub-projeto (Tabela 1) Tabela 1. Distribuição temporal dos grupos de tarefas nom projetos 24 meses. Atividade/mês 1-4 5-8 9-16 1* Instalação das parcelas de campo; Classificação do uso e manejo do solo das parcelas; Início da coleta dos dados; 20-24 Análise estatística dos dados; Elaboração do relatório final / dissertação; Revisão bibliográfica. Revisão bibliográfica. Análise laboratorial das amostras; 2 3 17-20 Revisão bibliográfica. Revisão bibliográfica. Revisão bibliográfica. (*) Sistemas de tarefas REFERÊNCIAS BAVER, L. D.; GARDNER, W. H. e GARDNER, W. R. Soil physics. 3ª Ed. New York: John Wiley & Sons, 1956. ©2007/2 Braz, A.M. S. Estabilidade..de 4 BRADY, N.C; WEIL, R. R. Elements of the Nature and Properties of Soils – Second Edition, Upper Saddle River by Pearson Education (Prentice Hall), Inc., , New Jersey 07458, 2004. BUOL, S. W.; HOLE, F. D. e McCRACKEN, R. J. Soil genesis and classification. Iowa, The Iowa State University Press Ames: 1973. CAMPOS, B.C.; REINERT, D.J.; NICOLODI, R.; RUEDELL, J.; PETRERE, C. 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